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[RP] Ateliê - A Donzela Tecelã - tecendo sonhos...

Beatrix_algrave


Beatrix olhava para Gennaro sem entender o motivo do comportamento dele. Ela não se intimidou nem recuou como era de seu hábito. Então, respondeu encarando o mestre.

- irmã Benedita, uma freira do convento onde me "deixaram". A madre superiora era terrivelmente sovina, e por isso tínhamos que improvisar muita coisa. Fiz muito isso aqui também, ou o senhor acha que sempre tive uma casa grande e tantos materiais?

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--Gennaro
- IRMÃ BENEDITA?! MAS QUE VEM A SER ISTO? - Barafustou ainda mais enervado por aquele tipo de conhecimento circular entre os demónios femininos e ser transmitido de geração-em-geração.

Rodando sobre os calcanhares, Gennaro voltou as costas à mulher ruiva que cada vez mais lhe fazia lembrar uma criatura dos infernos e continuou a reclamar:

- Que vim eu fazer para aqui?! Aquele prior... Oh, certamente que isto é uma partida de muito mau gosto dele, certamente. Não tenho condições algumas para trabalhar assim. - Enquanto falava, ia-se afastando em direcção à porta de saída. - Nem devia ter saído de Itália, nem devia!
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Beatrix_algrave


- Senhor Gennaro, mas o que foi que eu fiz? Respondi suas perguntas, estou me esforçando. O que mais o senhor quer?

Beatrix disse, indo atrás dele, enquanto ele ia deixando a sala. Enquanto ela o acompanhava, o tear armado com a urdidura, deu três batidas completas de pente, tecendo sozinho, sem que ninguém o tocasse.

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--Gennaro
- O que foi que fez, o que foi que fez... - Repetiu em voz baixa mas irritada.

O som do pente de tear fez-se ouvir e Gennaro voltou-se para encarar a ruiva.

- Vai continuar aí a trab... - Assim que se apercebeu de que a mulher estava ao seu lado, olhou subitamente para o tear e conseguiu ainda ver o pente dar a última batida. Um esgar de horror cobriu-lhe o rosto e Gennaro ficou quieto olhando fixamente o tear que não mais se voltou a mexer.

- Foste vós que fizestes isto?
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Beatrix_algrave


Beatrix também parara, ao ouvir o barulho. Estava bem próxima a Gennaro, e ao olhar para o tear também viu-lhe a última batida.

- Eu? Não, não fui eu.

Ela disse com expressão espantada. Olhou uns segundos para o tear ainda incrédula.

- O que foi isso?

Perguntou, pois não era de se assustar, mas se arrepiara com aquilo.

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--Gennaro
Com dificuldade, Gennaro encarou os olhos verdes da mulher e neles não encontrou nada além de verdade e um pouco de receio.

- Não sei, mas esse vosso tear acabou de dar 3 batidas completas, sozinho. - Constatou, permanecendo imóvel e voltando a observar o tear. Um arrepio percorreu-lhe o corpo de alto-a-baixo e o mestre italiano pensou em como deveria realmente ter ficado em Itália, pelo menos lá os teares não teciam sozinhos.

Aquele só poderia ser um sinal divino, a demonstrar o seu descontentamento por mãos femininas trabalharem tão habilmente. O lugar de uma mulher não era ali, entre os talentosos.

- Certamente que terá sido um lapso vosso. - Afirmou e aproximou-se do tear, observando o mecanismo. Parecendo-lhe tudo normal, teceu habilmente um pouco de tecido e depois parou, atentando na máquina. - Veremos se agora acontece algo.
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Beatrix_algrave


Beatrix observava atentamente o tear junto com Gennaro. O homem mexeu no tear teceu, e nada de anormal parecia vir dali. O tear estava completamente parado, não se movimentava mais sozinho. Era um tear como qualquer outro e isso deixou Beatrix bastante intrigada. Talvez fosse fruto da imaginação dela, mas era também fruto da imaginação de Gennaro, e não era bom dividir nada com aquele italiano rabugento, nem mesmo uma alucinação.

Talvez a raiva que Gennaro lhe provocava a levasse a ver coisas.

- Não parece haver nada de errado com ele.

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--Gennaro
- Não parece haver, é verdade, é um simples tear. Talvez não goste de ser manuseado por mãos inadequadas. - Comentou e sorriu de forma trocista.

Com alguma satisfação, voltou a manusear o tear.

- Está a ver? Nada acontece. - Afirmou e afastou-se do tear.
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Beatrix_algrave


Mal Gennaro afastara-se do tear, esse, como se desejasse zombar do mestre, moveu-se de novo só, apenas uma batida, depois quedou-se, imóvel.

Beatrix atemorizada com aquilo aproximou-se do mestre tocando acidentalmente em seu ombro mas logo se afastou dele enojada.

- Não é o que parece. Isso nunca aconteceu antes.

Olhou-o com desdem, apesar da situação tenebrosa.

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--Gennaro
Gennaro sobressaltou-se com a nova batida do tear, mas foi o toque daquela mulher no seu ombro que o fez estremecer violentamente. Afastou-se dela da mesma forma que o diabo foge da cruz.

- Esta maldita casa está assombrada.

Olhou nos olhos verdes e faiscantes da mulher e disse:

- Antro de mulheres pecadoras.
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Beatrix_algrave


- Ora como ousa.

Beatrix disse furiosa ante a acusação dele.

- Não vi absolutamente nada nessa casa, até a vossa chegada. Seu italiano misógino! Quer apenas uma desculpa para não ensinar-me e fugir para sua terra natal. Mexeu nos fios, fez algum truque para tentar assustar-me. Mas não me assusto fácil, nem aceitarei essa desculpa esfarrapada.

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--Gennaro
- Como ouso? Fiz milhar de quilómetros para ensinar um pupilo digno? E o que encontro? Uma mulher com cabelos cor de fogo, olhos de demónio e que vive numa casa amancebada! Acha realmente que perderia o meu tempo a assustar-vos? Tenho mais do que fazer mulher! Muito mais!

No momento em que a voz de Gennaro se silencia, dois dos teares da sala movem-se sozinhos e de forma síncrona em três batidas perfeitas.
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Beatrix_algrave


- Acha que não sou digna só por ser mulher, isso é completamente absurdo. Diga-me tirando o meu sexo, o que mais o ofende em mim. Absolutamente nada.

Ao ouvir os teares se movendo sozinhos, ela se calou e arregalou os olhos com aquela visagem.

- Vamos discutir, mas longe daqui, por favor.

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--Gennaro
Gennaro, agarrou de uma forma quase delicada no antebraço direito de Beatrix e disse-lhe:

- Subamos, subamos que julgo não estamos sozinhos nesta cave.

Num passo rápido e, contrariando os seus instintos, Gennaro guiou a mulher para o salão principal da casa.
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Beatrix_algrave


Beatrix apesar da repulsa, controlou-se e seguiu com Gennaro para fora do atelier de tecelagem. Subiram as escadas e chegaram a sala principal da casa. Então, ela sentou-se em uma cadeira e questionou Gennaro.

- E então, o que vamos fazer, senhor Gennaro?



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