Afficher le menu
Information and comments (0)
<<   <   1, 2, 3, ..., 5, 6, 7, ..., 27, 28, 29   >   >>

Aforas da Cidade do Porto - Paço dos Arcanjos

Celestis_pallas


- Não sei, é um enjoo muito forte! E dores, por todo o corpo, especialmente - mostra o local, com a expressão facial desfeita - aqui, onde dizem que fica o tal do estômago!

Já se passaram alguns dias desde que Celly recebera a visita do herbolário. Sua primeira reclamação repetiu-se ao longo de meia semana, de forma que nem ela mesma suportava mais os sintomas, sempre a despontar com a mesma regularidade e intensidade. Não melhorava nem piorava. Era perceptível também que os remédios pareciam não curá-la, apenas atenuavam os sintomas.

Certo dia, quando o sol despontava radiante no horizonte, prenunciando uma linda primavera muito em breve, Celestis pareceu acordar disposta como nunca! Outrora mal tinha ânimo para ir aos seus campos de milho - até ia, mas de coche; saia rapidamente para ver o estado da plantação e logo retornava - agora estava inclinada a meter-se em seus fatos de labuta e partir para o campo colher o que já estava bem maduro e plantar para que nascessem novos milhos. Foi-lhe recomendado permanecer em quarentena, longe de tavernas, pessoas que há algum tempo não tinha contato e que especialmente evitasse contratos para a lida no campo.

Enfim, a suspeita de uma epidemia no Porto era mais do que confirmada e as ruas pareciam sempre desertas, bem como, as tascas. Era ainda um mal desconhecido, portanto, muito temido. As suspeitas de reincidência da doença assustavam mais do que sua própria manifestação. Era necessário cuidado redobrado, portanto, com aqueles que infelizmente já haviam sido acometidos uma vez.

Celestis ainda pensava em seu pai e nas promessas que jurara de ir atrás dele, mas, não seria nada sensato, aliás, suicídio, partir do Porto numa situação daquelas! Limitou-se a escrever-lhe uma carta:

    Querido papai

    Estive mui doente, sabias? Tive medo, mas tudo correu bem, com a graça de Jah! Fora apenas um leve mal estar, apesar de correr solto o boato de uma epidemia por cá. Peço-te cautela, ainda não há cura e isso me deixa muito assustada, mas não quero que o papai seja acometido desse mal também, ainda mais na idade em que o senhor se encontra, digo, a não ter mais a saúde duma criança. Dimas esteve a cuidar mui bem de mim, quanto a isso te aquietes. Fui ao casamento de titia Vivian e estava tudo um primor! Na verdade, quero que me digas como estás, onde te encontras, como anda a situação das estradas - temo por tua segurança - e quanto retornas. Em que pé está a guerra? Por favor, encontro-me aflita e a sofrer sem tua presença marcante aqui em nossa casa!

    Com amor
    Celly


A jogar o verde para colher o maduro, a menina pediu algumas pistas sobre como poderia encontrar seu pai. Não era garantia de que recebesse resposta, tampouco, nos moldes em que ela imaginara. Porém, pelo menos estava a tomar alguma atitude para aplacar suas saudades!

_________________
Sancha


Sanchinha acordara cedo naquele dia. Estava inclinada a visitar sua querida amiga, Celly! Entretanto, quando os guardas de seu pai abriram a porta, uma triste surpresa: Celestis havia desaparecido, como que por feitiço! Uma busca ligeira fez-se necessária, mas nenhuma pista aparente! Decerto que não teria ido muito longe...

Sancha parecia mais curiosa do que preocupada. Acreditava que a amiga só tivesse aprontado mais uma das suas! Mesmo assim, por via das dúvidas, ajudaria nas buscas, indo a lugares que sabia ser de preferência da sua querida amiga...

_________________
--Dimas


Muitos dias haviam se passado desde a partida do Prior, e alguns poucos desde a chegada dos mestres construtores, menos ainda desde que a doença que afligiu Celestis havia desconcertado o velho mestre herbolário, que apenas pôde com suas poções atenuar alguns dos sintomas. Mas da mesma forma que aquele maleficio caiu sobre a pequena, também atacou a pobres e ricos por todo o Porto, e assim o Paço, por alguns dias se fechou ainda mais que antes.

Mas com a primavera e os dias mais cálidos veio a melhora da menina, tão repentinamente como a doença havia chegado, havia partido.

Nas semanas que se sucederam durante todo esse tempo os campos ficaram vazios pois o medo enchia o coração dos homens, e as estradas ficaram desertas, nas tascas apenas o pó acumulava, ou isso diziam os mercadores quando vinham entregar alguma que outra mercadoria ao Paço. Mas no Paço, aqueles que vestem o negro continuaram a trabalhar, e enquanto os velhos mestres velaram por Celestis, as obras na propriedade continuaram a paço continuo.

O velho Dimas sabia que a pequena pensava constantemente no pai, e lhe doía o coração não poder dizer para onde o Prior havia rumado, mas há assuntos que se devem saber, e outros que devem ser calados, assim havia sido sempre, desde o começo dos tempos e assim seria até o final dos dias, quando a Luz dos Nove se apagara.

A menina havia escrito uma carta, a qual o velho mestre prometeu fazer chegar ao Prior, e naquele dia chegou a resposta.

Quote:
Querida Filha Minha,

Me alegra o coração saber que te encontras bem, e restabelecida. Muito obrigado pelo conselho, e terei grande cautela nesta viagem e em breve nos reuniremos novamente. Foi com tristeza que tive que partir, em hora tão inoportuna, e me entristece não poder ter compartido a alegria do casamento de tua tia contigo e com ela, fico feliz no entanto em saber que correu tudo bem.

Minha viagem decorre sem percalces, e a guerra não é mais que uma sombra no horizonte. Mesmo sem haver ainda nenhum comunicado oficial de paz, a paz permeia no coração dos homens e mulheres desta terra.

Minha filha, desejoso que essa carta te encontre com saúde e que lhe faça chegar meu amor, me despeço,

Teu pai,
Yochanan Flavius Viana


Mas a pequena havia sumido o que não era raro, pois o velho mestre havia decidido deixar a pequena ter o espaço dela e por vezes parecia que a pequena desaparecia só para retornar horas depois. Mas o velho mestre sempre descobria com facilidade onde ela estava, por intermeio dos sempre atentos irmãos da Ordem. Mas naquele dia não parecia haver rastro dela na propriedade, mas mesmo assim procuraram não fosse ser que houvesse tido uma recaída ou algum outro mal lhe houvesse acometido.

A menina sancha havia chegado momentos antes e já se dispunha a ajudar nas buscas mas então o vigia avistou ao Irmão Vítor a subir o caminho desde o Porto.

- Mestre Dimas, - disse Vítor ofegante - a menina Celly está bem, está na Casa da Hera, com o druida. O Ignácio falou que era para eu vir avisar Mestre, que ele ia ficar vigiando a menina.

- Tome ar menino. - disse o velho mestre visivelmente aliviado - Fizeste bem em vir avisar-nos. Agora descanse um pouco e depois volte para junto do Irmão Ignácio e fiquem de olho na pequena. Que nenhum mal recaia sobre a pequena.

- Sim senhor. - respondeu o cansado Vítor.

Após isso, o resto da jornada ocorreu como nos dias anteriores, com as obras da propriedade avançando a passo continuo.

O muro norte já havia sido reconstruído, e agora Oleg começava os trabalhos na torre Noroeste, o ponto mais afastado da propriedade. Enquanto isso Aqil trabalhava nos pavilhões menores, tendo já completado a nova armeria e à pequena forja que serviria a propriedade lhe faltavam apenas alguns dos utensílios para que estivesse pronta para ser usada, os armazéns e depósitos de grãos estavam prontos para receber as colheitas dos Grãos do Inverno. E dos meses e anos seguintes. Mas os maiores avances pareciam acontecer na antiga villa, que baixo o mando da firme Abi, a antiga casa retomava aos poucos o esplendor de antanho.














Sancha


Sanchinha já começava a preocupar-se com a amiga, mesmo porque, Celestis não era dada a fugas tão longas e inexplicadas. Escondia-se como ninguém, porém, todo o Paço conhecia suas pegadas. Ainda assim, sentia que dessa vez era sério e faltava alguma justificativa para ato tão impetuoso. Celly tinha orgulho de sua família, de seus valores, muito lhe espantava essa mudança de ideais!

- Volta logo, minha querida! Com certeza todos já estão com muitas saudades!

_________________
--Dimas


Dimas reparou que Sancha andava por ali, e fez um sinal para que a moça se aproxima-se.

- Boas Tardes, senhorita Sancha Machado. - Disse o velho mestre, e após a pequena responder, ele foi logo ao assunto. - Menina Sancha, diga-me lá como anda vosso senhor pai? Diga-lhe que assim que lhe for possível que venha ao Paço pois tenho alguns negocios a tratar com ele. Sim? - E então mudando subitamente de assunto perguntou à pequena enquanto olhava as ruinas, onde agora pareciam trabalhar varias sombras, de um lado ao outro. Carregando madeiros e pedras, tijolos e telhas, e as mais variadas ferramentas e cordames, com os olhos perdidos naquela imagem. - O que achas da Villa do Paço?
--Dimas


Dimas reparou que Sancha andava por ali, e fez um sinal para que a moça se aproxima-se.

- Boas Tardes, senhorita Sancha Machado. - Disse o velho mestre, e após a pequena responder, ele foi logo ao assunto. - Menina Sancha, diga-me lá como anda vosso senhor pai? Diga-lhe que assim que lhe for possível que venha ao Paço pois tenho alguns negocios a tratar com ele. Sim? - E então mudando subitamente de assunto perguntou à pequena enquanto olhava as ruinas, onde agora pareciam trabalhar varias sombras, de um lado ao outro. Carregando madeiros e pedras, tijolos e telhas, e as mais variadas ferramentas e cordames, com os olhos perdidos naquela imagem. - O que achas da Villa do Paço?
--Dimas


Durante o último mês as obras no Paço dos Arcanjos o estavam deixando quase irreconhecível, de ruínas de um antiga villa romana, a uma praça forte que se conformaria definitivamente como sede e matriz da Ordem de Azure.

Os homens trabalhavam com afinco e quase sem descanso, os mestres construtores empregavam toda sua maestria em seus trabalhos, mas ainda faltava um longo caminho a percorrer e vários meses, talvez até anos, mais até que as obras por fim culminassem.

Desde a Villa, o ancião Dimas observava aos jovens vestidos de negro a trabalhar, ainda com os olhos atentos e o olhar claro apesar de sua avançada idade. Apenas dois restavam dos Antigos Mestres, e o velho Mestre Herbolário Teodoro era o outro. E assim a Ordem esteve a ponto de desaparecer da face da terra em um momento no qual um grande mal havia sido derrotado. Muito se havia perdido naquela velha guerra, uma guerra travada nas sombras, longe dos olhares enevoados dos homens comuns. Como aquela propriedade, a Ordem havia ficado em ruínas, mas agora se reconstruiria mais forte, preparada para fazer frente ao mal que espreita no mundo.

O sacrifício havia sido grande, mas no final a Luz triunfou novamente sobre as Trevas. Desta vez. E mesmo sabendo que as forças das sombras jamais descansariam, e que retornariam algum dia, o velho mestre fechou os olhos e se deixou levar por alguns momentos por aquela sensação de paz que a suave brisa da primavera roçando seu rosto envelhecido lhe trazia.

Sentiu junto a si a presença dos Irmãos que já haviam partido, e relembrou as aventuras vividas e os combates travados ao longo dos anos. Um vento mais forte o trouxe de regresso ao presente, e o pó de gesso que se desprendia das velhas paredes da casa era carregado como uma nuvem pelo sopro dos ventos que pareciam uivar nas esquinas e sacudir os andaimes que a hábil Abi havia feito construir.

O pó fez o velho mestre tossir tão bruscamente que sua cabeça começou a latejar, enquanto o ardor da irritação lhe queimava a garganta. Apoiando a mão em um dos muros, observou a pedra púrpurea de seu próprio anel a faiscar com o sol que entrava por alguma abertura.

- Ya es tiempo. – disse em voz baixa, como para si mesmo.

- É tempo que deixes que os mais jovens carreguem vosso fardo, Reverendo Mestre. – Disse uma voz feminina que aos ouvidos de Dimas era como o primeiro correr de um puro manancial, enquanto uma mão delicada lhe acercava uma vasilha com água.

A presença inadvertida da mestra construtora fez o ancião dar um respingo que quase fez com que a vasilha caísse nos mosaicos que cobriam o chão daquele quarto. Percebendo que assustara ao velho, Abi foi logo dizendo:
- Me desculpe Reverendo Mestre, não foi minha intenção assustá-lo.

- Ahh minha dulce Abi, não se preocupe, foi apenas la destracción de um viejo. Quando era mas jovem, não havia viva alma que pudesse me pegar de sorpresa – Respondeu Dimas, com um sorriso, e tomando a vasilha, deu um longo gole. – E então mi querida, a que me llamaste?

- Já terminamos com os dormitorios do Prior e da menina Celestis, Reverendo Mestre.

Abi então lhe ofereceu o braço para que Dimas se apoiasse, e o levou até a ala Suroeste que estava já quase por terminar.
Yochanan


Os dias avançavam em passo sereno e incansável no Paço dos Arcanjos enquanto as obras avançavam sem cessar. Grandes lajotas de barro secavam a um lado do terreno, enquanto pesadas pedras eram levadas em carroças puxadas por fortes bois até o muro noroeste, onde os homens trabalhavam reerguendo a muralha onde antes havia ruído.

Baixo o olhar atento de Oleg, as pedras eram descarregadas e divididas em grupos de acordo à função a qual estavam destinadas. As mais lisas e uniformes se destinavam às paredes externas, enquanto as demais serviriam de “recheio” dos muros. Depois de assentadas, Oleg revisava o trabalho, nem a ponta de uma adaga entrava entre as pedras bem calçadas.

O trabalho de Aqil também avançava a olhos vistos, os novos estábulos estavam completos, e o velho já estava sendo demolido. Quando as lajotas estivessem secas, seriam então cozidas até tornarem-se tijolos, e com estes Aqil construia as edificações mais importantes como os armazéns e a armeria, além da enfermaria, e os baixos muros que delimitavam as hortas de ervas do mestre herbolário. Varias outras pequenas obras decorriam ao mesmo tempo na grande propriedade, dispostas pelo terreno de forma harmoniosa.

Enquanto isso, na Villa, o trabalho não se detinha, e assim, para quando o Prior cruzou os portões de regresso da longa viagem, quase a metade da construção já estava recuperada, e era magnífica aos olhos do Prior.
Os treze cavaleiros, cruzaram baixo o olhar dos Arcanjos, e entraram galopando ao Paço. Deixando as montarias nas capazes mãos dos cavalariços, foram recebidos por Dimas e Eleazar, quem os acompanhou ao barracão do refeitório, onde comeram e relataram a viagem.

Após a comida, os doze cavaleiros que acompanharam ao Prior se retiraram a descansar antes de retomar os afazeres que lhes cabiam no Paço. Estando a sós com os dois mestres, o Prior disse sorrindo:

- Ahh meus amigos, não lhes posso dizer como é bom estar em casa novamente. Digam-me como esteve tudo em minha ausência.

- Pois, deve haver-lhe chegado aos ouvidos os problemas que ocorreram entre Coimbra e Lisboa. – Começou a dizer Eleazar.

- Realmente, tais notícias me alcançaram ainda em terras castellhanas. Mas eram confusos os relatos que se escutavam.

Pela seguinte hora, Eleazar e Dimas se intercalaram a contar o ocorrido, desde que um exército de lisboetas, liderados pelo Conde Kokkas, tomou o castelo de Coimbra, até a intervenção real e a escolha do conselho provisório. O que os levou ao seguinte assunto: a anexação de Lamego ao condado do Porto. E assim continuaram, a conversar sobre os mais diversos assuntos dos acontecimentos do Reino, do Porto e do Paço, por algumas horas.

O sol já se punha no ocaso, quando terminaram a conversa, e o Viana se retirou aos aposentos comuns para descansar. Outra viagem se anunciava ainda, pois havia sido convidado a comparecer à cerimônia de inauguração do recentemente fundado Instituto Hospitalar Português.Um nobre esforço que merecia a atenção do Prior, toda ajuda seria necessária para superar as duras provas que os ventos murmuravam para o futuro de Portugal, e do mundo conhecido.

_________________
Yochanan


Semana e meia havia se passado desde o regresso do Prior, e com animos renovados as obras continuaram quase sem acidentes.

O Prior passava grande parte dos dias acompanhando as obras nas várias construções que ocorriam ao mesmo tempo nas terras do Paço dos Arcanjos. Dois dias antes haviam chegado da capital portuense os elementos faltantes da pequena forja que atenderia as necessidades do Paço. Madeira e pedra se apilhavam onde eram requeridas, e hábeis pedreiros e carpinteiros trabalhavam a um alto custo para que as obras não se detivessem.

Os custos das obras ascendiam a valores que a Ordem apenas podia pagar, mas era uma necessidade urgente que devia ser cumprida sem atraso. Os Ventos da Mudança já se sentiam sobre Portugal.

- Os Ventos sopram novamente. - Disse Yochanan em voz baixa.

- Eles nunca deixam de soprar meu aluno. - Respondeu a voz do velho mestre Dimas atrás dele. O ancião sorria quando o jovem Prior virou-se para ele.

- Espero que a Casa resista. - foram as palavras do Prior, sua voz vacilando levemente antes do fim.

- Ela resistirá, tenha fé meu rapaz. Duras provas ainda estão por vir, e agora só nos resta preparar-nos, e nisso você tem se esmerado muito, não sei se haveria outro que conseguiria convocar aos Três.

- Não sei se serei capaz de fazer frente às Sombras que espreitam, Mestre.

- Os Superiores de Bayt Ghyr Marwf escolheram a ti meu aluno para ser o guardião de nosso legado. - Uma rajada de vento soprou mais forte entre ambos homens, o ar estava ficando pesado. - Tenha confiança en ti, e o Caminho será a vossa guia.

Foi com certo temor no entanto que o Prior viu uma sombra cruzar por trás dos olhos do velho mestre...

_________________
--rumores do povo--, roleplayed by Yochanan


As obras avançavam a um ritmo impressionante, nas cidades próximas haviam até rumores de que artes que não são deste mundo estavam sendo convocadas para auxiliar os que vestiam de negro e viviam naquele lugar.

- Olha Manuel, não passa pela estrada velha do paço não... os demônios vivem ali agora - dizia um dos mercadores da vila pesqueira além do Paço na praça a um conhecido que iria viajar para os lados de Porto e Lamego.

- Éeee tamém fiquei sabeno dissu - disse um velho que passava por alí. - I os demoniu taum contruinu com a rapidez do diabu memo ali. Toma a istrada do mar Seu Manel.

A desconfiança do povo era grande, enquanto as obras continuavam e as muralhas se erguiam e os buracos se fechavam, e a Villa recobrava seu esplendor de antanho...

Já faltava pouco, e o trabalho continuava incansável.
Yochanan


Muitos dias haviam se passado nas terras cercadas pelos muros do Paço do Arcanjo. A Villa recebia os toques finais baixo o olhar atento da hábil Abi, enquanto as muralhas a derredor cresciam a passo lento e constante graças aos conhecimentos de Oleg, enquanto Aqil Nagi, o árabe de Bayt Ghyr Mawf havia traçado com perfeição a disposição dos demais edifícios que se erguiam naquela colina.

Os portões de madeira e ferro se abriram de par para permitir o passo da pequena comitiva do Prior, que retornava aos seus domínios depois de ter passado varias semanas na capital portuense.

O sol poente tingia de rubro as alvas paredes da Villa que se erguia quase no alto da colina, estando a dois terços da distancia dos portões ao topo desta.

Desde os portões, a Villa se elevava elegante e maciça na face da colina. Dividida em dois andares, predominavam as galerias no segundo andar, enquanto no primeiro apenas algumas poucas e pequenas janelas recortavam o muro branco. Aos lados dois pares de arcos se projetavam à frente da Villa, formando braços a cada lado e coroados por pilares de madeira que suportavam os telhados de telha de barro cozido, conformando duas galerias privadas a aquelas alas da Villa.

O edifício principal do Paço exibia a graça historica das vilas romanas da antiguidade, enquanto mostrava detalhes que a atualizavam aos tempos modernos com grande harmonia, como as portas que fechavam as arcadas da galeria central, ou a pequena torre quadrada de madeira que se elevava agora na ala nordeste.

Haviam ainda diversas outras construções que já se encontravam prontas e em funcionamento naquelas terras, como a forja e o arsenal, o campo de treino e uma oficina de carpintaria onde se fabricavam os arcos e bastões dos Irmãos. Também já recebiam os armazéns os grãos das primeiras colheitas dos plantios que serviam a propriedade, e as ervas do herbolário cresciam com o clima plácido da primavera na horta junto à enfermaria.

Os novos estábulos já estavam prontos, e os antigos já haviam sido desarmados, e os dormitórios dos Irmãos que ali viviam, conformavam dois claustros a um canto junto ao refeitório comum.

Foi com grande agrado que o Prior viu quão avançado estavam aquelas obras, e quão magnifico era o Paço, com suas construções e seus caminhos traçados com esmero e dedicação.

- Que alegria é estar em casa. - disse mais para si mesmo que para alguém mais.

_________________
Yochanan


O hermetismo que haviam se apoderado dos residentes do Paço dos Arcanjos começava a desvanecer com aquele novo dia que começava. Poucos dias antes uma importante cerimonia havia ocorrido da qual nenhum vestígio restava, salvo aquele que indefectivelmente se imprime na alma dos que atendem um cerimonial como aquele, onde profundos mistérios são revelados.

No albur daquele novo dia, o Prior estava meditando na plataforma de pedra que se encontrava no alto da colina sobre a qual se erguia o Paço, e foi ali onde os primeiros raios da alba encontraram com o rosto sereno daquele homem de pouco mais de trinta anos, e ali foi também onde o encontrou um dos homens da Ordem que trazia gratas noticias da capital portuense.

- Meu senhor Prior. - começou o cavaleiro com uma vênia. - O Mariscal aportou nas docas da cidade.

O Viana que até então mantinha os olhos fechados, sorriu e abriu-os, revelando os discos verde-azulados que eram seus olhos. - Obrigado irmão. - foram suas únicas palavras antes de fechar os olhos novamente e retomar seu meditar enquanto com outra vênia e um reverencial - Ao vosso dispor meu senhor Prior. - o cavaleiro se retirou da colina deixando o mestre retomar sua meditação.

Algumas horas mais tarde, e tendo já tomado o desjejum e revisado os trabalhos daquele dia, o Prior escreveu duas missivas, lacrou-as com um disco de cera vermelha contendo unicamente o selo da Ordem, e mandou entregar aos seus destinatários ainda naquele dia. A primeira à Condessa de Cantanhede e a segunda ao maestro trovador Aristarco.

_________________
Aka_amber
Amber, Svetlana e Dionísio acordaram junto com os primeiros raios de sol naquela manhã. Dionísio insistiu que as damas deveriam ir de carruagem, com ele a escoltá-las à cavalo. Mas Amber e Svetlana teimaram por quase meia hora, querendo ir à cavalo. Por fim, a lembrança de que além de uma troca de roupa e algo para comerem no caminho - já que são 12 horas de viagem até o Paço dos Arcanjos - ainda haviam os tonéis de vinho francês e outros mimos que trouxeram aos amigos, conseguiu fazê-las desistir da ideia de cavalgarem todo o trajeto.

Goblins, após alugar também para si próprio um cavalo de raça para o período que ficariam no Porto - insistiu em acompanhar suas meninas até a entrada da cidade. Após uma despedida cheia de carinho, ambas entraram na carruagem. Momento em que Goblins referiu-se ao chefe da guarda, Dionísio.

- Cuide delas, Oficial. É um longo caminho e são meus tesouros!

- Sempre, senhor. Sempre. O soldado Stefano virá comigo. Jorge ficará ao seu dispôr e Emílio fará a guarda do menino Liberalis e da senhora Maria das Graças, senhor, conforme a Marechal solicitou.

- Ótimo.


Doze horas de caminhada e apenas 3 paradas para se refrescarem e se alimentarem, depois, finalmente começaram a avistar o Paço dos Arcanjos. Já que haviam saído muito cedo, ainda não havia escurecido por completo, mas as últimas rajadas alaranjadas começavam a abandonar o horizonte.

- Bem na hora. - disse Amber.

Quando a carruagem chegou às portas da fortificação, Dionísio desceu do cavalo e abriu a porta da carruagem, ajudando a Condessa de Cantanhede a descer.

- Melhor que eu nos apresente, Dionísio, já que o convite era endereçado a mim.

Aproximando-se do sentinela, Amber diz em tom alto e firme, com seu tom de voz altivo, porém de forma polida e gentil:

- Sou a Marechal Amber de Camões e Flandres, Condessa de Cantanhede. Venho a convite do Prior Yochanan Viana. Nossa passagem está autorizada?
Yochanan


- Sua Graça. Esperavamos a vossa chegada. - respondeu-lhe, não o sentinela, mas um jovem que já cruzava os portões que se abriam sem nenhum ruído apesar de seu evidente peso e solidez. Sua tez cor de oliva, e a barba rente ao rosto lhe davam um ar exótico, ainda mais coberto pelos negros trajes da Ordem. - Sou Eleazar Sayyid, e vos acompanharei à presença do Prior. - concluiu com voz serena indicando o caminho aberto.

O Mestre acompanhou os convidados pelo caminho de terra batida que ascendia a colina. Era ainda visível que varias edificações, ainda que em um estado já avançado em sua construção, ainda não estavam concluídas. Poucos dias antes o mestre construtor Oleg havia concluído uma das partes mais criticas em uma das torres do muro norte. O movimento de homens, bestas e materiais era constante pela propriedade, mas nenhum se cruzou em nenhum momento o passo daquela comitiva.

O caminho seguia ao alto da colina, passando a Villa do Paço, mas foi em direção a esta que o grupo virou em uma suave curva. As alvas paredes da vila se tingiam com o rubor do final do dia, e das chamas dos archotes que se acendiam a ambos lados do caminho e junto às paredes da vila em suportes de ferro forjado.

Uma plataforma se projetava entre os braços da construção formando um terraço aberto ao qual se acedia por duas escadarias que se ascendiam paralelas à parede que formava o terraço. No alto desta a figura do Prior aguardava junto a um pequeno grupo. Todos vestiam o negro, mas nesta ocasião o Prior usava a capa que havia recebido de presente da Condessa.

Quando o grupo da Condessa chegou à pequena praça que se abria frente à Villa, o Prior desceu as escadas e recebeu aos seus convidados. - Bem vinda ao Paço dos Arcanjos minha querida amiga. - Lhe disse à Condessa. - Espero que vossa viagem tenha sido tranquila. É acaso esta a menina Svetlana? Que grande ela está! Quantos anos já tens pequena? - Perguntou serenamente, pois não queria que a menina se assustasse com aquele ambiente que causava um certo fascínio temeroso na maioria dos que ali iam por primeira vez, pois nas terras do Paço, apesar da quantidade de pessoas que ali viviam, o silencio era o que mais se escutava.

_________________
Aka_amber
A Condessa olhava o sentinela, mas a voz que a respondeu foi de um homem bem mais jovem. Sua pele cor de oliva demonstrava não ser filho de terras portuguesas, ou, talvez, apenas tenha outra ascendência. Quando ele disse-lhe o nome, as dúvidas sobre sua ascendência desapareceram, era um nome característicos de terras longínquas.

- Obrigada, jovem Eleazar. - disse-lhe com um sorriso.

O interior do paço era impressionante, a terra batida, de cor característica, a paisagem, a construção firme, como uma fortaleza. Amber se criara no Exército Real Português e estava, portanto, acostumada àquele tipo de construção. Na verdade, toda aquela paisagem apertava-lhe o coração. Sentia mesmo muita falta do ERP, mas não do ERP de agora, do ERP de outrora, quando ainda havia respeito. Mas de tudo, o que mais a impressionava era o silêncio. Era tão...calmo, quase como se as pessoas vivessem em constante meditação. Dionísio e Stefano mantiveram-se atentos a todos os lados, em guarda. Já Svetlana, observava tudo maravilhada, tal como Amber.

Ao chegarem à Villa, logo reconheceu a capa de seda azul que presenteara Yochanan e um largo sorriso tomou-lhe o rosto.

- Bem vinda ao Paço dos Arcanjos minha querida amiga.

- Obrigada pelo convite, meu amigo. O lugar é ainda mais impressionante do que eu imaginara.

- Espero que vossa viagem tenha sido tranquila. É acaso esta a menina Svetlana? Que grande ela está! Quantos anos já tens pequena?


Svetlana olha para a mãe com timidez, mas o sorriso encorajador de Amber a acalma. Mais corada, a jovem sorri levemente e responde.

- Tenho 14 anos, senhor Pri-prior. Minha mãe disse que o senhor tem uma filha...
See the RP information <<   <   1, 2, 3, ..., 5, 6, 7, ..., 27, 28, 29   >   >>
Copyright © JDWorks, Corbeaunoir & Elissa Ka | Update notes | Support us | 2008 - 2024
Special thanks to our amazing translators : Dunpeal (EN, PT), Eriti (IT), Azureus (FI)