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[RP] Ateliê - A Donzela Tecelã - tecendo sonhos...

Fiandeiras


Atília aproximou-se melhor de Beatrix para ver o estado dela. Passou a mão sobre o rosto da ruiva, penalizada.

- Minha criança, não devia ter feito isso. Sabe que esquecer a tristeza no vinho não resolve os problemas. Devia esquecer o passado e perdoar seu pai, perdoar até mesmo aquela tal Nicole. O que passou, passou.

Depois ela se virou para o mestre Gennaro e disse a ele em voz baixa.

- De fato ela está pior do que eu imaginava. Se o senhor carrega-la até o quarto eu cuidarei do resto.

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"Para tecer com fios de luz
A força que me conduz
Para olhar o mundo
Desnudando lá no fundo
Da caixa de costura
A minha alma guardada
Para tecer comigo
A minha própria caminhada"
Beatrix_algrave


Beatrix não conseguia mais acompanhar tão bem o que Atília e Gennaro conversavam, a voz deles parecia cada vez mais distante, e depois de sentir-se girar e girar, a cabeça da ruiva tombou sobre a mesa e ela perdeu novamente os sentidos.

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--Gennaro
Gennaro sorveu o resto da água num único gole e pousou o copo junto à pia, para que depois fosse lavado. Atília reprimia Beatrix de um modo brando e aconselhava-a a esquecer os problemas com o pai e uma tal de Nicole. Afinal, o italiano não era o único que esquecia os problemas familiares num copo de vinho.

- Com certeza, dona Atília.

Estava zangado com a sua pupila, pelo comportamento tão erróneo e pouco digno de uma donzela. Todavia, havia em si uma preocupação genuína e completamente nova. Quando ela estivesse sóbria, talvez pudessem ter uma conversa sobre aquele assunto.

Beatrix desmaiou novamente e a sua cabeça tombou sobre a mesa. Gennaro, colocou os braços da sua pupila em torno do seu pescoço e apoiou a cabeça lassa dela contra o seu ombro, depois, pegou nela ao colo, uma mão em torno da cintura e outra nas coxas, amparando-a e segurando-a firmemente.

- Melhor trazer uma jarra de água.

Beatrix teria de acordar de alguma forma.
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Fiandeiras


- Ponha ela em cima da cama, que eu vou encher a jarra com água, depois vamos pô-la na banheira e jogar água sobre a cabeça dela.

Atília propôs. Aquilo era medida drástica, mas ela nunca tinha visto Beatrix naquele estado.
A fiandeira foi chamar também Laurinda para ajudar. As duas dariam conta de cuidar de Beatrix no quarto.

Enquanto, Atília acompanhava o mestre carregando a pupila até o quarto, Laurinda foi encher a jarra com água.

Depois que o mestre Gennaro deixou Beatrix desacordada sobre a cama dela, Atília e Laurinda agradeceram a ajuda e pediram que ele se retirasse. Dali em diante as duas tratariam da amiga tecelã.

- Muito grata por vossa ajuda, senhor Gennaro. Agora cuidaremos dela. - Laurinda disse e acompanhou-o até a porta do quarto que foi fechada após o mestre retirar-se.



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"Para tecer com fios de luz
A força que me conduz
Para olhar o mundo
Desnudando lá no fundo
Da caixa de costura
A minha alma guardada
Para tecer comigo
A minha própria caminhada"
Beatrix_algrave


Beatrix despertou de forma abrupta, na banheira recebendo água em sua cabeça, despejada por Laurinda. Elas haviam despido a tecelã e após o banho, Beatrix já desperta, enxugou-se e vestiu uma camisa de dormir com a ajuda das mulheres. Depois foi obrigada a tomar uma beberagem preparada por Atília para que ela se recuperasse. O gosto era horrível mas ela bebeu sem reclamar.

Só depois que Beatrix bebeu tudo que estava na caneca, foi que Atília deu-lhe trégua, enquanto penteava-lhe o cabelo para dormir, lhe dava broncas. Agora já eram quase dez horas da noite. O gosto da beberagem era amargo, mas seu efeito logo se fez sentir. O estado da ruiva foi melhorando, e quando ela finalmente adormeceu, não se sentia mais tão mal.

Atília ficou aquela noite velando o sono de Beatrix. Quando ela acordou de madrugada, Atília estava lá, sentada em uma cadeira. No mesmo instante, a anciã despertou, e serviu-lhe há antes que Beatrix adormecesse novamente.

Beatrix sentia-se mal por dar tanto trabalho as suas amigas. Isso era ainda pior do que as broncas de mestre Gennaro.

Na manhã seguinte Beatrix acordou com um gosto desagradável na boca, a cabeça doía um pouco, mas mesmo assim, ela levantou-se no horário habitual. Poderia ser pior, mas seu corpo jovem, era resistente, e sua dona era teimosa.

Sua aparência não era das melhores naquela manhã. A ruiva tinha olheiras e estava mais pálida e seu aspecto cansado. Mas depois do leve desjejum ela se sentia melhor disposta.

Como de praxe, André levara o desjejum nos aposentos de mestre Gennaro no horário habitual.

A noite anterior não quebrara o ritmo da casa, apesar dos pesares.

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Beatrix_algrave
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--_narrador_


A discussão com mestre Gennaro no dia seguinte não foi tão terrível quanto Beatrix imaginara, talvez pela vergonha de ter se embebedado na casa de sua pupila, o maese não se sentia em condições de repreende-la da forma como habitualmente faria.

Os outros dias foram mais tranquilos, ainda que o mau humor de Gennaro aflorasse de tempos em tempos, os dois passaram a trabalhar em conjunto em um objetivo comum e não um contra o outro. Quanto ao porão e seus sussurros e mistérios, tirando alguns pesadelos de Beatrix, nada mais ocorreu. Parecia até que a harmonia e a ausência de discussões acalmara os espíritos da casa.

Assim, o prazo de Beatrix e Gennaro findou e a viagem estava à porta. Ele fez tudo que estava ao seu alcance para prepara-la para o encontro com A Agulha de Alexandria. Não só Beatrix seria posta a prova, mas Gennaro também.

Depois de uma despedida emocionada dos seus amigos, Beatrix entrou no barco, acompanhada de Maese Gennaro. A viagem seria longa, muito mais longa do que poderiam imaginar. Mas depois de quase seis meses de ausência, ambos retornaram.

O aprendizado certamente foi mútuo e seria inesquecível. Assim como o estranho laço de amizade entre dois seres tão improváveis de se entenderem. Assim, foi com saudades do mestre que Beatrix se despediu dele, ao alcançarem a fronteira de Portugal. O mestre seguiria viagem para o Norte, sua pupila seguiria para o Sul. Eles ainda se encontraria, mas somente na cerimônia em que Beatrix receberia seu novo grau na ordem. Gennaro também receberia seu reconhecimento.

Desde o retorno de Beatrix muitas mudanças ocorreram. Seu atelier não estava mais sobre a égide do início, que evocava a donzela tecelã. Um novo arquétipo se fazia necessário, pois a vida segue seu ciclo talvez futuramente um novo nome fosse necessário, mas por enquanto, a menina crescia, e estava maravilhada, não perdera o encantamento não perdera de todo a inocência e tinha a energia da criação e de evocar o novo.

Agora ela estava em uma nova cidade e logo o letreiro ocuparia um novo espaço. E ali se teceriam mais tramas e mais histórias. A transição se iniciava.
Beatrix_algrave


Um novo atelier


"Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo..."

Beatrix estava agora estabelecida em um novo espaço de trabalho. Já estava morando em Santarém havia dois meses, e finalmente o atelier da tecelã poderia abrir suas portas na nova cidade. Aquela era a primeira vez que a morada da tecelã estava separada do seu local de trabalho, pois apesar das fiandeiras e André estarem trabalhando e morando naquela casa, Beatrix estava vivendo na casa da família Henriques Torre, e ia ao atelier apenas para trabalhar e ver suas amigas e o menino André.

A ruiva subira em uma pequena escada e colocara com esmero a nova placa do seu atelier. Onde estava escrito em letras vermelhas.

TEAR DOS SONHOS

Ela desceu com cuidado e observou como a placa havia ficado bonita. Aquele era seu segundo recomeço e merecia um nome diferente. Era um novo capítulo de uma história que continuava, sempre em transformação.

Ela sorriu satisfeita, e se preparava para entrar e ir tomar um chá na companhia de Clotilde, Atília e Laurinda. André havia acabado de retornar do mercado onde comprara maçãs para uma torta que Laurinda faria no dia seguinte.


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Roselyn.


Rose mantinha se em silencio ao mesmo tempo que acariciava o pelo castanho de seu novo cavalo, evitando contacto com William Algrave. O seu tio lhe dissera que este era de confiança, no entanto os últimos eventos lhe comprovara que não deveria confiar em ninguém.

"Tear dos sonhos" leu mentalmente, um nome diferente do que esperava, talvez a Casterwill estivesse enganada em relação a Beatrix Algrave.
Olhou para o William e o questinou.

-É aqui?

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|| Nevimos Rarti Satarma (NRS) Roma|Les Nabis Illuminati||Thanks Bellacamy
--William_algrave


William cavalgava em silêncio, aquela era a segunda visita que ele faria a Beatrix em Santarém. Ele a avisara sobre o que pretendia, quando se encontraram na primeira visita. Esperava que ela tivesse preparado tudo para que Roselyn ficasse vivendo por um tempo no atelier. Aquela era a primeira parte do trato de William com Nicole Casterwill.

Ela notara o ar desconfiado de Roselyn e não a censurava por isso, diante do que ficara sabendo.

Eles pararam diante do atelier, e Beatrix havia acabado de entrar. Diante da pergunta de Roselyn, ele respondeu.

- Sim, é aqui.

Ele disse e sorriu ajudando-a a descer e comentou.

- Minha irmã é muito peculiar.
Roselyn.


Rose agradece lhe pela ajuda, inconsciente toca no pingente em forma de pavão, o símbolo da sua família, a única representação da força da sua família.

-O quão pelicular?- Inquiriu confusa.

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|| Nevimos Rarti Satarma (NRS) Roma|Les Nabis Illuminati||Thanks Bellacamy
--William_algrave


- Isso só conhecendo-a bem para perceber.

Ele disse e acompanhou-a até a porta e bateu, anunciando sua presença.
Beatrix_algrave


A porta foi aberta por uma moça de longos cabelos ruivos, de pele rosada salpicada de pequenas sardas. Seus olhos eram verdes de um tom mais claro que o de William. Ao ver o irmão ela abraçou-o. William era um homem alto de mais de 1,90, enquanto Beatrix não devia ter mais do que 1,65 de altura. Perto de William ela parecia uma menina.

Só depois de abraçar o irmão é que Beatrix se deu conta da presença de Roselyn.

- Então, é você que ficará conosco? Deve ser Roselyn. Eu sou Beatrix. Entrem, que estamos servindo o chá e bolo. Chegaram em boa hora. E para você sempre tem whisky, William.

Ela disse e sorriu, convidando-os a entrar.

No atelier estavam os móveis que antes adornavam a antiga casa de Beatrix. Na verdade aquela era também a casa das fiandeiras e de André o pastor. Haviam cadeiras de madeira lavrada e uma grande mesa para refeições. Nas paredes, havia estantes com poucos enfeites e alguns livros. Na mesa um grande jarro com flores amarelas e em uma bandeja o bule de chá e um prato de bolo. O cheiro era muito agradável. André levantou e foi correndo cuidar dos cavalos.

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Roselyn.


Uma jovem surgiu do atelier, deveria ser a Beatrix pelo que William descrevera anteriormente.

-Sim, sou a Roselyn Alarie. É um prazer finalmente conhece-la.-Sorriu suavemente para Beatrix, enquanto entrava no atelier.- Ouvi falar bastante de si.-Murmurou enquanto olhava para André. O vislumbre daquela criança a fizera relembrar dos seus sobrinhos, conteu um suspiro.

-Whisky irlandês? -Questinou com um brilho nos olhos, sentia falta da sua família como também do seu Whisky.

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|| Nevimos Rarti Satarma (NRS) Roma|Les Nabis Illuminati||Thanks Bellacamy
Beatrix_algrave


- Sim, irlandês. Não bebemos outro aqui. Se quiser trocar o chá pelo whisky, entendo perfeitamente.

Ela disse e sorriu. Oferecendo para sentarem-se enquanto ela ia buscar a garrafa e copos para os dois.

- Uma viagem e tanto até aqui, não.

Ela comentou com Roselyn enquanto os serviu. Deixou a garrafa a disposição, e serviu-se também.

- Vou ter mais uma pessoa para esgrimar comigo? O Fitz tem andando ocupado, mas tenho treinado bastante com ele quando pode. Acho que na próxima ele te vence, William.

Ela disse e sorriu ao irmão.

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