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[RP] Diário de Bordo – Histórias de uma nova jornada

Sylarnash
[Cidade e Condado de Coimbra]

Passagem pelas obras na mansão de Necasboy

#58 wrote:

    Coimbra, 8 de Setembro de 1460

    Tenho colaborado com a construção das Mansões de alguns dos cidadãos da Capital de Coimbra. Os trabalhos aproximam-se do fim, as nossas directrizes para que as mansões se mantenham firmes e correctamente construídas foram seguidas à letra, e penso que temos o nosso trabalho cumprido aqui.

    Em breve sairei para Aveiro novamente. Tenho algumas propostas de viagem, entre elas, a ida à cidade de Chaves a uma cerimónia. Penso que aproveitarei para comprar alguns lotes de madeira para Aveiro.




                  Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


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    Sylarnash
    [Aveiro, Condado de Coimbra]

    Sylarnash não parara quieto. Os últimos dias, entre viagens, trabalhos nas mansões dos mais altos cidadãos do condado, o conselho que graças ao Altíssimo, finalmente, chegava ai fim, e ainda alguns trabalhos locais e gestão das suas propriedades tomavam-lhe todo o seu tempo, no entanto, havia, como sempre houve, alguns minutos dedicados a oração e pregação aos fieis.

    O Conde de Óbidos tinha acabado de chegar a Aveiro vindo de Coimbra e observou atentamente os rendimentos e a concorrência no ramo de negócio de tavernas e, sem grande espaço de manobra tendo em conta os dados que tinha em mãos apresentou uma nova alteração ao cartaz de ementas do Farol de Aveiro. Após isso escreveu algumas cartas que tinha em atraso já desde a saída de Coimbra, pediu que fossem entregues ao destinatário e já se encontrando a escrever pegou no seu livro e redigiu algumas linhas.


    #59 wrote:

      Aveiro, 14 de Setembro de 1460

      É com felicidade que vejo que finalmente o XXVIII Conselho do Condado de Coimbra se encontra a acabar. Apesar de todos os comentários mais inadequados, ofensivos, opressivos e propagadores de boatos criados por alguns cidadãos-opositores o Conselho cumpriu a sua função e entregou a possibilidade aos próximos conselhos de superarem o défice e com a ajuda de todos chegar ao positivo. É com mais felicidade ainda que o posso afirmar, foi com sucesso que termina o XXVIII Conselho do Condado de Coimbra.

      Tratei à pouco de algumas alterações à ementa d'O Farol de Aveiro, a criação obscura de uma nova taverna no anexo de uma casa abandonada desregulou por completo o mercado das tavernas, já para não falar do desajuste ao comércio local criado. Espero que com as novas ementas e os preços dos bens que pratico possam ajudar à regulamentação destes mercados.

      Entretanto deixarei alguns serviçais a tomar conta da Residência em Aveiro e partirei de novo em Viagem. Desta vez às cidades do Condado do Porto.




                    Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


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      Sylarnash
      [Aveiro, Condado de Coimbra]

      Vários foram os dias que se passaram desde que o Conde de Óbidos desempenhara pela última vez funções no Conselho do Condado de Coimbra. Desde esse momento, delegada, pelo Conselho do Condado, a função de Juiz Representante do Condado de Coimbra na Real Casa da Justiça, apesar de ainda não formalizada pelo Parlamento, Sylarnash passara grande parte do seu tempo entre livros e apontamentos, códigos, regulamentos, estatutos e decretos das mais diversas instituições e instâncias judiciais.

      Desde sempre o Sacerdote Albuquerque tivera interesse, cuidado e gosto pela Legis, no entanto a sua nova candidatura a Juiz da Instância de Recurso do Reino de Portugal, após mais de um ano desde a primeira levara a que uma profunda actualização dos conhecimentos legais urgisse ser feita.

      No mês de Outubro, Sylarnash encontrava-se fora de Óbidos à já várias semanas. A proximidade de Aveiro a alguns dos pontos de interesse e de maior necessidade, no momento, de gestão levaram a que o Conde de Óbidos deixasse se permanecer na Residência em Aveiro indefinidamente. O contacto com as terras geridas pelo Castelo do Rochedo aumentara e, em boa verdade, a preocupação do conde também. Óbidos mostrara-se sempre bastante reforçado militarmente em redor dos territórios do condado, mas a pequena possibilidade de ser do conhecimento do grupo rebelde que insurgiu das mais profundas profundezas do reino de que o Conde e grande parte da sua comitiva se encontrava fora do feudo poderia levar a que fosse cercado o castelo ou mesmo que fosse feita uma emboscada aos poucos representantes que dia-após-dia passaram a viajar pelo mesmo local, de Óbidos a Aveiro. (Leiria - Coimbra - Aveiro)

      Quebrando a aborrecida rotina de já várias semanas, Sylarnash decidira caminhar pelos jardins da sua propriedade em Aveiro, e levara consigo um par de livros, entre eles o seu diário. Ao fim de algumas páginas lidas, relidas e interiorizada, o Conde de Óbidos pegou numa pena, e no segundo livro que portava e iniciou mais uma entrada no seu diário.


      #60 wrote:

        Aveiro, 02 de Outubro de 1460

        Foi lamentável a situação de impasse criada nas votações para Conde do Condado de Coimbra. Não me admirei nada com a mesma, fincar o pé aos impulsos pessoais e esquecer que se trata de um condado que necessita de gestão, de membros do governo, já era algo previsível.

        Não obstante a situação lá passou, vários dias se passaram sem que houvesse governo, mas agora que o mesmo já existe à algumas semanas, a situação tão falsamente contestada, errónea, bruta, e indutora em erro, ocorre na verdade neste momento. A dívida do condado começou a subir, ao contrário do sucedido no conselho por mim liderado em que a dívida real não aumentou mas desceu, já que foi criado um excelente armazenamento de todo um conjunto de bens necessários ao condado, actualmente não só a dívida real não desce como o armazenamento criado tem sido usado e com ele ao contrário do expectável a dívida não desce, sobe.

        Lembro-me de ouvir alguns comentários acerca do estado do Condado de Coimbra, das suas finanças aquando do conselho passado, eram obviamente dados e boatos falsos, criados apenas com o inuito de causar disturbios, má fama e revolta, agora os boatos não existem, deram lugar à verdade em semelhante força dos boatos anteriormente criados contra outrém, deram lugar à revolta popular, à contestação social, ao aumento dos impostos, à real descida do valor do Condado de Coimbra, e com ele a pacificidade, e aparente acalmia da administração pública.

        Já da minha parte, conforme prometi a mim próprio não faria o que contra mim foi feito, sou superior a esse tipo de vinganças, não interferirei, não ferirei como a mim fizeram, deixarei a situação e o eleito gerir o condado conforme lhe aprouver, depois logo verei o que poderei fazer para voltar a tentar salvar o Condado de Coimbra, entretanto passo os dias amarrado a livros e documentações legais, pois candidatei-me a Juiz da Real Casa da Justiça.




                      Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


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        Sylarnash
        [Aveiro, Condado de Coimbra]

        O Conde tinha passado algumas horas a discutir com alguns familiares os eventos políticos a nível de todo o reino. Vários eram os temas que poderia ter sido alvo de discussão, desde o Conselho do Condado e os portos do condado, à situação da Real Casa da Justiça e Parlamento. Apesar da audível e forte discussão Sylarnash mantivera-se calmo e atento às opiniões. No final já na sua residência em Aveiro e após alguns momentos de descanso o Conde pegou no seu diário e escreveu algumas linhas.

        #61 wrote:

          Aveiro, 08 de Outubro de 1460

          Denoto algum desinteresse, a nível condal, pela política portuária não pude deixar de reparar na dificuldade em encontrar candidatos a capitães dos portos de Coimbra. Por outro lado verifico que o Parlamento não ratificará tão cedo os nomes dos candidatos a Juízes da Real Casa da Justiça, ainda por cima o Condado do Porto está com dificuldades em arranjar cidadãos interessados.

          Se porventura forem abertas candidaturas extraordinárias ao Porto de Aveiro, juntarei o útil ao agradável e candidatar-me-ei. É imprecindível que a evolução do Porto de Aveiro não pare e, admito que já tenho alguma saudades de participar na área náutica do Reino de Portugal.

          Lamento que, constatando os meus receios, a Marinha Real Portuguesa se encontre sem actividade, e mais, sem instalações, sem aplicação e exercício dos deveres exercidos pela Constituição sobre a Instituição. Lamento-o porque eu estaria disposto a ingressar na instituição, poucos detêm tanta experiência, estudos e interesse pela navegação, portanto julgo que eu seria uma mais valia, isto claro se houvesse marinha, o que não há, e parece não vir a haver tão cedo.





                        Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


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          Sylarnash
          [Aveiro, Condado de Coimbra]

          Chovera todo o dia. Sylarnash passara o seu dia dentro de casa rodeado de livros, cadernos, papeis e escritos importantes. Não tinha havido possibilidade de sair do interior da residência então o conde entregara o seu tempo para tratar de alguns documentos importantes.

          Após notar a ausência de uma entrada no seu diário à alguns dias Sylarnash sentou-se no escritório e escreveu umas novas linhas.


          #62 wrote:

            Aveiro, 12 de Outubro de 1460

            Apesar de raras, as visitas de familiares à Mansão em Aveiro, acontecem frequentemente, algumas rápidas e outras mais demoradas, para tal é sempre de bom tom ter um pouco de um bom vinho ou outros líquidos de luxo para oferecer aquando de uma boa conversa ou troca de informações sobre os territórios mais longínquos.

            Foi ontem tirado o dia para fazer uma lista dos bens que detenho em Aveiro e verifiquei que entre outros bens degradáveis ou consumíveis, a pequena adega local encontrava-se severamente vazia. Tal era necessário ser corrigido. Não só era um desrespeito para com os visitantes não colocar um bom jarro de vinho ou umas uvas, mas também era uma mancha deixada pelo senhor na hospitalidade aveirense e nobre.

            Lá tratei, após uma boa noite de sono e reflexão, de encarregar alguém de viajar até às adegas do norte para trazer alguns bens menos encontrados nos mercados cá do centro. O Rodrigo ainda estava cá em Aveiro, a sua ajuda noutros assuntos da residência tinham sido bastante úteis e a sua presença justificava-se, mas agora menos, por foi ele mesmo quem autorizei a ir ao Condado do Porto trazer alguns dos bens necessários.




                          Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


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            Sylarnash
            [Aveiro, Condado de Coimbra]

            Sylarnash tinha decidido, após jantar, ir dar um pequeno passeio pela Cidade de Aveiro. Os dias começavam a ficar mais pequenos, a chuva de Inverno chegaria em breve, e o conde desejava aproveitar todas as últimas oportunidades de bom tempo que restavam.

            Tinha começado a escurecer verdadeiramente, de facto já à alguns momentos que a aceitável hora para um sacerdote andar pelas ruas da cidade se tinha esgotado, mas o passeio daquele dia mostrara-se revitalizador e revigorante então Sylarnash decidiu não olhar muito a isso, no entanto deu meia volta e retomou o caminho de regresso a casa, com certeza que a sensação de conforto naquela noite se iria manter por mais alguns momentos de passeio. Ao seu lado um velho guarda, e com quem partilhara grande parte dos momentos da sua vida, o acompanhava, Zacarias.

            Vários minutos se passaram, e após um passo mais apressado desde que Sylarnash começara a sentir um pouco de frio, finalmente chegaram ao interior da residência. Um serviçal do conde, tinha notado a entrada nas imediações da mansão e pegando em algo caminhou ao encontro do conde, interpelando-o nos segundos seguintes.

            - Monsenhor, bem-vindo de volta! - saudou o serviçal - Chegou uma correspondência para si. - Disse o homem ao esticar a mão que continha um papel enrolado.

            Sylarnash recebeu em suas mãos o documento que o serviçal lhe entregara e em poucas palavras agradeceu.

            - Muito obrigado, podeis ir aos vossos afazeres.



            #63 wrote:

              Aveiro, 15 de Outubro de 1460

              Um emissário do Conselho apresentou-se hoje cá na mansão. Não demorou muito, aliás não demorou nada e nem nos contactamos, apenas um documento selado foi deixado e o emissário, jovem ou velho, gordo ou magro jamais saberei, o mesmo após largar literalmente o documento, que me fora entregue logo após regressar da visita à Igreja de Aveiro, afastou-se.

              Tratava-se da informação de que eu tinha sido nomeado Capitão do Porto de Aveiro. Nada que não estivesse às espera de receber informação, mas não pensei que viesse a ser através de um simples papel a ser entregue por um criado condal, esperava um anúncio público do Conde, do Porta-Voz ou mesmo do Intendente das Obras e Minas, algo como em tempos fora feito, e até bem à pouco tempo, eu mesmo o tinha feito pela última vez.

              Após ter quebrar o selo do pequeno documento sorri e com um sorriso na face voltei a enrolar o papel e a pousa-lo sobre a secretária. A ironia presente naquele papel (evento IG) era (in)oportuna:
              15/10/1460 23:28 : Foste nomeado Capitão do Porto. Vais fazer muita gente cheia de inveja!




                            Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


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              O dia no Porto de Aveiro terminara. Sylarnash iria em breve fechar o edifício do porto, arrumou alguns documentos sobre a secretária do gabinete do capitão, a sua secretária, e notou o seu diário no canto esquerdo da secretária. Não hesitou, observou o resto do gabinete mais ou menos arrumado e então sentou-se por alguns minutos e descreveu o que lhe ia na alma, naquele dia a falta de resposta de alguns cidadãos.

              #64 wrote:

                Aveiro, 29 de Outubro de 1460

                Iniciei à duas semanas os trabalhos na Capitania do Porto de Aveiro, o inventário do porto encontrava-se já preparado para a fase de obras que se iria iniciar, contudo havia necessidade de encontrar mão de obra qualificada, o que iniciei de imediato à procura.

                Enviei dois serviçais às universidades mais próximas, Coimbra e Porto, as mesmas mantêm, normalmente, um quadro com as pessoas qualificadas. Iniciei os contactos logo que obtive os nomes dos cidadãos Mestres em Alvenaria. Foram enviadas cerca de cinquenta cartas aos cidadãos de Coimbra e Porto capacitados.
                Apesar da quantidade de enorme quantidade de pessoas qualificadas, poucos foram os que responderam, a recepção das cartas pelos mesmos foram confirmadas, usei dos meus próprios mensageiros, não usei pombos uma vez que havia necessidade de ter confirmação de que as cartas seriam entregues às pessoas.

                Desde o dia em que foram enviados os mensageiros até hoje, apenas cerca de uma dezena das pessoas responderam de volta. Louvo, apesar de tudo, aqueles que responderam, negativamente ou afirmativamente pouco importa, a seriedade das pessoas está na capacidade de não terem medo de demonstrar-se capazes ou incapazes de ajudar, está na capacidade de responder civilizadamente ao outro interlocutor. As obras seguem com cerca de duas contratações por dia, às vezes 3. Alguns dos contactados comprometeram-se a dirigirem-se a Aveiro nas próximas semanas, dois deles já se encontram em Aveiro e ajudam diariamente, mais virão em breve, tenho fé.




                              Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


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                Sylarnash
                [Aveiro, Condado de Coimbra]

                O Conde passara os últimos dois dias maioritariamente nas instalações da Real Casa de Justiça, não como juiz como se tinha candidatado, mas como requerente da reapreciação de alguns processos que em primeira instância não foram correctamente julgados e sentenciados.

                O primeiro dia de audiências terminara...


                #65 wrote:

                  Aveiro, 05 de Novembro de 1460

                  Finalmente se iniciaram as audiências de análise dos processos que coloquei na Real Casa de Justiça para reapreciação. O cansaço de me manter fechado nos salões do tribunal da Real Casa da Justiça horas a fio é visível.

                  Apesar dos imprevistos, dos desacatos que por duas vezes decorreram não poderei dizer que não esperava por eles, não poderei também e mais importante dizer que tenham tido qualquer efeito nos cidadãos, nobres, de honra, de rectidão e seriedade inquestionável que no tribunal se encontravam, a análise dos processos continuou como previsto. Resta lamentar determinadas atitudes.

                  Em breve, serei novamente chamado a prestar depoimento na Real Casa da Justiça, até lá prepararei o discurso, tratarei de reunir e cuidar das provas, hoje em dia segurança em torno das matérias mais sensíveis e importantes nunca é demais.




                                Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


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                  [Aveiro, Condado de Coimbra]

                  A entrada do Conde na vida académica transformara por completo os afazeres do mesmo. Como se já não chegassem os trabalhos e funções diárias, as aulas enchiam os horários de cada dia e traziam um visível cansaço a Sylarnash, a única vantagem era, realmente, a oportunidade de ensinar os estudantes e, claro, os pagamentos pelas aulas que dera.

                  Os alunos chegavam aos grupos de 5 e as aulas tinham um sabor a vitória, o pequeno grupo de estudantes para cada aula possibilitava o acompanhamento mais de perto das dificuldades dos alunos.


                  #66 wrote:

                    Aveiro, 20 de Novembro de 1460

                    Iria deixar aqui algumas linhas com os mais recentes acontecimentos e momentos, no entanto vejo que os alunos já começam a tomar os seus lugares na sala de aula, terá de ficar para uma próxima oportunidade.

                    Muito trabalho, muito trabalho.


                    (espaço em branco)






                                  Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque




                    E assim ficou escrita uma estranha e curta entrada no diário.
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                    Sylarnash
                    Os dias sem que o Conde escrevesse no seu pequeno livro sucediam-se, o trabalho era verdadeiramente muito, o tempo para reflexão e planificação era de tal maneira escasso que pouco ou nenhum sobrara.

                    O Conde de Óbidos encontrava-se na sua residência em Aveiro, naquele momento tratava de alguns documentos da Real Chancelaria quando o seu fiel Senescal pedira licença para entrar e conversar um pouco. Como habitual, Sylarnash cedeu algum do seu escasso tempo para ouvir o velho mas fiel amigo.

                    - Senhor Conde, chego agora da praça. - disse Rodrigo - o Senescal, ao se aproximar e sentar-se - Surgiram alguns boatos de que...

                    Antes que conseguisse terminar a frase que iniciara, o conde interrompeu-o.

                    - Já sabes que se forem boatos sem sentido e criados apenas para ofender os envolvidos não estou interessado! - repetiu Sylarnash aquela frase que tantas vezes já a tinha dito

                    O Senescal sorriu e então retomou a palavra.

                    - Não se preocupe, verifiquei a veracidade deste boato e tudo aponta para que seja verdadeiro, e olhe que é grave, muito grave. - O conde abanou afirmativamente com a cabeça e então Rodrigo reiniciou a sua anterior frase - Como dizia Senhor Conde, surgiram alguns boatos de que o Parlamento estava sobre ataque.

                    O Conde abriu literalmente a boca, deixando cair o queixo perante as palavras daquele seu fiel amigo.

                    - Sobre ataque? - perguntou surpreendido - Trata-se de alguma força estrangeira? Algum grupo invasor?

                    - Não, não. Pelo que entendi trata-se de uma pequena revolta. - colmatou Rodrigo - Aparentemente os populares estão a incendiar os edifícios circundantes do Parlamento, inclusive Sua Majestade que inexplicavelmente se encontrava no meio da multidão foi atacada e não se sabe mais notícias sobre o seu estado.

                    Ao ouvir o último comentário, como se já não fosse grave o suficiente a existência de uma intenção de guerra civil, Sua Majestade estava envolvida e pior fora atacada. Sylarnash viu-se perdido, por momentos, nos pensamentos, após respirar fundo, demonstrando um ar composto por tristeza pelo sucedido e, ao mesmo tempo, aflição pelo monarca, retomou a palavra.

                    - É realmente uma gravíssima situação. É inconcebível que tal se tenha sucedido, o uso da força para o que quer que seja é inadmissível. - exclamou - Trata de enviar dois cavaleiros ao castelo afim de descobrir mais sobre o estado da Rainha, e tente-se também descobrir também como o Parlamento se aguenta, os Parlamentares não são militares, são políticos, o uso da força nada resolverá. - e acrescentou finalizando - Por mim os revoltosos seriam todos denunciados, e condenados por Alta Traição, é inconcebível que a discordância pelas acções dos eleitos leve a este tipo de situações.

                    Dito isso, Rodrigo saiu de imediato, deixando o Conde novamente enterrado em papelada, e dirigiu-se à Casa da Guarda da Residência em Aveiro afim de instruir dois cavaleiros para investigar sobre o sucedido.



                    #67 wrote:

                      Aveiro, 18 de Janeiro de 1461

                      Chegaram-me informações de que o Parlamento está sobre ataque, uma quase guerra civil contra os eleitos. Pouco tenho a dizer senão lamentar o sucedido e que as pessoas sejam incapazes de se revoltarem sem usar a força, o insulto, e a má educação.

                      O Fiel Senescal Rodrigo que ouvira e me transmitira esta situação contou ainda que Sua Majestade tinha sido atacada, pouco mais sei, apenas que um objecto foi atirado contra a mesma e que ela caiu inanimada no chão do terreiro junto aos revoltosos.

                      Espero que não passe de um acidente e que a Rainha recupere.






                                    Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


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                      Sylarnash
                      Ao fim do dia, algures no salão de estar da residência em Aveiro, Sylarnash escreve umas linhas no seu diários.

                        ...



                      #68 wrote:

                        Aveiro, 28 de Janeiro de 1461

                        Hoje foi dia de ao sul rumar. Os afazeres diários foram tratados pela manhã, e parti pelo início da tarde em direção à cripta do Monarca Dom Nortadas.

                        Estranhei, hoje, não encontrar ninguém por lá. A minha presença foi apenas a única visita daquela tarde. Envolto nos costumários ritos e orações, em homenagem ao falecido meu familiar passei a tarde. Nada de anormal ocorreu, e a cripta mantém-se em perfeitas condições, tal como na semana passada, e na anterior a essa.

                        Ao que tudo indica uma nova cripta encontra-se em construção lá para os lados de Lisboa, no decorrer da trágica revolta ocorrida por um pequeno grupo de manifestantes revelou-se fatal para a Rainha Ana Catarina. Tenciono visita-la em breve, mas temo que o corpo da monarca ainda não lá esteja sepultado, pelo menos não há informações de quando se realizou, ou realizará as cerimónias fúnebres da mesma.






                                      Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


                        _________________
                        Sylarnash
                        Os tumultos em Aveiro não passaram despercebidos. O Conde fora primeiramente informado por um mercador que à sua residência fora entregar algumas encomendas e ao passar, antes, pela Casa do Povo viu uma pessoa estranha, com a pele da cara enrugada pela figura de mauzão que fazia, presumindo, e corretamente, o pior...

                        Ao anoitecer, já em segurança no interior da sua residência mas visivelmente apoquentado com a tirania, Sylarnash escreve algumas linhas no seu diário...


                          ...



                        #69 wrote:

                          Aveiro, 17 de Fevereiro de 1461

                          A Casa do Povo de Aveiro fora ontem tomada de assalto. No centro da situação encontra-se um grupo de salacienses, ao que tudo indica procuram fazer valer a sua palavra, procuram vencer as suas guerras, ameaçando, o erário público, a paz da população em geral e o Condado de Coimbra.

                          N'O Farol foi-se reunindo a população para a revolta. Fui forçado a passar lá grande parte do dia, colocando de lado alguns afazeres de menor importância, afim de instruir da melhor forma possível os populares que se juntaram para combater a tirania dos assaltantes.

                          A população em geral condena os atos de terror criados por pouco mais de meia dúzia de estranhos àquele condado, não se consegue entender o que pretendem atingir com a pratica de crimes e o insulto gratuito. Espero que o ataque de retoma da Casa do Povo, preparado para esta noite dê frutos.






                                        Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


                          _________________
                          Sylarnash


                            ...



                          #70 wrote:

                            Aveiro, 20 de Fevereiro de 1461

                            Foi dia de fazer uma visita aos escritórios de cada diplomata na Real Chancelaria. É comum que as comunicações dos mesmos cheguem por carta, ou mesmo por vezes em pessoa.

                            Após verificar os arquivos de relatórios, de analisar as situações com cada território com o qual temos ligações, foram enviadas mensagens a cada diplomata. É de extrema importância saber do estado das ligações com o exterior, e na ausência ou na existência de informações desatualizadas, fui forçado a enviar-lhes pedidos de informações adicionais

                            Acrescento também que a Casa do Povo já foi tomada, e tudo indica que os tiranos se tenham refugiado no seu navio, pensando que sairão impunes.

                            AVEIRO SOMOS NÓS!!!






                                          Mons. Dom Sylarnash Manuel de Albuquerque


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                            Sylarnash

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