Maria_madalena
No alto da colina, uma pequena casa de paredes caiadas ergue-se discretamente, do lado direito um enorme carvalho, milenar, flanqueia a habitação, resguardando-a das intempéries. Debaixo do carvalho há um banco de madeira gasto pelos anos, é frequente encontrar Maria Madalena ali sentada de pernas dobradas sobre o corpo.
Hoje não é um dia diferente, Madalena está ali sentada, contempla a vila a seus pés, sente-se intocada, limpa e vazia. O vento acaricia-lhe o rosto e os cabelos, a chuva miudinha que cai lava-lhe o corpo das impurezas. Ali, naquele momento, não tem motivos para não gostar de si.
Lá em baixo as pessoas movimentam-se numa azáfama sem fim, meneam-se como formigas embrenhadas nas suas lides diárias. Madalena desfruta daquele cenário, cisma em observar rotinas, talvez para esquecer um pouco a sua.
O sino da Igreja toca... o transe é interrompido, atenta escuta as badaladas e num gesto incomodado levanta-se do banco e caminha em direcção à vila, a pausa tinha acabado, não tardava a noite cobriria as ruas e os maridos descontentes encher-lhe-iam os bolsos.
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Hoje não é um dia diferente, Madalena está ali sentada, contempla a vila a seus pés, sente-se intocada, limpa e vazia. O vento acaricia-lhe o rosto e os cabelos, a chuva miudinha que cai lava-lhe o corpo das impurezas. Ali, naquele momento, não tem motivos para não gostar de si.
Lá em baixo as pessoas movimentam-se numa azáfama sem fim, meneam-se como formigas embrenhadas nas suas lides diárias. Madalena desfruta daquele cenário, cisma em observar rotinas, talvez para esquecer um pouco a sua.
O sino da Igreja toca... o transe é interrompido, atenta escuta as badaladas e num gesto incomodado levanta-se do banco e caminha em direcção à vila, a pausa tinha acabado, não tardava a noite cobriria as ruas e os maridos descontentes encher-lhe-iam os bolsos.
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