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[RP] Ateliê - A Donzela Tecelã - tecendo sonhos...

Beatrix_algrave


Beatrix tomou um susto ao perceber que alguém falava com ela. Ao ver a mulher segurando uma caneca de água, Beatrix a cumprimentou.

- Boa tarde, senhora. Essa casa está fechada, ninguém mora aqui?

Ela perguntou enquanto a mulher oferecia a caneca que ela aceitou de bom grado, pois de fato estava com sede e agradeceu a Jah por ainda haver pessoas gentis nesse mundo, a ponto de preocuparem-se com a sede do próximo.

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Marieta, roleplayed by Beatrix_algrave
Marieta esperou a mocinha terminasse de tomar a água, e só então respondeu.

- Sim, ela está fechada há muito tempo. A família mudou-se há tempos, acho que só tem um descendente e ele não tem interesse de viver aqui, por isso ela está assim, tão mal cuidada.

Marieta respondeu enquanto sacudia um pouco de farinha que estava sobre o avental e o vestido.
Beatrix_algrave


- Está um pouco suja, e tem esse mato e ervas daninhas, mas acho que com uma limpeza e um pequena reforma, daria para se viver. Será que esse descendente não teria interesse em vender?

Beatrix perguntou enquanto observava os detalhes da construção. Talvez fosse necessário consertar o telhado e trocar algumas tábuas. Havia uma janela quebrada, mas ao menos externamente parecia ser possível de se recuperar aquela casa. Claro se o preço não fosse alto e o dono realmente quisesse negociar. Deixar uma casa como aquela se estragando não parecia ser um bom negócio.

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Marieta, roleplayed by Beatrix_algrave


Marieta ficou um pouco relutante, mas lembrou-se que se indicasse alguém que finalmente comprasse aquela casa, certamente ela ganharia um bom dinheirinho.

Talvez se alguém habitasse novamente aquela casa, isso seria bom para todos. Haveria vida novamente e ela pareceria menos sinistra. Talvez as coisas ruins que contavam fossem apenas lendas tolas, para afastar larápios. Ela mesma já havia ouvidos alguns barulhos durante a noite, mas poderia ser um bicho qualquer que veio da floresta, provavelmente alguma coruja que fez ali seu ninho, ou quem sabe uma marmota morando no sótão.

Assim, a mulher preferiu calar sobre o que sabia. Ela voltou para a casa de sua senhora, acompanhada da moça ruiva, e como Marieta era analfabeta, pediu a outra criada que aprendera a ler no convento, que escrevesse em um papel o endereço do homem que estava responsável pelas propriedades daquela família na cidade de Alcácer do Sal.

Pediu que amiga criada fizesse um bilhete caprichado, e ela foi desenhando as letras com a pena bordando o papel, não esquecendo é claro, de indicar quem havia passado a informação para a dama que queria comprar a casa, para não ficar sem sua parte. Marieta é claro, também prometeu a criadinha uma recompensa caso tudo desse certo.

Depois de todo esse trabalho, Marieta entregou o bilhete a Beatrix e despediu-se dela, torcendo para que o homem não estragasse tudo com comentários desnecessários sobre o passado daquela casa.
Beatrix_algrave


Beatrix guardou o endereço com o nome do homem que deveria procurar para saber mais detalhes sobre a venda da casa. Mas aquilo ficaria para outro dia pois no momento ela precisava se apressar e entregar a encomenda o quanto antes, pois já havia perdido muito tempo procurando o endereço e vagando a esmo pelas ruas de Alcácer. Antes de se despedir ela pediu informações à Marieta sobre como chegar à casa que ela inicialmente procurava.

Felizmente, Marieta conhecia a pessoa que Beatrix queria encontrar e deu as indicações de como ela deveria chegar ao local desejado.

Assim, com essas orientações, não demorou para que Beatrix chegasse ao endereço de sua cliente, que já estava ficando impaciente com a demora da tecelã.

Felizmente, ela ficou tão satisfeita com o vestido que até perdoou o atraso.

Depois que deixou a casa de sua cliente, Beatrix foi caminhando pela cidade, até retornar a "quinta do corvo". Ela estava ansiosa para contar as novidades à Nicole e às fiandeiras, ainda que não houvesse nada concreto quanto à casa, era uma oportunidade e tanto de finalmente ter um canto seu em Alcácer e talvez Nicole desejasse acompanhá-la quando fosse tratar da venda da casa. Talvez ela até conhecesse o vendedor ou soubesse algo sobre aquela família.

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--Fiandeiras


Na "Quinta do Corvo", as fiandeiras aguardavam o retorno de Beatrix. Laurinda havia preparado a ceia e um cheiro bom de carne assada com legumes tomava a cozinha e chegava até a sala onde todos se reuniam para cear. Clotilde havia ajudado a preparar o pão, e fora a feira para comprar uma garrafa de vinho. A essa altura André já estava dormindo estendido sobre um colchão de palha.

Assim que Beatrix chegou foi recebida amavelmente por suas amigas.

Laurinda notou que ela estava mais cansada que de costume, e ofereceu-lhe uma cadeira para que ela se sentasse.

Ela aceitou de bom grado aquele oferecimento, e tirou os sapatos, sentindo-se melhor ainda quando Clotilde lhe trouxe uma caneca de vinho.

Clotilde: - Você demorou tanto. Houve alguma coisa?

A mais jovem das fiandeiras perguntou curiosa. E ao notar o sorriso de Beatrix ela percebeu que havia sim, algo para contar, e isso só atiçou sua curiosidade.

Então, Beatrix contou a elas sobre a casa, mas sem dar-lhes grandes esperanças, pois nada havia sido acertado e ela sequer falara com o responsável. Talvez ela nem estivesse a venda, mas era tão bom ser um pouco otimista as vezes...

Ao ouvi-la, todas ficaram contentes.

Atília: - Vou rezar muito à deusa para que dê tudo certo e possamos nos mudar daqui.

Laurinda: - Vou rezar a Jah e aos santos arcanjos.

Atília também não gostava da Quinta do Corvo, e principalmente da companhia de Nicole, a quem ela considerava como danosa. Antes de conhece-la Beatrix parecia ter menos problemas e preocupações.

Nicole não estava na quinta, ela havia saído para a taverna. Como estava muito cansada e o vinho deu-lhe sono, após comer, Beatrix foi deitar-se. Ela só trataria daquele assunto com Nicole em outro dia.
Beatrix_algrave


Na manhã seguinte Beatrix acordou bem disposta e depois de arrumar-se foi em busca de Nicole para contar-lhe a novidade, e saber se ela desejaria acompanhá-la na venda da casa que Beatrix desejava comprar. Seria bom voltar a ter um espaço seu, e certamente a prima não se oporia. Ela até poderia opinar se o negócio valia ou não a pena. Com esses pensamentos ela se dirigiu até o átrio onde era comumente servido o desjejum.

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Lady_moon
Nicole saboreava o seu desjejum enquanto conversava sobre os negócios com um dos seus homens mais leais, um dos poucos corrompidos por sua tia.Vislumbrou a sua prima que parecia bem disposta, Nicole ergueu o sobrolho curiosa com estado de espírito de sua prima, tinha a plena noção que sua prima não gostava de conviver no seu solar, principalmente rodeada de inimigos.

-Bom dia Beatrix. Viste algum passarinho?
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Beatrix_algrave


Quando Beatrix avistou Nicole, sua prima logo percebeu que havia algo diferente. Desse modo, a tecelã preferiu ir direto ao ponto, sem rodeios e volteios, que era a maneira como gostava de resolver as coisas.

- Bom dia, prima. É verdade, estou feliz, pois estou com uma ideia e planos para ter finalmente um local para meu atelier mas gostaria de me aconselhar contigo para me ajudar a decidir e fazer contato com o comprador, pois não conheço bem a cidade.

Ela disse e sentou-se à mesa, em seguida explicou, dando mais detalhes.

- Trata-se da casa que chama de Casa dos Sussurros. Já ouviste falar? É um bom local e está a venda. Fica na Rua dos Nobres. Talvez precise de reformas, mas de resto, me parece bem.

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Lady_moon
Nicole recordava se do nome daquela casa, Arnold mencionara algo sobre aquela casa, numa tentativa de tirar a idéia de viver no solar.

-Sim, já ouvi falar. Eu ajudo te com a procura do dono.-Nicole olhou para um dos seus homens.-Trate deste assunto, procure o dono, e trate de comprar a casa, não aceito um não como resposta.
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Beatrix_algrave


Beatrix notou a ordem que dera. Nicole sequer pestanejara com aquilo, e Beatrix ainda que estivesse alegre com a compra da casa ainda tinha um certo receio de que Nicole pudesse se aborrecer, pelo seu desejo de deixa-la.

Mas longe de uma vontade egoísta, ela apenas queria um teto todo seu, um lugar para a sua arte e para abrigar as tecelãs.

-Você não se importa? Fico feliz que entenda.
Beatrix disse, e notou que Laurinda vinha procurá-la com um pacote.

- Aqui está o pacote que devo levar para o Porto. É para entregar a Rosa BCD, não é isso? - Perguntou Laurinda.

Beatrix fez sinal de que sim.

- Tenha boa viagem, Laurinda. É só entregar, não precisa cobrar. Já está acertado.

Naquele pacote ia um belo vestido ao estilo tudor, de duplo tom esverdeado, bordado com diversos detalhes nas borlas de verde-dourado. Aquele era o vestido que Beatrix prometera à menina, e promessa era divida.

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Lady_moon
-De maneira alguma, prima.-Nicole sorriu para Beatrix.-Serás sempre bem vinda cá, enquanto eu viver por cá.Mas teremos de conversar sobre a tua segurança fora do Solar, não te quero desprotegida.

Nicole terminava o seu dejejum enquanto observava a conversa de Beatrix e Laurinda.
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Beatrix_algrave


Depois que Laurinda partiu, Beatrix retomou a conversa com Nicole.

- Fico feliz com suas palavras, Nicole. Talvez se eu contratar alguns mercenários de confiança. Não quero abusar da sua ajuda, mas também não quero que as tecelãs sofram algo por minha causa.

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Lady_moon
-Arnold e Juliana poderão cuidar disso, dispensamos mercenários como o Norman.-Nicole recordou Beatrix do Norman, o mercenário que quase as assassinara.-Ainda hoje enviarei um mensageiro a Lisboa.

Nicole murmurou decidida em ajudar sua prima.

-Um vestido para a Rosa?
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Beatrix_algrave


Beatrix sentiu um calafrio de medo só de lembrar da figura grotesca de Norman e do que aconteceu.

- Nem me fale em Norman, que horror. Com aliados assim, quem precisa de inimigos?

Depois dessas palavras, ela preferiu mudar de assunto.

- Sim, a Rosa BCD, uma mocinha mendiga, que queria ir a um baile. Havia tantas pessoas ajudando que eu quis também bancar a fada madrinha. Ela é meio arisca e rebelde, tem muita personalidade, então esse pacote vai de surpresa para ela.

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