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[RP] Ateliê - A Donzela Tecelã - tecendo sonhos...

Beatrix_algrave


Beatrix levantou-se da cama. Notou que a bilha de água do seu quarto estava vazia. Como estava sedenta e ainda assustada pelo pesadelo, decidiu que precisava de um copo de água. Levantou-se descalça para evitar barulho e acordar mais alguém. Saiu de camisola e abriu a porta do quarto, praticamente dando de cara com o mestre Gennaro. Quase gritou de novo, achando que aquilo era um novo pesadelo.

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--Gennaro
O corredor estava silencioso e escuro quando, de repente, uma das portas é aberta. O mestre sobressalta-se e assume uma postura defensiva durante os breves instantes que leva a perceber que à sua frente está Beatrix. Uma Beatrix de cabelos desalinhados e soltos, camisa de noite colada ao corpo pelo suor e expressão assustada. O italiano repara como a boca da pupila está entreaberta, como se esta se preparasse para gritar novamente.

- Fostes vós que gritaste?

Perguntou com a voz trémula ao mesmo tempo que dava dois passos para trás. A mulher à sua frente estava praticamente nua e isso horrorizava-o tanto quanto o cativava. Resistia ao desejo de a observar melhor. Os cabelos ruivos, mesmo na parca luz nocturna, faziam-lhe lembrar as chamas do inferno que ardiam quentes e puniam aqueles que cediam às tentações. Mulheres, mulheres odiáveis.
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Beatrix_algrave


- Eu gritei? Então, não era no sonho?

Beatrix perguntou confusa primeiro para Gennaro, depois para si mesma. em seguida explicou.

- Eu tive um sonho mau, nele eu gritava, mas não pensava que tinha gritado de verdade. Se eu acordei o senhor peço desculpas. Eu estava descendo para a cozinha, para tomar um copo d'água. Eu estou bem. Pode voltar a dormir, por favor.

Disse cobrindo-se com as mãos por estar de camisa de noite e querendo que ele sumisse dali e a deixasse só. Estava embaraçada, pois não era mais criança para ter pesadelos e procurar o colo do irmão. Os pés descalços deram um passo para trás.

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--Gennaro
Gennaro assentiu ligeiramente com a cabeça.

- Sim, houve um grito. Pensei que houvesse algum intruso ou que estivessem a acontecer coisas estranhas de novo. - Disse, tentando justificar a sua presença ali. Também ele não se sentia confortável com a situação e esforçava-se por dominar o seu mau feitio, a qualquer momento poderia perder o controlo. Mais uma vez, as suas vontades contradiziam-se, as crenças de anos eram postas em dúvida por meros instantes de convivência com o sexo feminino. - Tendes a certeza que está tudo bem?

Notando como a sua pupila se cobria com as mãos, Gennaro voltou o rosto para o lado. Uma mulher diabólica tentaria atrai-lo para a alcova naquele instante. Ou seria apenas uma artimanha da ruiva? Tentando fazê-lo acreditar nas suas boas maneiras. Abanou a cabeça sacudindo aqueles pensamentos.

- Se estiverdes bem, voltarei ao meu quarto.
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Beatrix_algrave


- Sim, estou bem. Agradeço a preocupação, mas por favor, o senhor pode voltar, nada aconteceu, foi só um sonho mau.

Ela disse insistindo para que ele fosse embora e em seguida trancou-se. Só depois de ouvir os passos do mestre se afastando é que Beatrix ousou deixar seus aposentos. Quando o fez, Atília e André também estavam no corredor, pois a conversa acordou a ambos. Beatrix insistiu que estava bem e ao mostrar-se sedenta, Atília foi buscar um copo d'água para ela.

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--Gennaro
Saiu da presença da sua pupila quase em passo de corrida. Galgou os degraus dois-a-dois e quase tropeçou no último, recuperando o equilíbrio ao apoiar uma mão sobre a parede. Estava ofegante, apesar do esforço físico não ter sido elevado. Enquanto recobrava o fôlego encontrou o caminho para o quarto e atirou-se para cima da cama.

Não voltou a pregar olho naquela noite, tal era a sua inquietação. Perdeu-se em pensamentos e juízos de valor, tentando avaliar ao certo quais os méritos e defeitos da sua pupila. Sentia-se completamente perdido. Fadado a odiar mulheres, encontrava em Beatrix o oposto às suas crenças praticamente congénitas. A dúvida estava plantada na sua mente e o mestre debatia-se fracamente com ela.
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Beatrix_algrave


Depois dos cuidados de Atília, Beatrix finalmente acalmou-se e foi dormir. Era bom ter alguém como Atília por perto. Ela dava o conforto materno que Beatrix nunca pode ter de sua mãe verdadeira que ela não conheceu.

Devidamente apaziguada de seus temores, Beatrix adormeceu e acordou renovada para a manhã seguinte de trabalhos e estudos. Bem cedo ela já estava tomando o desjejum na companhia das fiandeiras e de André.

Logo após tomar seu desjejum, o rapazinho, como de praxe vou levar o desjejum do mestre Gennaro, batendo em sua porta.

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--Gennaro
Um mestre Gennaro carrancudo e com as pálpebras inferiores tingidas de negro abriu a porta a André para receber o pequeno-almoço.

- Bom dia, rapaz, estava a ver que hoje não aparecias. - Resmungou ao estender as mãos para receber a bandeja.
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--Fiandeiras


- Bom dia, mestre. Tudo bem com o senhor?

O rapaz pergunta ao notar o mestre tão abatido.

- Vim o mais rápido que pude. Desculpe se demorei.

--Gennaro
Gennaro encolheu os ombros.

- Já tive dias melhores, e tu rapaz? - Comentou ao receber a bandeja. - Não demoraste mais do que o normal, julgo. Mas tive uma noite particularmente difícil. - Encolheu os ombros novamente para retirar importância ao assunto.
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--Fiandeiras


- Foi por causa do pesadelo da senhorita Beatrix?

André perguntou, pois ele também havia acordado com o grito.

- Eu também acordei, fiquei assustado, mas a Atília ficou cuidando dela e eu fui dormir. Demorei mas consegui. Tem gente que tem sono difícil, eu entendo. Espero que não aconteça mais.

Ele comentou com naturalidade e em seguida se despediu.

- Um bom dia para o senhor. Vou cuidar dos meus carneiros.
--Gennaro
Gennaro observou o rapaz por alguns momentos, absorto em pensamentos só seus.

- O grito acordou-me, não consegui voltar a adormecer depois disso. Pareceu-me tão assustada... deve ter sido um pesadelo muito grande. Espero que não volte a acontecer, para sossego de todos. Um bom dia para ti também, rapaz.

O mestre italiano levou a bandeja para o quarto e debicou os alimentos, não sentia grande apetite e doía-lhe a cabeça pela privação de sono. Arrumou o quarto, vestiu-se e desceu com a loiça suja e o resto do pequeno-almoço na bandeja, deixando-a na cozinha, antes de procurar a sua pupila para um novo dia de lições.
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Filipe
De manhã bem cedinho , Filipe foi até à casa de Beatrix perguntar se haviam criações masculinas . Para não ser mal educado , bateu à porta à espera que alguém lhe abrisse a porta .
--Gennaro
Um mestre Gennaro muito rezingão chega à sala principal e não encontra a sua pupila.

- Diacho da mulher, havia de chegar atrasada. Logo hoje, Senhor, logo hoje!

Passa as mãos nervosamente pelo cabelo e suspira exasperado. Aquele não era um bom dia para fazê-lo esperar. Estava prestes a gritar por Beatrix quando ouve uma batida na porta. Não estando lá ninguém para atender e residindo o italiano ali decide ser ele mesmo a abrir a porta.

Ao abrir, depara-se com um homem.

- Bom dia, que queres? Não achas que é um bocado cedo para bater à porta alheia?!

Resmunga ao mesmo tempo que bate o pé no chão.
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Filipe
- É que de manhã vem menos gente . E não precisa de ser tanto rezingão ... queria saber se há peças masculinas . - disse Filipe .
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