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[RP] Ateliê - A Donzela Tecelã - tecendo sonhos...

Beatrix_algrave


A cada hesitação preocupada de William, Beatrix parecia mais tensa. Ela pensava as piores coisas. Samuel, Kub e Fitzwilliam estavam viajando por Coimbra, e não chegariam a tempo para as festas. A ausência deles a preocupava e ela temia que as más notícias envolvessem algum deles. Sentada, como William pediu, ela recebeu a notícia que envolvia não um dos Henriques, mas o prior Vianna.

- Como isso é possível? Isso é uma injustiça terrível, não, não pode ser. E ninguém vai fazer nada? Precisam resgatá-lo.

Ela disse levando a mão a boca, não querendo chorar, mas já chorando.

William tentou acalmá-la, dondo-lhe algum whisky para beber. Ela tomou de um só gole. Sentiu os olhos vermelhos e a garganta arder em meio as lágrimas.

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--William_algrave


William ouviu as palavras de Beatrix e a sua reação, já esperada por ele. Esperou que ela se acalmasse um pouco e então continuou.

- Acalme-se irmã. Entendo sua revolta, mas é claro que faremos algo, mas não da forma que pensa. Esses são dias terríveis, cheios de deslealdade e violência. Eu não queria estragar sua noite de Natal, mas é que precisamos de sua ajuda. Você terminou o traje que o prior encomendou? Isso é muito importante, que ele use o traje da ordem em sua execução, com algumas pequenas modificações. Também vou precisar de Atília, ela virá comigo está noite.

William ia comentando enquanto entregava a Beatrix uma carta de Letícia, com as modificações que sofreria o traje.

- Apenas alguém que esteve com a Agulha poderia fazer algo assim, por isso vim tão rápido.
Beatrix_algrave


As notícias que William trouxera deixaram Beatrix confusa e agitada, mas ela mal tinha tempo de se recompôr, e já precisava agir e criar algo.

Ela enxugou as lágrimas como pode, e pôs-se a ler o que Letícia lhe escrevera. Enquanto lia, ela respondeu ao irmão.

- Sim, o traje está pronto, eu iria leva-lo da próxima vez que o fosse visitar no Paço em companhia de Fitz, mas essa guerra atrapalhou tudo e simplesmente o guardei.

Era algo deveras engenhoso. Levaria algumas horas. Não poderia levantar suspeitas, e precisava ficar perfeito.

Beatrix pensava que aquele fosse ser seu primeiro Natal tranquilo e em família, a guerra atrapalhara tudo. Agora Fitz e seus irmãos não estavam ali, e seu irmão viera, e ela recebera aquela notícia terrível. Mas por um momento ela imaginou como a jovem Celestis se sentiria no momento.

- Farei tudo o que precisarem. Assim que a ceia acabar me trancarei na sala de costura com Atília, Clotilde e Laurinda. O prior terá seu traje especial. Agora vamos para a sala, não quero que Nahian fique preocupada, já lhe bastam os pais e os tios ausentes na guerra.


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Nahian


Nahian estava preocupada, sentia que algo não estava certo. Sabia que os dois preferiam conversar sozinhos por se tratar de algo grave. Então ela aproveita uma distração das meninas que preparavam a mesa para mais tarde e vai cautelosamente pelo corredor para o escritório.

A porta estava semi aberta, dava para se ouvir a voz do tio Willian, mas pouco se entendia. Precisava se aproximar para ouvir melhor. Por um instante pensou em voltar, aquilo não estava certo, espiar as coisas assim e se descobrissem ia ficar muito mal perante o tio que acabara de conhecer. Mas não havia jeito, era impossível, estava muito curiosa para se resignar com os afazeres e acalmar a ânsia que sentia e em seu coração. Ele batia um pouco disparado, talvez por estar naquela situação de travessura, exceto que aquilo não se tratava de caprichos infantis.

Vai se aproximando e começa a ouvir melhor, consegue distinguir algumas palavras, prior, morte. Estava confusa, mas sabia que se tratava da morte de alguém, sua tia estava muito emocionada, talvez chorando. O tio Willian parecia mais sereno ainda que firme. Ver aquilo tudo deixou Nahian muito emocionada também.
--William_algrave


- Quanto a eles não se preocupe, Fitz e seus irmãos estão bem, apenas não vão poder estar aqui essa noite, mas tive notícias que retornarão assim que puderem. Eu também vim para lhe fazer companhia. Sei que é difícil sem eles aqui.

William disse e concordou em seguir para a sala. A conversa se encerrara ali e ambos fariam o possível para demonstrar que tudo estava bem, apesar dos pesares. Aquela deveria ser uma noite de paz.
Beatrix_algrave


Beatrix virou-se para sair, e por pouco não pegou Nahian espiando a conversa. Ainda viu a menina no corredor e se perguntou se ela teria escutado algo ou não.

Chamou por ela.

- Nahian? Já puseram a mesa? Vamos cear agora.

Ela disse a última parte sorrindo, tentando demonstrar que estava bem.

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Nahian


Volta ao chamado da tia, estava com receio que sua face demonstrasse que sabia de tudo. Fecha os olhos, respira fundo e se volta para tia com um sorriso.

Vamos sim tia! Já estava a procurar doces pela casa

Sorri e segue a tia
Beatrix_algrave


Beatrix tomou a mão de Nahian e acompanhou-a até a sala onde a mesa estava posta. Clotilde havia arrumado os presentes embaixo da árvore de Natal que se armara no atelier, um pinheiro pequeno, repleto de enfeites coloridos feitos de papel e madeira pintada. Havia guirlandas e outros enfeites dispostos por Clotilde.

A lareira fora acessa por André, o rapazinho pastor, que estava em volta da mesa admirando os pratos e sentindo o aroma dos assados deliciosamente dispostos.

Beatrix trouxera duas garrafas do vinho de Fitz e Laurinda as colocara sobre a mesa. Também havia cerveja e hidromel.

Na mesa coberta com uma toalha de linho bordada estava um belo leitão assado com uma maçã na boca. O peru assado estava ao centro, e havia também uma bela posta de salmão marinado com azeite, cebolas e nabos, arroz com mariscos e croquetes de sabores variados. Para sobremesa havia bolo de reis e pudim do abade de Priscos. Naquela noite usavam a melhor loiça da casa.

Uma cadeira extra foi trazida para Felicia a convidada de Nahian.

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--Felicia


Felícia estava animada, a mesa estava de dar "água na boca" como dizia sua mãe. Trouxeram-lhe uma cadeira e estava sentada como convidada. Já havia jantado com os Henriques inúmeras vezes, mas era a primeira vez que era "a convidada". Seus olhos brilharam e a menina deixou escapar um risinho, daqueles que os que estão a volta se indagam a razão para a despretensiosa felicidade. Havia conhecido passado um tempo na cozinha com a Clotilde, a Laurinha e a Atília enquanto a Nahian desaparecera misteriosamente. Isso a deixou mais confortável com as tecelãs e com sua estadia. Enquanto todos tomam seus lugares, vira-se para Nahian que sentava ao seu lado e sussurra para a menina:

Você sumiu de repente Nahi. Onde você estava?

Dizendo isso entre os dentes tentando ser discreta espera pela resposta da amiga que parece um pouco estranha.
Nahian


Nahian sorria, mas seu sorriso carregava um pesar, para alguns isso poderia passar despercebido, mas não para sua melhor amiga. Ela sabia que algo não estava certo. Nahian poderia negar, dizer que Felícia estava imaginando coisas, mas preferia não fazê-lo. Queria sinceridade e honestidade para com sim mesma então deveria dar o mesmo. Isso fazia de Nahian uma menina muito precoce, ela sabia ouvir as delicadas sutilezas da convivência cotidiana. Com um sorriso no rosto sussurra de volta a amiga:

Aconteceu algo sim, mas não posso falar agora preciso ser discreta. vamos aproveitar esse momento!

Disse rindo, a olhar para todos que se ajeitavam em suas posições na mesa ela se volta para tia e lhe dirige uma pergunta

Tia, como fazemos as orações por aqui?
--Fiandeiras


Enquanto as fiandeiras se disponham ao redor da mesa e cada um buscava seu lugar, as duas meninas conversavam, discretamente.

Laurinda tomou a palavra. E logo a pergunta de Nahian seria satisfeita.

Laurinda:- Gostaria de antes de nos servirmos, dedicarmos uma prece a Jah em homenagem a esse dia especial em que celebramos o nascimento de Christos, o Messias, o guia, o espelho do divino. Que foi anunciado por Aristóteles e que de acordo com a sua profecia, ele traria aos homens a palavra e confirmaria os preceitos aristotélicos. Christos o salvador veio a nós, assim como disse a profecia de Aristóteles. Sua influência seria grande e seus muitos seguidores, que iriam reconhecer-se nele e em Aristóteles por séculos e séculos no porvir. Ele nasceu na cidade de Belém da Judeia. Christos dizia quando era ainda um menino que "Jah deu ao homem o trabalho para que todos os dias mereçamos ser chamados de filhos de Jah. Nos permitiu sermos superiores aos animais e os únicos beneficiários do dom da palavra, porque somos os únicos capazes de amar sem esperar nada em troca. Assim devemos amar a todos, inclusive os animais, não porque esperamos o amor deles de volta, mas porque eles são como nós criações do Senhor." Assim, sejamos gratos por esse alimento, fruto do trabalho de nossas mãos, sejamos gratos pelas criaturas que Jah deixou como fruto da terra e dos animais. Tratemos a todas as criaturas com amor e compaixão.

Laurinda disse essas palavras e logo em seguida se calou terminando sua prece. A ela seguiu-se Atília, a mais velha da casa, a druidesa que seguia outro preceito religioso, mas que no mesmo espírito dedicou também algumas palavras.

Atília:- Em uma noite tão escura em um tempo de frieza e falta de esperança, levantamos nossa voz em busca do amor e da paz. Que o amor e a esperança aqueçam os nossos corações e encham nossos dias de felicidade.
"Não me aflijo, embora o mundo esteja envolto em sono.
Não me aflijo, embora os ventos gélidos soprem.
Não me aflijo, embora a neve caia dura e profunda.
Não me aflijo, logo isto também será passado.
A roda gira, o poder queima!
Grande Deus do Sol, Saúdo o Teu retorno.
Que brilhes sobre a Deusa;
Que brilhes sobre a Terra,
Espalhando as semente e fertilizando o solo.
A Ti todas as bênçãos, Ó renascido do Sol!"


Então todos encheram as taças e brindaram.
Beatrix_algrave


Beatrix ia responder Nahian quando Laurindo tomou a palavra, assim ela achou melhor que a menina visse como tudo seria feito.

Logo após as palavras de Laurinda e Atília todos serviram-se de um cálice de vinho e brindaram. Nahian e Felicia também receberam vinho, assim como Clotilde e o menino André.

Quando ergueu o cálice Beatrix brindou.

- A Jah, a Christos, ao calor do amor e a esperança da paz. Que o Sol brilhe novamente e ilumine as trevas. Que o equilíbrio sempre se faça e se refaça.

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Nahian


Nahian escutara atentamente cada palavra, sentia que as orações eram ditas do fundo do coração, com calor e brandura. Com o copo elevado por sobre a mesa sorri e completa:

Que assim seja!
Beatrix_algrave


Assim, todos brindaram novamente, e depois se serviram da ceia saborosa. Comeram e beberam com satisfação aproveitando a noite para festejar em boa companhia.

Depois da ceia todos abriram seus presentes. Clotilde ganhou um estojo de toucador de presente. Atília e Clotilde ganharam sabonetes e perfumes. Além da espada, Beatrix ganhou também um escudo com as armas dos Algrave.

Beatrix ainda tocou um pouco de música com William, ele tocando o alaúde e a ruiva a flauta. Depois trocaram de instrumento.

Quando o pêndulo do relógio marcou oito horas da noite, William propõe-se em levar Nahian e Felicia para a casa delas. Beatrix teria muito trabalho naquela noite e aguardaria o retorno do irmão. Ela beijou o rosto da sobrinha e despediu-se de Felícia com um abraço.

- Feliz Natal, minhas queridas. Fiquem bem. Cumprimente sua mãe por mim, Nahian.


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--Felicia


Com um largo sorriso, Felícia abraça Beatrix. Depois vai se despedir de Clotilde, ainda não acreditava na gentileza da garota de cachos dourados. Em seguida abraça a Laurinda e Atília. A garota havia se divertido muito e se lembraria daquela noite para sempre.
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