[RP] I Torneio Real de Justas (Condado d'O Porto)

I Torneio Real de Justas Português

Regulamento:

I – Critérios Gerais

• Só serão aceites Nobres, de Alta e Baixa Nobreza e Plebeus que tenham feito um contributo mínimo de 20 cruzados a uma Casa do Povo à sua escolha.
  
• Os cavaleiros representar-se-ão a si próprios, pelo que pode haver mais que um participante por Povoação ou Família.
  
• Cada cavaleiro, deverá escolher um escudeiro para que o possa auxiliar durante todo o Torneio.
  
• As decisões do Júri são definitivas, inapeláveis, inquestionáveis e irreversíveis.

II – Funcionamento do Duelo

• Caso o número de inscritos não seja múltiplo de 4, os Cavaleiros excedentes deverão integrar outros grupos, de forma a que se contabilize um número par de grupos.
  
• Serão feitas 2 bolsas. Na bolsa1, estarão os Nobres de nível 3 ou acima, na 2 os restantes nobres e os Plebeus. Caso as bolsas não fiquem preenchidos com o mesmo número de Cavaleiros, o Juíz deve adaptá-los de acordo com os bónus e penalizações do inscritos.
  
• Cada grupo terá dois cavaleiros de cada bolsa.
  
• Serão feitos tantos grupos quantos necessários para que todos os inscritos fiquem incluídos.
  
• O Duelo será disputado à melhor de três assaltos.
  
• Apenas os dois primeiros classificados do grupo passam à fase seguinte.
  
• Dos apurados, o 1º de um Grupo lutará com o 2º do Grupo seguinte e vice-versa. Serão disputados à melhor de três assaltos e o vencedor passa à fase seguinte.
  
• A final será disputada á melhor de cinco assaltos.
  
• Assim que um Cavaleiro vença dois assaltos, será decretado vencedor e passará à fase seguinte. Na final, será decretado vencedor assim que vença três assaltos.
  
• Os assaltos vão ser a cavalo, e, no caso da final, os últimos dois serão com as espadas.
  
• Em caso de desistência ou eliminação, o outro lutador vence imediatamente o combate e passa à fase seguinte.
  
• Se o cavaleiro atingir o escudo do adversário ganha 3 pontos.
  
• Se o cavaleiro atingir o escudo do adversário e partir a lança ganha 5 pontos.
  
• Se o cavaleiro atingir o escudo do adversário e o derrubar do cavalo ganha 10 pontos.

III – Regras de Cavalaria

• É terminantemente proibido insultar os adversários.
  
• O vencedor pode celebrar a sua vitória, mas deve ser cortês com o vencido.
  
• O incumprimento das Regras de Cavalaria pode levar à eliminação imediata.

Biat, que atravessa a praça em direção à igreja, ouve a pergunta e apressa-se em responder

D. Shyido, deveis apresentar vossa inscrição na praça pública. A Corte dos Nobres instalou uma linda tenda ornamentada com arabescos de ouro para atender os interessados em participar.

E para ajudar D. Shyido a encontrar mais facilmente a tenda, a Baronesa de Torre de Moncorvo rabisca um mapa em um pequeno pedaço de pergaminho.

http://forum.osreinos.com/viewtopic.php?t=2002300&postdays=0&postorder=asc&start=15

O trovador galego estava mui bem, obrigado, naquela estada em Portugal, mais precisamente em Porto: apetecia-lhe ouvir a sonoridade familiar e mais adocicada (conforme gostava d’assim dizer) daquelas bandas oeste das terras ibéricas, notadamente ele a ser partidário de Galiza e de Portugal, tão mais próximas do que os reinos mais centrais dos castelhanos além d’outros primos mais.
Já lhe havia, contudo, planos para regressar à Castela, precisamente a Valladolid, porque estava endividado com um trovador local a apresentar cantigas naquela outra língua, e ao fim, havia sido desafiado a fazê-lo e não julgueis vós que um desafio só se faz com pontas de lança e fios de espada, mas de todo o ofício que se presta o homem: a um trovador, suas cantigas.

E enquanto lá pensava com suas contas de rosário, perambulava aqui e acolá naquela plaga portuense pronto para uma trova mui bem melódica assim como um flauteado intervalado; era-lhe deveras fácil bailar o movimento dos dedos com a flauta e um sopro bem medido, quando não tinha tanto jeito para as cordas d’um alaúde, deixava aquelas cousas para seu amigo Aristarco e outros trovadores mais que já aspirassem mestrança do dedilhado.

Estava também um pouco preocupado, porque houvera dias ladinos depois que o amigo moçárabe havia partido: alguns lugares em que costumava tocar e se apresentar diminuíram os pedidos, de maneira que teve que fazer alguns cálculos para não deixar que os bolsos ficassem vazios por completo e às vezes o quotidiano d’um trovador era assim mesmo, alternando do excesso à carestia de solicitações, eis razão porque gran parte desta gente já se fazia prudente com os tostões e não apenas cautela de viajores corriqueiros.

Quando ao passar em uma viela qualquer, notou um anúncio afixado ao muro, que tão lhe chamou atenção: tratava das Justas Reais a comemorar a Aclamação da Rainha lusitana.
Oras, mas não era o mesmo assunto em que vira Aristarco e aquele amigo dele, Dom Eudoxio, tão preocupados quando inda estavam em Valladolid?
Não se atinara mui naquela época, porque não parava de pensar n’uma castelhana que lhe reluzia como estrela do céu, dando-lhe encantamento tal como um feitiço...

Só conseguia conversar com seu amigo trovador de quando em quando porque o assunto de trovas lhe era impossível perder ouvido ou atenção, assim era a natureza das gentes d’Artes.
Mas enfim, enfim, a dama castelhana só lhe rendera o préstimo de... de servir de inspiração às tristes cantigas d’Amor que nasceram em seu âmago. Paciência, paciência, porque nem tudo que um homem quer, há de se ter.

Tratou de jogar tristeza momentânea logo fora e ali mesmo, porque não era de seu temperamento ficar mui tempo abatido (cousas d’Amor iam e vinham, atingiam-no, mas não lhe paralisavam) e já se pôs a maquinar ideia d’isto tudo acompanhar, diretamente ao local. Por que não? Afinal encontraria mui diversão e é claro, o amigo Aristarco e quem sabe lá a fazer outros mais?
Finalmente se atinara ao que significava as Justas Reais e se animou prontamente: a viagem à Castela ou a qualquer outro lugar desse velho mundo haveria de esperar.

Seu pensamento voou como aqueles pombos que rasgavam o céu portuense o tempo todo, e tão logo imaginou as bancadas dos nobres, os palanques com arautos e povo animado reunido a se esbaldar com os “clanques” de metal se entrechocando, na habilidade dos contendores!
As Justas lhe aguardariam desde já...