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[RP] Ateliê - A Donzela Tecelã - tecendo sonhos...

Lady_moon
-Eu sei quem é, por isso mesmo não a consigo imaginar de vestido.-Nicole riu-se.-É demasiado estranho, ainda me recordo do John comentar sobre ela não aceitar tomar um banho em casa dele.Vais reabrir um atelier?

Nicole recordou se do seu antigo hobby.

-Eu tenho mais alguns rascunhos para novos vestidos.
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Beatrix_algrave



- Sim, vou. Estou cheia de encomendas e ando animada com isso. Mas a coisa com a Rosa é séria. Ela vai até tomar banho.

Beatrix disse e sorriu, imaginando os protestos que a Rosa faria quanto ao banho.

- Eu gostaria muito de ver seus rascunhos. Os últimos que usei ficaram lindos e fizeram muito sucesso com as clientes. Também farei roupas masculinas. Já tenho algumas encomendas do David, de Leiria.

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--_narrador_


O criado de Nicole tratou de conseguir as informações desejadas e agilizou o negócio de tal forma que dali há duas semanas, a Casa dos Sussurros tornou-se propriedade de Beatrix. Depois de mais um mês de reformas, finalmente o local tornou-se habitável, e Beatrix levou para lá todos os seus pertences e suas ferramentas de trabalho. Entre teares, manequins de madeira, mesas e baús, além de rolos de tecido e peças de couro, e vários pacotes de aviamentos.

Aquela morada tão sombria agora ganhava vida e movimento. Mas ainda havia uma sombra pairando ali. Mas Beatrix em sua alegria não era capaz de perceber isso.
Beatrix_algrave


Na manhã da mudança definitiva, Beatrix despediu-se de Nicole.

- Prima, agradeço a acolhida, estou perto daqui, e podes vir me ver sempre que o desejar. Não posso dizer que sentirei saudades deste Solar, mas sempre sentirei sua falta.

Ela disse e abraçou a prima.

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Lady_moon
Após a primeira conversa sobre a mudança da sua prima, Nicole conversara com Arnold e enviara uma mensageiro para Juliana, ambos concordaram com Nicole em relação à segurança de Beatrix.

Juliana cedera cinco dos seus guardas, enquanto Nicole contratara mais cinco guardas da confiança de Arnold.

No dia da mudança, Beatrix se despedia de Nicole, sentia se um pouco estranha por perder a companhia de Beatrix.


-Eu também sentirei a tua falta, em poucos dias irei fazer te uma visita, tenho de entregar te os esboços.- Nicole retribuiu o abraço.
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Beatrix_algrave


Assim, Beatrix se despediu de Nicole, e partiu em uma carruagem com o restante de seus pertences e mais a companhia de Laurinda e André, que segurava em seu colo, a arminho Hermione.

Pela janela da carruagem ela observava a "quinta do corvo" ficar cada vez mais distante. Ela devia estar muito feliz mas acabou por derramar algumas lágrimas, que enxugou com um lenço. Era a mais pura verdade que sentiria saudades de Nicole, ainda mais que a prima andava taciturna e cheia de segredos. Ela temia que Nicole estivesse escondendo algo terrível dela e de Madalena.

Laurinda dentro da carruagem deu um abraço em Beatrix, não era preciso que ela nada dissesse para que a outra tecelã conseguisse perceber seu estado de espírito.

Não trocaram palavra durante aquela curta viagem. Assim que chegaram ao prédio do novo atelier, levaram os últimos baús para dentro do prédio. Enquanto as mulheres arrumavam as bagagens, Clotilde, a mais jovem, foi lá fora para pôr o letreiro do atelier, pendurando-a com a ajuda de um banquinho, para alcançar o suporte.



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Beatrix_algrave


Naquela manhã de fevereiro, uma carruagem parou em frente a casa de Beatrix, onde também ela mantinha seu atelier.

Atília foi ver quem era. Tratavasse de Arnold acompanhado da prima de Beatrix, Eduarda, a irmã mais nova de Nicole.

Haviam trazido a bagagem da menina e ela parecia chorosa. Assim que chamaram Beatrix ela foi vê-los, e ao notar o estado de Eduarda, ela logo quis saber o que havia acontecido.

Ela cumprimentou a prima com um abraço, mas ao primo, deu um cumprimento mais formal, pois ainda estava constrangida pelos acontecimentos que se desenrolaram no Natal.

- Por que choras, Eduarda? O que aconteceu?

A menina acabou revelando que dali há pouco tempo, Nicole partiria, e que ela já estava no porto, apenas esperando o momento de embarcar.

- Como assim partir?Sem nos dizer nada, sem se despedir?

Beatrix estava perplexa. Então, ela deixou Eduarda aos cuidados de Laurinda, vestiu uma capa de cor escura e partiu com Arnold para despedir-se de Nicole no porto.

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Beatrix_algrave


Depois da partida de Nicole as coisas ganharam um tom mais calmo e também tedioso, mas a verdade é que Beatrix precisava de um pouco de paz, para conseguir conciliar seus pensamentos e acalmar seu espírito tão perturbado pelos últimos acontecimentos que tiveram lugar em sua vida.

Foi um golpe doloroso ver sua avó levada prisioneira e tantas pessoas sendo mortas sem que ela nada pudesse fazer a respeito.

Ela ainda pensava nas coisas que haviam acontecido, procurando lhes dar um significado.

Felizmente nada se alterara em seu corpo, e ou as ervas misturadas por Atília tiveram efeito ou ela simplesmente contara com a benção de Jah para evitar um fruto indesejado.

Há muito tempo que ela não via Demétrio e também não sabia do destino de Arnold. Provavelmente ele devia ter partido para encontrar-se com Nicole que apesar das coisas que fizera ainda era sua protegida. Quanto ao seu antigo guardiã, ele ainda temia o que poderia suceder como vingança por seus atos, ainda que não deliberados. Por isso partira, pois se tivesse ficado certamente morreria.

Beatrix aos poucos retomava sua vida cotidiana, e seus temores quanto à segurança das fiandeiras e do menina André, aos poucos diminuía, mas nunca desaparecia. A tecelã andava alarmada, e seu sono era por vezes difícil. Eduarda ficara em sua casa, sob sua proteção. Mas isso é claro não servia de garantia a ninguém ali.

Apesar das perguntas, ela evitava a todo custo falar de Nicole e das coisas que aconteceram no cais de Alcácer. Talvez um dia, Eduarda entendesse.

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--Gennaro
Uma chama tímida iluminava parcamente aquela sala que servia de quarto e tecelagem. Sentado numa cadeira voltada para a janela, estava um homem de meia-idade com os cotovelos assentes sobre as coxas e um profundo ar de introspecção. Os cabelos negros com algumas manchas de branco caiam-lhe soltos e emaranhados até aos ombros e os seus olhos azuis perdiam-se na imensidão que encontravam para lá da janela. Um calor morno enchia o cómodo tão desprovido de objectos de cariz pessoal quanto o quarto de uma estalagem.

A noite ainda cobria o vilarejo costeiro e o silêncio que o velava era tão profundo e vasto quanto os pensamentos que lhe faziam tombar a cabeça entre as mãos. Um pergaminho jazia aberto no chão a seus pés e Gennaro fitava-o distraidamente, as palavras estavam memorizadas e não tinha qualquer necessidade de voltar a lê-lo. Suspirou, não desejava partir, e contudo não faltaria ao seu dever. Aldo tinha sido um bom pupilo, era um rapaz promissor e as suas mãos tornavam-se mais hábeis a cada lição, poderia vir a ser um bom tecelão se encontrasse outro mestre. Inadvertidamente voltou a ler a carta:

Quote:
Maese Gennaro Pezzano Amatucci,

Que a Luz dos Nove continue sempre a iluminar o vosso caminho,
Convoco-lhe às terras lusas pois vossa maestria com o tecer dos fios é necessária para auxiliar um novo membro de nossa Ordem a alcançar a Verdadeira Arte de vosso ofício, na qual já dá os primeiros passos. É visto grande potencial e acredito piamente que com a vossa guia poderá aprender a Verdade que descansa atrás das tramas dos Fabri Telae. Siga até Alcácer do Sal, guie-se pelo Sado, não perca o centro da cidade e pare onde os sussurros forem mais intensos.

Aguardaremos a vossa chegada o antes possível,
Yochanan F. Viana


Subitamente levantou-se e espreguiçou o corpo entorpecido pelas horas de reflexão e prostração. Olhou em volta para a organização austera daquele cómodo, não haveria muito a preparar e poucos seriam os objectos que levaria consigo, mas não poderia partir sem deixar uma carta de recomendação para Aldo. Numa rara demonstração de boa vontade e simpatia, dirigiu-se à escrivaninha e redigiu em letra briosa e cuidada algumas linhas que exaltavam os potenciais do seu pupilo, assim como a necessidade deste continuar a sua formação. Leu e voltou a reler, certificando-se de que tinha dito tudo o que desejava, sem contudo elogiar em demasia o jovem Aldo, elogios alimentavam egos desnecessários. Quando se sentiu satisfeito dobrou o papel ao meio e introduziu-o num discreto envelope onde escreveu o nome do pupilo.

Não demorou mais de duas horas a preparar tudo para a viagem e pelo nascer da aurora havia já abandonado Terracina.

Cerca de 16 dias depois...

A viagem longa desgastou-o mais do que aquilo que esperara, as manchas brancas nos seus cabelos negros tinham-se avivado durante aquela jornada e os seus olhos traziam o cansaço de noites mal dormidas ao relento. Foi com alívio que avistou a cidade de Alcácer do Sal aninhada entre os braços do Sado e deu duas palmadas no dorso do seu cavalo indicando-lhe que abrandasse. À entrada da cidade alguns olhares repousaram sobre si, mas isso não o incomodou, manteve as costas direitas e a determinação firme de encontrar o que procurava.

As indicações na carta, misteriosas e confusas, pareciam-lhe de pouca utilidade agora. Desmontou do cavalo num arruamento mais calmo e seguiu a pé por ruas estreitas e casas amontoadas, procurou por sinais distintivos, palavras murmuradas ou até por um silêncio inusitado. Nada disso encontrou, não havia nenhuma placa, não havia uma serenidade atípica, apenas a azáfama natural de uma cidade bem habitada. O sol ia alto no céu quando por fim desistiu e abordou um homem de bigode farfalhudo sentado nos degraus de uma escadaria, à sua frente uma pequena bancada de objectos variados em madeira, desde brinquedos a cabos para vassouras e enxadas.

- Signore, preciso da vossa ajuda. – Informou sem fazer qualquer tentativa de disfarçar o sotaque italiano que lhe impregnava as palavras, havia muito tempo que não falava português. – Conhece algum local de sussurros? Talvez uma taberna ou uma casa abandonada. – Cada frase era cuidadosamente pensada e as pausas entre palavras mais pronunciadas do que o necessário.

O homem olhou-o com curiosidade e coçou o bigode negro.

- Siga em frente por essa rua. – O seu braço direito estendeu-se e apontou para uma viela a norte do local onde estavam. – Procure pela donzela tecelã.

Um esgar de desagrado cobriu o rosto de Gennaro, mas controlou-se o suficiente para agradecer educadamente ao homem.

- Grazie, buona giornata. – Agradeceu distraidamente enquanto se voltava para a rua em questão, puxando o seu cavalo pelas rédeas.

Seguiu calmamente por aquela rua, atentando nas casas à medida que estas iam surgindo, recusou-se a pensar em demasia no significado daquelas palavras e com a mão livre limpou a película de suor que se formara na sua testa. Era um dia especialmente quente para aquela altura do ano e a capa negra que lhe cingia os ombros aborrecia-o de sobremaneira.

Uma casa mais alta do que as restantes chamou-lhe a atenção, assim como o letreiro. Não havia dúvidas que era aquele o local que o homem lhe indicara. Prendeu o cavalo ao corrimão e subiu as escadas até estar defronte da porta, um súbito desconforto tomava conta de si, mas o sentido de dever falou mais alto e Gennaro bateu duas vezes.
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--Fiandeiras


Clotilde varria a sala com uma vassoura de palha, logo após terem terminado as refeições. Beatrix estava na parte inferior, entretida em alguma tarefa do seu ofício. Por isso, a menina achou por bem largar a vassoura e ver quem batia a porta àquela hora calorenta do dia.

Ela abriu a porta e deparou-se com o homem que estava diante da porta. Clotilde era uma rapariga loira de uns treze anos, cabelos cumpridos e soltos e grandes olhos azuis.

A menina fez uma vênia e perguntou do que se tratava.

- Boa tarde! O que o senhor deseja?
--Gennaro
Uma rapariguinha loira e de grandes olhos azuis abriu-lhe a porta, fazendo-lhe uma mesura pronunciada.

- Ciao ragazza. - Espreitou sobre o ombro da menina tentando ver o interior da casa. - Procuro pela donzela tecelã.

Um sorriso fraco tomou-lhe os lábios e Gennaro tentou disfarçar a rigidez da sua postura.
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--Fiandeiras



- Não tem essa ragaz, aqui não. Mas eu vou chamar a senhorita Beatrix que talvez ela possa lhe informar.

Diante do que ele comentou sobre a donzela tecelã ela respondeu.

- Ah! esse é o nome do nosso atelier. Se quer fazer uma encomenda de roupa vou chamar a senhorita Beatrix, ela que é tecelã, eu sou fiandeira.

Ela disse e deixou o homem esperando na porta, olhando para o interior da casa, que mostrava uma sala com uma mesa maior ao centro e algumas cadeiras. Uma estante de madeira na parede onde haviam alguns pequenos enfeites de cerâmicas e vasos com flores. Nas janelas haviam cortinas que deixavam o espaço acolhedor e protegiam da luz forte do sol, àquela hora da tarde.

O fato do homem falar enrolado fez a menina Clotilde pensar que ele fosse um mensageiro importante. Será que agora teriam encomendar para fora de Portugal. Ela ficou pensando e fazendo cálculos de quanto isso ia aumentar os lucros e talvez ela pudesse comprar uns pintinhos e eles dariam criam, morreriam três mas os sobreviventes renderiam galinhas gordas e ela venderia os ovos então poderia comprar carneiros e dali a uns cinco anos quem sabe teria seu próprio atelier com placa e tudo mais na porta.

A menina estacou no meio do caminho, embaralhando as contas e voltou para oferecer uma cadeira ao visitante.

- Aqui, o senhor pode sentar-se enquanto vou chamá-la.

Disse e mal ele sentou, ela foi correndo atrás de Beatrix para avisá-la.

--Gennaro
Uma certeza súbita de que o prior da Ordem de Azure lhe omitira factos importantes sobre aquela missão acometeu-lhe o espírito já de si inquieto. As frases daquela cachopa davam-lhe a certeza que ali morava uma tecelã e não um tecelão. O seu olhar divagou pelo interior da sala enquanto a pequena se afastava, mas não prestava realmente atenção, o desejo de voltar a Itália adensava-se em si, apenas o sentido de dever o fazia permanecer imóvel em frente à porta aberta daquele atelier.

Foi-lhe ofertada uma cadeira e, para não parecer desagradável, Gennaro sentou-se e agradeceu à pequena:

- Grazie. - Um sorriso ainda mais fraco do que o anterior surgiu por breves momentos.

A rapariga saiu a correr e Gennaro observou cuidadosamente a sala onde se encontrava. Uma mesa de grandes dimensões ocupava o centro daquela divisão e algumas cadeiras dispostas em torno desta, havia ainda uma estante com algumas decorações. Era uma divisão simples com poucos adornos e isso agradou-lhe. O seu corpo agradeceu aquele breve momento de descanso embora estivesse sentado com a sua austeridade habitual. Retirou um pequeno lenço do bolso das calças e limpou o suor do rosto enquanto esperava.
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Beatrix_algrave


Beatrix estava sentada com uma régua de madeira que usavam para transferir os moldes, fazendo as marcações a giz antes de cortar um tecido que futuramente ganharia as formas de um traje quando percebeu a presença de Clotilde que chegou ali esbaforida.
Beatrix cessou sua atividade, e atendou para a menina. Ela mal articulava as palavras enquanto recuperava o fôlego.

- Beatrix, há um homem lá embaixo, um estrangeiro procurando uma tecelã.

Beatrix dobrou o tecido, guardou-o e resolveu ir ver do que se tratava.

Ela foi até a sala e deparou-se com Gennaro de ar austero, sentado em uma cadeira, aparentemente esperando por ela.

Ao aproximar-se dele ela fez uma vênia e se apresentou.

- Boa tarde, eu sou Beatrix, uma das responsáveis por esse atelier. O senhor procura uma tecelã?

Beatrix estava usando um vestido simples e bastante, limpo em tom azul fechado, com detalhes em preto e ocre e um decote quadrado. Não estava usando chapéu por estar dentro de casa mas os cabelos estavam trançados e presos ao alto da cabeça em um penteado igualmente simples mas eficiente. Ela encaro-o com seus olhos verdes, vivos de curiosidade. Notou a cicatriz em seu rosto, e por um instante temeu que não fosse um cliente, mas alguém mandado pelos Casterwill para fazer-lhe mal.

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--Gennaro
Uma mulher de cabelos ruivos primorosamente entrançados e presos, trajando um vestido azul de decote quadrado, mas de corte simples aproximou-se de si. Gennaro observou detalhadamente cada movimento e cada detalhe e uma repugnância que lhe era familiar contorceu-lhe o estômago, um fel amargo tomou-lhe a língua e, deveras contrariado, levantou-se para a saudar. Oxalá não fosse aquela.

- Nubile. - A palavra pronunciada com amargura e desdém. - Foi-me dito para procurar o local dos sussurros. - Uma pequena pausa para recompor a bravura na sua voz e continuou. - Julgo estar no local correcto. - Olhou em volta, parecendo indeciso quanto à abordagem. - Hum... Talvez more aqui um rapazinho com mãos hábeis e gosto pela arte da tecelagem. - Propôs esperançosamente.
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