Aristarco naqueles dias aproveitara para fazer algumas prospecções, investigações, porque se reunia muitas vezes com os mineiros exploradores para coletar e organizar informações acerca das localidades que parecia o ouro pulular em Avis; mui promissora era a boa vila, certamente.
Inda não havia propriamente realizar suas atividades mais diretamente ao campo, especialmente junto aos córregos e rios, lugares de seu maior interesse, justamente porque já fizera planos de ação por escrito, como uma espécie de método (aprendera a organização de ideias junto aos monges de Faaron no al-Ândalus) em que se ateria com o fito de tudo estar regido pelo intelecto, porque a harmonia embasada na razão mui bem convinha, especialmente naqueles assuntos mais práticos da vida, em que desordem e descuido era mais do que evidentes, pois mui convinha o cuidado.
Não menos, apresentou estes planos ao intendente local avisense que gostou de imediato ao saber e considerou isto tudo pesquisa como algo relevante e por que não, dentro da contabilidade dos trabalhos mineiros: ele próprio escreveu um documento dando a Aristarco licença para ir à casa condal de negócios e apanhar números da sorte, e assim concorrer à lotaria condal.
O trovador mais tarde se dirigiu para lá e em contentamento, mesmo por que, durante um dos sorteios acertou precisamente o número vizinho do escolhido, quase ficara com todos os dinheiros; valia a pena em muito trabalhar nas minas e empreendimento do ouro em Avis, e poder mais tarde concorrer à lotaria para quem sabe ganhar mais peso ao alforje com boas moedas...
Quem sabe não ganhasse na próxima, como saber?
Nada mais simples, oras, eis o roteiro fácil, pensava lá consigo o trovador: minas douro e lotaria, minas douro e lotaria, minas douro e lotaria e assim sucessivamente...
Mas que privilégio ter uma mina douro em Avis, a mesma que estava à disposição de seus bons moradores assim como a todos e quaisquer viajantes, ria-se Aristarco contente...