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[RP] Casa da Babilónia

Maria_madalena
Madalena recostou-se na poltrona abandonando o peso do corpo sobre o tecido grosseiro e gasto. Os seus olhos estavam fixos nos movimentos de Júlia, mas a meretriz não prestava realmente atenção à contagem das moedas.

Pareceu-me bonitinha até... - comentou numa voz cansada - Espero que tenha percebido ao que vem.
--Julia_campos
Júlia parou de contar as moedas por momentos e encarou Madalena.

Ora, ora... atão num há-de saber ao que venhe? - a proxeneta levantou-se e caminhou até Madalena - Achas que a piquena inda beste o branco?
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Maria_madalena
Madalena arregalou os olhos e abriu a boca em espanto, afligida com a questão tão directa.

Bem... - pigarreou a meretriz ao tentar encontrar as palavras certas - É uma jovem de boas famílias, certamente que tem alguma educação religiosa e porventura foram-lhe ensinados certos conceitos e regras morais... Parece-me que sim Dona Júlia, ainda deve trajar o branco.

A meretriz agarrou num copo ainda meio cheio e bebeu-o num único trago.
--Julia_campos
Júlia soltou uma gargalhada que ecoou por toda a sala e esfregou as mãos uma contra a outra numa mostra de felicidade e excitação.

Ah Madalena!! Ora, ora... que sorte a noxa. - falou entusiasmada - Já imaginaste o dinheiro que podemos fazer cum ela? Habemos de fazer um preço especial pelo branco dela... num debem faltar interexados, num debem não.
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Maria_madalena
Madalena olhou à volta para procurar outro copo de vinho. Gostava de poder afogar aquelas palavras e pensamentos numa bebedeira sem fim, mas os copos estavam todos vazios e não seria boa ideia levantar-se para encher um. À falta de melhor, a meretriz fincou os dedos no vidro fino da taça e esperou assim controlar-se.

O que devemos fazer? - perguntou numa voz o mais natural possível.
--Julia_campos
O sorriso de Júlia ocupava-lhe todo o rosto e a proxeneta não podia estar mais feliz.

Ora, ora Madalena... bamos tratá-la cum algum respeito, mas nada de papariquices excessivas, num queremos amolecer a piquena. Já debe ser molezinha que chegue, os nobres sum sempre franzinos. - Júlia andava aos pulinhos de um lado para o outro e as mãos gesticulavam à frente do corpo - Sou capaz de conhecer um fidalgote que adora moças brancas. Bamos fazer um bom dinheiro, bamos, bamos. Estás disposta a ajudar-me Madalena?
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Maria_madalena
Madalena engoliu em seco nesse mesmo instante. As palavras de Júlia deram-lhe a volta ao estômago e a meretriz arrepiou-se na poltrona, perdendo a compostura por breves momentos ao espelhar o desconforto no olhar. As palavras enrolavam-se na sua língua e muitas vezes ficavam presas no fundo da garganta.

Claro... claro... Dona Júlia... - conseguiu por fim dizer.

Aqueles segundos pareceram-lhe horas.
--Julia_campos
Júlia bateu as mãos uma contra a outra num sonoro baque.

És uma piquena muito esperta, Madalena... - apontou com as mãos para a sala vazia - Podes ir pra casa agora, num preciso mais de ti. Aparece cedo amanhã, quero que fales com a moça.
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Maria_madalena
Madalena levantou-se com prontidão e foi até à porta em passos rápidos e sobressaltados, pegou na sua capa e cobriu o corpo com ela. Lá fora o dia já nascera e a meretriz precisava de repousar. Lançou um último olhar à sala vazia e desconexa e partiu...
Sr.angelo
Hoje Ângelo estava de folga do trabalho, acorda cedo e sai para passear pelas Ruas do Porto, No seu caminho passa próximo a Casa da Babilônia, nesse horário da manhã a casa parecia como qualquer outra casa, silenciosa e calma, mas a noite era um entra e sai de homens procurando por diversão.
Que Jáh deixe esses homens e mulheres queimar no fogo do inferno, que lugar promiscuo esse. Pensa Ângelo enquanto segue seu caminho ao Rio Douro.
Amandinha
Amandinha acordou com o sol entrando no quarto pela pequena janela sem cortinas, seu corpo estava dolorido por ter passado a noite em uma esteira acomodada no frio chão daquele quarto e sentia dor de cabeça, pois mal conseguiu dormir com o barulho que vinha dos outros quartos e do salão principal eram muitas conversas, gargalhadas e gemidos durante toda a noite.

Amanda levantou-se e observou o pequeno quarto que estava, era pequeno, era menor que a casa de bonecas que seu pai tinha mandado construir nos jardins de sua casa a uns 8 anos atrás, tinha apenas um pequeno armário. Olhou para os lados a fim de procurar uma mesa com uma bacia d’agua para lavar o rosto e pentear os cabelos, mas nada tinha naquele pequeno quarto. Abriu o armário para olhar o que tinha dentro, a porta rangeu-se ao abrir e nada tinha lá dentro. Voltou-se para a janela e ali permaneceu olhando para as ruelas lamacentas próximas a casa da Babilônia.

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Maria_madalena
As mulheres das limpezas andavam por ali a sacudir tapetes e tapeçarias, limpando o pó às superfícies e esfregando as nódoas dos sofás, a meretriz entrou silenciosamente e tentou não perturbar a coordenada azáfama.

Madalena encaminhou-se de imediato para o quarto de Amandinha, a jovem que chegara no dia anterior. Consigo levava um jarro de água limpa e umas fatias de pão barradas com compota, tal como Júlia pedira, iria tratar a jovem com respeito.

Chegada ao quarto, bateu uma vez à porta e inquiriu:


Posso entrar? Estás acordada?
Amandinha
Amanda se perde nos seus pensamentos enquanto olha pela Janela, O Sol estava muito lindo um típico dia quente de primavera.
toc toc
Posso entrar? Estás acordada?
Amanda vai até a porta e a abre.
Bom dia! Pode entrar.

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Maria_madalena
Madalena entra no quarto da rapariga e encontra-a ainda com as roupas de ontem.

Bom dia... - cumprimenta a meretriz - Conseguiste dormir?

Madalena coloca o jarro com água numa das mesas do quarto e estende o prato com as fatias de pão a Amanda.

Tens fome? Trouxe-te isto para comeres.
Amandinha
Amanda recebe o pão das mãos daquela doce senhora que a acolheu ontem à noite.
Obrigada, diz Amanda fazendo um leve movimento com a cabeça em agradecimento.
Repousa o prato com as torradas na mesa e responde: - Dormi bem sim senhora.
Pega a jarra com água limpa lava o rosto e continua.
Mas gostaria de saber como vou fazer para pagar vossa senhoria pela hospedagem e gentileza.

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