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[RP] Ateliê - A Donzela Tecelã - tecendo sonhos...

Beatrix_algrave


- Não vejo motivo para isso. E eu tenho sono leve. Se eles descessem as escadas eu teria escutado.

Beatrix comenta. Ela não queria discutir novamente com Gennaro diante do prior. Quando Yochanan pediu que se retirassem, ela obedeceu.


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Narrador, roleplayed by Beatrix_algrave


Depois que o prior pôs-se a examinar examinar os fios, viu que eles pareciam ter sido rompidos e não cortados. Quanto à mancha o visco era de sangue, e parecia recente, pois estava fresco e não coagulado. O cheiro não deixava dúvidas.
Narrador, roleplayed by Beatrix_algrave


Depois que o prior pôs-se a examinar examinar os fios, viu que eles pareciam ter sido rompidos e não cortados. Quanto à mancha o visco era de sangue, e parecia recente, pois estava fresco e não coagulado. O cheiro não deixava dúvidas.
--Gennaro
Gennaro notou o desagrado de Beatrix ante o seu comentário. Pior seria se ele tivesse vocalizado o que realmente pensara.

- Se o dizeis, pupila...

Notou com algum desagrado que o prior não lhe havia respondido à questão que colocara e que dialogava mais abertamente com Beatrix. Era verdade que Gennaro estava bêbedo e tivera um comportamento inadequado, mas certamente que havia mais naquela história. Aquela mulher demoníaca devia atrair o prior com as suas falinhas mansas e ar angelical.

Ao pedido do prior, seguiu Beatrix para o exterior.
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Yochanan


A porta fechou-se com a saída do mestre e de sua pupila. Aquilo ali realmente correspondia a um mistério, que poderia ter uma fonte em alguns mistérios mais profundos ou naquele próprio reino de existência. Aquele era o momento de descobrir a qual deles aquela situação enquadrava.

O Prior se dirigiu às luminárias e as apagou uma a uma enquanto recitava em voz alta antigas frases em um idioma que ele tinha certeza nenhum dos dois que estiveram ali com ele conheciam. Uma língua que aprendera em seu tempo nas profundidades de Bayt Ghyr Marwf.

- Somd dla ighet, lughzo doel yder, emin eqba viince motho seluf, verdatf revelte!

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Narrador, roleplayed by Beatrix_algrave


Na cave silenciosa, a aura mórbida que tomava conta do amplo salão foi quebrada pelas palavras do prior, que ecoaram através de suas paredes. A escuridão no ponto onde ele estava foi se adensando, criando uma barreira que parecia ocultá-lo e isolá-lo de todo o resto. Mesmo em meio a escuridão natural do salão, aquelas trevas se destacavam, até que delas começou a emanar uma luz, inicialmente fraca, mas que em seguida começou a tomar uma forma definida.

Na barreira de trevas iam se formando imagens, como se um teatro de sombras se desenhasse diante dos olhos do prior. Havia um homem, uma figura de rosto encoberto, que sorrateiramente entrara ali, e instalara em um dos teares um diminuto mecanismo que deveria causar o efeito da movimentação. Era algo extremamente engenhoso, que só dispararia depois de algum manuseio. Mas ele fizera aquilo em apenas um dos teares e não nos três. Na noite seguinte ele retornara para recolher o seu artefato, e no processo, a tensão dos fios causou seu rompimento de forma abrupta. Ele não mexera em nada da sala, além daquele único tear.

Depois que ele deixou o local através do caixilho que dava acesso dali ao quintal, a cave voltou a quietude. Aquela visão ilustrava a causa de uma parte do problema, mas não do seu todo. O giro do teatro de luz e sombra se intensificou. Então, o prior ouviu um lamento plangente, primeiro de uma voz de mulher, depois de crianças, um menino e uma menina. Ele viu os teares sendo atirados para as paredes por uma força invisível, até que essa força tomou forma diante dele. Havia um homem alto carregando um machado. Ele levantou a arma como se fosse atingir o prior, e depois se desvaneceu.

No chão onde havia sangue, a poça secara e agora no local estava uma pequena rachadura, como se fosse a marca de um machado arremessado com toda a força contra a pedra do piso.
Yochanan


As cenas que ele viu haviam solucionado parte do mistério, mas havia algo mais antigo que ainda permanecia naquele lugar. O Viana suspirou. Aquele era um esforço que cansava não só corpo, mas também a alma do já não tão jovem Prior.

Ele tinha a sensação que Gennaro e Beatrix não estavam longe ou que ao menos havia alguém junto à porta que dava à cave, e portanto chamou-os em voz alta.

- Senhorita Algrave. Maese Gennaro. Venham aqui.

E aguardou o regresso de ambos, agora onde antes estava a poça de sangue fresco restava apenas uma mancha escura que revelava uma rachadura na pedra. Algo, talvez um machado, havia golpeado a pedra com grande força.

O Viana tocou as bordas da rachadura. - Sim, sim, preciso conhecer um pouco mais da história desta casa. - murmurou, naquele momento a porta se abriu.

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Beatrix_algrave


Beatrix que estava perto da porta da cozinha que levava a escada do porão, ouviu a voz do prior. Ela estava perto de Gennaro, mas não lhe dirigira palavra após as insinuações dele, e também porque o mestre parecia ainda desconcertado pelo estado em que fora encontrado logo pela manhã. Seria bem pior se ela tivesse acesso aos reconditos da mente do italiano e divisasse o que ele pensara a respeito dela.
Beatrix servira-se de uma xícara de chá e oferecera outra a Gennaro.

- Parece que o prior está nos chamando.

Ela disse deixou a xícara sobre a mesa da cozinha e dirigiu-se até a porta atendendo o chamado do prior dos azure.

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--Gennaro
Num estado de humor mais carracundo e obstinado do que lhe era costumeiro, Gennaro permaneceu em silêncio. O seu rosto numa expressão fechada e pertinaz era o suficiente para afugentar qualquer tentativa de conversação que a sua pupila pudesse ter pensado iniciar. Estava desgostoso com a vida e o destino, arrancando à pacata Itália para aturar uma mulher impertinente e ser tratado como tolo pelo prior da Ordem de Azure.

Aceitara a xícara de chá, lançando um olhar de soslaio a Beatrix, mas permanecendo em silêncio. De pouco bem tinha sido aquele silêncio, pois existem olhares que falam mais do mil palavras e o de Gennaro não dizia coisas agradáveis. Tinha dado dois goles quando ouviu a voz do prior.

- Parece que sim, pupila. - Comentou num tom ainda mais tempestivo, uma vez que tivera a impressão de ouvir o nome de Beatrix pronunciado em primeiro lugar. Que ultraje! Que ultraje!

Pousou a xícara sobre a mesa e seguiu atrás de Beatrix, os cabelos ruivos ondeantes, uma tormenta à sua fé.
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Yochanan


Maese Gennaro - chamou o Prior. - Preciso de vossos valiosos conhecimentos. - Ele disse levantando-se e caminhando em direção ao tear que a visão havia revelado ter sido manipulado. - Podes me dizer se há a possibilidade de que este tear tenha sido manipulado com algum artificio mecânico? O que quero saber é, encontras neste tear alguma marca que não seja decorrente de seu uso para o vosso oficio? - consultou sereno mantendo-se ao lado do mestre italiano.

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--Gennaro
Sobressaltado pelo pedido quase inesperado do prior, Gennaro arregalou os olhos, mas não demorou a aproximar-se do tear e a fazer aquilo que lhe era pedido.. Examinou minuciosamente o tear, levando tempo a observá-lo, por vezes deslizando a ponta dos dedos sobre a sua superfície. Franziu o sobrolho ao encontrar duas marcas estranhas que não seriam provocadas pelo trabalhar normal de um tear.

- Prior, veja estas duas marcas. Não são provadas pelo funcionamento normal de um tear. - Observou-as com atenção redobrada. - Julgo que algum mecanismo terá sido aqui encaixado, prior. Algo discreto e pequeno, mas com força suficiente para deixar estas duas marcas.
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Yochanan


O Prior se aproximou para observar as marcas encontradas pelo mestre italiano, e fez um gesto para que Beatrix se aproximasse, e então lhe perguntou: - Poderia algum mecanismo mecânico ser utilizado para dar as batidas no tear?

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Beatrix_algrave


Beatrix fica alguns instantes pensativa, e então responde.

- Senhor Prior, não descarto essa possibilidade, mas desconheço um mecanismo assim. Teria que ser não só algo muito engenhoso, mas também discreto, pois ao examiná-lo logo após as batidas, não notamos nada. O que me espanta mesmo é a forma como os fios se romperam, como se ele tivesse gerado uma tensão muito grande.

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Yochanan


Hmmm. - sonorizou pensativo o Prior. - Maese Gennaro, o que opinas sobre este caso? Acaso alguém mais sabia de vosso treino e de onde ele estava a ocorrer? - perguntou. E então à Beatrix ele perguntou: - Há algum outro acesso a este espaço?

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Beatrix_algrave


- Somente uma janela de vidro, que fica ali, serve como entrada de ar e iluminação, ou esse espaço ficaria muito insalubre. Não costumo mexer nela, pois tem feito um tempo agradável.

Beatrix responde, então aguarda que o mestre complemente a informação com algo que julgue relevante. Ela havia comentado apenas com sua sócias e as crianças. Será que ela estava sendo espionada.

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