Ana.cat
[Rieux (Reoz) - Vannes (Gwened), Bretanha]
Ana Catarina já quase não reconhecia aquela cidade, da última vez que ali estivera com o seu contingente a aguardar a integração nos exércitos bretões. Aquela cidade era cheia de vida e negócios, agora parecia quase uma aldeia, os exércitos da Hoste do Sul lá estacionados limitavam-se a garantir a protecção da fronteira contra eventuais invasores, e felizmente Ana e os seus companheiros não foram tomado como tal.
O grupo, agora menos numeroso do que da primeira vez, em virtude das baixas sofridas em combate, decidiu hospedar-se na mesma estalagem que os acolhera durante quase um mês, mas desta vez estavam só de passagem. À noite Ana não esperou sequer pelo jantar que lhes era servido, uma pobre sopa de legumes, quente o suficiente para aquecer o estômago do frio que se fazia sentir, e foi-se deitar. A Monforte estava cansada da longa jornada que o grupo tinha feito até ali, uma perigosa jornada feita entre bosques e escassas aldeias onde nem estalagens existiam. O grupo teve que por muitos dias acampar a céu aberto à mercê de salteadores e bestas. Mas felizmente nenhum dos dois os atormentara.
Enrolada em gastos cobertores de lã a condessa tentava dormir, queria estar fresca para o dia seguinte, mas o estado crítico de Bernardo, seu primo, aliado ao triste fim de Bluemouse tomavam-lhe os pensamentos.
Eis que sentiu algo a pressionar-lhe o corpo sobre o cobertor, pareciam patas de gato, ela virou-se e viu o seu pequeno arminho a subir-lhe o corpo e a enrolar-se junto à sua face.
Ana acomodou-o melhor, de forma a que ele não a sufocasse caso adormecesse naquela posição, e afagou-o na cabeça. O animal já estava domesticado, apesar de ainda conservar o seu instinto de pequeno predador.
- Que queres pequeno Elfyn? A dona está cansada... - queixou-se àquele parente afastado de doninha (mas bem mais elegante e fofo!), a que tinha homenageado com o nome do Grão-Duque bretão, o animal soltou um grunhido e adormeceu... a dona não tardou a seguiu-lhe os passos.
Na manhã seguinte Ana foi das primeiras a levantar-se, após enganar o estômago com uma fatia de pão negro duro foi preparar ela mesma o seu cavalo, algo que não costumava fazer. Os dois ainda não se conheciam bem, e a mágoa que ainda sentia sempre que olhava para ele e lembrava da sua formosa égua baia morta em Limosin et La Marche também não ajudava. Mas aquela era uma forma de ter um maior contacto com o animal, para que ele começasse a confiar mais nela.
Após lhe ter colocado os arreios e de ter verificado se estavam de facto apertados, não fosse ela ter alguma queda na viagem até Vannes, Ana começou a escovar o animal, limpou-lhe o pelo dos detritos da viagem, carrapitos e parasitas.
Após estes cuidados a condessa arrastou um balde até ao equino e montou-o com a ajuda do primeiro. Custou-lhe um pouco, ainda tinha dores e faltavam-lhe as forças, mas lá conseguiu com alguma dificuldade. Dirigiu-se aos restantes elementos do seu grupo e pouco depois partiram em direcção a Vannes.
Foi ao entardecer que avistaram os imponentes muros daquela cidade portuária, mas ao contrário de Rieux os subúrbios de Vannes permaneciam cheios de vida.
Naquela noite hospedaram-se numa velha estalagem, no dia seguinte entrariam de novo em Vannes, seria o início do fim daquela aventura, iriam finalmente iniciar a construção do Cogue de Guerra e rumar a casa.
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Ana Catarina já quase não reconhecia aquela cidade, da última vez que ali estivera com o seu contingente a aguardar a integração nos exércitos bretões. Aquela cidade era cheia de vida e negócios, agora parecia quase uma aldeia, os exércitos da Hoste do Sul lá estacionados limitavam-se a garantir a protecção da fronteira contra eventuais invasores, e felizmente Ana e os seus companheiros não foram tomado como tal.
O grupo, agora menos numeroso do que da primeira vez, em virtude das baixas sofridas em combate, decidiu hospedar-se na mesma estalagem que os acolhera durante quase um mês, mas desta vez estavam só de passagem. À noite Ana não esperou sequer pelo jantar que lhes era servido, uma pobre sopa de legumes, quente o suficiente para aquecer o estômago do frio que se fazia sentir, e foi-se deitar. A Monforte estava cansada da longa jornada que o grupo tinha feito até ali, uma perigosa jornada feita entre bosques e escassas aldeias onde nem estalagens existiam. O grupo teve que por muitos dias acampar a céu aberto à mercê de salteadores e bestas. Mas felizmente nenhum dos dois os atormentara.
Enrolada em gastos cobertores de lã a condessa tentava dormir, queria estar fresca para o dia seguinte, mas o estado crítico de Bernardo, seu primo, aliado ao triste fim de Bluemouse tomavam-lhe os pensamentos.
Eis que sentiu algo a pressionar-lhe o corpo sobre o cobertor, pareciam patas de gato, ela virou-se e viu o seu pequeno arminho a subir-lhe o corpo e a enrolar-se junto à sua face.
Ana acomodou-o melhor, de forma a que ele não a sufocasse caso adormecesse naquela posição, e afagou-o na cabeça. O animal já estava domesticado, apesar de ainda conservar o seu instinto de pequeno predador.
- Que queres pequeno Elfyn? A dona está cansada... - queixou-se àquele parente afastado de doninha (mas bem mais elegante e fofo!), a que tinha homenageado com o nome do Grão-Duque bretão, o animal soltou um grunhido e adormeceu... a dona não tardou a seguiu-lhe os passos.
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Na manhã seguinte Ana foi das primeiras a levantar-se, após enganar o estômago com uma fatia de pão negro duro foi preparar ela mesma o seu cavalo, algo que não costumava fazer. Os dois ainda não se conheciam bem, e a mágoa que ainda sentia sempre que olhava para ele e lembrava da sua formosa égua baia morta em Limosin et La Marche também não ajudava. Mas aquela era uma forma de ter um maior contacto com o animal, para que ele começasse a confiar mais nela.
Após lhe ter colocado os arreios e de ter verificado se estavam de facto apertados, não fosse ela ter alguma queda na viagem até Vannes, Ana começou a escovar o animal, limpou-lhe o pelo dos detritos da viagem, carrapitos e parasitas.
Após estes cuidados a condessa arrastou um balde até ao equino e montou-o com a ajuda do primeiro. Custou-lhe um pouco, ainda tinha dores e faltavam-lhe as forças, mas lá conseguiu com alguma dificuldade. Dirigiu-se aos restantes elementos do seu grupo e pouco depois partiram em direcção a Vannes.
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Foi ao entardecer que avistaram os imponentes muros daquela cidade portuária, mas ao contrário de Rieux os subúrbios de Vannes permaneciam cheios de vida.
Naquela noite hospedaram-se numa velha estalagem, no dia seguinte entrariam de novo em Vannes, seria o início do fim daquela aventura, iriam finalmente iniciar a construção do Cogue de Guerra e rumar a casa.
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