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[RP] Casa da Babilónia

Helena, roleplayed by Maria_madalena
Helena estava de guarda à porta, mas mal se apercebeu da chegada de alguém. Foi surpreendida por um punhal direccionado a si e soltou um grito baixo e de pânico.

- Não me mates! Ai meu Jah! - Pediu colocando as mãos sobre o busto avantajado e arfando.

Violeta pareceu reconhecê-la então e a velha meretriz suspirou de alívio.

- Também ouviste o grito? - Inquiriu assim que o punhal deixou de estar apontado a si. - Não fui eu que gritei Violeta. - No seu olhar havia pânico. - E eu não estou aqui escondida como um rato! Estava a tentar descobrir a fonte do grito! - Retrucou já na sua habitual forma, endireitando o corpo e fazendo peito.
Violeta, roleplayed by Maria_madalena
Violeta ergueu uma sobrancelha perante o último esclarecimento ofendido de Helena.

- A procurar a fonte escondida atrás de uma porta? A espreitar por uma frincha? - Havia um tom zombeteiro na sua voz e a jovem meretriz segurou o punhal na horizontal e passou o dedo indicador da outra mão suavemente pela lâmina. Ergueu novamente o olhar para Helena e acrescentou. - Podia ter-te morto. Nem te apercebeste da minha chegada. - Violeta olhou a velha meretriz de alto-a-baixo. - A maternidade afrouxou-te.

Olhando em volta, procurou uma possível arma para Helena. E após breves momento de atenção, Violeta retirou um pau cilíndrico da parede, até então um cabide, e estendeu-o à gorda meretriz.

- Toma, vens comigo.
Helena, roleplayed by Maria_madalena
Helena seguiu com o olhar assustado o dedo indicador de Violeta que deslizava sobre a lâmina brilhante e afiada do pequeno punhal. As palavras que se seguiram feriram-lhe o orgulho já de si tão magoado e a meretriz viu-se incapaz de responder, permanecendo num silêncio de vergonha. Passou as mãos nervosamente pelo seu corpo avantajado e constatou aquilo que lhe fora dito. Estava gorda, velha e desatenta.

Violeta movimentou-se rapidamente no quarto e voltou um pau cilíndrico que lhe entregou. Helena aceitou-o de imediato embora o tenha olhado com um ar duvidoso e incerto. Seria ela capaz de brandir aquela arma improvisada? Ou estaria já demasiado amedrontada para isso? Orgulhosa, tentou disfarçar aquelas incertezas e segurou o pau com convicção.

- Vamos.

Sem mais nada dizer, seguiu Violeta para fora do quarto.
Narrador, roleplayed by Maria_madalena
As duas meretrizes seguiram em pés-de-lã pelo corredor fora. A maior parte das velas e candelabros haviam já sido apagados e as mulheres iam envoltas numa penumbra pouco reconfortante. As suas sombras projectavam-se contra a parede, parecendo por vezes que tinham vida própria. Violeta seguia na dianteira segurando uma vela na mão esquerda e o punhal na direita, os seus olhos procuravam o mais pequeno movimento e os seus ouvidos iam atentos a qualquer pequeno ruído. Helena ia atrás de Violeta empunhando o pau como se fosse uma espada embora as suas mãos tremessem e o seu coração estivesse demasiadamente descontrolado.

A porta de um dos quartos mais próximos da sala principal do bordel estava aberta e, assim que dobraram a esquina, Violeta e Helena pararam sobressaltadas. Durante aquele tempo, houvera sempre a esperança de que o grito tivesse sido apenas uma alucinação conjunta. Trocaram olhares mudos e o ar pareceu tornar-se mais espesso na pequena distância que as separava daquela porta. As respirações já não eram discretas e as mãos de ambas tremiam agora.

As cortinas de veludo vermelho do salão da Babilónia agitavam-se ao sabor de uma aragem proveniente daquele quarto. E ambas as mulheres souberam nesse mesmo instante que a janela do quarto estaria aberta. Os seus olhos ainda nada tinham visto, mas o ar tinha um odor fétido a morte e desgraça e a esse sentido elas não eram capazes de escapar. Pararam a escassos centímetros da porta, parecendo que ganhavam coragem, e quando por fim se decidiram a avançar, nada as poderia ter preparado para o que viram.

Rita jazia imóvel no chão do quarto, tombada sobre uma poça de sangue coalhado e vermelho escuro. Uma única vela ardia no quarto posicionada perto da alcova de lençóis outrora brancos. Marilu estava prostrada na cama e os seus olhos verdes cheios de horror fitavam directamente ambas as mulheres. A sua cabeça estava pousada sobre uma almofada e os cabelos negros empastados em sangue puxados para o lado direito tombavam-lhe sobre o ombro. No seu rosto mais pálido do que nunca havia uma expressão de repulsa e dor e os seus lábios, tão atractivamente vermelhos e carnudos, estavam marcados pelo frio da morte, roxos e frouxos. No seu pescoço permanecia o cinto de couro atado com força e a ponta solta estava colocada no punho fechado da mão direita de Marilu. Os seus seios, redondos, de pele nívea e suave, tinham em si marcas negras e asquerosas, os mamilos róseos mutilados por uma lâmina, abertos e deformados. O seu ventre não era mais liso, a barriga fora-lhe aberta e as tripas cobriam-lhe aquela região, manchando de sangue e fluidos os lençóis.

Helena soltou um grito de horror e abandonou o quarto encostando-se contra a parede mais próxima e tentando conter o impulso de vómito que lhe aflorara aos lábios. Violeta, mais corajosa, aproximou-se da cama e tentou ignorar todos os seus instintos. Quem quer que tivesse feito aquilo já não se encontrava ali. A aragem que entrava pela janela enchia-lhe as narinas com o cheiro nauseabundo da morte e cobrindo o nariz com o antebraço esquerdo, Violeta ajoelhou-se próximo de Rita, colocando-lhe uma mão sobre o pescoço. Estava viva e apenas tinha desmaiado. Deu-lhe umas palmadas no rosto, mas as suas atenções recaíram novamente sobre Marilu.

As pernas da jovem meretriz estavam abertas numa posição que fazia Violeta fechar com convicção as suas. Um olhar mais cuidadoso fê-la perceber que aquela não era uma posição anatómica correcta e que as pernas da outrora bela meretriz haviam sido quebradas. Um esgar de dor e compadecimento atravessou, que morte hedionda era aquela. Entre as pernas de Marilu havia outra espessa poça de sangue, à primeira vista, pareceu-lhe que seria uma continuidade do sangue que lhe escorria do ventre, mas para seu horror não era. A intimidade de Marilu fora completamente dilacerada e uma faca jazia enterrada dentro da pobre meretriz. Violeta levou as mãos à boca e sufocou um grito.

Movida pelo pânico e pelo horror, bateu com mais violência em Rita, esperando desta feita que a mulher acordasse. Os seus olhos estavam marejados de lágrimas.
--Cecilia


Cecilia adormecera na poltrona da sala, e tinha sono pesado. Ela ouvira o grito, e isso a despertou, mas ela não levantou-se sobressaltada como as outras. A principio julgava ter apenas sonhado. Mas após o grito, a sala estava silenciosa demais. Não havia mais ninguém ali. Então, ela ergueu-se ia ia caminhando sonolentamente para o próprio quarto. Foi quando deparou com Helena no corredor, em frente a porta do quarto de Marilu. Sua expressão de horror assustou-a.

- Helena, o que houve? Está passando mal?
Helena, roleplayed by Maria_madalena
Helena tinha as mãos apoiadas nas coxas e respirava com dificuldades. O seu rosto era puro pânico e a meretriz tentou explicar a Cecília o que acontecera, mas nada mais conseguiu além de um balbuciar incoerente. Desesperada, apontou para a porta do quarto aberta.
--Cecilia


Cecilia, estava preocupada, parecia que aquilo era uma extensão de seu pesadelo e que ele ainda não havia despertado.

Ela entrou no quarto e viu aquela cena dantesca e tapou a boca para não gritar. Aquela visão a puxou de súbito de seu torpor. Viu Rita caída no chão, e a poça de sangue a fez pensar que quem estraçalhara a pobre Marilu havia também assassinado Rita em sua fuga.

- A Rita, ela está, também?

Ela murmurou com a mão sobre o rosto, querendo tapar seus olhos. Soluços vieram a sua garganta e seus olhos foram tomados por lágrimas.

Sem esperar resposta a pequena e jovem Cecilia desatou num choro convulsivo.
Leticia


Há algumas horas atrás, longe dali... Outros acontecimentos ocupavam a noite na cidade do Porto.

Depois de deixar o bordel, Letícia dirigiu-se ao local onde havia marcado encontrar com Maria Madalena. Ela desejava um local mais discreto. Assim, tomou um coche e foi buscar a meretriz no Postigo do Carvão. Diante de Madalena que esperava, chegou uma carruagem toda fechada, em uma das janelas, uma cortina se abriu e ela viu o rosto da loira. A porta foi aberta.
- Vamos Maria, entre.

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Maria_madalena
À hora combinada Madalena estava no Postigo do Carvão, envolta numa capa negra e mergulhada na penumbra. Naquela noite não bebera e de alguma forma isso deixava-a nervosa e insegura.

Não tardou para que surgisse um coche e Madalena não teve dúvidas de que seria Letícia. A cortina de uma janela foi puxada para o lado e o rosto de Letícia surgiu, de seguida uma porta abriu-se.

Madalena subiu e sentou-se ao lado da meretriz.
Leticia


- Desculpe a demora, mas haviam muitos clientes. Eu tive que atender um um belo rapaz moreno antes de vir para cá. Se tivesse ficado, teria que servir a noite toda, assim, logo depois de o satisfazer eu fugi. Rita deve estar furiosa comigo.

Nesse momento Letícia riu-se, imaginando a cara de brava de Rita ao ver que ela escapara ao trabalho.

- Ainda fui boa em ajuda-la, pois os rapazes me apeteceram, eram jovens, fortes. Sabe como sou. Um deles era inexperiente. Infelizmente, esse trabalho ficou para Cecilia.

Ela comentou com um sorriso maroto e distraidamente fechou as cortinas. Assim, Maria não veria o trajeto.

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Asoca


chego ate a casa que um dia entrei e tive momentos de prazer que a muito não tinha, mas percebo algo diferente no local, não a movimento de pessoas, não a musica, um ar sinistro cobre o lugar, não vejo nem uma das damas, esta tudo escuro, percebo que não é um bom momento para estar ali e saiu sem fazer barulho

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Maria_madalena
Madalena sorriu para Letícia ao saber que o seu negócio ia de vento em poupa.

- Tenho a certeza que a Rita não ficou nada contente, mas também tenho a certeza que te arranjou de imediato uma substituta. É a pessoa ideal para me substituir. - Fez uma pequena pausa. - Achas que o tem feito bem?

Ficou pensativa por breves momentos e depois acrescentou:

- Bem sei como és, sempre com dificuldades em acatar ordens. A Júlia odiava isso em ti, sempre foste muito senhora do teu nariz. Ela não gostava que a desautorizassem. Nunca compreendi porque não te colocou porta fora da Babilónia.

O gesto de Letícia ao fechar as cortinas não passou despercebido a Madalena. Ela seguiria o conselho da loira e não confiaria realmente em ninguém.
Leticia


- Sim, ela certamente tem se esforçado em fazer um bom trabalho. Quanto a Julia, ela odiava a minha insolência, mas adorava o dinheiro que recebia dos meus clientes. Isso a adoçava feito mel.

Ela comentou sorrindo, apesar dessa parecer ser apenas uma parte da história da sua relação com Júlia, a antiga e falecida proxeneta.

Ela parecia muito tranquila. Tirou uma garrafa de vinho que estava no canto da sua cadeira e ofereceu para Maria.

- Aceita um copo de vinho com especiarias? Isso aqui me fez lembrar o passeio que tive com um cliente. Ele queria companhia para entretê-lo no trajeto entre Santarém e Sintra. Nunca sacolejei tanto em um coche.

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Maria_madalena
Madalena gargalhou.

- Sempre foste muito requisitada e por homens importantes.

A garrafa de vinho que Letícia segurava criara de imediato um profundo desejo em Madalena e esta foi incapaz de recusar a oferta.

- Sim, aceito, um pouco. - Disse tentando parecer contida. - Que cliente excêntrico. É habitual da Babilónia?
Leticia


Letícia serviu uma caneca a Madalena e outra para si mesma. Ela bebeu um pouco e sorriu com o comentário de Maria.

- Sim, tenho clientes bem peculiares.

Ela comentou sorridente. Pouco mais de uma hora havia se passado e as duas ainda não haviam chegado ao destino. Letícia comentou sobre o tal cliente para distrair-se.

- Não, nunca vi esse rapaz na Babilônia. Ele nem sequer foi até lá para me contratar. Enviou um mensageiro e pagou adiantado.

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