Ana.cat
Desta vez Ana Catarina estava bem acordada quando saltou para o dorso do garanhão. O grupo despediu-se de Coimbra pela madrugada excepto Eudóxio Amaury, a condessa pedira-lhe para aproveitar a presença do mercado condal na cidade e assim adquirir comida para que os animais comessem descansados durante a viagem marítima até Valladolid.
- Encontramos-nos em Lamego! - gritou-lhe, do alto do seu andaluz enquanto dava meia volta para se meter no meio da caravana.
Nesta circulavam agora só as carroças com as pedras e o conteúdo da carroça dos víveres foi distribuído pela outra de forma a sobrar uma para Eudóxio fazer a viagem. Da mesma forma Ana entregou ao primo o comando de três dos dez guardas que trouxeram de Alcácer do Sal.
A norte de Coimbra a paisagem começava a mudar, mostrava-se mais dura e austera, o verde foi aos poucos sendo substituído pelo cinza da pedra, isso devia-se, pensava Ana, à proximidade da serra da Estrela onde aquela paisagem severa culminava na vila da Guarda.
A ausência de Eudóxio fora notada por todos, menos gargalhadas se soltaram na viagem, menos conversa animava os intrépidos viajantes, era uma marcha taciturna e aborrecida, até os bois pareciam demorar mais tempo a dar cada passo e os corvos pareciam rir-se deles naquele seu grasnar arrepiante.
O grupo passou por diversos povoamentos e quintas, eram sempre recebidos ora com curiosidade, ora alegria, ora com medo, mas em nenhum sitio o grupo parou, só em caso de necessidade (fisiológicas ou para se refrescarem).
A dada altura da viagem Ana Catarina foi chamada por um soldado que trotou atrás de si, desejava a sua presença no fim da coluna.
- Minha Senhora! Uma das rodas está rachada, só notamos agora.
A Monforte seguiu-o até à carroça indicada, era uma das que transportava pedra. De facto uma das rodas tinha dois apoios partidos.
- Mudem-na já, embora acredite que ela aguente não quero arriscar a dormir na estrada caso o eixo não resiste.
Felizmente o grupo trouxera uma roda suplente, mas era só uma, as outras poucas que sobraram ficaram na carroça que deixaram com Eudóxio. A mudança da roda não demorou mais de uma hora, mas foi necessário retirar com cuidado todas as pedras e colocar um apoio por baixo do tampo para compensar a falta da roda enquanto a estavam a desenroscar do eixo.
Pelas contas de Ana só chegariam a Viseu ao início da noite, era mau, mas poderia ter sido bem pior caso o eixo se tivesse mesmo partido pois não tinham ali nenhum suplente, se isso acontecesse teriam de deixar algo para trás e seguir caminho, pois os outros bois não suportariam todo aquele peso, ou correr até à aldeia mais próxima para adquirir uma carroça nova.
Já a noite se tinha instalado com um magnifico céu estrelado quando o grupo avistou as raras luzes de Viseu, fora um longo dia mas apesar da hora adiantada lá conseguiram arranjar um sitio onde ficarem.
_________________
- Encontramos-nos em Lamego! - gritou-lhe, do alto do seu andaluz enquanto dava meia volta para se meter no meio da caravana.
Nesta circulavam agora só as carroças com as pedras e o conteúdo da carroça dos víveres foi distribuído pela outra de forma a sobrar uma para Eudóxio fazer a viagem. Da mesma forma Ana entregou ao primo o comando de três dos dez guardas que trouxeram de Alcácer do Sal.
A norte de Coimbra a paisagem começava a mudar, mostrava-se mais dura e austera, o verde foi aos poucos sendo substituído pelo cinza da pedra, isso devia-se, pensava Ana, à proximidade da serra da Estrela onde aquela paisagem severa culminava na vila da Guarda.
A ausência de Eudóxio fora notada por todos, menos gargalhadas se soltaram na viagem, menos conversa animava os intrépidos viajantes, era uma marcha taciturna e aborrecida, até os bois pareciam demorar mais tempo a dar cada passo e os corvos pareciam rir-se deles naquele seu grasnar arrepiante.
O grupo passou por diversos povoamentos e quintas, eram sempre recebidos ora com curiosidade, ora alegria, ora com medo, mas em nenhum sitio o grupo parou, só em caso de necessidade (fisiológicas ou para se refrescarem).
A dada altura da viagem Ana Catarina foi chamada por um soldado que trotou atrás de si, desejava a sua presença no fim da coluna.
- Minha Senhora! Uma das rodas está rachada, só notamos agora.
A Monforte seguiu-o até à carroça indicada, era uma das que transportava pedra. De facto uma das rodas tinha dois apoios partidos.
- Mudem-na já, embora acredite que ela aguente não quero arriscar a dormir na estrada caso o eixo não resiste.
Felizmente o grupo trouxera uma roda suplente, mas era só uma, as outras poucas que sobraram ficaram na carroça que deixaram com Eudóxio. A mudança da roda não demorou mais de uma hora, mas foi necessário retirar com cuidado todas as pedras e colocar um apoio por baixo do tampo para compensar a falta da roda enquanto a estavam a desenroscar do eixo.
Pelas contas de Ana só chegariam a Viseu ao início da noite, era mau, mas poderia ter sido bem pior caso o eixo se tivesse mesmo partido pois não tinham ali nenhum suplente, se isso acontecesse teriam de deixar algo para trás e seguir caminho, pois os outros bois não suportariam todo aquele peso, ou correr até à aldeia mais próxima para adquirir uma carroça nova.
Já a noite se tinha instalado com um magnifico céu estrelado quando o grupo avistou as raras luzes de Viseu, fora um longo dia mas apesar da hora adiantada lá conseguiram arranjar um sitio onde ficarem.
[frp: Este RP faz parte de uma série que estou a fazer em cada cidade por onde passo nesta viagem.
http://www.univers-rr.com/RPartage/index.php?page=lv&id=1984 /frp]
http://www.univers-rr.com/RPartage/index.php?page=lv&id=1984 /frp]
_________________