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[RP] [Justas] I Torneio Real de Justas - Tendas dos Cavaleiros

Laquila


Quote:

Fllora se despede de Laquila fazendo uma vênia... - Sorri e diz: Até mais caro amigo, nos vemos na arena!

- Na arena, querida amiga! - Te desejo boa sorte!...diz Laquila sorrindo enquanto se afasta em direção a sua tenda.

Cavaleiro_negro
O Cavaleiro Negro assim que termina o seu Duelo com a Baronesa Biat volta para a sua tenda para descansar um pouco até ao próximo duelo.
Martinho






O descanso dos contendores existia, contudo era breve, porque o dia era curto para a realização de tantos combates, mal havia tempo a perder e a recuperação então acabava por exigir definição das próprias condições: ou o cavaleiro prosseguia, ou enviava seu escudeiro rapidamente a anunciar retirada do torneio.
O fato era que ninguém gostava daquela última possibilidade, exceto por grave dano ou ferimento que colocava o cavaleiro fora de combate de maneira honrada, sem lhe faltar mérito inda que fado lhe tenha sido infeliz, desfecho indesejável.

Mui se fazia para prosseguir até o fim, era mais do que comum lutar com ferimento, mesmo alguns sequer se incomodarem quando grave, porque era preferível honrar a cavalaria a qualquer outra preservação – a de si mesmo – que fosse meramente temporária; corpo era perecível e sofrível, enquanto um valor, jamais, pois sobrepujava a força material da vida; a guiava. Pelo menos ali e naquele momento poder-se-ia dizer, pois quanto aos demais outros da rotina, à inquerir...
Decerto que isto se fazia por si mesmo exacerbadamente, ou mesmo por cobiça de fama e feitos, alguns poucos por ideais, não cá se estaria a ater qual razão, mas que segundo a variedade das inclinações humanas, o vigor da carga sobre montaria e sob armadura naqueles torneios fazia-se valer.

Via o trovador deitado à cama por um tempo, a descansar e mui imerso em seu mutismo, do mesmo jeito que o deixara, com o fito de averiguar o andamento das lutas no campo de honra; já não faltava quase nada para a segunda peleja se iniciar.
Martinho Albernaz, “o moço”, imaginava se alguma trova estivesse a povoar os pensamentos do mestre tão logo após a primeira peleja rude.
Mas não duvidaria se isto ocorresse n’algum momento, por mais que a circunstância fosse completamente outra daquel’ quotidiano costumeiro e pacífico que se levava, com tempo de sobra para o pensamento voar sem peias.

O arauto inda não anunciara, mas não tardava, e então disse-lhe em voz baixa:

- Senhor, senhor... Já é hora.

Aristarco levantou-se a resmungar algo ininteligível em concordância, já sinalizando para que o ajudasse mais uma vez com aquelas cousas todas de arrumação, a fim de tudo estar devidamente no lugar.
Faltavam poucas peças, porque não houvera tempo de se despir das mesmas diante a brevidade que antecedia a próxima luta.
E enquanto aquela repetição se dava, Aristarco lhe disse subitamente:

- Estas a guardar tudo na memória Martinho? Da poeira que levanta ao chão até sorriso gracioso da dama, do menor ao maior detalho, poderá ali nascer substância de trova.

O rapaz assentiu, apesar de já saber daquilo, no entanto ganhara mais significado a recomendação enquanto os acontecimentos se davam em seu próprio calor.
Por hora só conseguia se concentrar em arrumar aqueles metais de melhor maneira possível, rogando a si mesmo para que nada falhasse; talvez o aprendiz se atinasse às cantigas quando toda aquela agitação – de peleja – findasse, isso sim, oras...


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Johnrafael
E era o fim da segunda ronda. John Rafael, após outra nervosa peleja, desta vez contra o cavaleiro representante de Sylarnash, voltou para o acampamento onde colocou um suculento pedaço de carne rente às brasas de sua fogueira, para ter um modesto mas feliz jantar. O convívio em torneios ensinava a não morrer de fome durante a noite, pois nem sempre haveria um banquete. cortou os vegetais e colocou na panela de ferro, com um pouco de sal marinho, e deixou a cozer.
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B O N I T A S + A M O R + H O N O R
Biat


A notícia de sua eliminação do torneio a precedera e ao chegar à sua tenda Biat é recebida com caras tristes e imenso silêncio, diante dos quais cresce a tristeza da jovem senhora.

Ainda bem que D. Vitor não estava aqui para ver isso, pensa Biat, desconsolada. Mas como um raio vem a ela a ideia de talvez o resultado da luta que a desclassificara fosse outro caso seu amado não a tivesse abandonado sozinha na arena.

O pensamento comprime a tristeza, apequena a frustração, esmaga o desapontamento e faz brotar uma enorme irritação que toma conta de si e a acompanha ao descer de Riguel. Eé com exasperação e até grosseria que se dirige a sua equipe.

- Mas que caras são essas? Por acaso morreu alguém? Além de abandonada e derrotada ainda terei que aturar caras de enterro? Podem começar a trabalhar. Vamos levantar acampamento ainda hoje. Xispem, xispem... Cuidem de Rigel e me preparem um banho quente agora mesmo. Vamos, vamos, mexam-se, há muito a fazer.

Dá dois passos, provoca imenso barulho ao chutar com força um balde de ferro que voa longe quase caindo sobre um belo cão que vagava pelo acampamento. Entra na tenda e observa a agitação das aias no preparo do banho enquanto sua armadura é retirada sem que a irritada cavaleira mova sequer um dedinho para ajudar no lento processo.

Finalmente entra na enorme tina e se deixa envolver pela água quente que aos poucos desfaz os nós da irritação desatando o desapontamento, a feustração, a tristeza e as lágrimas. A água está quase fria quando deixa a tina rodeada pelas aias que tagarelam sobre as novidades do acampamento enquanto a enxugam, penteiam, vestem e perfumam. Pronta, deixa a tenda com as últimas instuções já agora em seu tom habitual.

- Desarmem tudo, carreguem as carroças e sigam para o castelo. Apenas o coche menor ficará a minha espera na área da frente das bancadas da arena do torneio.

E deixa o acampamento seguindo para a arena disposta a acompanhar o final do torneio, agora como mera espectadora.

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Aristarco




O físico (médico) resmungava irritadamente naquela ocasião quando se encontrava sentado em um pequeno banco a cuidar d’um braço agastado por peleja, deveras inchado por algum golpe que mal lhe houvesse minado, pois sim, tais cousas eram mui comuns de acontecer naquelas circunstâncias.

Não era novidade alguma aquilo tudo de ferimentos, cansaços e demais naturezas, contudo não a disposição do físico que ali se encontrava, talvez ele sim em uma estranha espécie de peleja: a inquietação e d’alguma maneira, desobediência do contendor após término daqueles assuntos de armas e enfrentamentos; o trovador não lá estava se importando em se manter deitado para exame de seu braço, mas estava sentado defronte aquela pequenina mesa à tenda, a disputar atenção com as coisas de medicina e uma pena que deslizava pelo pergaminho.
Não havia como esmerar muito, até manchas de tinta na destra e ao pergaminho pretejavam aqui e acolá porque a ‘disputatio’ com o humor do físico que insistia que se aquietasse, era das mais acirradas...

A tirar aquele ‘outro gênero’ de peleja (de temperamentos em adversidade), Aristarco já ansiava por registrar os últimos instantes de refregas e combate, inda mais que tão logo chegaria a final em que apenas um seria senhor do campo, porque não queria deixar a inspiração escapar-lhe das mãos (e ouvidos, conforme a tradição de musa) ao tempo que urgia:


REDONDILHA

Peleja

Mote


“Que mui prestai na luta,
Cavaleiros à Justa.”

Voltas

“Vitória que s’ almeja,
Nasce bem no coração
Em escudo abismado.
Com ardor que lampeja
Fazei üa boa peleja
Quando nesta Aclamação,
Há valor abnegado.”

“Escudeiros, atentai:
Dai-lhes lança e escudo
Na disputa a começar.
Cavaleiros, bem lutai:
E no valor campeai,
Mirai brasão desnudo
Para renome alcançar.”

“Avançai com mui vigor
Vossa cavalgadura:
Dai vivaz correria,
Pois eis üa luta em clangor
Que tenhais olhos, fulgor.
E na indômita bravura
Honrai cavalaria.”



Obviamente que em momento algum o físico conseguiu granjear vitória naquela rebeldia do trovador em prosseguir, mesmo com braço esquerdo em exame e cuidado, com a escrita que célere (e em má caligrafia) ia a nascer bem ali mesmo: tão logo foi-se irritado a fazer recomendações com palavras duras ao aprendiz Martinho, porque não adiantava nada falar com aquele surdo e cego (e louco) trovador que sequer se importava com sua presença, mas até a rejeitava na medida do possível, enquanto tinha o braço em exame. Refrega para além d’armas, era só o que faltava.

Martinho tentava acalmar o homem da medicina, enquanto aquel’ se afastava e pisava iradamente pelo caminho, que cousa, quando se esta tão irado, até a sombra do corpo compartilha o estado beligerante, pelos céus...
Já o trovador, levantava-se para ir ter com o cenário (ou melhor, contenda) final d’Aclamação, o segundo imperativo do momento (após a trova).

Então voltou seu olhar ao aprendiz, quando pareceu finalmente sair de ‘seu mundo’ (seja lá qual fosse), a lhe resmungar também em voz baixa, contida, como segredasse algo:

- Bah... Confio mais na medicina muwallad e sefardí...


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| Scholar: humanist thinker | Minstrel of al-Gharb al-Ândalus | Flemish-breton of Iberia: al-Musta'rib |
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