Ana.cat
Ana Catarina espreitou pela janela... observou aos seus pés as movimentações na calçada contígua ao Paço. Escudeiros ao serviço das mais variadas e nobres Casas do Reino corriam de um lado para o outro preparando as montadas dos seus senhores, assegurando que tudo estava ao seu desejo. Ana distinguiu as quinas vermelhas dos Sagres esquartelado com o leão de ouro dos Silva, calculou tratar-se das armas do corcel do Príncipe-Regente, encontrou ainda as macieiras dos Camões, o campo esquartelado em cruz azul com quatro outras cruzes de Calatrava dos Sousa Coutinho, a aspa verde acompanhada por quatro flores-de-liz igualmente de verde sobre o fundo prateado das armas dos Miranda... e claro, o leão de prata da sua família, sobre um fundo cor de sangue.
Já o terreiro estava bem marcado, os criados do Paço não haviam deixado nada ao acaso. Tinham espalhado areia pela calçada, não só para abafar os maus cheiros dos cavalos mas também para marcar o lugar de cada nobre ou fidalgo da Casa Real para o início do cortejo. Entre a aglomeração de escudeiros, cavalos e criados distinguiu o vulto de Eudóxio, o secretário fazia-se acompanhar por dois oficiais menores, provavelmente a discutir os últimos pormenores da composição do cortejo.
- Sua Majestade, estamos atrasados, seria prudente vestir entretanto as roupas cerimoniais - falou uma voz atrás de si.
Ana virou costas à janela e encarou as aias que a serviam. A Monforte estava nervosa com aquilo tudo, e a sua paciência para aqueles arranjos estéticos era pouca ou nenhuma. Mas acabou por se render à realidade... que diria o povo se visse a sua rainha mal vestida e pouco arranjada? Não desejava ser alvo de troças, e mesmo que fosse, tal era inevitável - acreditava ela -, que não fossem aqueles os motivos dos gracejos populares.
- Estou nas vossas mãos... - disse às aias, abrindo os braços num gesto de rendição.
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Já o terreiro estava bem marcado, os criados do Paço não haviam deixado nada ao acaso. Tinham espalhado areia pela calçada, não só para abafar os maus cheiros dos cavalos mas também para marcar o lugar de cada nobre ou fidalgo da Casa Real para o início do cortejo. Entre a aglomeração de escudeiros, cavalos e criados distinguiu o vulto de Eudóxio, o secretário fazia-se acompanhar por dois oficiais menores, provavelmente a discutir os últimos pormenores da composição do cortejo.
- Sua Majestade, estamos atrasados, seria prudente vestir entretanto as roupas cerimoniais - falou uma voz atrás de si.
Ana virou costas à janela e encarou as aias que a serviam. A Monforte estava nervosa com aquilo tudo, e a sua paciência para aqueles arranjos estéticos era pouca ou nenhuma. Mas acabou por se render à realidade... que diria o povo se visse a sua rainha mal vestida e pouco arranjada? Não desejava ser alvo de troças, e mesmo que fosse, tal era inevitável - acreditava ela -, que não fossem aqueles os motivos dos gracejos populares.
- Estou nas vossas mãos... - disse às aias, abrindo os braços num gesto de rendição.
Nota FRP: Este RP irá desenrolar ao mesmo tempo que as investiduras devido a atrasos.
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