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Aforas da Cidade do Porto - Paço dos Arcanjos

Aristarco
“Mais um pouco, só mais um pouco”, pensava lá consigo, e Aristarco media a distância a se findar até a chegada ao Paço dos Arcanjos, o lusco-fusco lhe abraçara em definitivo para tão logo dar passagem à escuridão da noite que se iniciara: devia ser quase a hora das Vésperas...
Enquanto Graelent dava uma passada tranquila, o trovador assoviava uma canção de al-Gharb, tão plácido quanto se encontrava seu espírito, a despeito de sua saúde física já bem mais disposta apesar de incompleta, ao se comparar naquel’ primeiro dia em que chegara ao Porto em lastimável estado, pois vejais quanta diferença os ares podem fazer e aqui se bem pode dizer, sem sequer tratar de cousas do temperamento.

Durante o trajeto, mesmo debaixo da claridade do sol na altura, notou que algo diferente acontecia à medida que se aproximava de seu destino, naquela velha comarca minhota de Portugal, quando vulto ou outro não lhe passava à rabeira dos olhos de seu rosto encapuzado; por instantes segurava o pomo da espada a se preparar pelo pior e assim ficou rígido e alerta durante algum tempo.
Até que finalmente concluiu que deviam ser os homens de negro ao véu do comando de Mestre Yochanan, ainda com mui discrição a “deixarem ser vistos” (para olhos sagazes, há que se bem dizer) talvez como alerta ou aviso de segurança ao caminho; já não mais se preocupou com a lâmina que trazia consigo Aristarco.

E na escuridão que rapidamente a tudo tomava, do assovio passou com boa voz, sem receios:


♪ “Amor eterno ao coração,”

Graelent notou a diferença de sopro e voz de música, levantou um pouco mais sua cabeça.

“Tal qual Sirius, duração...” ♫

O cavalo relinchou, parecendo que dava uma resposta...
Então um riso baixo, para não dizer quase imperceptível, deu-se próximo à margem do caminho, porém de invisível portador; e o próprio Aristarco riu junto, mas sem peias, notai que observado e observador(es) trocaram gentilezas sem prosa alguma, mas que cousa, acontecimentos inusitados de histórias de viajores.

E a cada pedaço de chão que avançava e vencia a faltar bem pouco, cantava com boa voz sem “interrupções”, seja por riso d’alguém, seja por sua própria montaria.

À sua frente, por onde o caminho seguia ao norte, já se encontrava a “Estrela do Norte” mui brilhante, indicando-lhe o futuro prestes a encontrar, junto das terras de Mestre Yochanan, quando ao virar rosto para o oeste lá se assentava ainda por algum tempo Héracles a se encontrar com o Oceano Ocidental, não tão distante dali, que tão logo o acolheria; e claro, para o belo lado nascente, d’onde nasciam também os bons conselhos ou a esperança, Andrômeda subia a prenunciar al-Dabarān de Touro, assim como às Matinas com o velho Orionte em companhia de seus cães fiéis que chegariam para velar o novo dia.
Sentiu calor dentro de si, ao lembrar mais uma vez do brilho de al-S̲h̲iʿrā (e não apenas por canção), como ao latim era mais conhecida por Sirius, no mais ainda avançar matinal da noite. Era a mesma estrela em que confidenciara seu coração em al-Ândalus, a um passado tão breve que um homem tem consigo, pois é efêmera a vida humana como sopro fugaz de finitude naquel’ mar interminável do cosmos...

O trovador encontrava-se feliz porque lhe havia certeza que tão logo experimentaria sentimentos fraternalmente elevados.
“Mais um pouco, só mais um pouco”, pensava lá consigo...

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| Secrétaire Royal | Minstrel of Gharb al-Ândalus | The Flemish-Breton of Iberia: al-Musta'rib |
Yochanan


-Obrigado minha amiga, este lugar é o resultado de muito trabalho, dedicação e habilidade. - respondeu o Prior à Condessa de Cantanhede, mas às palavras da menina Svetlana, ele respondeu - Tenho sim minha pequena, minha menina Celestis, mas infelizmente hoje lhe acometeu terrível mal-estar a causa de sua lua e não nos acompanhará. Mas venham, entremos, nosso outro convidado deve estar por chegar pronto. - Concluiu o Viana oferecendo o braço à Condessa.

Juntos eles subiram os degraus de acesso ao terraço, e dali cruzaram o pórtico que dava acesso ao interior da Villa, ladeado a ambos lados por pequenas janelas que perfuravam o, senão maciço, muro branco. Uma vez no interior o Viana guiou suas convidadas à esquerda, por aquele corredor que corria paralelo ao muro, e se abria a diversas habitações, ingressando na primeira habitação à direita cruzando um amplo arco de meio ponto. A ampla habitação, ponteada por duas colunas que se erguiam como árvores solitárias em meio ao espaço, e diversas pilastras em seus muros se colmatava com um teto abobadado para suportar o segundo piso. O pé direito alto no entanto dava uma ilusão do salão ser maior do que realmente era enquanto das paredes cegas belas tapeçarias retratando a vida campestre e da urbe portuense se dependuravam. No centro, entre as duas colunas, de onde candeeiros iluminavam o salão, uma mesa de madeira com vários lugares e castiçais se encontrava posta para receber os comensais, enquanto ao outro lado do salão altos painéis de madeira estavam entreabertos revelando uma galeria aberta a um pátio e um longo estanque atrás da Villa.

Enquanto isso nos portões do Paço, o outro convidado era avistado se aproximando pelo caminho.

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Aristarco
Aristarco pode observar ao elevado terreno que fazia gran sombra [mais negra do que o céu] ao horizonte (e estrelas), lampejos mui breves d’algumas tochas já acesas lá adiante, como se era por bem esperar, e já compreendia que seria alguma sentinela de passagem d’algures para alhures, e ia até mais além: não era ele ingênuo a ponto de duvidar que a partir de certa etapa do caminho, todos os seus passos eram relatados, segundo um prazo de tempo e lugar, como bem faziam os prevenidos; não conhecia a Ordem, era uma verdade, e a observar espírito diligente de seu Prior, naquel’ exato momento imaginava alguma nova notícia a chegar, ainda mais quando passara há não mui por um córrego ruidoso à beira do caminho, pois suspeitava que talvez ali também fosse uma marca.

A noite estava fresca, agradável seria por melhor dizer, aquel’ final de solstício retirava boa parte do vigor do Verão, contudo ajeitava sua capa ao corpo um pouco mais, com fito de não passar aborrecimento com uma brisa que lhe batia de frente, quando mais tarde lhe bateria ao peito algo mais danoso do que sopro de vento, com alguma tosse seca, garganta dolorida e quem sabe um pouco de febre, faziam-se bem não apenas as prevenções daquela natureza já dita, mas para Aristarco, sobretudo da própria saúde não lá gran cousas como outrora.

Venceu o caminho até interromper Graelent bem à entrada com portões cerrados de madeira e ferro, onde estavam homens à espera (previamente, sem dúvida).
Aristarco não retirou seu capuz, era uma forma negra debaixo de sua capa sobre montaria, e somente deu seu aparte pela voz deveras serena:


– Um trovador que vem em paz, saúda as sentinelas em boa e tranquila noite. Também o trovador vem procurar vosso mestre, para encontrar e ser encontrado em fiel amizade.

Fez um aceno em um suave movimento com as mãos, mui óbvio para aqueles de intenções pacíficas; e então trocaram impressões gentis, sendo uma das sentinelas a lhe servir de bom guia para que Aristarco alcançasse seus amigos. Apeou n’um salto, mas antes que seu cavalo fosse levado para os estábulos, tirou seu alforje algum al-haiâ, objetos quaisquer (como pena e pergaminhos) pertencentes a si.
Ademais, ajeitou seu alaúde às costas, para então seguir o homem pelo caminho já adentro dos planos da construção.
E assim cruzou a entrada, com dois arcanjos a guardar suas bases, uma visão esperançosa para um viajor recém-chegado a solicitar proteção; naquel’ terreno acidentado em que as muralhas encalacravam à feição da colina, seria uma praça difícil de ser tomada, era-lhe evidente, pois os arcanjos teriam seu trabalho em mui auxiliado...

O trovador observou com curiosidade e medição, enquanto caminhava perscrutara o estado em que tudo se encontrava, havia mui por fazer é bem verdade, mas n’aquilo que estava acabado, não deixara de notar mestrança e razão empregados pelo mestre-de-pedras, porque já estivera em Lisboa no passado, a receber alguns ensinamentos por puro ensejo d’algum conhecimento que em uma época procurara.
Buscar a razão, mesmo das “cousas práticas”, despertava por vezes seu interesse, ainda que não se tornasse aprendiz necessariamente d’algum ofício; as ocasiões sem precisança ou tarefa estimulavam-no a ter “novos entendimentos” de entes, de fenômenos, provavelmente a culminar nas considerações da Física, mas bem, isto são assuntos da Filosofia para outros momentos que não este, sem dúvida.

Divisou prontamente um promontório próximo à entrada, a parecer tal qual uma at-talai'a sarracena, ou simplesmente atalaia naquelas plagas, bem guarnecida com olhos que lho acompanharam.
Havia várias construções pelo caminho, notadamente “novas” ou com pedrarias há pouco tempo colocadas, já a noite deixava pouco a reparar, certamente o dia teria melhor serventia; assim mesmo observou bem, faltando pouco para retirar seu capuz.

Não conversou ele com o guia que o encaminhava, certas situações mais convinha o silêncio do que canções pelo caminho, e lá foram ambos, um com uma espécie de cajado às mãos, outro com alaúde às costas por sobre capa e capuz ao rosto, em direção ao lugar destinado d’ encontro almejado.
Mui cousas romanas agradaram aos olhos de Aristarco, a tão logo ver paisagem à luz do dia quando possível, a plaga era limpa, organizada, onde antigo e novo se misturavam com um gosto agradável, porventura imaginou brevemente como um bom lugar de retiro, para as atividades da intelecção; outrora às terras musta’rab do sul quando visitava pequenos burgos com tal fito, já pensava que o Paço dos Arcanjos faria bem estas vezes aquando em estadia n’O Porto e claro, se Mestre Yochanan lho permitisse.

Até que ao cruzar um arco d’um edifício, abriu-se um salão amplo com aqueles que iria Aristarco se encontrar, e os mesmos conversavam diante uma mesa, provavelmente a se preparar para a refeição; a disposição da construção era romana tanto quanto ao sul, até mesmo à ta’ifa em que vivera, conservada pelas antigas gentes persistentes mesmo durante governança sarracena.
Imediatamente disse ao seu guia que dali em diante, ele mesmo se apresentaria e o agradeceu por tamanha atenção, também não era preciso se preocupar com a formalidade, algo incomum de proceder Aristarco, mas sentia que carecia naquel’ momento seguir inclinações que não a razão.

Caminhou até Sua Graça a Condessa e Mestre Viana, além d’uma donzela em flor que não conhecera, com voz serena a dizer:


– Caríssimos, creio que estou chegado a tempo do ágape...

Usou a palavra “ágape” oportunamente em memória dos bodos entres os mais antigos aristotelistas ao começo daquela fé crescente no mundo, ao singular momento de compartilhar o pão de maneira comunal e fraterna, um símbolo bom, ainda que ele mesmo adotasse uma religiosidade deveras “mestiça” mesmo para um musta’rib.

Quando finalmente se aproximou, baixou seu capuz e lhes apresentou um sorriso franco.

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| Secrétaire Royal | Minstrel of Gharb al-Ândalus | The Flemish-Breton of Iberia: al-Musta'rib |
Aka_amber
Amber foi acompanhada à belíssima sala de jantar.

- A cada segundo fico mais encantada com este lugar, meu amigo. É espetacular. Rústico e ao mesmo empo muito nobre.

E baixando o tom de voz, sussurra-lhe.

- Devo me desculpar por meus guarda-costas. Sei que é bastante incômoda a presença de duas pessoas às portas da sala, mas Dionísio é meu chefe da guarda e é extremamente metódico quanto à nossa defesa. Depois de tantos cargos, acabei me tornando um alvo político...sei que aqui estamos seguros, mas para que Dionísio confie completamente em alguém é necessário realmente muito tempo. Está comigo há quase 15 anos e acho que levou uns 10 anos para confiar em minha própria criadagem.

Sorri com ar embaraçado. Mas são interrompidos pela chegada entusiástica de Aristarco.

- A tempo do ágape e de um belo abraço, meu amigo. - disse a Condessa levantando-se e abraçando o amigo Aristarco. O trovador sempre se mostrava um tanto incomodado com essas demonstrações de afeto, ele ainda tinha aquela ideia de tratar a Condessa por seu título. - Espero que tenha feito boa viagem!
Yochanan


O Prior já iria contestar algo sobre a Condessa não precisar pedir desculpa por sua guarda, que os tempos eram realmente atribulados, mas foi interrompido pela chegada do outro convidado daquela noite.

-Bem vindo meu caro! Chegasteis, decerto, bem a tempo. - Disse o Prior colocando uma das mãos sobre o ombro do trovador. - Venha sente-se conosco para jantar. - disse o Viana indicando um dos assentos vazios próximos a eles e a medida que foram chegando os pratos daquela noite o Prior anunciou. - Hoje teremos javali e cervo em homenagem a vocês meus convidados, e abriremos um vinho do porto para celebrar o vosso regresso à Portugal condessa. - Nisso dois jovens aprendizes se aproximaram e encheram as taças dos adultos de um aromático vinho do porto, e a de Svetlana, como era ainda jovem, serviram-lhe cerveja aguada. Enquanto isso outros traziam as bandejas de comida para a mesa. - E talvez após a ceia nosso amigo queira dedicar-nos algumas linhas.- Concluiu com um sorriso. - Deixando o espaço por se algum de seus convidados desejasse fazer alguma prece antes de começar a comer.

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Aka_amber
Amber sorri e pede a permissão para fazer uma pequena prece.

- Quero fazer uma prece, mas não Aristotélica, visto que temos fieis de outras religiões à mesa. Faço, portanto, uma prece apenas espiritual. Que nunca falte comida, nem na mesa de nossas famílias, nem na mesa de nenhuma família digna de coração. Que nunca falte alegria nas nossas vidas, um sorriso sincero no rosto e muita paz ao coração.

Depois sentam-se para comer e beber. Svetlana acompanha o jantar, mas retira-se para descansar nos aposentos destinados a ela antes de começarem a beber copos de vinho. É jovem e pouco acostumada a longas viagens, portanto sente-se esgotada com o trecho a carruagem. Tão logo os primeiros raios de sol apareçam, será hora de Amber e Svetlana partirem novamente, precisam voltar a Alcobaça para ver o estado de saúde de Dom Vega.

- E agora é que seremos presenteados com aquela trova, meu amigo Ari?
Yochanan


Os dias se passaram com grande rapidez desde a visita da Condessa de Cantanhede e do maestro trovador Aristarco, e a vida continuou tranquila naquele lugar afastado da grande urbe que era a cidade do Porto.

Após grande esforço e muito trabalho, Os Três, considerados por alguns os mais grandes mestres construtores do nosso tempo deram por terminado os trabalhos que a eles haviam sido encomendados pelo Prior.

Oleg Berg, o homem baixo e atarracado, de braços e pernas fortes e torso compacto sobre o qual a espessa barba caia, havia estado encarregado de recuperar as muralhas que, rodeando a colina sobre a qual se erguia a antiga Villa, marcavam os limites imediatos do Paço dos Arcanjos.

Abi Sheehy, a moça de cabelos avermelhados, olhos verdes e voz cristalina, trabalho com toda sua arte e ciência para reerguer a toda sua glória a antiga Villa romana que agora servia de Sede para a Ordem e do Paço dos Arcanjos, e como residência para o Prior, sua família e seus hospedes.

Aqil Nagi, o árabe alto de olhos escuros, havia coordenado e completado as obras das edificações secundarias do complexo que era o Paço dos Arcanjos, com seus estábulos, armazéns e celeiros, dormitórios em claustro e oficinas para diversos oficios, enfermaria, arsenal e o pequeno jardim de ervas do mestre herbolário. Fora dos muros os campos de trigo e vegetais cresciam serenos enquanto os bosques ao outro lado exalavam seu ar de mistério e fascínio.

Os amplos portões de madeira e ferro se mantinham quase sempre fechados, e eram vigilados não só pelo vigia do alto da pequena torre de atalaia que se erguia junto a este, mas também pelas duas estatuas que davam nome ao lugar. A cada lado do caminho se erguia uma estatua pouco maior que um homem adulto, com a forma de um arcanjo alado, uma delas tinha em suas mãos uma espada que apontava ao caminho em direção ao que se aproximava do Paço. A outra levava um cajado, no qual se apoiava, mas não por isso era menos ameaçadora que a primeira.

Aquele era um dia especialmente claro, pois não havia uma única nuvem à vista enquanto o grupo se aproximava dos portões. O vigia já os havia avistado e reconhecido, e assim, quando chegaram aos portões estes já estavam sendo abertos para deixar o Prior e seus homens regressar à casa depois de uma visita à capital.

- Sempre me surpreende a arte que deu forma a estas estatuas, há dias que a Vida mesmo parece insuflar-lhes seu ar. - Comentou o Viana ao homem que cavalgava a seu lado.

- São realmente belos os guardiões meu aluno, e fazes bem em não ignorar a arte que lhes deu forma, pois é uma arte antiga, e não deve ser menospreciada. - respondeu o velho Dimas. - Muito menos por nós. - adicionou em voz baixa enquanto os dois homens abaixavam a cabeça como se estivessem a fazer uma vênia às duas estatuas que guardavam aquela entrada.

No final daquela tarde vários homens em suas negras vestes deixaram aqueles portões em direção ao sul. Sua missão, escoltar o Conde de Marialva em segurança até o Paço dos Arcanjos.

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Abraz
Abraz desde que chegou á cidade do Porto só tinha duas ideias na sua mente usufruir da companhia da sua loira e conhecer a familia desta e por outro lado exercitar os seus musculos diariamente na floresta da cidada invicta...e assim se foi passando os dias...até que numa noite em que se encontrava na"Taverna da Ribeirinha do Porto" na companhia de Marih,do perfeito,de Morgaine,Dinaman entre outras boas companhias surgiu o irmão de Marih,o Prior Yochanan.

O Marilava achou que estava perante alguem que teria se descolado á Taverna com o objectivo claro de avaliar a sua pessoa e lhe deixar o convite de ir conhecer o tão falado Solar do Paço dos Arcanjos...
O mano da loira era sem duvida uma personaliade formal no modo de estar e de falar mas isso não incomodou o Careca que de pronto aceitou o convite.

No outro dia de manhã o Marialva acorda bem cedo como é seu habito e deixando a estalagem segue tranquilamente rumo á floresta como seu machado á cintura mas algo que desperta a atenção....Hummm cavaleiros vestidos de negro que quererão eles?!......Abraz para ao se aperceber que os ditos cavaleiros vestidos de negro cavalgam mesmo em sua direcção,segura com firmeza mas discretamente no seu machado pois não sabia se os ditos viriam em amizade ou não...

Os cavaleiros param perto do Marialva e um deles pergunta...Estamos perante o Conde de Marialva?........o Careca sem nunca largar o machado responde...sim,estão perante o Alcobacense Abraz,o Conde de Marialva,o que desejam da minha pessoa?..diz o Careca num ar desconfiado.
Ilustre Conde,temos como missão o escoltar até aos Paços do Arcanjos...responde o mesmo cavaleiro..Nisto Abraz larga o machado e passando a mão pela sua Careca-Perfeita,responde com um sorriso...sim,claro ilustres cavaleiros bem sei que tenho um convite para lá ir mas nunca pensei que o Prior vos enviasse no meu encalço logo pela manhã,sendo assim regressarei á albergaria onde estou instalado de forma a mudar de trajes e selar o meu cavalo Trovão.

E tudo se sucedeu como Abraz disse,logo após se aprontar e selar o Trovão,segiu rumo aos Paços dos Arcanjos na companhia daqueles cavaleiros mas um ultimo pensamento lhe surge...não comentes ao meu irmão que não acreditas em Jah...tinha-lhe dito Marih...o Careca sorri e segue até ao seu destino.
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Bakita


Após uma alegre noite na Taverna da Ribeirinha, a qual rendeu-lhe mesmo uma leve dor de cabeça, John levantou-se com o chamado de um Guarda da Ordem de Azure. Dera a sua palavra que acompanharia o Conde de Marialva até o Paço dos Arcanjos, que ficava a algumas horas de viagem.

Vestiu-se sobriamente, em nada lembrando o ferreiro dos dias anteriores (a não ser as luvas, que cobriam as crueis cicatrizes do treinamento) e penteou os cabelos que estavam cada dia mais longos, por não haver quem os aparasse. O outono era muito salutar para passear a cavalo, e era muito bom voltar ao Paço após algum tempo.

Juntando-se à comitiva dos Guardas de Yochanan, posicionou seu Tristan ao lado da montaria do Conde.

-Sua Graça, é uma honra cavalgar ao lado da mais brilhante careca deste reino. - Pronunciou com naturalidade, pois sabia do gosto que o conde tinha por não possuir cabelos. Afinal, quem não sabia?

E assim, desfrutando de conversa frugal, levaram o caminho até a Villa.

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Abraz
Abraz e a sua escolta seguiam rumo ao seu destino quando se apercebem de alguem se aproximar montando um nobre cavalo...quando este se aproxima o Conde de Marialva reconhece de quem se trata,é o jovem Johnrafael sobrinho de Marih e do anfitrião do destino daquela viagem.

-Sua Graça, é uma honra cavalgar ao lado da mais brilhante careca deste reino.....o careca sorri e diz..Boas Jonhrafael ora essa obrigado pelo o elogio mas diga-me já como novo depois do culto á Deusa ontem é noite?...e a comitiva segue agora com mais um elemento em direcção ao Paço dos Arcanjos.
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Bakita


- Boas Jonhrafael ora essa obrigado pelo o elogio mas diga-me já como novo depois do culto á Deusa ontem é noite?...

A cabeça doía. Sinal da ressaca que se abatia depois do exagero de álcool da noite anterior.

-Dom Abraz, não sei vos explicar, mas acredito que entre Jah e a Deusa deve haver algum encanto, um acordo... A cabeça dói um pouco, mas nada que um pouco do ar da Floresta não cure.

Seguiram então por mais algum tempo, até verem os contornos do Paço dos Arcanjos em destaque dentro da Floresta. A brisa do outono refrescava e trazia uma sensação de sossego.

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Yochanan


Do alto da atalaia o vigia viu o grupo se aproximando, naquele momento o sol já havia começado a descender no arco celeste há algumas poucas horas, e a noite se aproximava pacifica e tranquila. Os ares frescos do outono já haviam substituído o calor remanescente das horas mais quentes do dia, herdeiras do verão que já findara. Então, ele enviou a mensagem até a Villa, os Convidados do Prior estavam chegando.

A medida que se aproximavam dos portões do Paço, o líder da escolta ficou de pé sobre os estribos e levantou a mão direita com a palma aberta voltada para os muros, e sem qualquer ruído os portões começaram a se abrir ao par, deixando o caminho aberto para que a comitiva entrasse baixo o olhar eterno dos dois arcanjos que guardavam a entrada.

Após o último cavaleiro cruzar, os portões foram novamente fechados com um baque seco. E se algum da comitiva olhasse para trás veria a alguns homens colocando-se de guarda junto às portas.

O Prior estava atendendo os últimos assuntos do dia em seu despacho quando foi informado por um dos irmãos da Ordem que seus convidados estavam chegando.

Sem nenhuma pressa ele se levantou e alisou as vestes negras sobre o corpo, e desceu as escadas para receber os recém chegados nas escadarias da Villa.

Esperou a que todos desmontassem e então desceu os degraus em direção ao grupo. Primeiramente se dirigiu ao Conde de Marialva a quem disse com uma ligeira vênia com a cabeça: - Sejais bem vindo à nossa humilde morada Sua Graça. Espero que a viagem não o tenha cansado muito. e então após a resposta do Marialva, se dirigiu ao sobrinho: John, que bom que você pôde vir. Não sabia se os vossos compromissos com a forja lhe dariam o tempo. - completou com um ligeiro sorriso que parecia ocultar muitas coisas ao mesmo tempo. Os olhos verde azulados do Prior vasculhavam os do jovem sobrinho como se procurando enxergar algo além, no profundo do ser daquele jovem. Mas antes que o rapaz pudesse responder o Viana já falava novamente. - Pois então acompanhem-me por favor, desejam tomar ou comer algo antes da ceia?

Para então os cavaleiros que os escoltaram já levavam os cavalos aos estábulos.

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Abraz
Depois de o grupo cavalgar grande parte da tarde o Marilava avista uma enorme fortaleza e pensa com a sua Careca que só podia se tratar do Paço dos Arcanjos....os cavaleiros vestidos de negro mantinham-se em silêncio como praticamente em toda a viagem.

Johnrafael é ali o nosso destino?....o jovem acena em sinal afirmativo a jornada estava a chegar ao final.

O Conde de Marialva ao chegar ao portão não pôde deixar de admirar a imponência de todo o edeficio...quando o grupo passa o portão o Careca olha sobre o ombro e repara no grande numero de guardas que vigiam aquelas portas...humm complicado sair daqui contra a vontade do meu anfitrião..pensa ele.

O Careca salta do seu cavalo e como do nada ouve uma voz..- Sejais bem vindo à nossa humilde morada Sua Graça. Espero que a viagem não o tenha cansado muito...era o misterioso Yochanan que lhe dava as boas vindas....Obrigado pelas boas vindas Dom Yochanan,para ser sincero a viagem foi mais longa do que eu julgava mas nada que me mande abaixo...diz o Alcobacense com o sorriso que tanto o caracteriza.
Entretanto o anfitrião dirige umas palavras ao seu sobrinho e Abraz observa esse dialogo atentamente...sem duvidas que estava perante alguém enigmatico.


- Pois então acompanhem-me por favor, desejam tomar ou comer algo antes da ceia?

O Alcobacense encara Yochanan ao ouvir falar em comida e bebida...ora ai está uma boa ideia,muito sinceramente o que me apetece é uma cerveja bem gelada,minha bebida predilecta em qualquer circusntência Dom Yochanan...faz uma pausa e enquanto os três avançam e continua...mas deixe que lhe diga desde já duas coisas,uma que tem aqui uma fortaleza imponente digna de um Rei a outra que desde já agradeço a ceia com que me recebe mas aceitei o seu convite com outra intenção para além de comer e beber.
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Yochanan


O Alcobacense encara Yochanan ao ouvir falar em comida e bebida...ora ai está uma boa ideia,muito sinceramente o que me apetece é uma cerveja bem gelada,minha bebida predilecta em qualquer circusntência Dom Yochanan...faz uma pausa e enquanto os três avançam e continua...mas deixe que lhe diga desde já duas coisas,uma que tem aqui uma fortaleza imponente digna de um Rei a outra que desde já agradeço a ceia com que me recebe mas aceitei o seu convite com outra intenção para além de comer e beber.

Mandarei providenciar então cerveja bem fresca para os três. - respondeu o Viana com um sorriso discreto. Escutando as duas coisas que o Marialva dizia chegaram os três ao patamar que se estendia entre os dois braços que se projetavam desde o corpo principal da Villa. Ali o Prior virou-se ao Marialva e disse com voz tranquila: -Obrigado pelo elogio Vossa Graça, trabalhamos com muito esmero para reerguer esta praça da Ordem e tornar-la sua Sede, e quanto à segunda coisa, acredito que poderemos conversar melhor após a ceia, uma vez que Vossa Graça descanse um pouco da viagem. Hoje teremos javali assado e regado com cerveja especiada em vossa honra. - Concluiu o Viana abrindo a porta de duas folhas ao interior da Villa e os conduziu a uma sala onde poltronas e almofadões ao estilo mouro se dispunham ao redor de uma mesa baixa.

Um jovem, que devia ter a metade dos anos de John esperava-os ali, a diferença dos demais, o menino não vestia o negro, mas uma túnica cinzenta de linho.

- Ahh Viriato! Traz-nos algumas cervejas bem frescas sim. - pediu o Prior num tom quase paternal, ao que o pequeno nada disse mas fez uma vênia e se retirou.

- Sentem-se por favor. - pediu indicando as poltronas aos seus convidados. Uma vez sentados Yochanan perguntou: - Diga-me Vossa Graça, como conheceste minha irmã?

Pouco tempo depois que o Conde começasse seu relato o menino Viriato retornou e deixou uma bandeja com os três canecos e uma jarra de cerâmica de cerveja. Ainda em silêncio ele serviu o liquido dourado nos canecos e com uma vênia se retirou.

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Abraz
- Sentem-se por favor. - pediu indicando as poltronas aos seus convidados.

O Marialva acomoda-se na bela poltrona que Yochanan indicara e na verdade sentia-se um pouco mais á vontade depois de ver o modo carinhoso com que este falara ao petiz vestido de cinzento....

O Careca ao ver o miudo regressar com as três canecas solta um sorriso mas antes que pudesse saborear a mesma...ouve:

- Diga-me Vossa Graça, como conheceste minha irmã?

Abraz passa a mão pela sua Careca Perfeita gesto tão caracteristico nele e encarando Yochanan segura na cerveja gelada e diz...antes de lhe matar essa sua curiosidade permita que faça um brinde consigo e com o seu sobrinho....o Prior acena com a cabeça como em sinal de concordância e o três se lavantam-se das poltronas e erguem as belas canecas,antes de abrir a boca o Alcobacense recorda uma vez mais o conselho da sua loira-perfeita"não fale da Deusa ao meu mano"....Brindo em nome do Reino de Portugal e á Cidade do Porto que tão bem me tem acolhido desde que aqui cheguei...os três dão um belo gole na bjeka e voltam a sentar-se...rica cerveja,fresquinha como se quer...nisto Abraz sente no olhar de Yochan como que aguardando uma resposta á sua questão.

Bem meu caro anfitrião na verdade tive o enorme prazer de conhecer a sua formosa irmã já há algum tempo mais propriamente na minha Cidade Natal,Alcobaça...faz uma pausa e volta a dar mais um gole na bela bjeka e depois continua...foi nas festas do casamento de um companheiro de armas o amigo.solitario,sua irmã se deslocou até lá na companhia do Duque Araj e olhe digo-lhe que foi festa rija por esses dias na cidade que tem a melhor fruta desta nação...mas permita-me que lhe diga que logo reparei que estava perante uma mulher especial.

Abraz não pode deixar de raparar nos olhares de Johnrafael e seu tio como que a esperarem que ele continuasse....bem a vida continuou com altos e baixos,entretanto mudei-me para umas propriedades na Cidade de Coimbra onde por lá fiquei a cuidar dos meus negocios até que fui de visita á minha terra natal e durante essa estadia volto a cruzar com a beleza de Dama Marih...Abraz sorri,deixou de se sentir pressionado por estar na presença do irmão da sua musa...e algo nasceu e tem vindo a crescer dia após dia,semana após semana...O Careca fica meio ambraçado por estar a falar nos seus sentimentos e como que passando as redeas da conversa para Yochanan...desculpe ter me alongado na resposta,espero ter satisfeito a sua curiosidade....na verdade o Careca tinha noção que a conversa sobre a sua amada não acabaria ali pois o Alcobacense tinha como objectivo assumir perante Yochanan quais as intenções que tem em mente em relação a Marih.

E nisto Abraz dá um ultimo gole na caneca,aquela já era viesse a próxima.
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