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Aforas da Cidade do Porto - Paço dos Arcanjos

Emengardo


- O que faço eu aqui? Estou a caminho do Paço! Moro lá! Era soldado de teu pai! Esqueceu?

Emengardo não estava a agir com grosseria, apenas era expressivo demais. Celestis não queria contar a ninguém mais além de sua família sobre o noivado. Mas Emengardo, de alguma forma, estava a saber de quase tudo. Logo ela descobriu o motivo:

- Sancha me contou tudo. Então vais noivar com o Lockee? Faço gosto! Ela disse que vai te ajudar, comprou umas fitas coloridas e uns mastros para pendurar umas tochas. Gostaria de ajudá-las, eu queria tanto ajudar...

Primeiro, Celly fez uma careta. Emengardo queria sempre se meter em tudo. Depois, desfez o semblante zangado e disse que tudo bem. O pajem quase pulou de alegria e pularia se não estivesse sentado em seu coche.

- Otto também disse que queria ajudar. Ele pode? Ou se ele for ele vai levar uma surra? O Eduardinho estará lá com a Sancha?

Celestis espantou-se. Estava com medo de que saísse uma briga no meio do noivado, seguramente.

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Celestis_pallas


- De brigão já basta o Raphael! Otto quer morrer, só pode! Quem se mete com mulher de soldado da Ordem não termina bem!

Emengardo entendia perfeitamente a situação, mas insistia para que ela permitisse a presença de Otto. Talvez o ex-pajem de Celestis estivesse amuado, sem muito o que fazer depois que foi demitido por justa causa. Tinha metido-se com o noivo de Sancha e teve o que merecia. Celly parecia firme demais às vezes, mas não era injusta. Então teve uma ideia:

- Pede para Otto chegar bem cedo. Estarei ao lado de fora, lá ele ficará comigo. Sancha estará ao lado de dentro, a cozinhar. Se Eduardo aparecer, ela se enfia debaixo da minha cama, dentro do armário, enfim, onde couber! Mas conto com tua ajuda para que ele não vá até lá tão cedo! E se ele for, a culpa será tua!

Emengardo engoliu seco. Celestis jogou sobre ele a responsabilidade que o pajem tentou dar a ela. E depois completou:

- Otto irá embora antes da festa começar. Deixemos o noivado correr. Quando todos estiverem bêbados demais para reparar uns nos outros, Otto finalmente chega à festa.
Quero que lhe dê cobertura e lembre a Eduardo que é minha casa, portanto, Otto é meu convidado. Dessa forma, o noivo de Sancha nada pode fazer contra ele! Estamos entendidos?

Deu-lhe uma piscadela. Celly era esperta, mas temia que o plano não desse certo.

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Raphael.viana


Depois que Celestes finalmente deixou o recinto, Raphael voltou a dirigir a palavra à esposa.

-Há algo que tenho de mostrar. Fique aqui, volto logo.

Foi até o quarto, e dentro de um baú, pegou um pergaminho, voltando em seguir para onde estava Sissi. Estendeu o pergaminho para a esposa. No interior, havia o desenho de um brasão. Uma águia bicéfala suportando um escudo com o Leão rubro dos Ferreira de Queirós e a Águia Negra dos Viana. Sob o desenho, uma legenda, desejando felicidade ao casal.



-Observe atentamente este pergaminho. Posso estar enganado, mas apenas duas pessoas escrevem com esta caligrafia em Portugal. A senhora Beatrix Algrave é uma, e o senhor meu tio Yochanan era a outra. Ou é.


Sentou-se e prosseguiu.

-No dia de nosso casamento, em Roma, um mensageiro entregou-me esse pergaminho. De imediato eu reconheci a letra. Não sei no que acreditar desde então. Parece absurdo para mim acreditar que meu tio Yochanan está vivo. Nós o velamos, nós o sepultamos! Mas agora não sei mais. A história do assassino dos meus perseguidores... Houve quem dissesse que havia um homem de manto negro, as escondidas... Seria ele? Estou mesmo confuso. - fez uma pausa antes de concluir - E por favor, minha esposa. Não diga nada a Celestis. Se não for ele, não quero que ela tenha falsas esperanças.

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Baronete da Casa do Infantado
Sissiedelweiss
Sissi ouvia o marido, mas não conseguia tirar os olhos do brasão.. Desta vez, sentiu-se à vontade para falar sobre o assunto..

-Meu amor, nunca contaria a Celly uma desconfiança dessas.. Mas eu também tenho as minhas. Sempre achei muito estranho que não podemos ver o corpo do tio Yo. Apesar de adiantado estado de putrefação, algo poderíamos reconhecer algo de nosso tio. Mas isso não nos foi permitido.. Achei muito estranho as falas de Ava.. As atitudes de meu pai, poucas semanas de teu desaparecimento...Assim como a morte dos teus perseguidores.. Não sei, sempre achei horrível o que sentia, mas não conseguia sentir tio Yo morto, compreende? suspira.. E sobre esse brasão, apenas tio Yo gostaria de nos dar de presente esse brasão.. e Sobre contar apreensões tenho algo para te mostrar..

a ruiva pega a mão do marido e conduz ele até o quarto do casal. Coloca o pergaminho sobre a cama e vai até sua caixa de jóias. Abriu e de lá tirou uma chave.

-Aqui está, tome, é teu. Achei em teu quarto logo que desapareceste. Eu a montei e tive uma conversa com meu pai sobre ela. Quando descobrires de onde é, espero que me conte...

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Raphael.viana


-Isto... Uma chave. Estava junto com o Anel. Sissi, mais alguém viu esta chave?

Dito isto, passou a tentar juntar as peças na cabeça. Primeiro, Yochanan estava morto, havendo deixado-lhe a chave, que nunca chegou a montar por conta do rapto. Quando esteve a beira da morte, ouviu um homem falar-lhe, e sua voz era a de Yochanan. Depois, em Roma, após o seu casamento, recebeu de um mensageiro um brasão pintado e praticamente assinado por Yochanan. Não era possível que Yochanan desenhasse e falasse estando morto. Mas porque Yochanan se escondia? Porque havia liberado o sobrinho dos compromissos da Ordem de Azure? O que ele estava tentando esconder? Quem poderia saber de algo?

-Sissi, preciso fazer uma visita a uma conhecida, que talvez possa dizer-me algo. Preciso que fique no Paço e procure que tranca esta chave abre. Tenho pra mim que esta é a chave que solucionará nossas perguntas sobre a morte do senhor nosso tio Yochanan.

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Baronete da Casa do Infantado
Pajem_otto


Trêmulo dos pés à cabeça seguia Otto pela estrada em seu novo coche. Era o que havia de mais moderno na época, pois reformara o bendito ele mesmo, de modo que ficara exclusivo. Celestis o incumbira da missão de entregar o convite de noivado a seus primos e tinha de ser em mãos...

- Ela só não disse se era em mãos de Sissi ou Raphael... posso escolher! - pensava o amedrontado pajem.

Na verdade, Celestis tinha medo de que Raphael mudasse de ideia, ou mesmo, insistisse naquela história de adiar o noivado, sabe-se lá o porquê. Sendo assim, enviar um pajem foi uma boa alternativa para não entrar num embate com o autoritário primo-irmão.

Assim que chegou ao Paço, foi recebido com risos e muito estranhamento. Era incrível que Otto aparecesse por ali mesmo depois de ser quase linchado por Eduardinho.

- Digam à senhora Sissi que quero falar com ela, necessito entregar-lhe uma encomenda de Celestis. Digam também que eu não recebi dela nenhum pagamento, de modo que é um favor de amigo e não de empregado. Aliás, aqui está a carta, se fazem gosto de conferir...

A tal carta atestava o trabalho voluntário de Otto. Celestis bem queria recontratá-lo, mas antes, o faria trabalhar um pouco de graça. Isso disfarçaria a todos suas reais intenções.



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Sorento, roleplayed by Raphael.viana


Sorento era o único na torre de vigia, os outros estavam fazendo sua refeição. Viu uma carruagem aproximar-se. Aquele era Otto? Aquela visão causou um misto de estranhamento e humor no rapazote. Desde os idos do duelo não o via, e vê-lo voltar ali... Gargalhou alto. Mais um pouco e todos ouviriam, mas conteve-se. Não queria sangue. Será que ele queria mesmo morrer? Das ameias, gritou:

-Olá, Cachorro! Decidiu voltar para morrer? E ainda mais, vem querendo ver a senhora? O Senhor Raphael não gostará muito de vê-lo atrás de sua esposa. Vá logo embora daqui. FORA! FORA! PASSA!
- e dizendo isso, fez menção de dar o sinal aos homens para que viessem prendê-lo.
Pajem_otto


Otto simplesmente levantou os braços, num claro sinal de que estava desarmado. Foi puramente instintivo, não carregava arma alguma, mas agiu por impulso ao sentir-se ameaçado. Deixou, inclusive, que o convite caísse ao chão. Estava envolto num saquinho de veludo marrom. O estalido da madeira contra as pedras fez o pajem gemer de apreensão.

- Faz favor...recolhe isso. Ou deixa eu recolher! A madeira pode ter rachado! - recomendava, todo encolhido e com a voz fina.

Dentro do saquinho, havia o tal convite, talhado em madeira, cujo retrato foi pintado por um artista. Funcionava para guardar numa gaveta de lembranças de família, caso tivessem. Ou poderia ser dependurado como um pequeno quadrinho. Fato era que demoraria décadas ou talvez centenas de anos para se deteriorar. Celestis realmente queria eternizar o evento.

Apesar de muito nervoso, Otto continha-se para não parecer arrogante ou minimamente desafiador. Não queria confusão com aqueles soldados. Celly armara uma grande armadilha lançando-o na cova dos leões. Mas talvez fosse um teste antes de readmiti-lo. Tinha de ser firme.

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Sorento, roleplayed by Raphael.viana


Sorento era menor que Otto umas duas polegadas, e no alto de seus catorze anos era também mais fraco, sendo sozinho uma presa fácil para Otto caso o mesmo quisesse tentar tomar-lhe a espada. Do alto, esbravejava.

-Já disse, FORA! Deixe o que quer que tenha de deixar aí no chão, e cumpra as ordens que lhe foram dadas, cachorro! Um ladrãozinho como tu não merece nem entrar no Paço, quanto mais conversar com a senhora! O Senhor deste Paço mata-0 e envia-o em pedaços de volta para Celestis caso tente isto! Vá embora logo, eu não quero presenciar nenhum banho de sangue, e os homens já estão avisados que ao menor sinal de tua presença aqui, é para matarem-no. Agradeça a minha benevolência de não entregá-lo e FORA DAQUI!
Sissiedelweiss
Sissi passeava com Madalena perto da entrada do Paço.. estava pensando em tudo que o marido havia lhe dito antes, sobre sua incumbência, mas principalmente em quem seria essa conhecida de Raphael..

A ruiva saí de seus devaneios quando escuta a voz de Sorrento gritando com alguém. Acelera o passo para ver do que se trata.. Era Otto.. ficou estranhamente surpresa com a presença do jovem no Paço depois de tudo.. mas resolveu indagar..

-Sorrento, Otto, o que está acontecendo aqui??

Sorrento explica-se e Otto também dá suas explicações e entrega a carta. Sissi ouve e diz:

-Sorrento, estás certo ao não deixar Otto entrar, já que foi uma ordem expressa de meu marido, mas porque humilhá-lo? Já houve o acerto de contas entre ele e Eduardo. Era só me chamar, que viria aqui pegar a encomenda de minha prima. Não podemos esquecer que ele veio a mando de Celly, herdeira do Paço..
e olha para Otto.. Lhe peço desculpas pela atitude de Sorrento, ele somente quer fazer com muito zelo sua tarefa.. Aonde está o convite?

Otto, sem falar nada, olha para o chão.. Sissi compreende rapidamente, e pega o convite no chão.. ao abaixar-se, sente-se tonta e é segurada por Otto.

-Otto, muito obrigada por me ajudar. Foste muito gentil. Peço que diga a Celly, que não lhe mande mais aqui, por sua segurança e para evitar uma tragédia. Na primeira oportunidade reforçarei isso com Celly.. Agora por favor, retire-se.

Otto fica olhando para Sissi, que vira as costas com a carta e o convite na mão, acompanhada de Madalena..

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Raphael.viana


-Senhora, devo lembrá-la do que Raphael disse... Ele não quer este cachorro aqui...

Nota então que Otto vai ao auxílio de Sissi, segurando-a. "Inaceitável! Raphael não vai gostar nada disso!"

-Senhora, perdoe-me, mas serei obrigado a informar este desrespeito ao senhor Raphael.

E dizendo isto, saiu dando sinal aos guardas para que se prontificassem. Talvez o castelão saísse para caçar naquela noite.

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No interior da casa, Raphael seguia procurando alguma fechadura para aquela chave, enquanto Sissi saíra para olhar no exterior junto a Madalena. Sorento chegou correndo.

-Senhor.... Otto está aqui... Convite de noivado de Celestis... Tentei avisar, mas a Senhora não me escutou... Ela está lá fora com ele.

-O Quê? - Primeiro Celestis, agora Sissi. Aquilo era um complô ou alguma brincadeira de mau gosto? Largou a chave na mesa e foi rumo a entrada do Paço.

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Baronete da Casa do Infantado
Pajem_otto


Otto percebeu que ainda queriam a sua cabeça. Pensou em fazer uma piada, avisar que a temporada de caça ainda não estava aberta. Mas aí sim as coisas ficariam muito piores. O jeito era debandar, acelerar as rodas do coche e deixar poeira para trás! Antes, ainda, ocupou-se em ser cortês, talvez aliviasse todo o mal entendido:

- Desculpe, senhora. Percebi que desequilibrou-se, apenas cumpri minha função como homem.

Sissi não estava de forma alguma aborrecida. O problema era com Sorento e sua grande língua. Se pudesse, Otto faria picadinho dela. Mas não queria sequer pensar que aqueles infelizes existiam. E ralharia muito com Celestis tão logo chegasse no Porto. Que ideia era aquela de mandá-lo no Paço? Só podia ser uma brincadeira de extremo mau gosto.

Assim que ouviu a voz de Raphael, despediu-se muito rapidamente e sumiu de maneira covarde. Mas antes covarde do que idiota, pensava ele.

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Sissiedelweiss
Sissi ouvia o coche de Otto indo embora e Raphael se aproximando. Ao vê-lo, sorriu..

-Senhor meu marido chegou o convite do noivado de Celly, olha que lindo é!!! E mostra ao marido..

Ao olhar o rosto do amado, assusta-se.. Nunca Raphael havia lhe olhado assim...

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Raphael.viana


No pátio, a expressão de Raphael era de poucos, ou melhor, de nenhum amigo.

-Sim... que lindo é... E mais lindo é o cão sarnento do qual a senhora minha esposa recebeu o convite. Sissi, isto é inaceitável. O CÃO SARNENTO QUE EU EXPULSEI DESTA MALDITA CASA! - Raphael nunca gritara com a esposa, e assustou-se com o próprio grito. Parou e continuou a seguir, em tom lento, mas visivelmente bravo. - Sissi... Desfazer de um mandado meu, diante dos meus homens. O que é isso? Uma armação? Um truque para me fazer de idiota enquanto alcovita Celestis com o Torre? Eu nem mesmo pude saber se o pai dela está vivo, e a senhora já está brindando ao casamento? E quanto à volta que ia dar pelo Paço junto com Madalena? Esqueceste? Prefere brincar de alcovitar a prima em vez disso? Amo-te, mas isto eu não vou aceitar! - disse o jovem Viana, veemente convencido que tinha deixado claro que não queria mais a presença de Otto por ali. Chamou então o rapaz que estava nas ameias.

-Sorento, por que não chamaste a guarda?

-Perdão, senhor, não pensei que ele viria... Não queria um homicídio no portão, ele estava desarmado, tive misericórdia... Além do mais sou pequeno, Mandei ele ir embora, já ia chamar a Guarda quando a senhora chegou e recebeu o tal convite... E depois quase cai. Não fosse o Otto segurá-la...

-Espere... O que disse? O que fez o cachorro?

-Segurou a senhora, que teve uma tontura. Eu ainda corri para acudir mas...

-BASTA! Senhora minha esposa, acho bom ter uma boa explicação para isso. Mas guarde-a para amanhã. Estou deixando o Paço imediatamente. Vou a Sintra, encontrarei Beatrix e perguntarei qualquer coisa sobre o paradeiro de Yochanan. Estarei cuidando do que realmente importa. Sorento, avise a Eduardo que quero-o como companhia para a viagem. Avise a todos os demais que se Otto for visto para cá do bosque, a ordem de agora em diante é que devolvam a Celestis apenas um cadáver!

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Baronete da Casa do Infantado
Sissiedelweiss
Sissi ouviu tudo que Raphael lhe disse. Em tom baixo, retrucou a fala do marido:

-Estas me chamando de alcoviteira? Não me conheces? Pelo visto não.. Evitei que houvesse um derramamento de sangue desnecessário, lembra-te de quem Otto é filho? Queres atrair mais tragédias para essa casa. Já se vingaram dele! Ele veio em nome da herdeira do Paço... E, mais uma coisa, Querias que tivesse caído e me machucado? Muito estranho esse seu amor, senhor meu marido.. E sobre a tarefa, estava cumprindo como combinamos... E acabasse de colocar os soldados em agitação, com o que falaste sobre tio Yo.. Vira-se de costas para o marido.. Quem sabe, quando voltares, estarei na casa de meu pai..

E sai em passo apressado chorando para o casarão..

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