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Salão de Baile do Solar dos Camões em Alcobaça

Maxavis
Max mantem-se alerta ao ver a maltrapilha virar-se na sua direcção.

Xô guarda, fôiela! Foie ela que m'atacou! Nun sei porquê! Aleve-a, a iela!

Franze o sobrolho em espanto. Por algum motivo ela parece pensar que ele faz parte da guarda. Ao ve-la afastar-se com um garfo na manga tenta agarrar-lhe o braço.

Oh rapariga, onde vais? Papas de milho comem-se melhor com colheres, não é com garfo. Deixa os garfos e as pratarias em paz e anda ali comigo à mesa que pode ser que eu te arranje um bocado de vinho.

Tenta dirigi-la para uma mesa perto da porta com comida e vinho, tentando atrai-la sem levantar confusão para fora do baile onde incomodaria os convidados. Quem sabe, com alguma sorte talvez ela se vá embora. Senão pode sempre tentar embebedá-la para que seja mais facil de lidar.
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Alminha
O "guarda" não a deixou sair discretamente, e mais uma vez a moça via os seus planos de fuga e discrição completamente furados.

Oh rapariga, onde vais? Papas de milho comem-se melhor com colheres, não é com garfo. Deixa os garfos e as pratarias em paz e anda ali comigo à mesa que pode ser que eu te arranje um bocado de vinho.

Ohhh... tu nun iés da guarda, pois não? - observava-o de cima a baixo, tentando perceber o que poderia querer o estranho.

Aiiieee Alma, um moce jeitose, filha, plo menes ten dentes... ... Alma, nun te quere com homes! Dou-t'uma tareia, que ta parto o dente.- as vozes na sua cabeça voltavam cada vez que Alma tentava usar aquilo a que chamavam de pensamento.

Abanou de novo a cabeça com força, *plim**tronc*, e tonta agarrou-se ao moço à sua frente para não cair...

P'las vestes... ele quer é mê garfo... quer m'enfrascar e arroubalhar-me as procelanas... ai, mas o moce é mesme bemparcido... e têm dentes e tudo...- fingindo ainda tonta aproveita para meter as mãos pelo casaco dele *plonc* na procura pela bolsa que não encontra.

As suas mãos habeis moviam-se rápidas e enquanto com uma mão lhe saca de novo o garfo, com a outra distrai-o dando-lhe uma palmada *tronc* no traseiro enquanto diz: venha de lá esse vinhe então... ca galifona deu-me sede...a graça desta é Alma Inocencia. E bossamercedes?
Miss_pomar
Ela sentiu o sangue gelar nas veias. Cada palavra que lhe era atirada ao rosto era como um punhal,quem era ela, aquela soberba, para lhe dizer sobre amor? Ninguém sabia mais do amor do que ela, ninguém sabia o que era acalentar, esperar, arder por um amor como ela... e vinha aquela menina, aquela abusada, dizer que ela nunca iria saber... mas ela ia, ela ia sim, e mais, ela ia proibir a entrada daqueles filhos na casa, assim que a casa fosse dela, ela ia ser uma MARQUESA e ela ia mandar e desmandar, e mandar matar se preciso fosse, mas ninguém ia atrapalhá-los quando finalmente pudessem estar juntos! Ninguém. Respirou fundo e saiu pela porta, precisava de ar. Tinha cometido um grave erro, tudo culpa da andrajosa ladra, mas ia se recuperar. Respirou mais uma vez e deixou-se cair aos pés de uma árvore. Eles iam ver, todos eles... e depois de ter olhado com seus próprios olhos a aparência dela, ela tinha certeza de que as coisas não iam demorar a acontecer. Ela podia esperar, não era disso que era feita a sua vida? Espera. E paciência.
Chrisya
A lheia aos pequenos os dramas e confusões que aconteciam em pontos isolados, Chrisya continuava tirando do fundo da sua alma forças para continuar circulando pelo salão, sorrindo e trocando palavras com quem ia encontrando. Abraçava os amigos e se apresentava graciosamente aos convidados que ainda não tivera o prazer de conhecer.

Um sol de felicidade pura brilha em seu peito ao avistar Beauchat.

- Mamy, como te sentes? Espero que o baile esteja como gostas...

- Está quase como gosto, meu filho. O que falta é justamente o seu sorriso - a Marquesa passa a mão pela barba um tanto comprida do filho mais velho - Você não pode se descuidar... quase não vejo esses olhos lindos. Desse jeito, como vai conhecer uma bela dama com quem dançar esta noite? Não desanime, meu filho. Não você, que sempre foi o mais alegre, o mais otimista entre todos nós...

Ela beija aquele rosto cansado e preocupado que tanto ama. Enquanto puder ter seus filhos por perto, tudo estará bem.
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Morgaine
Sorrindo ao ver a felicidade de Dina no reencontro com o seu noivo, resolve afastar-se ligeiramente e dar algum espaço aos enamorados. Os seus olhos percorrem o salão, sempre atenta a tudo, a cada gesto, a cada olhar... Conseguia saber muito mais acerca das pessoas observando-as, entendia cada gesto e percebia se era sincero ou não.

Ao longe, avista a Marquesa Chrisya. Fazia tempo que não a via, mais tempo do que deveria, mas a verdade é que havia descurado a sua vida pessoal de tão submersa em trabalho que andava. Estava linda como sempre, Morgaine nunca vira a Marquesa descuidada, nem mesmo nos piores momentos. Mas havia uma diferença enorme no seu olhar, nos seus gestos, uma ausência do brilho que sempre a caracterizara. Sente um aperto no coração. Estas pessoas faziam parte da sua vida, desde sempre, crescera e aprendera com elas, não suportava a ideia de perder este equilíbrio perfeito que sempre a prendera a Alcobaça.

Esforçando-se por afastar os maus pensamentos, bebe mais um gole de vinho.

"Talvez seja melhor ir cumprimentá-la, saber como está. Às tantas é tudo fruto da minha imaginação e preocupação desmesuradas! Além disso, tenho que felicitar os marqueses pelo baile, perfeito, como sempre nos habituaram."

Assim que deu o primeiro passo na direcção oposta do salão, avista Max, seguido da moça cuja boca contava com um dente apenas. Sorri e bebe mais um gole que mal chega a saborear, cospindo de imediato assim que vê a estranha criatura dar uma palmada no traseiro do Marquês. A situação era cómica demais e Morgaine não consegue evitar uma gargalhada sonora.

Pede desculpa aos convidados que se encontravam a seu lado, limpando as lágrimas que teimavam em cair ao mesmo ritmo das gargalhadas.
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Maxavis
Enquanto leva a maltrapilha para fora da area de baile Max sente uma forte pancada no traseiro. Sobressaltado, faz um gesto reflexo com o braço direito tentando acertar com uma cotovelada na criatura enquanto com o outro braço derruba uma serie de pratos de uma mesa proxima.

CRAAAAAAAAAAAAASH!

Heeeh tira a mão da mercadoria que este aqui não é para o teu dente. Tens ali vinho e comida naquela mesa, agora comporta-te que ha crianças por aqui. E não vale a pena procurar a bolsa que não a trago comigo.

Agita o bastão dando a entender que se iria defender de mais avanços enquanto a leva para uma mesa nas bordas da sala com vários pasteis e vinho. Ao mesmo tempo olha em volta tentando encontrar um criado que o possa desembaraçar da encomenda.
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Lorena_davila


Lorena sorri para o casal que Dinis lhe acabara de apresentar e faz uma delicada vénia.

- Muito gosto em conhecê-los. O Dinis fala-me muitas vezes do primo Capeside e da irmã. - e voltando-se para o Barão, acrescenta - Julgo até que já o vi pelo Porto, se a memória não me falha. Espero que tenha apreciado a hospitalidade nortenha.

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Capeside69
Capeside vê o seu primo a aproximar-se com uma bela dama.

- Gostaria de vos apresentar Lorena que é ... aaa.. bem... uma amiga que conheci no Porto. - diz gaguejando bastante e prossegue - Esta é a minha irmã Kitscat e o marido e meu primo Capeside.

Ao olhar para o primo que estava com um ar tímido que era raro nele tenta disfarçar o riso para que ele não fique furioso. Cumprimenta a jovem dama beijando a sua mão.

- É um prazer conhece-la Dama Lorena, deve ser a dama que a Marquesa adorou e sempre fala com um brilho nos olhos.

Assim que acaba de falar e ao se virar para o primo nota que ele continuava a tentar disfarçar o nervosismo.
Lorena retribui o cumprimento com uma vénia.

- Muito gosto em conhecê-los. O Dinis fala-me muitas vezes do primo Capeside e da irmã. - e voltando-se para o Barão, acrescenta - Julgo até que já o vi pelo Porto, se a memória não me falha. Espero que tenha apreciado a hospitalidade nortenha.

-Bem espero que ele só fale das coisas boas. Ehehe.

O Barão começa a pensar na sua ida ao Porto e logo se lembra de Lorena.

- Sim, agora que me lembro já trocamos algumas palavras. Quanto a hospitalidade nortenha... Algumas coisas não gostei, mas todas as cidades tem os seus aspectos negativos. Ehehehe. A Dama Lorena esta a gostar da sua estadia em Alcobaça?
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Lorena_davila


A irmã e o primo de Dinis revelaram ser extremamente simpáticos.

- Bem espero que ele só fale das coisas boas. Ehehe.

- Ah, mas concerteza! Nem teria porque falar mal, espero. - disse Lorena, não deixando de reparar no ar pensativo de Capeside:

- Sim, agora que me lembro já trocamos algumas palavras. Quanto a hospitalidade nortenha... Algumas coisas não gostei, mas todas as cidades tem os seus aspectos negativos. Ehehehe. A Dama Lorena esta a gostar da sua estadia em Alcobaça?

- Claro, é normal. Espero que nos faça uma visita em breve e mude de opinião. O Porto tem os seus encantos, mas não desfazendo; Alcobaça é muito bonita também. Tive oportunidade de fazer parte da viagem nas margens do Alcoa, mas disseram-me que ainda falta visitar o pomar. - e sorrindo, acrescentou - Talvez o Dinis me possa fazer uma visita guiada pela cidade antes do meu regresso.

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Beatrix_algrave


Depois que conversou com Madalena, bebeu a taça de vinho até seca-la. Colocou a taça vazia em cima de uma bandeja e seu olhar procurou por rostos conhecidos.

Continuou no seu canto, pois quem conhecia, estava entretido em outras conversas ou muito ocupado.

Notou a pequena confusão que se instaurara entre uma mulher que não conhecia e uma jovem de jeito peculiar, logo a moça mostrava língua a outra. Pensou que as duas iam as vias de fato, mas houve intervenção imediata de uma das anfitriãs da festa, e a mulher saiu dali com um ar que parecia revoltado. Não ouviu o que disseram à mulher, nem lhe interessava ouvir. Não estava ali para isso. Queria apenas distrair um pouco a cabeça das preocupações e passar algumas horas agradáveis. Já haviam problemas demais, disputas demais.

Mas havia algo no ar que não a deixava relaxar. Então, tomou mais uma taça de vinho e ficou namorando os folhados. Ficou com uma pena de Madalena, mas não ia se conter. Se ela não podia comê-los, que pena, mas ela bem que iria aproveitar.
Estirou a mão e alcançou o objeto de seu desejo, e estava mesmo bom.


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Vega_adc
Saudando os convidados aqui e ali, Vega_adc de Camões estava alheio à confusão. Entretanto, José chamou-o discretamente para lhe entregar um bilhete.

- Obrigado, José.

- Senhor, melhor lê-lo no seu escritório.

- José, estou na festa...

- Confie em mim.


Vega_adc saiu discretamente e foi ler o longo bilhete que lhe trouxera José. Entre a estupefacção e a irritação, não sabia como reagir. Serviu-se de um generoso copo de vinho e voltou para a festa. Aquilo não estragaria o momento. Encostou-se a uma das colunas a observar tudo um pouco na penumbra.
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Alminha
oh home, cuidade- grita a moça vendo a pilha de pratos pelo chão- sabe quanto val'isso ali no mercado na tenda do moiro????

está n'hore -pensava ela, enquanto a voz de sua mãe ecoava tambem na sua cabeça- C'home tan estranhe, filha - xiu, mã, deixa esta pensari fazfavori

Aproximou-se da mesa, deixando o estranho para trás, e ainda riu à gargalhada olhando um croquete- Mas ca raio??? parece aquelas cousas que o mano fazia ao brincar na lama, enrolando debaixe do sovaque- Agarrou-o e cheirou-o... e colocou de lado.

Bebeu um copo de vinho - muita bon - bebeu dois...

Olhou para trás e vendo que o estranho se não estava a olhar, esgueirou-se *plonc* *plim* tronc* pela porta do salão.

Estava na sua hora e a noite tinha tido o seu proveito.

Enquanto corria *plim**trum* tropeçou em algo, e perdeu, bem no meio do corredor o seu sapatão.
Fitzcavalaria
Fitz tinha gostado da festa apesar de não ter encontrado ninguém conhecido. mas tinha bebido e comido com agrado e visto como eram as festas da Nobreza. estava na hora de se ir embora que amanhã teria um longo dia de trabalho no seu campo e a labuta começava cedo.

dirige-se para a saída e qual não é o espanto quanto vê um enorme sapato velho e comido no chão.

aproxima-se do sapato e procura com o olhar o seu possível dono, mas ninguém lhe parecia com ar de procurar algo.

o cheiro que emanava era pestilento. deu-lhe um pontapé na tentativa de o chegar para um dos cantos da casa e tira-lo do meio do caminho e qual não é o seu espanto quando vê cair de dentro deste 2 colheres de chá.

agarrou-as e entregou ao primeiro criado que encontrou, sorrindo.

há coisas que não lembram a ninguém!!!!
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Matilde.
A viagem, inicialmente até Setúbal, prolongara-se até Alcobaça e a jovem sentia já uma enorme falta da Herdade do Regato e da pacatez da vida no campo. O caminho até ao salão de baile fora feito em sinistro silêncio, e o senhor seu esposo limitou-se a olhar pela janela durante todo o percurso e a barafustar com o cocheiro que, coitado, não tinha culpa de nada.

Matilde viajou perdida em pensamentos de nostalgia e saudade, constantemente incomodada pela presença contínua do marido ao longo destas últimas semanas, mas as cortesias assim e o exigiam. Quando por fim a carruagem pára, Matilde espera que a porta seja aberta e, assim que o seu esposo lhe estende a mão aceita-a de imediato e sorri timidamente.


Está uma noite agradável... - comenta sabendo que não irá obter uma resposta.

É naquele silêncio carrancudo que Matilde e Dinis de Medeiros chegam ao baile.

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Kitscat
Kitscat de braço dado a Capeside, sussurra-lhe o que aconteceu atrás do reposteiro. Ainda não estavam bem em si e o coração batia muito depressa. Estava nestes desabafos, quando vê aproximar-se o irmão Dinis com uma bonita dama pela mão.
Sorriu ao ver a atrapalhação dele a apresentá-la.
O irmão era das pessoas que conhecia que mantinha com mais facilidade o sangue frio, fruto do dever da profissão, talvez. Era, portanto, engraçado vê-lo reagir assim.
Lembrou-se dos seus tempos de rapariga e dos longos passeios nas margens do lago de Leiria na companhia de Capeside.

- Prazer em conhecê-la, Lorena. Espero que goste da estadia na cidade.

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