Afficher le menu
Information and comments (0)
<<   <   1, 2, 3, ..., 27, 28, 29, ..., 40, 41, 42   >   >>

[RP] Ateliê - A Donzela Tecelã - tecendo sonhos...

Beatrix_algrave


- Não vejo nada de engraçado na minha estatura. O senhor é que andou comendo muito fermento quando criança.

Ela comenta, diante da risada do rapaz galhofeiro e recebe o pagamento, guardando-o na caixinha.

- Devia é ficar feliz por não lhe cobrar pano extra.

Ela comenta e sorri com uma pontadinha de sarcasmo. A estatura de Beatrix é perfeita para uma donzela da idade dela, ela pensa, já o cliente é que parece o filho de uma sequoia. Entretanto, ela se ri ao lembrar que seu irmão William e o jovem Demétrio tinham praticamente a mesma estatura do tal Filipe.

- Mais alguma coisa?

_________________
Filipe
Observando os cabelos de Beatrix , engasga-se um pouco a falar ...

- Be ... bem , não ! Nos meus pensamentos ocultos , falta . Você deve ser inteligente para conseguir perceber que buscava qualquer coisa . E sim buscava . O que falta , é o que busco . Mas terá de ficar para outro dia ... se quiser saber o que é , pode falar comigo amanhã ou hoje , como quiser . A minha mente é muito complexa atrás do meu sorriso inocente . Apesar do sorriso ser natural . É uma longa história , que a envolve a si , a mim e a outra pessoa , que tem o direito de saber . Mas eu não me sinto à vontade de falar . Mas se quiser saber , teremos de falar em privadíssimo . A sério . - disse Filipe , com cara séria , mas com o seu sorriso nos lábios .
Beatrix_algrave


- Então, combinados. Daqui a quatro dias venha buscar sua encomenda. Espero que goste do meu trabalho.

Ela se limitou a dizer. Achava aquele rapaz um tanto confuso. Era fácil perceber que ele procurava algo. Beatrix não gostava de quem muito se gabava. Normalmente quem possuía talento de fato não tinha necessidade disso. O elogio mais sincero não é o que vem dos nossos próprios lábios sobre nós mesmos.

- Não, obrigada, creio que não quero saber de intrigas. Seja lá quem forem os envolvidos.

Ela diz com voz calma e tranquila e acompanha o rapaz até a porta.

- Tenha uma boa tarde.

Ela diz se despedindo dele.

- Melhor ainda, me deixe seu endereço que mando entregarem seu traje.

Pensou e disse, imaginando que não seria bom aquele rapaz retornar e mestre Gennaro novamente se aborrecer.

_________________
Filipe
Filipe pensou que Beatrix nem sabia o que estava a perder . Era do seu foro intimo afinal ...

- Iria-lhe interessar muito . Quando falei da minha mente notei que você não gostou que me gabasse . Eu apenas me estava a exprimir . Eu não tenho uma única pessoa que me reconheça ou com quem possa falar , sofro de solidão , admito . Depois vou tentanto exprimir-me no dia-a-dia . Espero que compreenda . Mas a sério iria-lhe interessar muito ... imploro-lhe que aceite privar um pouco comigo sobre o assunto . Eu sei posso parecer confuso e estranho , mas se tivesse uma pessoa com que poderia privar sobre tudo , e essa pessoa fosse você , iria perceber-me . Amanhã à noitinha pelas 22h , estarei aqui para dizer se realmente aceita falar comigo sobre este assunto , ou não . Fiquem bem . - disse Filipe beijando a mão de Beatrix , enquanto a sua beleza fazia arder os seus olhos . De seguida foi-se embora .

Filipe sofria mesmo de solidão . Ele precisava de alguém com quem pudesse privar, o compreendesse , e lhe desse moral . Essa pessoa não existia . Atrás do sorriso , havia uma dor profunda . Filipe foi até à árvore chorar e ir indo aliviar a dor ...
Beatrix_algrave


- Eu de fato não gosto de homens que se gabam, mas não estou aborrecida com você. É que eu realmente sou muito ocupada e não tenho tempo no momento. Espero que entenda.

Ela disse e assim que ele foi, ela fechou a porta. Estava exausta e ia passar o resto da tarde descansando. Soube que naquela noite haveria uma festa. Seria tão bom se pudesse ir. Pensou e suspirou.

_________________
--Gennaro
Assim que a lição daquela tarde terminou, Gennaro subiu para o seu quarto e Beatrix foi atender o novo cliente. Aquela ideia não agradou muito ao italiano que teria achado mais conveniente que o serviço de medição fosse efectuado por ele mesmo, mas, como bem sabia, não tinha qualquer poder de decisão sobre aquele assunto.

Conformado com a impossibilidade de intervir, o mestre deitou-se na cama e acabou por adormecer.
_________________
Beatrix_algrave


Depois do descanso, Beatrix foi cortar as peças para a confecção da roupa e do sapato que já estavam pagos. No dia seguinte ela costuraria e deixaria as peças praticamente prontas, faltando só o acabamento. Felizmente ela tinha o tecido e o couro necessários.

Depois que terminou ela resolveu procurar mestre Gennaro. Subiu as escadas e foi ela mesma levar-lhe o jantar.

- Mestre Gennaro, é Beatrix.

_________________
--Gennaro
Acordou mais tarde com uma batida na porta e a voz de Beatrix a chamá-lo. Não era normal que a sua pupila viesse visitá-lo ao quarto, pelo que o mestre italiano levantou-se da cama num único movimento fluído e vestiu atabalhoadamente uma camisa, acabando por colocá-la do avesso.

- Beatrix? Aconteceu alguma coisa? Foi aquele trambolho? - Perguntou ainda a porta não estava completamente aberta.

Foi então que notou a bandeja com o jantar.

- O menino André está doente?
_________________
Beatrix_algrave


- Não, ele não está doente. Eu vim trazer o jantar pois queria falar-lhe. Queria pedir-lhe desculpas, pois o senhor tinha mesmo razão. O tal homem veio-me com propostas de encontra-lo tarde da noite. Acreditas?

Ela disse enquanto oferecia a bandeja a mestre Gennaro. Parecia de fato bem aborrecida com o ocorrido.

_________________
--Gennaro
O mestre italiano ficou surpreendido com as palavras da sua pupila e quase deixou que a bandeja escorrega-se das suas mãos, recuperando o equilíbrio no último momento.

- Eu bem vos disse, pupila. Aquele rapaz nunca me enganou! Um homem de boas intenções não aparece àquelas horas na casa de uma donzela! - Explanou muito indignado enquanto entrava no quarto e pousava a bandeja sobre a mesa. - Muito menos toma a liberdade de a convidar para encontros a horas nocturnas, inadequadas pelo que dizeis. Aquele frangalho, desgraçado! Quer manchar-vos o bom nome, Beatrix. Escolhe as horas de maior solidão e quietude para vos abordar, só Jah saberá que ideias malucas lhe passam pela cabeça.

Arrastou uma cadeira e convidou a pupila a sentar-se.

- Aceitaste o trabalho?

Era verdade que as mulheres eram uma constante fonte de tentação e pecado. Gennaro sabia que por vezes era difícil resistir, mas nenhum homem digno fazia aquele tipo de abordagens a moças de boa conduta.
_________________
Beatrix_algrave


Ela aceitou a cadeira e sentou-se, pois ainda estava muito aborrecida, enquanto lembrava do ocorrido.

- Eu aceitei, pois só depois ele veio com as propostas, e eu já havia concordado com o serviço e guardado o dinheiro. Eu devia ter jogado o dinheiro na cara dele e o expulsado, mas fiquei tão atônita que só o mandei embora e tranquei a porta. Eu até já cortei a camisa e o couro dos sapatos. Mas não quero vê-lo de novo. Gostaria que quando ele viesse buscar, o senhor tratasse com ele.

Ela pede a mestre Gennaro.

- Ele é muito esquisito. Veio falando que sofria de solidão, que queria alguém com quem privar sobre um tal assunto sigiloso e veio com a proposta de ver-me à noite. Que disparate!

Ela disse torcendo as mãos de raiva.

- Enquanto eu o atendia ele ficava olhando a casa, procurando sei lá o que e ficava rindo de mim.

_________________
--Gennaro
Gennaro arrastou outra cadeira e posicionou-a de frente para a sua pupila. Depois desta se sentar, o italiano sentou-se também, parecendo estar esquecido das regras básicas de submissão feminina que tanto estimava. Naquele momento, estava tão furioso com o atrevimento do jovem que nem reparou que acabara de agir como um cavalheiro ao deixar que Beatrix se sentasse primeiro.

- Podíeis ter chamado por mim, eu mesmo punha-o lá fora! Garanto-vos que ele ia desejar receber a roupa no condado de Coimbra! Ah, se ia! Fazia-o num oito!

O rosto de Gennaro estava torcido numa raiva mal contida e, com a mão trémula, o mestre serviu-se de um copo de água. O líquido fresco pareceu surtir nele um efeito calmante e quando voltou a falar a sua voz era mais contida.

- Faço questão de ser eu a recebê-lo da próxima vez, considerai o vosso pedido atendido.

Os olhos do mestre arregalaram-se com as próximas palavras de Beatrix.

- Esse rapaz... Nem sequer é bom a disfarçar as intenções que o movem. Assuntos sigilosos e noctívagos, onde é que já se viu disso?

Gennaro reparou como a sua pupila torcia as mãos de raiva. Ele próprio tinha vontade de espancar aquele trambolho. Beatrix, que fora abordada de forma tão indecorosa na sua própria casa, devia sentir-se abusada e muito zangada.

- Não vos preocupeis, eu mesmo garantirei que ele não vos volta a importunar. Era só o que faltava.
_________________
Beatrix_algrave


As palavras de mestre Gennaro a deixaram mais calma. As afirmações dele lhe deram a certeza que ela não estava imaginando coisas.

- Muito obrigada mesmo, Mestre Gennaro.

Ela disse levantando-se.

- Eu vou deixar o senhor jantar em paz agora. Desculpe incomodá-lo com meus problemas.

_________________
--Gennaro
O italiano franziu discretamente os lábios naquilo que os olhares mais atento poderiam confundir com um sorriso.

- De nada, pupila. Fico feliz por poder ajudar-vos com essa peste, não é incómodo algum.

Beatrix já se havia levantado e preparava-se para sair quando Gennaro acrescentou:

- Não vos esqueceis das lições de amanhã, temos de recuperar o tempo perdido. Uma boa noite.
_________________
--Gennaro
Erro.
See the RP information <<   <   1, 2, 3, ..., 27, 28, 29, ..., 40, 41, 42   >   >>
Copyright © JDWorks, Corbeaunoir & Elissa Ka | Update notes | Support us | 2008 - 2024
Special thanks to our amazing translators : Dunpeal (EN, PT), Eriti (IT), Azureus (FI)