--Carteirista
O larápio tinha já fisgado o seu alvo. O Nobre Senhor passeava pela praça e o seu semblante mostrava-o absorvido nos seus próprios pensamentos e muito pouco consciente da grande bolsa de couro que expunha à cintura.
Seguiu-o durante instantes, atento a todos os movimentos, estudando a melhor maneira de efectuar a abordagem.
Segue em passos apressados e chegando-se a ele por detrás, dá-lhe um encontrão. Foi um segundo, ou nem tanto, e afasta-se após um Perdão.
A bolsa pesava-lhe nas mãos e era augúrio de um dia em cheio. Umas moedas de ouro que gastaria naquela casa onde certas damas o acompanhavam em algumas bebidas seguidas de outros divertimentos, ou até, quem sabe, algum documento importante pelo qual lhe dessem uma choruda recompensa.
Ao virar a esquina procura um beco escuro onde revista enfim o fruto do seu trabalho.
3 moedas leva-as à boca e trinca-as.
Bom ouro bom divertimento sorri.
Mas de onde vem tanto peso???
De dentro da bolsa retira um molho de cartas, cuidadosamente guardadas e conservadas, presas com uma fita verde. Nota a escrita cuidada de uma Dama . inútil-pensa ele.
E ali na esquina do beco deixa cair o volume com desprezo!
Rp criado cm expresso consentimento dos intervenientes.