Era um dia agradável e a praça do Reino enchia-se de vida, ora, tão agitada que ela estava. Uma leve brisa soprando acompanhava o sentimento de festa e de alegria dos portugueses. O céu estava perfeitamente limpo, tanta pureza pairava no ar e até os meses de inverno pareciam ter terminado mais cedo, para que a própria Primavera pudesse ver a coroação do novo monarca de Portugal, trazendo de volta um pouco de verde para os ramos nus que tipicamente decoravam a cidade.
Três carroças preparavam-se para chegar, e um jovem, nem tão mal vestido, com roupas de cuidadosamente bem preparadas encontrava-se a ensaiar para apenas dar sinal à frente da catedral para que parasse. Oceano não era um simples mordomo, teve a audácia de ficar na frente de um espelho, ajustando as suas roupas e passando pó pele face, um costume que não era português. Apesar de ser um mordomo, gostava de manter a classe, mas hoje ele estava mais preocupado do que nunca com os seus pares, bem como o resto da sua camaradagem de serviço, pois o Conde-sacerdote Martimen estava a preparar cuidadosamente a ida à catedral para assistir tão prestigiada coroação.
O mordomo galava na frente do espelho, até ser interrompido por uma voz familiar. "
Oceano, mande trazer a vestimenta que mandei vir da Áustria" - diz o Conde, algo apressado.
"
Sim, sim, estão a ser preparadas.
A praça deve estar cheia para saudar o novo El Rei disse o Conde imaginando as movimentações da praça.
Então Oceano ajudou Martimen a vestir-se, pois a idade já não lhe perdoava.
Minutos depois
"
Muito bem!" Olhou a sua aparência uma última vez antes de sair. "
Certo, vamos."
"
Vamos senhor, a carroça já está pronta" parecia que a expressão facial do mordomo estava menos animada do que a do Martimen, afinal Oceano não era português e jamais podia entender o sentimento de alegria dos portugueses.
A carroça saiu do castelo com pressa, e Martimen admirava pela janela a bonita criação de Jah, visível através dos campos verdes ao longo da colina, e ao longe era já perceptível a cidade.
Á chegada, a Praça estava ricamente decorada, e a feira estava cheia de movimento, fitas coloridas, pequenos espectáculos e teatros, e até histórias para os mais pequenos animavam o povo enquanto todos esperavam ansiosamente pelo momento em que a coroa pousa-se sobre a cabeça abençoada do novo monarca.
A carroça, finalmente chegara e Oceano pode fazer o seu momento do dia.
Ao subir as escadas, a imponência de um estilo europeu fazia-se sentir na catedral. E ao entrar na catedral a forte relação entre o exterior e o interior causava a sensação majestosa, onde as grandes aberturas verticais das janelas, onde a luz as rasgava intensamente a penumbra do espaço, fazia sentir uma presença divina.
Jah assim o quis
e a história foi feita.
Martimen começa a cumprimentar cordialmente todos os presentes e rever caras que há muito já não via