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[PORTUGAL] As cartas

--Carteirista


O larápio tinha já fisgado o seu alvo. O Nobre Senhor passeava pela praça e o seu semblante mostrava-o absorvido nos seus próprios pensamentos e muito pouco consciente da grande bolsa de couro que expunha à cintura.

Seguiu-o durante instantes, atento a todos os movimentos, estudando a melhor maneira de efectuar a abordagem.

Segue em passos apressados e chegando-se a ele por detrás, dá-lhe um encontrão. Foi um segundo, ou nem tanto, e afasta-se após um
“Perdão.”

A bolsa pesava-lhe nas mãos e era augúrio de um dia em cheio. Umas moedas de ouro que gastaria naquela casa onde certas damas o acompanhavam em algumas bebidas seguidas de outros divertimentos, ou até, quem sabe, algum documento importante pelo qual lhe dessem uma choruda recompensa.

Ao virar a esquina procura um beco escuro onde revista enfim o fruto do seu trabalho.

3 moedas… leva-as à boca e trinca-as.

Bom ouro…bom divertimento…sorri.

Mas… de onde vem tanto peso???


De dentro da bolsa retira um molho de cartas, cuidadosamente guardadas e conservadas, presas com uma fita verde. Nota a escrita cuidada de uma Dama…. “inútil”-pensa ele.

E ali na esquina do beco deixa cair o volume com desprezo!


Rp criado cm expresso consentimento dos intervenientes.
--Lucia_almeida


O sol primaveril convidava ao passeio na Praça.

Luisa e Lucia deslocavam-se em passo lento, como quem aproveita com prazer cada raio de calor. Agora que o Inverno findava, ambas conspiravam em sussurro os alegres passeios que planejavam efectuar, com os dois belos filhos do ferreiro da Aldeia.


Os planos iniciavam-se no despistar do olhar atento da mãe e esse era o passo que mais arte requeria das moças.

Entre esquemas audaciosos e pequenas gargalhadas, Lucia depara-se com um volume envolto numa fita verde a seus pés.


Parecem cartas, mana… de onde terão vindo??? -Olham em volta, mas os traseuntes não parecem notar a presença daquele maço de folhas ali caído no chão.

Serão cartas de amor, mana? Algum príncipe que por aqui passou a galope no seu corcel deixando cair as cartas da sua amada??? – Luisa suspira enquanto na sua mente desenrola a mais bela história de amor…

Lucia, menos sonhadora que a sua irmã, olha-a com cara de gozo… Lá estás tu!!! Nem tudo na vida é um conto de fadas!!!

Como quem encontra um pequeno tesouro, as irmãs decidem sentar-se no banco de jardim mais próximo e desatam a bela fita verde.
--Chico_bruto


Psst! Oh meninas!
Essas cartas por acaso são vossas?
Vamos lá a ver! Para cá com isso que não é para andarem a ler o que não é vosso.


Arranca as cartas das mãos das raparigas e vai para junto de um rapaz do lado oposto da rua.
Olha lá o bardajão! Esta porcaria não é tua?
Não faças essa cara... Bem te vi mandares esta trampa para o chão.
Andas a enfiar as unhacas nos bolsos dos outros e depois mandas o lixo deles para o chão.
Não queres isso queima ou deita no lixo. Julgas que tás em casa ou quê?


Ao ver que o carteirista não agarrava nas cartas atira-lhe com elas à cara.
Preciso dizer-te outra vez?
--Chico_bruto


O carteirista olha para o Chico e sorri, Chico responde rápido.
Tava a ver que não te lembravas de mim!

Abraçaram-se os dois como velhos amigos, e Chico continuou
De onde vieram estas cartas também devem ter vindo alguns cruzados, não? Anda, paga-me mas é uns copos com essas moedas.

Enquanto entravam na taverna...
Quase me esquecia...
Pssstt! Oh meninas, peguem lá as cartas para se entreterem.
Mas não se ponham a ler muito que ler dá-vos cabo da vista!
--Luisa_almeida


Luisa ainda tremia da situação e do sujeito de modos rudes, mas a visão das cartas, outrora tão limpas e organizadas, ali espalhadas no chão chocava ao mesmo tempo que a curiosidade se aguçava.

Prontamente se ergue do banco e se prosta no chão apanhando-as uma por uma, sem esquecer a fita verde agora um pouco suja.


Olha mana, todas as cartas estão datadas... aqui está a primeira... Se as lermos certamente, descobriremos a quem pertencem...

E lê alto para Lucia:

Montemor, 26 de Janeiro de 1458

Boas tardes querido Conde,

Espero que esta carta o vá encontrar bem, bem como à nossa bela cidade. As saudades de ambos são muitas...

Esta noite tivemos ordem de marcha para Montemor. Aqui estamos hoje acampados às portas da cidade.
Rezo à Deusa que não chova, pois as tendas parecem ser bastantes humidas.

Acredito que rumemos de novo a Santarem, uma vez que os meus pombos correio voltaram com noticias menos boas. O que enviei para Leiria trouxe-me novas de que os espanhois aportaram por lá esta manhã. O que enviei ao General de Coimbra não voltou... o que não posso negar que me deixou bastante triste e preocupada.

Noticias me chegaram sobre as eleições de Coimbra. Logo à noite à volta da fogueira, as primeiras bjekas serão em brinde a vós.

Por favor mande-me noticias. Os dias aqui correm solitários...

Beijos,

L.


São cartas recentes- diz Lucia - para um Conde... de Coimbra...

E este L. ??? Assina somente L??? - Luisa estava intrigada - nada de nomes, mana...procuremos a próxima.
--Lucia_almeida


Lucia segura a segunda carta nas mãos

Aqui está, mana. Pela data esta será a próxima carta


Avis, 27 de Janeiro de 1458

Querido Conde,

Mais uma vez lhe escrevo, tentando quebrar a solidão que me assola, apesar de estar (hoje mais que nunca) rodeada de aliados.

Caminhamos toda a noite em direcção a Nordeste e acampamos pela madrugada perto das muralhas de Avis.
Dentro da cidade, o exercito do General Truly patrulha as ruas e becos.

Cada vez mais perto do confronto... o ar está carregado, o ambiente é soturno, apesar de muitos cidadãos frequentarem as varias tascas locais. No entanto parece-me uma cidade dividida, pois um dos seus mais conhecidos moradores, O Padre Martimen, é acusado por muitos de traição ao Reino...

O Duque de Palmela, General Araj, é um homem integro com quem tenho estabelecido varios contactos, e nota-se já as rugas da responsabilidade e das noites mal dormidas. No entanto e apesar das boas comunicações entre nós, desconheço os seus planos, mas a proximidade do palco de guerra avisa-me que o perigo está eminente.

Soubemos de movimentações no exercito inimigo, na cidade do Crato. Sabemos que saiu das muralhas da cidade e que se centrou às portas da cidade. Estará a aguardar-nos? Iremos nós ter com eles?

Do Quartel General de Coimbra, continuam sem chegar os tão esperados pombos, no entanto tambem não temos relatos de escaramuças por essas bandas. Que se passará com o General Satyrus? Espero que se encontre bem de saude.

Como vai a bela Alcobaça? Espero que em segurança.

Como me sabe bem escrever-lhe estas linhas, que são o que de mais parecido tenho com o seu ombro amigo. Aguardo impaciente um pombo com mensagens suas e da nossa terra e suas gentes.

Até breve , meu querido conde
um beijo

L.


Luisa, estarão a falar da recente guerra do crato???

Luisa acena afirmativamente com a cabeça enquanto procura pela carta seguinte

--Luisa_almeida


A curiosidade de Luisa era notória nos seus olhos que brilhavam ao ler a carta que segurava nas mãos.

Mana, ouve esta agora

Avis, 28 de Janeiro de 1458

Olá querido Conde,

Esta noite tivemos o nosso primeiro confronto. Mentiria se dissesse que não tive medo mas, encontro-me bem.

Estava colocada num posto mais atrasado e por isso "a guerra não chegou a mim". O nosso amigo Zé tambem se encontra bem, apesar de uma pequena escaramuça com dos traidores.

No entanto o nosso general, Dom Araj, ficou ferido e encontra-se na enfermaria. Alguns de nós tombaram, como o bravo Aprillia... foi um dia triste, mas temo...o primeiro de muitos.

Dom Rosseau ficou agora a encabeçar o nosso exército. É um militar de Setúbal e apesar de me ser desconhecido, tem toda a confiança de Dom Araj, pelo que acredito seja pessoa capaz.

Vi alguns dos traidores caídos por terra, penso que sofreram mais baixas que nós, mas no momento, quando o sangue fervilha e o coração nos bate com força, é difícil dizer com precisão quantos ou quem.

Foi uma noite comprida, meu querido amigo, por isso irei agora descansar um pouco. Arranjar forças para a próxima...

Por favor, manda-me noticias tuas. Sem elas, sinto toda a distância que nos separa.

Até breve, meu querido Conde
Beijos
L.


Luisa enternecia-se ao ler as cartas

Que emocionante... cartas de guerra, mana... achas que serão só mesmo amigos...ou...???

Lucia sorria à eterna sonhadora Luisa

Não sei, talvez sim... talvez mais outra carta nos elucide
--Luisa_almeida


Luisa pegava já na carta seguinte, curiosa pelo desenrolar da acção e por mais pistas sobre quem seriam aqueles amigos que desta forma se corresponderam em tempo de guerra.

Ouve, mana

Nó da mina Avis/ Crato, 29 de Janeiro de 1458,

Olá querido vizinho,

Espero que esta carta vá encontra-lo bem-disposto.

Como já é habitual, cá lhe escrevo umas linhas do que se passa aqui, na frente de combate.

Esta noite avançamos com o acampamento e estamos de momento na mina de ouro entre Avis e Crato. Ao longe avistamos ambas as povoações e os seus exércitos.

O exército inimigo recolheu de novo à cidade do Crato, e à protecção das suas muralhas.

A vida na mina é aborrecida. Nada para fazer durante todo o dia a não ser afiar e olear as espadas e remendar
os escudos. O que eu não dava por uma bela bjeka, no calor de um taverna.... mas... continuo a acreditar que esta missão é nobre, o que torna os seus desconfortos mais toleráveis.

Esta noite estive de guarda ao acampamento e houve escaramuças. Matei o meu primeiro homem, vizinho... e essa imagem assombrou-me todo o dia.
Porque não parou ele às nossas ordens? porque insistiu passar por um exercito armado? tantas duvidas vizinho, seria um espião ou somente um cidadão distraído?
O homem faleceu-me nas mãos e nunca mais esquecerei o seu rosto.

O Comandante Rosseau foi hoje promovido a General (ooc: Subiu a nivel 3 /ooc) e já ninguem tem duvidas sobre a sua capacidade de nos comandar. É o digno filho de seu pai, o Duque Araj, e conquistou a nossa lealdade. Iremos com ele para onde for.

O duque permaneceu em Avis a curar as maleitas da guerra, mas parece que está fora de perigo. Acredito que quando menos esperarmos ele se juntará a nós e combaterá ao nosso lado.

O bom do Zé manda cumprimentos. Tem um sido um "irmão" e nunca me deixa desprotegida.

Obrigada pela sua carta. Foi tão bom ler as suas palavras. Parabéns pela seu novo cargo. Acredito que mais uma vez, o desempenhará com muito profissionalismo.

Até breve, meu querido capitão
Que a Deusa zele por todos nós

Da sua
L.


Luisa suspira... adoro a maneira como se despede "Da sua L."- e solta uma risadinha marota- L. tal como eu.. ou tu... até poderia ser uma de nós!!!

Já Lucia, a sua curiosidade prendia-se com o desenrolar da guerra

Ai mana, mas... matar um homem?? mesmo em tempo de guerra... é triste!
--Lucia_almeida


Impacientemente, Lucia retira do colo de sua irmã a carta seguinte

Nó da mina Avis/ Crato, 31 de Janeiro de 1458,

Querido Conde,

Peço desculpas por não lhe ter escrito ontem, mas estivemos em exercícios de treino e foi bastante desgastante.

Vamos já no 3º dia de trincheira no nó, e pelo menos falando por mim, é desmoralizante e desmotivante. Acredito que a moral das tropas esteja em baixo, vendo o inimigo refastelado dentro das muralhas do Crato...e nós tão perto e tão longe...

No entanto, confirmo que estamos de boa saúde, eu e o Zé. Somente esta espera que nos enerva... se não fossem os exercícios e treinos... estaríamos resignados ao ócio pelo 3º dia consecutivo!

Espero que Alcobaça e Coimbra estejam bem e prosperas. As saudades que tenho de casa, do Templo, do pomar, de uma boa conversa acompanhada de uma bela bjeka sentada ao seu lado... mas... sem liberdade no reino... tudo isso estaria gravemente comprometido! Acho que é isso que me dá forças para suportar este maldito e empoeirado nó!

O inimigo mantém-se dentro das muralhas de Avis e por isso espera-nos uma noite calma...

Recolho-me assim à minha tenda, onde apesar da dormida não ser das mais confortáveis, tenho sempre a esperança que sonhar consigo a torne a melhor das noites

Boa noite meu querido Conde
Da tua

L.


Bem mais curta esta carta, mana, e ainda sem nomes...

Sim... quem terá escrito estas cartas? e a quem? Como é possivel estarem ali no chão abandonadas quando se nota que foram tão estimadas?

Não sei mana, não sei, mas isso aumenta a minha vontade de identificar a autora ou o dito Conde... certamente estarão à sua procura.

--Luisa_almeida


Nó da Mina Avis/Crato, 1 de Fevereiro de 1458

Querido Conde,

Espero que esta carta o vá encontrar mais alegre. Tenho estado algo preocupada pois as suas cartas transmitem-me uma certa melancolia.

Por aqui tudo corre na mesma. Quarto dia de mina. Recebemos uma missiva do Duque que nos dava ordem de marcha. Embalei esta tarde todos os meus parcos pertences mas, parece que afinal ainda não será esta noite que nos dirigimos ao Crato.

A moral das tropas é preocupante, mas acredito que vamos conseguir superar este marasmo de estar acampados no nó vendo o inimigo ao longe e não o podermos combater.

A espera é insuportável. E dá-nos demasiado tempo livre para pensar em tudo o que deixámos para trás. As saudades consomem-nos dia a dia. Tenho tantas saudades tuas, querido amigo, não vejo hora de poder voltar à nossa Alcobaça.

Sonho todos os dias com o nosso pomar e acordo com o doce sabor da fruta de Alcobaça ainda na boca. Espero mesmo que haja alguma acção muito em breve…que me distraia de tais pensamentos.

Bem… por hoje é tudo… amanhã haverá mais.

Um beijo muito carinhoso
Da sempre tua
L.


Luisa estava ligeiramente corada no final da carta

Esta pareceu-me um pouco pessoal demais, mana...

E ambas trocam um sorriso em nada inocente
--Lucia_almeida


Já poucas cartas restavam e ainda não sabiam aquilo a que se propuseram... Lucia olhava a próxima carta na expectativa da descoberta

Crato, 3 de Fevereiro de 1458

Meu querido conde,

Ontem recebemos finalmente ordem de marcha e viajamos toda a noite, ao abrigo da escuridão de uma noite sem luar.

Chegamos ainda de madrugada às muralhas do Crato, onde estendemos acampamento.

Penso que os traidores dentro da cidade nem terão dado por nós, pois não houve qualquer confronto.

Agora o dia amanhece, e cá estamos... 2 exercitos inimigos apenas separados pelas muralhas de uma cidade.

Hoje durante o dia tentarei ir á cidade. Verificar o dia a dia do povo sitiado, os seus mercados, as suas tascas...

Logo á noite logo se vê o que poderá suceder, mas por agora, vou descansar um pouco na minha tenda... que a caminhada foi longa.

Continuo bem e saudosa...

Um beijo muito carinhoso desta sempre sua,
L.


Finalmente parece que vamos chegar ás batalhas

Mas já sobram tão poucas- Luisa não conseguia dar vazão à sua curiosidade de conhecer a identidade de tais personagens- como vamos descobri-los???

--Luisa_almeida


Já temos alguns dados, mana... quem os poderá reconhecer?- Diz Luisa olhando em volta para traseuntes que passam.

Mana, faltam tão poucas... vamos ler as restantes e logo pensamos o que fazer, sim??Agora que chegámos à altura dos confrontos...estou curiosa!!!!

Luisa acena afirmativamente à irmã e pega na carta seguinte:


Crato, 4 de fevereiro de 1458,

Querido Conde,

Esta noite foi noite de contenda. O exército do general Rosseau, vendo os reforços chegaram sob o comando da General Bads, decidiu tentar passar as portas da cidade.

Infelizmente, encontrei pela frente a Dama Natachafcf, que me feriu logo que transpus a muralha, e que me incapacitou o braço da espada, bem como me destruiu o escudo, mas mesmo assim, vizinho, ainda consegui ferir apesar de sem gravidade Dom Cantifulas.

Encontro-me neste momento na tenda do Hospital de Campanha do Crato, onde deverei permanecer 5 dias até estar plenamente restabelecida.

O nosso querido amigo Zé procurou-me aqui na tenda, tentando saber de mim, e pude verificar com os meus próprios olhos que se encontra incólume.

Quanto a mim, nada que o tempo não cure... por favor não se preocupe.

As batalhas vão-se intensificar e eu... aqui deitada descansando. É tão injusto não poder estar junto com os meus companheiros de luta, neste momento.

E noticias da nossa Alcobaça, querido amigo? Como vai o Condado?

Hoje apesar do Inverno, senti já ventos quentes que vem do sul... e que me lembraram que a Primavera não tarda ai... e com ela o nosso pomar a florir. Não consegui conter um sorriso, e apesar das dores no corpo, senti-me feliz.

Um beijo muito carinhoso da sempre sua,
L.


Luisa abre a boca de espanto- L. foi ferida na guerra, mana... ainda bem que nada pior aconteceu...

Abrindo um sorriso, Lucia acalma a irmã

Não sejas tonta...nada de pior poderia ter acontecido...afinal... ainda temos mais 2 cartas... e foi ela que as escreveu... vês a caligrafia???- Diz-lhe enquanto segura a proxima carta
--Luisa_almeida




Luisa olha a penultima carta e mal lê as primeiras linhas, não consegue disfarçar uma tristeza na voz.

Crato, 6 de Fevereiro de 1458

Querido conde,

É com o coração despedaçado que lhe escrevo estas linhas.

Esta noite dois Gigantes Alcobacenses tombaram no campo de batalha. Como é injusta a vida... como dói ver os seus corpos despedaçados... como dói saber que não estava a seu lado.

Oh maldita Nataschafcf que me feriu e não permitiu que estivesse eu lutando com eles.

Zedopipo... como magoa só de pensar no seu nome, em como lhe falhei não estando lá para ele... que a Deusa castigue Augustof por tal feito... que me castigue a mim pela minha ausência.

Sup3roque...meu bom amigo.

Nem tenho palavras, querido conde. Tudo em mim é dor. Queria tanto poder encostar a cabeça no seu ombro e chorar...

Trouxeram-me a espada quebrada do Zé, que jazia a seu lado. Irei forja-la. Irei solicitar a um Mestre ferreiro que me ensine como o fazer... e empunhá-la-ei com toda a honra!

Mais 3 dias de repouso... desgastam mais do que retemperam... como posso eu repousar vendo meus amigos tombarem em luta?? Que cobarde me sinto!

da sempre sua,
L.


Ohhh... esta carta foi mesmo triste!!!

Lucia acena afirmativamente, tambem ela de semblante carregado

É a guerra, mana... é a guerra!

e no colo de Luisa restava apenas mais uma carta por ler e uma fita verde
--Lucia_almeida



Lucia pega na carta, na ultima carta por ler, e no momento em que se prepara para iniciar a sua leitura, uma rajada de vento sopra... deixando todas as cartas já dobradas em deslinho e levando pelo ar aquela que encontrou aberta pelo seu caminho...

Enquanto Luisa juntava as cartas e as resguardava, Lucia ergue-se e corre atrás daquela unica que esvoaçava pela praça.

Por duas vezes quase a apanhou... mas até parecia que algo não queria que tal acontecesse...

E foi mesmo em frente a seus olhos que vê a folha quase poisar até as mãos de uma moça que passa...

Liadan



Uma estranha rajada de vento quente e primaveril ergue-se de repente trazendo com ele a Liadan uma folha seguida de uma jovem...

Liadan prontamente agarra a folha e sorri à jovem


Por pouco o vento levava-te a carta e ficava o namorado sem as suas palavras, jovem.

E estende-lhe a folha que a jovem aceita, corando um pouquinho.

Na verdade não é minha... é uma de muitas cartas que eu e minha irmã encontrámos. Estavamos a lê-las tentando descobrir a quem pertencem...é de gentes de Alcobaça!

Lia sorri intrigada à moça

Querem ajuda?Eu sou de Alcobaça... Talvez seja de alguem que conheço. Vamos...eu ajudo, mostra-mas!

E seguem ambas até Luisa e as ditas cartas.

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