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[RP] Ateliê - A Donzela Tecelã - tecendo sonhos...

Beatrix_algrave


Beatrix sorri, e diante da aceitação de Ava, ela vai até a cozinha para preparar chá e parte uma bela fatia de bolo que dispõe em um prato de louça.

Quando o chá está pronto, ela coloca o bule sobre a bandeja e também o prato de bolo de ameixa. Leva até a sala.

- Aqui, espero que goste, é bolo de laranja. Laurinda preparou hoje no início de manhã.

Ao ver que a dama gostou, Beatrix oferece uma segunda fatia, com um sorriso.

- Se quiser posso providenciar um pouco para que leve em sua viagem. Laurinda faz bolos deliciosos.

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Ava


Perante a oferta da Dama Beatrix, Ava ainda fica hesitante, mas após pensar bem acaba por recusar.

- Muita obrigada, pela oferta mas estou bem. O bolo estava delicioso. Numa próxima poderei comer mais.


Ava acena a tecelã e sai, suspirando pelo belo bolo de laranja que ficou no atelier mas que teria ficado melhor na sua barriga.

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Beatrix_algrave


- Como a dama preferir.

Beatrix disse já sem insistência.

- Espero que agrade-se do meu trabalho e retorne mais vezes.

A tecelã disse com um sorriso nos lábios e em seguida acompanhou a dama até a porta, despedindo-se dela. Depois de recolher a bandeja e leva-la até a cozinha, Beatrix foi até a sala de costura para separar as peças de tecido que utilizaria para o vestido e a capa para a Dama Ava. Ainda lhe restavam peles para o sapato.

Depois de alinhavar as peças que cortara para a encomenda que entregaria na manhã seguinte, ela pôs-se a fazer o molde do vestido de Ava. Primeiro cortou o forro e depois pôs-se a cortar as peças em tecido que formariam o vestido. Deixou esse trabalho sobre a mesa, e foi chamar Atília, Laurinda e Clotilde, pois precisaria de ajuda. As três juntas dariam conta mais rápido das duas encomendas que tinham tanta urgência. Sem elas a tecelã nunca daria conta daquele trabalho a tempo.

Beatrix pediu a André para avisar na casa dos Henriques que ela jantaria no atelier, e que voltaria mais tarde, pois precisaria trabalhar muito naquela noite. Ele só retornaria pela madrugada.

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Fiandeiras


Dentro do prazo solicitado, as encomendas ficaram prontas, incluindo o belo vestido de veludo azul e capa preta, encomendado pela Dama Ava.

Laurinda foi pessoalmente entregar o vestido para a dama. Felizmente, não foram precisos ajustes. O vestido coube perfeitamente e ficou belíssimo.

Todas as entregas foram feitas, então o atelier, fechou suas portas para um merecido recesso para as festas de Natal e Ano Novo. Havia é claro, muitos motivos para se festejar apesar da guerra e da violência que atingia Portugal.

Reunir-se no Natal em família, era uma forma de pedir a Jah que trouxesse a paz no coração dos homens, mesmo dos mais insensíveis e endurecidos pela maldade.

Ao menos era assim que Laurinda pensava enquanto preparava a ceia que serviria para a sua família, naquele local que era também sua casa e seu lar.

O peru assava no forno e na mesa já estavam alguns doces que foram preparados para os que viriam festejar ali com elas. Apesar de ter prometido passar o Natal com os Henriques, Beatrix prometera que iria mais cedo, para festejar e abraçar com seus amigos tão queridos, que eram para Beatrix também parte de sua família.

Laurinda estava sorridente àquela manhã, pois tinha uma surpresa para Beatrix. William Algrave iria passar o Natal junto a eles.

Clotilde se divertia decorando a sala com enfeites natalinos que havia preparado com a ajuda de Atília. Apesar daquela celebração ter um outro significado para a druidesa ela não se incomodou em ajudar.

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"Para tecer com fios de luz
A força que me conduz
Para olhar o mundo
Desnudando lá no fundo
Da caixa de costura
A minha alma guardada
Para tecer comigo
A minha própria caminhada"
Nahian


Nahian havia decidido visitar o ateliê da sua tia Beatrix, a tecelã donzela. Nunca havia botando os pés naquele estabelecimento apesar de ter ouvido falar muito nas histórias que sua tia lhe contava. Ela havia mencionado que antes da ceia com os Henrique passaria no ateliê para um pequena reunião, encontrar amigos. Nahian estava animada como sempre e decidiu dar uma passadinha por lá.

Em seu quarto perto da cômoda estava o vestido que usaria naquela noite especial, sua mãe dissera para colocar apenas na hora da festa, mas Nahian estava ansiosa para vesti-lo. Enquanto penteava os cabelos olhava o vestido. Sabia que se usasse sua mãe ficaria chateada, decide então pegar outro vestido para ir ao encontro de sua tia.

Era um vestido amarelo ouro, rendado num amarelo mais claro e suave, havia uma grande laço em sua cintura que o deixava mais bonito. Depois de pronta, Nahian sai escondido da mansão dos Henriques e vai visitar a tia. O tempo estava chuvoso, deixando o chão úmido e lamacento. Em súbito, a menina tem um pressentimento e quando se aproxima do ateliê é surpreendida por sua amiga Felícia, ela era filha de um dos serventes dos Henriques e estava sempre junto a Nahian aprontando muito. As duas garotas andam despreocupadamente pelo campo quando a Felícia para Nahian em meio e com cara de sapeca lhe faz uma proposta.
--Felicia


Nahi, Nahi

bradou a menina sorridente

Vamos apostar corrida até o ateliê da sua tia?

disse já partindo em marcha
Nahian


Nahian já estava acostumada com o afobamento de Felícia. Só existia uma garota mais agitada que eu, e essa é Felícia, pensou. Como amigas que cresceram juntas, Nahian nunca ligou muito para a diferença entre as duas. Tem ainda viva em sua memória o dia que chegou da casa de verão dos Henriques e conheceu a Felícia, ela estava toda empoeirada pois sempre ajudara sua mãe nos serviços de limpeza, e naquele dia haviam limpado a lareira, deixando a garota coberta de uma pelugem negra. Lá estava aquela menina com nariz em coriza e toda suja, mas tudo que Nahian viu foi uma amiga para brincar.

Lembra do dia que convencera a Felícia a brincar de pega-pega dentro da mansão, e a pobre menina terminou tropeçando e quebrando um vaso muito importante. A comitiva adentrando a sala foi algo aterrorizante para uma menina, seu pai Samuel gritando sobre o preço do vaso, sua mãe Heloysa em choque e o pai de Felícia furioso. Nahian prontamente assumiu a culpa pela quebra do vaso, disse que pôs o pé para que a menina tropeçasse. Mas tanto o pai de Felícia, quanto os Henriques não gostava muito que andassem juntas, achavam que as meninas não deviam ser muito amigas, afinal eram de mundos diferentes. Desde aquele dia, as duas se tornaram inseparáveis e se protegiam entre si.

Nahian havia saído de casa só, não chamara a Felícia pois sabia que aquele passeio desavisado não seria bem visto e não queria complicar a amiga, mas uma vez que a garota aparecera do nada, não se incomodava que a acompanhasse. Sorriu e correu atrás da amiga para tentar ganhar a corrida.


As duas meninas correm quando Felícia escorrega na lama e cai de cara no chão, seguida por Nahian que vinha logo atrás e não tinha como reduzir sua velocidade a tempo. As duas crianças estavam todas empapadas em lama negra. Felícia chorava em desespero menos pela dor do que pela consequência daquilo pois sabia que se daria muito mal. Nahian sem tempo de lembrar que também estava muito encrencada tentava acalmar a amiga. As duas se levantam e Nahian diz.

Tem calma Fe, nós vamos pedir ajuda a uma das damas que trabalham com minha tia, com muita sorte ela nos ajudará e minha tia não nos verá nesse estado.

Disse batendo na porta do ateliê com o coração na mão torcendo para que fosse recebida por Clotilde, Laurinda ou Atilia...
--Felicia


Mais calma para de chorar e se junta a Nahian próximo a porta.
Fiandeiras


Quem abriu a porta foi Clotilde, a mais jovem das tecelãs. Era uma menina loira de cabelos revoltos e que costumavam estar despenteados, mas naquele dia, Clotilde se arrumara, e pusera um belo vestido azul. Seus cabelos estavam arrumados e um lindo laço de fita azul enfeitava os cachos loiros.

Como Clotilde decorava a sala, em uma de suas mãos ela segurava um enfeite em foma de sino, feito de papel cortado, muito bonito e delicado, decorado com um laço de fita vermelho.

- Boa tarde! Você é a sobrinha de Beatrix, já vi você na feira com ela. Nossa... o que aconteceu com vocês? Entrem!

Clotilde exclamou, arregalando os grandes olhos azuis ao ver ao notar o estado das visitantes, convidando-as a entrar. Clotilde era jovem, mas tratava Beatrix pelo primeiro nome, pois ela se via como uma das sócias do atelier, e isso era verdade. Não havia maior ou melhor ali, apenas tecelãs e um jovem pastor, todos trabalhadores, úteis e orgulhosos de seus trabalhos.

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"Para tecer com fios de luz
A força que me conduz
Para olhar o mundo
Desnudando lá no fundo
Da caixa de costura
A minha alma guardada
Para tecer comigo
A minha própria caminhada"
Nahian


Nahian que tinha o "coração na mão" como dizem, fixou os olhos na porta que foi se abrindo lentamente. Por um momento sentiu uma distorção temporal, como se tudo andasse mais lento, queria muito que atendessem a porta, não queria ser vista daquela forma. Qual não foi a surpresa dela quando percebe que quem abrira a porta fora uma menina. Conhecia as fiandeiras só pelo nome, nunca havia encontrado com elas, então não tinha como saber como eram, muito menos imaginava que havia uma tão jovem entre elas. Abriu-se em sorriso num misto de felicidade e alívio, mesmo que não conseguisse definir qual das duas emoções era mais forte ou qual precedia a outra. Olha para Felícia com olhar de cumplicidade. Mesmo com toda a simpatia da pequena anfitriã, a menina continuava nervosa, se aproxima dela e sussurra:

Vamos logo Fe, pois não há tempo a perder, não podemos ser vistas por mais ninguém!

Após encorajar a amiga, volta-se para garota que as recebera e a examina melhor, seu vestido tão bem feito, sua fitinha azul presa ao cabelo, contrastando com os cachos dourados. Parecia estar preocupada com a situação das duas meninas que apareceram sem aviso algum a sua porta, bem como reconhecia Nahian de algum lugar... a feira, sim, por diversas vezes andou pelos mercados com a tia. Mas isso não era importante, precisava fazer algo agora. Respira fundo e prossegue:

Olá, acho que não nos conhecemos ainda, sou a Nahian, sobrinha da Beatrix, qual o seu nome? Vou te contar tudo que aconteceu, mas antes precisamos de um lavabo e, se possível, roupas limpas. Eu sei que é muito para pedir assim do nada, só peço que confie em nós e não comente com ninguém. Por favor!

Ao dizer isso espera pela decisão da garota
--Felicia


Felícia estava se sentido muito mal, todo seu rosto tinha mergulhado na lama, se sentia suja e humilhada, parecia que os céus tinham algo de pessoal contra ela. Lamentosa, estremece com o frio, soluçando baixinho. Só conseguia pensar na bronca que levaria do pai. Quando escuta Nahian a sussurrar.

Ela não entendia porque Nahian era sua amiga, de fato, era o que havia de mais incoerente em sua historia de vida, entre fazer limpeza e esvaziar penicos, com sua amiga ela passava momentos de verdadeira diversão. O que para uma garota com a sua origem eram momentos raros e, por vezes, um luxo. Mas quando percebia o olhar da amiga, que a olhava sem distinção, ela não se sentia a garota servente, ela tinha uma das mais preciosas dádivas que se pode ter, ela era apenas Felícia. Parecia pouco, mas para quem vive em um mundo onde todos dizem algo sobre você e a palavra te mancha e te separa de todo o resto, ser apenas, sem rótulos, é o paraíso. Felícia então se acalma e entra com a Nahian no ateliê, era um local muito bonito, menos bagunçado do que pensava. Ela olha para a janela e vê uma estrela. Não havia percebido ainda, mas aquela noite tinha algo de especial, o céu parecia estar em festa.
Fiandeiras


Não houve muita necessidade de explicar as coisas a Clotilde, a menina pareceu entender perfeitamente o que se passava. Ela sorriu com seus espertos olhos azuis e ia falando enquanto conduzia as duas meninas ao seu quarto.

- Já entendi. Venham, podem usar meu quarto, lá tem uma banheira e eu vou buscar água e toalhas.

Aquele era um quarto de menina que apesar de simples era bonito e sua arrumação tinha um certo capricho. Fosse nas cortinas que adornavam a janela fechada ou na colcha de cama com delicados bordados. A penteadeira mostrava a vaidade da mocinha, e tinha uns dois vidros de perfume e uma escova. Havia duas camas pois as vezes quando vinham hóspedes, Clotilde tinha que dividir o quarto com sua tia, Laurinda. Havia uma banheira e um biombo que dava privacidade para o banho.

- Fiquem aqui, enquanto vou buscar as coisas. Assim que voltar pego essas roupas, vou pô-las de molho no sabão com água morna. Talvez ainda dê para salvar esses vestidos. No meu armário deve ter algo que sirva em vocês.

Ela disse essas palavras e apressou-se em buscar o que prometera. Primeiro trouxe a água em dois baldes, depois as toalhas e uma barra de sabão. Deixou as toalhas penduradas e separou dois vestidos para as meninas vestirem depois do banho.

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"Para tecer com fios de luz
A força que me conduz
Para olhar o mundo
Desnudando lá no fundo
Da caixa de costura
A minha alma guardada
Para tecer comigo
A minha própria caminhada"
--Felicia


Felícia é a primeira a terminar o banho. Enquanto Nahian toma o seu, ela veste um dos vestido que a menina trouxe. O vestido era simples, mas muito bem feito, de qualidade digna de uma menina de estirpe nobre. Era de cor pérola, com detalhes bordados, deixando o acabamento impecável, era realmente um vestido muito lindo. Não era o primeiro que usara, sua convivência com os Henriques lhe possibilitou experimentar desses sabores, apesar de nunca ter tido um vestido feito para si. Em certos dias, essas lembranças deixavam o céu mais cinza, mas ela procurava se afastar desses pensamentos, pois sempre ouviu que aquela era a vida dela e que devia se acostumar. Então ela vestia sua melhor versão, a de empolgada, e fazia de tudo uma brincadeira. Ela se pega então olhando pela janela novamente, o que havia naquela noite? indagou a si mesma. Estava mais pensativa que o normal, tudo lhe afetava mais, se sentia mais fraca a sua armadura invisível. E para ela aquilo significava apenas uma coisa: perigo. Estava vulnerável.

suspira
Nahian


Nahian estava terminando seu banho, quando ouve um leve suspiro. Olha para a amiga e percebe que ela estava demasiado seria. Viu seu olhar se perder por entre as estrelas, ficando distante e opaco. Não era a primeira vez que isso acontecia em ocasiões muito raras, ela sempre notava essa sombra sobre a amiga. Nas primeiras vezes tentava consolá-la ou distraí-la. Poucas vezes tinha sucesso, mas Nahian sempre foi muito obstinada e sempre continuava.

Vai acabar perdendo a ceia se não voltares de onde estais

Disse entre sorrisos, já fora da banheira e provar o outro vestido. Este era branco com alguns detalhes em dourado na silhueta da cintura. Dava um aspecto de mais refinamento que o outro, mas isso não era uma preocupação de Nahian, lhe parecia bonito e ajudaria a sair daquela situação. Continua a falar com a amiga, parece que o plano de distrair funcionaria, por aquele momento.
--Felicia


Acorda com o chamado da amiga.

As estrelas hoje parece brilhar mais, tem uma estoria que eu ouvi umas vezes de seguir uma estrela, tava pensando nisso

Sorri acanhada

Tem razão, vamos procurar aquela menina Clotilde!

Decide de súbito, puxa Nahian pelo braço, abre a porta e já no corredor paralisa.
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