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[RP] Ateliê - A Donzela Tecelã - tecendo sonhos...

Beatrix_algrave


Beatrix retornou e chamou Gennaro para ver o quarto.

- Vamos senhor Gennaro. Creio que posso mostrar o quarto agora.

Ela disse e convidou-o a acompanha-lo.

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--Gennaro
Gennaro pousou a xícara vazia sobre a mesa e levantou-se prontamente, passando as mãos pelo tecido das calças.

- Vamos então. - Disse e quase sorriu.

Seguiu Beatrix.
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Beatrix_algrave


Beatrix foi na frente, seguindo pela porta da sala, tomando o corredor que ia até a cozinha.

Em seguida subiu a escada com cuidado. Já no primeiro andar era onde estavam os quartos dela e das fiandeiras, mas todas as portas estavam fechadas. Assim, Beatrix seguiu pelo corredor à frente e dobrou a direita. Já no final, havia uma escada em caracol. Esta era uma escada estreita, e Beatrix teve que erguer um pouco a saia para subir sem tropeçar.

Quando finalmente chegou ao sótão, Gennaro logo viu um salão amplo, onde de um lado estavam dispostas armas e armaduras e logo a frente estavam dois teares e três rocas, além de alguns baús. À direta dos teares e rocas estava a porta que dava acesso ao quarto que temporariamente seria de Gennaro.

Beatrix foi até a porta, abriu e esperou que o senhor Gennaro entrasse primeiro e visse o lugar para avaliar se desejava ficar ali.

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--Gennaro
Gennaro seguiu Beatrix. Primeiro por um corredor que dava acesso à cozinha, subindo então as escadas que davam acesso ao primeiro piso. Seguiram por um corredor de portas fechadas que Gennaro supôs serem os quartos da ruiva e das restantes mulheres que habitavam naquela casa. Sentiu-se um bocado incomodado a passar por ali e acelerou o passo. Viraram à esquerda ao fim do corredor e Beatrix subiu por uma escada em caracol. A mulher ergueu ligeiramente as saias do vestido para subir a escada tão apertada e Gennaro pôde ver-lhe os tornozelos de pele alva e suave. Deu por si a seguir os tornozelos de Beatrix com o olhar e ficou ligeiramente desapontado quando o vestido voltou a cobri-los. Parou um pouco ao final das escadas e ficou pensativo. Nunca observara daquela forma o corpo de uma mulher, mesmo uma parte tão insignificante quanto os tornozelos. Ficou instantaneamente vermelho de fúria e cerrou os punhos, zangado consigo mesmo. O seu pai teria ficado triste. Estavam no sótão da casa e haviam ali alguns teares e rocas, tal como a ruiva o tinha informado. Ao fundo uma única porta que a mulher abriu, depreendeu que aquele devia ser o seu quarto. Respirou fundo e só depois se aproximou, tentando esquecer um pouco da fúria que sentia. O quarto era tal e qual ela o tinha descrito, não possuía uma única janela, ao centro havia uma cama grande, um baú e um armário. Algumas estantes com livros estavam dispostas junto das paredes e um havia ainda uma banheira. O quarto agradou-lhe e depois de uma noite tormentosa como a que passara, pareceu-lhe uma boa opção.

- Parece-me muito bem este vosso quarto. Sossegado e sem ventanias.

Comentou de forma apreciativa.
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Beatrix_algrave


- Então sera vosso, mestre Gennaro, enquanto aqui estiver e dele precisar.

Ela disse e aguardou que ele saísse para que pudesse fechar o quarto novamente.

- Aqui estão os teares, como lhe disse. Não sei se quer continuar a lição pretendida ou se deseja buscar logo suas coisas para despedir-se da hospedaria. Fique a vontade.

Ela disse e aguardou qual seria a decisão do mestre.

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--Gennaro
Gennaro assentiu e agradeceu:

- Muito obrigado, pupila.

Saiu do quarto e Beatrix fechou a porta. Apreciou aquela pequena sala de tecelagem e ficou descansado pelo facto de os teares não se terem mexido sozinhos durante o tempo que ali estiveram.

- Se não se importar, gostaria de ir buscar primeiro os meus pertences. Agora que estaremos sobre o mesmo tecto as lições podem ser ainda mais assíduas. Não vejo necessidade para que demos continuidade hoje, depois de um dia tão preenchido e... complicado. - Explanou.
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Beatrix_algrave


- Está bem. Aguardarei o seu retorno. Fique a vontade para arrumar o quarto e na hora habitual, enviarei André com o vosso almoço. Creio que vá gostar, minha amiga Laurinda é uma cozinheira excepcional.


Ela disse e despediu-se de Gennaro, para deixa-lo à vontade. Quem sabe o mestre satisfeito e bem atendido não melhorasse de humor. Ela disse e desceu as escadas para conduzi-lo até a porta.

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--Gennaro
- Fico-lhe agradecido. Irei então buscar os meus pertences. Não devo demorar muito de qualquer das formas.

Gennaro seguiu com Beatrix até à porta e despediu-se:

- Até já, pupila.

O caminho até à estalagem foi percorrido em silêncio. Estranhamente o edifício estava muito calmo e Gennaro não encontrou vivalma na subida até ao seu quarto. Recolheu os poucos pertences que havia disposto na noite anterior e retirou algumas moedas de um alforge. Julgava que aquilo seria suficiente para pagar por aquela noite e pelo jantar.

Desceu as escadas e na recepção chamou:

- Oh da casa!!!.
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Recepcionista , roleplayed by Maria_madalena
Ao ouvir a voz forte daquele homem e recepcionista sobressaltou-se no sono sem sonhos que estava a ter. De imediato se levantou, esfregando os olhos e compondo as roupas amarrotadas.

Apareceu à recepção e tentando parecer simpático perguntou:

- Precisa de alguma coisa, senhor?

Um sorriso amarelo e pouco convincente surgiu no seu rosto.
--Gennaro
Gennaro olhou o homem de alto-a-baixo.

- Preciso de pagar, vou-me embora desta espelunca. - O seu habitual tom de desdém e superioridade estava presente. - Dizei-me quanto lhe devo por uma noite, um jantar e um lugar nos estábulos para o meu cavalo.

O homem demorou algum tempo a responder-lhe e o mestre italiano acrescentou.

- Tenha em conta que o quarto que me destinou estava cheio de correntes de ar, foi quase como dormir ao relento.
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Recepcionista , roleplayed by Maria_madalena
Abriu a boca para reclamar com o homem e informa-lo que aquela era uma das melhores estalagens das redondezas, mas desistiu de imediato pois não queria vê-lo mais enfurecido.

- Trin... trinta e cinco cruzados, senhor. - Informou ligeiramente gago e evitando que o seu olhar se cruzasse com o do estrangeiro mal-encarado.
Beatrix_algrave


Depois que o mestre Gennaro partira para buscar suas coisas, Beatrix pegou uma vassoura e foi varrer o quarto e deixa-lo em melhores condições. A colcha que estava sobre a cama era a melhor que tinha no momento, e como ele não reclamara achou por bem deixa-la, afinal estava limpa.

Lembrou-se das palavras dele: "Agora que estaremos sobre o mesmo tecto as lições podem ser ainda mais assíduas."

Isso deu-lhe uma certa aflição.

- Meu Jah! O que eu fiz?


Perguntava-se, mas o mal estava feito. Talvez o fato de ter lições mais assíduas abreviasse seu sofrimento em ter que suportar aquela companhia desagradável. Enquanto ele ali estivesse seria tratado como um rei. Ao menos isso amainaria seu péssimo humor.

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--Gennaro
Gennaro atirou algumas moedas para cima do balcão que perfaziam a quantia indicada pelo homem.

- Acho que esse valor é um exagero, mas fique lá com as moedas, o que eu não quero é voltar a colocar aqui os pés. Tenha um bom dia.

Num movimento rápido e fluido voltou as costas ao recepcionista e abriu a porta repentinamente. Apenas para a fechar com estrépito assim que estava do lado de fora. Dirigiu-se até aos estábulos e ficou feliz por apenas encontrar o moço do dia anterior, sem qualquer sinal daquela mulher devassa.

- Vim buscar o meu cavalo, espero que o tenha tratado bem.
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Toninho, roleplayed by Maria_madalena
Toninho observou o homem com alguma apreensão.

- Vai-se embora, senhor?

Dirigiu-se no entanto ao local onde o cavalo do italiano estava e preparou o animal para abandonar o estábulo.

- Foi muito bem tratado sim, escovado, água fresca, palha da boa. Tudo do melhor

Informou orgulhoso.
--Gennaro
Gennaro resmoneou de forma inaudível.

- Sim, vou-me embora deste estabelecimento nefasto e não quero mais aqui colocar os meus pés. Oh, talvez não queira colocar o olhar sequer. - Disse impaciente e zangado. - Despache-se com isso homem, não tenho o dia todo.
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