Afficher le menu
Information and comments (0)
<<   <   1, 2, 3, ..., 23, 24, 25, ..., 38, 39, 40   >   >>

[RP] Casa da Babilónia

Maria_madalena
Cecília permaneceu calada durante toda a viagem e Madalena não forçou mais questões. Era visível o sofrimento em que a jovem se encontrava e a Casterwill não queria despoletar um ataque de choro em Cecília. A viagem, geralmente curta, pareceu ter demorado uma eternidade e assim que a carruagem parou em frente à Casa da Babilónia, Madalena apressou-se a entrar, deixando uma Cecília atordoada para trás.

A sala-de-estar da Babilónia estava envolta num silêncio que nunca lhe conhecera. Para além dos seus passos rápidos sobre a madeira rangente, apenas o soluçar ocasional de alguma mulher se ouvia. Helena, estava com um ar ainda mais desesperado do que Cecília, e uma Rita, coberta de sangue e com um hematoma na testa, tentava acalmar a gorda meretriz.

- Que se passou? Rita?
Rita, roleplayed by Beatrix_algrave


- Ainda bem que chegou, Maria. Não sei o que Cecilia lhe contou, mas a verdade é que ainda custo a acreditar. Marilu foi assassinada de modo brutal. Quando vi aquela cena, desmaiei e caí sobre o seu sangue e havia muito sangue. Foi uma verdadeira monstruosidade. Ela foi retalhada, violentada.

Ela disse e parou lívida tomando fôlego. Ainda se sentia atormentada ao lembrar e agora tinha que descrever. Mas depois do desmaio, Rita recuperara a calma. Assim, das três ali, ela era a mais sóbria e controlada.

- O corpo da pobrezinha está sobre a cama. Cobri com um lençol, pois não suportava mais ver aquilo.
Maria_madalena
Madalena permaneceu calada durante alguns momentos. Levou o seu tempo a processar as informações que Rita acabara de lhe transmitir, os seus pensamentos presos às últimas palavras da mulher, retalhada, violenta. Como é que alguém poderia fazer isso com a pobre Marilu? Uma das meretrizes mais doces da Babilónia.

Olhando para o rasto de sangue que havia no chão, Madalena de imediato descobriu o quarto onde ocorrera o assassinato. Respirando fundo e cobrindo o rosto com uma máscara de passividade, acenou para Rita e dirigiu-se ao quarto. A porta estava aberta e Madalena não teve dificuldades em encontrar a poça de sangue onde Rita tombara, era enorme e o líquido vermelho era agora espesso e pastoso. Marilu repousava sobre a cama, coberta por um lençol, também ele manchado de sangue. Madalena aproximou-se da cama, tinha de ver com os seus próprios olhos a atrocidade cometida no seu estabelecimento. Cautelosamente, pegou numa das pontas do lençol e num movimento rápido, destapou o corpo de Marilu. Os seus olhos arregalaram-se em horror e a mão livre de imediato se apoiou sobre o ventre, o seu corpo vergou-se numa cólica e Madalena afastou-se rapidamente, evitando de forma desajeitada a poça de sangue e deixando que o conteúdo amargo do seu estômago lhe aflorasse à boca. Com as mãos apoiadas nos joelhos, permaneceu naquela posição durante alguns momentos, o sabor amargo da bílis cobria-lhe a boca e os cabelos estavam presos ao seu rosto suado. Aquela era a imagem mais medonha que alguma vez vira.
Rita, roleplayed by Beatrix_algrave


Rita permaneceu na sala buscando acalmar Helena e agora Cecilia que voltara a chorar.

Cecilia começou a rezar, tentando acalmar a sua alma. Seria aquele um castigo divino? Seria Jah tão cruel em sua vingança? Ela se sentia temerosa e atormentada.

Na porta da Babilônia ouviram-se sonoras batidas na porta. Nenhuma das três conseguiu se mover para atender.
Maria_madalena
Madalena limpou os lábios com as costas da mão e voltou a erguer-se. Olhou uma última vez para o corpo mutilado de Marilu e os seus olhos marejaram-se de lágrimas. Cobriu-a novamente com o lençol, mas necessitou de mais alguns momentos, sozinha naquele quarto, até conseguir recuperar a compostura.

Rita estava na sala, juntamente com Helena e Cecília, ambas destroçadas. A mulher mais velha tentava acalma-las, mas era nítido que aquela não era uma situação confortável para ninguém. Sonoras batidas à porta quebraram o silêncio mórbido da Babilónia e, Madalena, recém-chegada à sala, soube que o papel de abrir a porta era seu. Em passos rápidos caminhou até à porta principal da Babilónia e, usando o corpo como escudo, entreabriu ligeiramente a porta, espreitando para o exterior. A sua outra mão segurava a adaga que Letícia lhe confiara.
--William_algrave


Quando Madalena abriu a porta viu um homem bastante alto e imponente, devia ter cerca de 1,90 de altura. Ele vestia uma longa capa escura. Sua voz era tão imponente quanto a sua figura. Ele devia ter aproximadamente uns trinta e cinco anos, e o rosto tinha uma expressão séria. Os cabelos eram castanhos com fios mais claros, e sua tez tinha um leve bronzeado. Seus olhos eram de um tom verde-esmeralda. Usava barba bem feita e aparada o que lhe conferia uma aparência distinta.

- Bom dia, senhora. Procuro por Maria Madalena. Ela se encontra?

Ele disse e ficou aguardando uma resposta.
Maria_madalena
Um homem bastante alto erguia-se à sua frente. Os olhos verde-esmeralda encararam-na e Madalena não estremeceu. Tinha a tez bronzeada, apesar dos seus cabelos serem de um tom castanho claro, e a barba bem aparada. Era um homem bem-constituído e de feições agradáveis.

- Quem a procura?

O tom da sua voz era defensivo.
--William_algrave


William não costumava realmente apresentar-se na primeira frase. Era um hábito dele, acostumado a ser prontamente reconhecido entre os de seu clã. Fizera o mesmo com o militar Fitzwilliam Darcy, mas por outros motivos. Ele então, respondeu à pergunta sem rodeios.

- William Algrave Nunes, o primo dela, irmão de Beatrix Algrave Nunes.

Ele disse e algo o levou a outra dedução.

- Acaso seria a senhorita?
Maria_madalena
Ao ouvir o homem identificar-se, Madalena escondeu habilmente a adaga entre as suas vestes.

- Sim, é a própria. - Informou e sorriu parcamente, pois a situação não lhe permitia ser mais simpática do que aquilo. - Viste a vossa irmã? Há muito que não falo com ela. - Lamentou numa voz triste. - Oh, mas que tolice a minha, é um prazer conhecê-lo, primo William. - Disse e estendeu-lhe a mão direita.

Durante todo aquele tempo, Madalena permaneceu defensivamente à porta do bordel.
--William_algrave


- Beatrix está bem. Já estive com ela. Pretendia escrever-lhe, mas não tive tempo e não achei necessário. Posso entrar, preciso conversar com a senhorita, se for possível.

Ele disse e notou como ela estava plantada à porta.

-Talvez esse não seja o melhor lugar nem o melhor momento, suponho.
Maria_madalena
- Conversar? Hum... - Madalena pareceu ponderar por breves instantes. - Agora realmente não seria o momento adequado. Talvez mais tarde.

Propôs e aguardou a resposta do homem.
--William_algrave


- Como preferir. Mas noto-a nervosa. Espero que não seja pela minha presença, pois venho em paz. Há algo em que possa ajudá-la?

Ele perguntou solicito.
Maria_madalena
Madalena pensou como nervosa era uma palavra tão pouco adequada para o seu estado. Estava em pânico, estava aterrorizada, estava inquieta e ao mesmo tempo furiosa. Encostou desalentada a cabeça à ombreira da porta e observou o primo. Poderia confiar nele? Ou seria apenas mais uma desilusão? O certo é que tinha uma mulher morta e estripada num dos quartos e não sabia exactamente como tira-la de lá. Qualquer uma das suas meretrizes estava tanto ou mais abalada do que ela. William tem em si um porte guerreiro e Madalena supôs que o homem já tivesse estado em situações de combate.

- Aconteceu uma coisa horrível. - Suspirou parecendo ganhar forças. - Uma... uma das minhas... meninas... foi... foi assassinada... esta noite. - As palavras saíram-lhe aos soluços.
--William_algrave


William realmente não esperava algo assim e aquela notícia o pegou de surpresa, mas ele de fato não se abalava fácil.

- Que coisa terrível. Ajudarei no que for necessário. Como exatamente isso aconteceu? Posso ver a vítima?

Ele pediu e aguardou que Madalena o encaminhasse até o local onde o assassinato se dera. Sua preocupação é que aquilo tivesse a ver com os Casterwill, talvez para assustar Maria, certamente aquilo precisava ser investigado.
Maria_madalena
Madalena abriu por fim a porta e desviou-se para lhe dar passagem.

- Não sei como aconteceu, não estava cá. E as minhas mulheres estão demasiado chocadas para me darem mais pormenores, pelo menos por enquanto.

Esperou que William entrasse e depois fechou a porta.

- Por aqui. - Disse e seguiu à frente dele, passando por Rita, Helena e Cecília a quem dirigiu um olhar seguro e que não deixava margens para questões ou dúvidas. As três mulheres continuavam muito abaladas e o pranto de Helena parecia não ter fim. A gorda meretriz soluçava e chorava copiosamente, fazendo estremecer as carnes flácidas a cada solavanco do seu corpo.

- É uma visão muito desagradável. - Informou assim que estavam à porta do quarto. - Está coberta por um lençol. Podeis entrar.

Aguardou que William entrasse no quarto.
See the RP information <<   <   1, 2, 3, ..., 23, 24, 25, ..., 38, 39, 40   >   >>
Copyright © JDWorks, Corbeaunoir & Elissa Ka | Update notes | Support us | 2008 - 2024
Special thanks to our amazing translators : Dunpeal (EN, PT), Eriti (IT), Azureus (FI)