Ana.cat
O grupo tinha partido de Montemor-o-Novo ainda o sol não estava no seu pico, apesar de aqueles caminhos estarem em melhor estado que os que ligavam a vila que os vira partir a Alcácer do Sal e de o terreno ser menos acidentado, ali as planícies e luzirias faziam parte da paisagem, Ana Catarina sentia-se insegura em relação ao itinerário a seguir.
- Temo que estejamos atrasados - desabafou a Hijacker, sem deixar de tirar os olhos do caminho - Pergunto-me se não seria melhor fazer acampamento na estrada em vez de parar em cada vila por onde passamos, pouparíamos alguns dias dessa forma.
Ao longe já se avistava, ainda que de uma forma pouco distinta, o casario que antecedia a vila escalabitana.
- Vossa Graça - era um dos guardas que seguia à sua direita, embora um pouco mais atrás, parecia nervoso por a interpelar - Perdoai-me, mas ouvi as suas palavras. Veja, se não pararmos em cada cidade para alimentar convenientemente os bois e os cavalos eles cansar-se-ão mais depressa e não darão tanto rendimento. O caso dos bois é o mais bicudo, eles são lentos, embora resistentes, mas uma viagem pelo reino como esta é um esforço que eles podem não aguentar. Os cavalos ainda podem parar e comer o pasto, mas os bois precisam de alimento mais rico, a palha que trazemos lá atrás não é suficiente - o guarda parecia mais seguro de si - E caso alguma das juntas nos dê problemas poderemos sempre aproveitar a paragem numa das cidades para a trocar.
A Monforte meditou nas palavras do guarda, ela sabia que ele estava certo no que dizia, mas por vezes era necessário arriscar. No entanto Ana não era assim, ela gostava de dar passos seguros, o risco para ela tinha que ser algo controlado, portanto aceitou a sugestão do cavaleiro e chamou-o mais perto de si.
- Você tem razão. Avise os restantes para que aumentem a velocidade, temos que chegar ao rio ainda de dia, senão não o conseguiremos atravessar hoje.
O Tejo já se avistava dali e o grupo não demorou muito a chegar às suas margens onde encontraram algumas barcaças presas num cais improvisado de madeira a apodrecer.
A condessa tomou as rédeas e cavalgou na direcção dos barqueiros, não tardou a sentir atrás de si a corrida de algum guarda mas ignorou-o.
- Quanto cobram pela travessia, e quanto tempo demoram a efectua-la? - questionou do alto do seu andaluz.
Os barqueiros reuniram-se à sua volta, a Monforte sentiu cobiça nos seus olhos, provavelmente iriam-lhe fazer um preço deveras inflacionado.
- Minha senhora - começou um deles que usava um chapéu de pele gasta e uma espécie de palito nos dentes - Dependendo da vossa pressa e do que pretende transportar, lhe diremos um bom preço - a expressão do barqueiro era de gozo, provavelmente julgava-a por alguma fidalga de baixo nascimento devido às suas roupas cobertas por aquela velha capa. Ela sorriu para si, aquela indumentária surtira os efeitos desejados.
- Ouvi-me senhores, estou aqui a mando do Conselho de Lisboa, com o fim de conduzir até terras da Coroa de Castela e Leão estas carroças que aqui veis atrás de mim - Ana procurou um papel na bolsa de viagem que trazia à cintura e mostrou o seu selo aos homens, dizendo - P'la responsabilidade em mim investida solicito os vossos serviços e vossas barcas, necessito de atravessar o Tejo e entrar em Santarém ainda hoje.
Os barqueiros entre-olharam-se mal dispostos tivessem ou não respeito por aquela fidalga tinham que assentir aos seus desejos.
A travessia demorou mais tempo do que Ana estava à espera, as barcas não eram muito grandes e por isso cada animal tinha que ser transportado individualmente com mais duas pessoas a segura-los, pois não estava na sua natureza caminhar sobre água e a resistência que faziam para sair da barca provava isso mesmo.
Ainda não tinha todo grupo passado o rio e já a condessa alcançava as portas de Santarém com um sorriso na face, tinha conseguido... agora necessitava de encontrar uma estalagem onde passar a noite.
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- Temo que estejamos atrasados - desabafou a Hijacker, sem deixar de tirar os olhos do caminho - Pergunto-me se não seria melhor fazer acampamento na estrada em vez de parar em cada vila por onde passamos, pouparíamos alguns dias dessa forma.
Ao longe já se avistava, ainda que de uma forma pouco distinta, o casario que antecedia a vila escalabitana.
- Vossa Graça - era um dos guardas que seguia à sua direita, embora um pouco mais atrás, parecia nervoso por a interpelar - Perdoai-me, mas ouvi as suas palavras. Veja, se não pararmos em cada cidade para alimentar convenientemente os bois e os cavalos eles cansar-se-ão mais depressa e não darão tanto rendimento. O caso dos bois é o mais bicudo, eles são lentos, embora resistentes, mas uma viagem pelo reino como esta é um esforço que eles podem não aguentar. Os cavalos ainda podem parar e comer o pasto, mas os bois precisam de alimento mais rico, a palha que trazemos lá atrás não é suficiente - o guarda parecia mais seguro de si - E caso alguma das juntas nos dê problemas poderemos sempre aproveitar a paragem numa das cidades para a trocar.
A Monforte meditou nas palavras do guarda, ela sabia que ele estava certo no que dizia, mas por vezes era necessário arriscar. No entanto Ana não era assim, ela gostava de dar passos seguros, o risco para ela tinha que ser algo controlado, portanto aceitou a sugestão do cavaleiro e chamou-o mais perto de si.
- Você tem razão. Avise os restantes para que aumentem a velocidade, temos que chegar ao rio ainda de dia, senão não o conseguiremos atravessar hoje.
O Tejo já se avistava dali e o grupo não demorou muito a chegar às suas margens onde encontraram algumas barcaças presas num cais improvisado de madeira a apodrecer.
A condessa tomou as rédeas e cavalgou na direcção dos barqueiros, não tardou a sentir atrás de si a corrida de algum guarda mas ignorou-o.
- Quanto cobram pela travessia, e quanto tempo demoram a efectua-la? - questionou do alto do seu andaluz.
Os barqueiros reuniram-se à sua volta, a Monforte sentiu cobiça nos seus olhos, provavelmente iriam-lhe fazer um preço deveras inflacionado.
- Minha senhora - começou um deles que usava um chapéu de pele gasta e uma espécie de palito nos dentes - Dependendo da vossa pressa e do que pretende transportar, lhe diremos um bom preço - a expressão do barqueiro era de gozo, provavelmente julgava-a por alguma fidalga de baixo nascimento devido às suas roupas cobertas por aquela velha capa. Ela sorriu para si, aquela indumentária surtira os efeitos desejados.
- Ouvi-me senhores, estou aqui a mando do Conselho de Lisboa, com o fim de conduzir até terras da Coroa de Castela e Leão estas carroças que aqui veis atrás de mim - Ana procurou um papel na bolsa de viagem que trazia à cintura e mostrou o seu selo aos homens, dizendo - P'la responsabilidade em mim investida solicito os vossos serviços e vossas barcas, necessito de atravessar o Tejo e entrar em Santarém ainda hoje.
Os barqueiros entre-olharam-se mal dispostos tivessem ou não respeito por aquela fidalga tinham que assentir aos seus desejos.
A travessia demorou mais tempo do que Ana estava à espera, as barcas não eram muito grandes e por isso cada animal tinha que ser transportado individualmente com mais duas pessoas a segura-los, pois não estava na sua natureza caminhar sobre água e a resistência que faziam para sair da barca provava isso mesmo.
Ainda não tinha todo grupo passado o rio e já a condessa alcançava as portas de Santarém com um sorriso na face, tinha conseguido... agora necessitava de encontrar uma estalagem onde passar a noite.
[frp: Este RP faz parte de uma série que estou a fazer em cada praça das cidades por onde passo nesta viagem.
http://www.univers-rr.com/RPartage/index.php?page=lv&id=1984 /frp]
http://www.univers-rr.com/RPartage/index.php?page=lv&id=1984 /frp]
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