Encapuzado
Estava escuro, a noite caíra já há largas horas... Seria ainda dia 18 ou estar-se-ia já no dia 19?
O silêncio que geralmente imperava durante a noite era naquele dia interrompido pelo barulho da chuva intensa e o som agonizante do violento vento que se fazia sentir. E fazia frio, imenso frio, um frioincomum, mesmo para uma noite de Janeiro como aquela. Tornava-se até perigoso sair para as ruas, tal era a força da tempestade que furiosamente se impunha. Telhas, folhas e ramos voavam, arrancados e projetados pela ventania, poças inúmeras formavam-se e árvores e edifícios tremiam debilmente.
Do paço surgiu um vulto que, da mesma forma que se protegia do mau tempo, ocultava a sua identidade, encapuzado e vestindo uma enorme capa. Avançava rapida e discretamente até ao exterior, onde alguém o esperava. Nos braços segurava alguma coisa, encostada a si e abrigada, debaixo da capa, do frio e da chuva. À medida que andava, o vulto ia verificando cuidadosamente como estava aquilo que transportava, ao mesmo tempo que atentamente olhava o que o rodeava, verificando se não era seguido ou observado. A tempestade e as horas tardias ajudavam a que ninguém percorresse aqueles espaços ao ar livre, nem mesmo os guardas se atreviam a enfrentar a fúria da Natureza...
Embora não desse para ver o que a figura encapuzada tão cuidadosamente transportava e abrigava da chuva e do vento que a fustigavam, dava para ouvir. Aquele pequeno choro que se fazia ouvir por entre o grande chorar do vento era inconfundível... era um recém-nascido.
O silêncio que geralmente imperava durante a noite era naquele dia interrompido pelo barulho da chuva intensa e o som agonizante do violento vento que se fazia sentir. E fazia frio, imenso frio, um frioincomum, mesmo para uma noite de Janeiro como aquela. Tornava-se até perigoso sair para as ruas, tal era a força da tempestade que furiosamente se impunha. Telhas, folhas e ramos voavam, arrancados e projetados pela ventania, poças inúmeras formavam-se e árvores e edifícios tremiam debilmente.
Do paço surgiu um vulto que, da mesma forma que se protegia do mau tempo, ocultava a sua identidade, encapuzado e vestindo uma enorme capa. Avançava rapida e discretamente até ao exterior, onde alguém o esperava. Nos braços segurava alguma coisa, encostada a si e abrigada, debaixo da capa, do frio e da chuva. À medida que andava, o vulto ia verificando cuidadosamente como estava aquilo que transportava, ao mesmo tempo que atentamente olhava o que o rodeava, verificando se não era seguido ou observado. A tempestade e as horas tardias ajudavam a que ninguém percorresse aqueles espaços ao ar livre, nem mesmo os guardas se atreviam a enfrentar a fúria da Natureza...
Embora não desse para ver o que a figura encapuzada tão cuidadosamente transportava e abrigava da chuva e do vento que a fustigavam, dava para ouvir. Aquele pequeno choro que se fazia ouvir por entre o grande chorar do vento era inconfundível... era um recém-nascido.