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[RP] Casa da Babilónia

Leticia


Letícia continuou observando Maria, e esta não parecia tão concentrada quanto ela gostaria.

Ela parecia atenta a tudo, a forma como Maria se posicionava, sua postura desde os pés até propriamente a forma de segurar a adaga.

- Neste ato não pode haver nenhuma dúvida, nenhum remorso. A hesitação conduz ao erro. Sua escolha do alvo é natural, mas errônea. Um centro tão importante é muito bem guardado. Esse pode ser o nosso alvo, claro, mas nunca de forma tão hesitante, ou tão abertamente perceptível.

Letícia pede a adaga. E ao toma-la, contorna o alvo e o trespassa em uma posição diferente, mas atingindo o mesmo algo, só que pelas costas de maneira transversal visando o coração.

- Essa aqui é interessante... Enchanté, Monsieur René.

Ela disse e tomou-lhe a mão, e com a outra atravessou o boneco sob o braço com o objetivo de perfurar o coração.

- Esse ponto embaixo do braço, normalmente não é protegido pela armadura. Mas há é claro a minha favorita.

Ela disse e com um golpe preciso perfurou a órbita ocular do boneco, atravessando a cabeça.

Todos esses golpes tinham uma sequência suave e precisa.

- Não se preocupe, você não foi tão mal, tens instinto e isso me agrada.




Encantada, Senhor René.

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Maria_madalena
Madalena ouviu a explicação de Letícia e pareceu-lhe bastante óbvia. Fora movida pela raiva que sentia por Nicole, depois daquela traição e abandono. A sua meia-irmã era, sem qualquer dúvida, a causa do seu tormento, o motivo pelo qual se entregava ao álcool nos últimos tempos e o motivo pelo qual tinha dificuldades em dormir. Os seus sonhos sempre pautados por recordações daquele último encontro. Como fora ingénua ao ponto de acreditar que ela nutriria qualquer afeição por isso?

- Desculpa, Letícia, não estava realmente concentrada. - Admitiu e esforçou-se por enterrar os pensamentos sobre Nicole. - Nunca apanharia alguém despercebido se atacasse de forma tão visível. - Um ligeiro rubor surgiu nas faces da meretriz.

Madalena entrega a adaga a Letícia e observa com atenção o movimento que ela faz. Muito mais dissimulado do que o seu, já para não falar da leveza e fluidez do movimento. O ataque seguinte apanhou Madalena de surpresa e a jovem levou as mãos à boca em espanto. Aquele sim, fora realmente um movimento hábil e inesperado. O preferido de Letícia era sem dúvida o mais cruel, perfurar o olho do inimigo era um gesto que denotava um certo grau de maldade.

- Nunca imaginei que um simples apertar de mãos pudesse ser tão perigoso. - Comentou com um sorriso. - O que devo fazer agora? Imitar os movimentos?
Leticia


- Imagine outras formas, tente buscar um movimento que seja seu, espontâneo. Essa é Letícia matando. Como seria Maria cometendo o mesmo ato?

Ela disse enquanto devolvia a arma a Maria.

- Meus ataques parecem cruéis, mas meu objetivo não é a dor, é a morte, pura e simplesmente. Imagine a situação, crie o ataque e depois me diga por que perfurou de tal e tal maneira.

Apesar do tema abordado, Letícia não era rude nem agressiva, a suavidade e a gentileza com que tratava a pupila destoava da lição envolvida. Como alguém de voz tão doce e aveludada poderia ter instintos tão cruéis? O que espantava em Letícia era a dissimulação. Ela mataria sorrindo. O boneco fora providencial. Ela sabia que se trouxesse um alvo mais real, Madalena teria dificuldades. Mas em algum momento as coisas mudariam.

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Maria_madalena
Madalena ficou pensativa por alguns momentos e depois estendeu o braço para que lhe Letícia lhe entregasse a adaga. Desta vez, pareceu observar o objecto cortante com maior concentração e a forma como o segurou foi mais graciosa do que a primeira vez. Conseguira de alguma forma esquecer a raiva que sentia por Nicole e entregar-se apenas à tarefa que tinha entre mãos.

Tentou responder mentalmente à questão que Letícia lhe fizera e descobriu que a imagem da morte não lhe era tão estranha quanto o que julgara. Com facilidade imaginou alguns cenários e viu-se neles em cada momento. Talvez não fosse tão incapaz quanto isso.

Embainhou a adaga no cinto do vestido e aproximou-se de René sorrindo e meneando as ancas. Pousou-lhe a mão direita sobre o ombro e inclinou o corpo para a frente até os seus lábios lhe tocarem o ponto de junção entre o queixo e o pescoço, e o corpo mole e não tão rígido de René, cedeu à pressão dos seus lábios contra o tecido bafiento, libertou então a mão direita que desceu até à adaga. A esquerda pousou descaradamente sobre o abdómen de René e num movimento fluído, rápido e conciso, retirou a adaga do cinto e rasgou a garganta de René, desviando o seu rosto do dele, no momento exacto.

Desviou-se e encarou Letícia, explicando o porquê daquela escolha.

- Pareceu-me um ataque adequado... hum... à minha condição. - Disse e sorriu ligeiramente. - Talvez seja uma morte demasiado suja, mas morreria feliz. - Um novo sorriso, desta vez mais matreiro. - Em misericórdia.
Leticia


- À nossa condição, minha cara. Ele não gritaria, já é algo bom. O sangue jorraria intenso, desviar é uma boa ideia.

Ela comenta após observar o que Maria fez com René.


- Ao contrário do que possa parecer, eu sou paciente e não gosto de precipitação. Poderia lhe apresentar uma primeira vítima mais realista, mas essa noite, vou me contentar com René. Quero que treine até nos reencontrarmos, com travesseiros, com um cabide, seja lá com o que tiver disponível. Fique com a arma.

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Maria_madalena
Madalena sentiu algum contentamento por Letícia não ter criticado sua abordagem. Certamente que não seria a forma mais limpa de matar alguém e muito provavelmente, ela própria teria acabado suja de sangue, se René tivesse algum. A ideia de um alvo mais real para aquele primeiro encontro desagradou-a profundamente, e Madalena agradeceu em silêncio a paciência da sua mentora.

- Sim, não se preocupe, treinarei sempre que me for possível. - Na sua voz havia um tom de seriedade e convicção.

Madalena estendeu a mão para aceitar a adaga.

- A lição de hoje terminou? - Perguntou com curiosidade.
Leticia


- Sim. Agora sei que não é tão ruim, vou aceitar o encargo. Prepare-se para o nosso próximo encontro. Será daqui a três dias. Mesmo horário. A encontrarei no mesmo local de hoje.

Ela disse e suspirou, em seguida convidou Maria a acompanhá-la.
Ela acompanhou Maria até o coche, e subiu em silêncio. Assim que Maria subiu, as janelas foram fechadas como da outra vez. E dali ao mesmo tempo da ida, estavam de volta ao mesmo local onde se encontraram. Um outro coche esperava por Maria para levá-la para casa.

- Tenho uma sensação estranha como se algo não fosse bem, mas não é você. Vá em paz.

Letícia parecia preocupada com algo. Mas despediu-se de Maria e fechou a porta do seu coche.


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Maria_madalena
Madalena anuiu perante as novas instruções de Letícia e depois seguiu-a para o exterior, onde as aguardava um coche. Assim que entrou no coche as cortinas cobriram as janelas e Madalena viu-se novamente impossibilitada de sequer imaginar onde ficava aquele local. A viagem pareceu ter a mesma duração que a primeira e quando chegaram ao Postigo do Carvão, uma outra carruagem esperava já por Madalena.

- Sensação estranha? - Inquiriu e olhou em volta, como se esperasse que algo acontecesse. Franziu o sobrolho e voltou a encarar Letícia, como poderia ela ir em paz depois daquelas palavras? O certo é a sensação de que algo nefasto havia acontecido também pairava em si. - Até à próxima lição.

Despediu-se por fim e ajeitando a capa contra o corpo entrou na carruagem que a levaria até casa.
Narrador, roleplayed by Beatrix_algrave


Rita aos poucos recobrou os sentidos. Viu Cecília ajoelhada pranteando-a. Sua cabeça doia, talvez por ter se machucado na queda. Sentiu a testa dolorida e notou que um pequeno hematoma se formara perto da linha dos cabelos. Ela notou que a mulher chorava e aquele choro a incomodava.

- Não morri, apenas desmaiei.

Ela disse e notou o sangue em que caíra. Ao erguer-se viu de novo a cena pavorosa, mas agora estava preparada. Sentiu-se envergonhada por sua fraqueza, mas aquilo a aterrorizara. Ainda não era capaz de olhar.

- Mataram Marilu! Monstruosidade.


Ela falava enquanto erguia-se, apoiando-se na chorosa Cecília. Então, foi até a cama, e puxou um lençol e estendeu sobre o corpo da pobre mulher assassinada.

- Cecília, preciso que vá agora a casa da Maria Madalena, precisa chamá-la. Ela tem que saber. Não faremos nada sem ela.

Rita disse, ainda que não apreciasse de todo a ideia, pois tudo que acontecia na casa era de sua responsabilidade. Mas aquilo era terrível demais, grave demais para arcar sozinha.

Cecília engoliu o choro, ainda soluçante.

- Está bem, Rita, eu vou. - Cecília disse e abotou as roupas ainda desalinhadas, pegou sua capa e saiu pela noite, caminhando por ruas desertas.

A mulher tinha muito medo que o homem que fez aquelas coisas com Marilu ainda estivesse por ali, não queria lembra do que viu e seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. No meio do caminho desatou a chorar de novo, pois lembrou-se de Marilu, de como era cheia de vida e alegre, apesar de tímida. Tinha um ar tão inocente, tinha tantos sonhos apesar daquela vida. E chorou feito criança, enquanto caminhava. O sal das lágrimas escorrendo pelo nariz, pela boca. Enxugou-se e assoou o nariz na capa, antes de bater na porta. Precisava se conter, mas não conseguia.

Quando Maria desceu da carruagem, deparou com a morena Cecilia aos prantos, em frente a sua casa, batendo à porta.
Maria_madalena
O resto da viagem decorreu em silêncio e, embalada, pelo solavancar da carruagem, Madalena fechou os olhos por alguns momentos e dormitou. Não foi um sono descansado, além de breve foi povoado por cenários e presságios de morte. Acordou momentos antes da carruagem parar, sobressaltada e algo nervosa. Julgou que talvez aqueles pensamentos tivessem relacionados com os Casterwill, maldito era aquele clã que deixava um rasto de morte e destruição por onde passava. Suspirou e passou as mãos pelos cabelos castanhos, desalinhando-os um pouco, antes de abandonar o interior da carruagem.

Um Cecília destroçada, de voz esganiçada e chorosa, batia com desespero à sua porta e, Madalena, parada no degrau da carruagem, observou-a com assombro. Nunca vira Cecília naquele estado, seria ela a mensageira da tragédia? O seu coração precipitou-se num bater desenfreado e, apesar da aurora estar próxima, o céu pareceu escurecer.

- Cecília! Cecília! - Chamou aflita ao mesmo tempo que descia os degraus da carruagem e corria em direcção à mulher.
Cecilia, roleplayed by Beatrix_algrave


- Senhora Maria, aconteceu uma coisa horrível.

Ela disse e abraçou Maria, começando a chorar descontroladamente sem que desse mais explicações.. Cecilia estava nervosa demais para transmitir o recado que deveria.
Maria_madalena
Madalena ficou um pouco atordoada com o abraço de Cecília, mas não tardou para que apertasse a jovem mulher contra si e encostasse o rosto contra os seus cabelos. Cecília soluçava contra o seu corpo e Madalena tinha receio de ouvir o resto da história. Aquele pranto não era bom agoiro.

- Acalma-te, conta-me o que se passou. Não posso ajudar de outra forma. - A sua voz era pacífica e transmitia uma calma que Madalena não sentia de forma alguma.
Cecilia, roleplayed by Beatrix_algrave


Depois de alguns soluços, Cecilia finalmente se acalmou e conseguiu articular as palavras para dar aquela notícia tão nefasta à Maria Madalena.

- A Marilu, foi assassinada. Foi horrível, senhora Maria, todas estamos muito chocadas. Alguém entrou no quarto sem que ninguém ouvisse nada e a matou. A Rita pediu para chamá-la imediatamente.

Cecilia não teve coragem de dar os detalhes daquela morte. A notícia da morte em si já devia ser chocante demais. Ela mesma não sabia como poderia contar o restante, não tinha palavras para descrever o que vira, e ainda estava muito aterrorizada.
Maria_madalena
- Morta? - Perguntou completamente incrédula.

Os braços de Madalena deixaram de envolver Cecília e esta afastou-se ligeiramente para poder encarar melhor a jovem mulher. Quis acreditar que fosse uma partida de mau gosto, mas não encontrou nenhum vestígio de malvadez no rosto de Cecília, apenas tristeza e desespero.

- Como foi que isso aconteceu? - Inquiriu sem realmente esperar uma resposta. - Meu Jah! Pobre Marilu, tão jovem e bonita, que calamidade! - Passou as mãos pelo rosto, tentando aliviar a dor que sentia.

De forma precipitada, Madalena agarrou na mão de Cecília e disse-lhe:

- Entra na carruagem, rápido, vamos de imediato à Babilónia.
Cecilia, roleplayed by Beatrix_algrave


Sem questionar, Cecilia fez imediatamente o que Maria pedia, mas não respondeu suas perguntas. Talvez Rita tivesse palavras mais adequadas para contar aquela calamidade a Maria. Só de pensar no que vira, Cecilia sentia o estômago embrulhar e as lágrimas aflorarem em seus olhos.

Dentro de pouco tempo a carruagem parou a porta da Babilônia. Cecilia desceu assim que pode.

O sol já estava nascendo iluminando a rua e batendo nas janelas vazias da Babilônia. A porta estava apenas encostada, e Cecilia a empurrou. Rita estava na sala, acalmando Helena. A roupa de Cecilia tinha manchas de sangue.
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