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[RP] A Casa da Colina

Maria_madalena
Madalena deixou-se deslizar contra o corpo dele até os seus pés assentarem no chão. Ele estava ofegante e pela primeira vez a meretriz reparou como o golpe na cabeça de Zeca parecia feio, num acto instintivo levou a mão direita até ao rosto dele, passando delicadamente os dedos frios pela pele quente. Uma sensação estranha de conforto envolveu-a, ele tinha as mãos pousadas sobre a cintura dela, um agarro suave e possessivo, e durante aqueles instantes de silêncio e compreensão, o mundo pareceu-lhe um lugar melhor.

- Obrigada... - disse-lhe numa voz exaurida, mas que expressava com clareza gratidão. Os olhos dela levantaram-se timidamente até encontrarem os dele, foi apenas um olhar, uns breves segundos repletos de significado.
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--Zeca
Zeca deixou que os seus olhos se fechassem, desfrutando calmamente do toque frio da mão dela contra o rosto dele. Aquele pequeno gesto, simples nos modos, mas carregado de emotividade e gratidão. Tinha as mãos pousadas na cintura dela e o corpo feminino e debilitado repousava contra o seu, de alguma forma sentia-se mais completo daquela forma.

Uma única palavra, mas o que realmente o sensibilizou foi o olhar que trocaram. Incapaz de se controlar, aproximou lentamente o rosto do dela até os narizes estarem encostados. Esperou aquilo que lhe pareceu uma eternidade e na ausência de qualquer movimento, deixou que os lábios se encostassem.

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Maria_madalena
Madalena não lhe negou aquele contacto, seria incapaz de fazê-lo, sentia-se irremediavelmente atraída por ele. O contacto, inicialmente um leve roçar, tornou-se mais ávido assim que a meretriz se entregou ao beijo.

Viu-se obrigada a quebra-lo devido ao desconforto que aquela posição lhe provocava. Relutantemente, separou-se dele e disse em voz baixa:


- Preciso de um banho.

As brasas na lareira já estavam frias e não havia qualquer sinal de Antonieta, tropegamente caminhou até lá verificando que ainda havia lenha no cesto, esta constatação descansou-a, seria incapaz de qualquer esforço físico e sabia que ele também. Arrastou uma das cadeiras para perto da lareira e sentou-se cautelosamente, esforçando-se por não magoar as costas. Contudo, era impossível disfarçar a dor que as mais pequenas movimentações lhe provocavam. A mão dele tocou-lhe no braço, amparando-a na descida e até ela estar completamente apoiada na cadeira.
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Migukenko
10 metros ao lado da casa o habitual solitário migukenko decidiu dormir ali , naquela noite ...

passou a noite a olhar para as estrelas , e passou-a sem. dormir de manhã ficou ali sentado e continuava assim pelas horas a dentro.
Narrador, roleplayed by Maria_madalena
Durante as semanas que se seguiram, Zeca permaneceu com Madalena na Casa da Colina, cuidando das feridas que lhe flagelavam o corpo e a alma. Um sentimento que tinha tanto de puro como de selvagem nasceu entre os dois e a convivência prolongou-se muito para além do período de convalescença. Talvez aquele tenha sido o momento mais genuíno da vida de ambos, e também o mais intenso. O final de tudo foi tão avassalador como o princípio e, um dia, meses depois, Madalena acordou novamente sozinha.
William_algrave


William esperara o dia seguinte ao funeral de Marilu para visitar sua prima Maria Madalena. Ele se despedira de Beatrix que partira àquela manhã, pois tinha assuntos a resolver antes de sua viagem para Alexandria. William prometeu que retornaria antes de sua partida para essa longa viagem, para despedir-se dela. Ele não sabia quanto tempo demoraria até poder rever sua irmã novamente, mas antes de deixar Portugal ele queria ter a certeza que na medida do possível, ela permaneceria segura.

Sua preocupação agora era saber quais eram as intenções da sua prima Casterwill, a meia-irmã de Nicole, e se ela era confiável ou se representaria perigo para Beatrix ou mesmo se poderia traí-la.

Ver em casa de sua irmã uma Casterwill foi mais assustador para William do que ver a irmã acompanhada de um homem estranho. A não ser se o homem fosse também um Casterwill, o que não foi o caso.

Contudo, o primeiro encontro de William com Madalena se deu em uma situação tão adversa, que inicialmente ele abandonara os seus receios e preconceitos para agir como agiria com alguém que realmente pertencia a sua família. Mas agora que a situação crítica passara, era hora de retomar sua cautela, e travar a conversa tão crucial com sua prima.

Ele chegou a casa de Maria e bateu em sua porta, anunciando sua chegada e aguardando que a prima viesse atendê-lo.

- Senhorita Maria, é William, vosso primo.

Maria_madalena
A tragédia abatera-se sobre a Babilónia na noite anterior e Maria Madalena ainda não recuperara, permanecia em choque quer pelos contornos da morte de Marilu quer pela possibilidade daquela morte afectar o seu negócio. Era um pensamento algo egoísta e tê-lo fazia com que se sentisse ainda pior. Estava sentada à mesa, segurando uma caneca de chá quente. Acordara fazia pouco tempo e vestia um roupão, os cabelos soltos e emaranhados cobriam-lhe parcialmente o rosto. Os seus olhos, inchados do choro, fitavam inexpressivamente o líquido fumegante. Ouviu uma batida na porta e sobressaltou-se, olhando imediatamente sobre o ombro. A voz do primo reconfortou-a, afinal ele havia-lhe dito que viria.

Levantou-se, ajeitou o roupão e abriu a porta, saudando-o:

- William, um prazer recebê-lo. Perdoe-me a desarrumação. - Disse e convidou-o a entrar fazendo sinal com a mão. - Posso oferecer-lhe chá? Ou talvez algo mais forte?
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William_algrave


- Não se preocupe. Aceito qualquer bebida que tiver. Chá é mais o gosto de minha irmã.

Ele disse e sorriu aceitando o convite e entrando na casa de Maria Madalena.

- Sei que o momento não é o mais adequado e que a noite lhe foi difícil, mas tenho pouco tempo e muito a fazer, por isso precisava vir até aqui e falar-lhe.

Ele comentou e aguardou o convite para sentar-se e a bebida que Madalena lhe oferecera. Ele notou que Madalena ainda trazia os olhos inchados de choro e sentiu-se um pouco culpado por trazer-lhe assuntos desagradáveis naquele momento.

A semelhança mais notável entre Beatrix e o irmão eram os olhos. Ambos tinham olhos verdes. Os de William eram mais escuros, mas o brilho de ambos era igual.
Maria_madalena
Madalena sorri perante o comentário de William e abre um pequeno armário, retirando do seu interior duas taças e uma garrafa de whisky.

- Suponho que o meu chá não seja adequado à conversa que vamos ter. - Comenta num tom ligeiro enquanto coloca as taças sobre a mesa e serve o whisky.

Com um gesto da mão e um sorriso, convida William a sentar-se consigo. O seu primo é alto e bem constituído, os olhos verdes, similares aos de Beatrix, perscrutavam-na atentamente, mas Madalena não se sentiu intimidada por eles.

- Não se preocupe com as noites difíceis. Mal consigo lembrar-me de uma que não o tenha sido. - Gesticula com a mão direita como que para retirar a importância do assunto. - Diga-me o que o traz aqui, sou toda ouvidos, primo.
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William_algrave


William tinha outro ponto em comum com Beatrix, ele não gostava de muitas voltas, nem de tergiversar, era objetivo, até mais que a irmã, que aprendera a ser socialmente mais esquiva.

- Quero falar sobre sua irmã Nicole e a situação com os Casterwill. Nos mantivemos longe dos outros Nunes e dos Casterwill por muito tempo. E essa medida tomada por meu pai, era bastante acertada. Mas era tolice achar que uma hora ou outra nossos caminhos não se cruzariam. Quero saber de que lado você está Maria Madalena?

Ele disse e encarou-a.
Maria_madalena
Perante a questão de William, Madalena sorveu de um só gole o conteúdo da sua taça.

- Casterwill... - Suspirou enquanto voltava a encher a taça com whisky. - São uma fonte inesgotável de problemas, se houve algo que aprendi nos últimos tempos foi exactamente isso. - A sua voz era baixa, quase um lamento. - Se o que vos preocupa são as minhas ligações com os Casterwill podeis descansar, não as tenho. - Ponderou por breves instantes antes de acrescentar. - A vossa irmã tem ao seu cuidado Eduarda, a minha meia-irmã, creio que sabeis. - Bebeu um longo trago do whisky, tinha-se tornado um hábito enfrentar os assuntos difíceis daquela forma. - Não me julguei capaz de a educar da melhor forma. É a única Casterwill com que me relaciono. Nicole partiu e não desejo revê-la, apenas morta.
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William_algrave


- Sim, quando eu estive com minha irmã, vi minha prima Eduarda. Confesso que fiquei surpreso, pois jamais imaginei minha irmã na mesma mesa que um Casterwill. Espero que entenda a minha surpresa e não a interprete mal, mas é a verdade. Eu soube superficialmente sobre o que houve, e a forma como Nicole agiu. Alguns detalhes me deixaram particularmente preocupados. Ela teve liberdade demais para agir.

William comenta, e em seguida bebe um gole de whisky. Ele faz uma pausa e depois continua.

- Vocês a subestimaram, se ela quisesse matar minha irmã ou você, o teria feito. Entende? Por outro lado, os Nunes também não foram nada amigáveis com minha irmã. Se Nicole não tivesse assassinado alguns deles, eu o faria.

Ele parece estar se referido a João Brito, mas não há como Maria ter certeza.
Maria_madalena
Madalena gargalhou.

- Confie em mim, a vossa irmã sentou-se muitas vezes à mesa com membros do clã Casterwill. - Tinha um ar ligeiramente divertido quando proferiu aquelas palavras, sabia que William não iria apreciar aquela confirmação. E a Eduarda é ainda uma criança, há tempo para vergá-la a outros costumes, ensiná-la de outra forma. Verdade que não podemos negar a sua linhagem, mas isso não é tudo.

À menção de Nicole, Madalena tornou-se subitamente introspectiva e levou algum tempo a responder ao primo.

- Que posso dizer? Fomos ambas ingénuas. Julgamos que Nicole nos estimava, devíamos ter sabido melhor. Um Casterwill, como ela, educada daquela forma, simplesmente não ama. - Havia mágoa e dor nas palavras de Madalena. Colocamos a vida em risco. Ela matou os pais do seu mentor e protector, ainda hoje não sei como foi capaz... Tudo para subir ao poder. Tivemos realmente sorte por nos ter deixado viver. - A voz tornou-se num murmúrio. - Lamento, William.
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William_algrave


- Assim espero, que o tempo e bons exemplos a conduzam a um caminho diferente. Fiz o possível para que minha irmã pudesse ter esses bons exemplos na infância, quando a internei em um convento, mas não sei ao certo se fui bem sucedido. A personalidade dela já tinha seus traços tão claros, e eu também fui seu exemplo. Eu a levava a taverna comigo, queria a companhia dela, e até hoje não sei se fiz bem.

Ele disse e sorriu, como se lembrasse da pequena Beatrix em cima de um barril, pedindo para provar cerveja. Em seguida William ficou sério, diante das palavras de Maria sobre Nicole.

- É algo horrível só de pensar. Ela matou os pais com requintes de crueldade. Por isso que ainda me espanta que ela não tenha matado a irmã e a prima. Talvez porque os azures estavam lá, e William sabia disso. É algo triste de se pensar, em tudo que ela causou.

Maria_madalena
Madalena sorriu para William, notando o carinho com que falava da irmã.

- O convento trouxe bons ensinamentos à Beatrix. Aprendeu a cozinhar, tarefa em que sou medíocre, para não dizer bastante fraca. Sabe pintar, desenhar, tecer. Conhece mais línguas do que eu algum dia ousarei e os conhecimentos formais que possui ser-lhe-ão também úteis. Se eu fosse homem, gostaria de casar com ela. - Gargalhou e relaxou contra a cadeira fazendo um olhar travesso. - Contudo, há nela um espírito boémio também. Por vezes entrega-se à bebida, gosta de tocar descalça e dançar. - Encolheu os ombros como se tentasse retirar importância àquelas características. - Não é um donzela indefesa, ensinaste-a bem com a espada e o arco.

Um dia também Madalena falara de Nicole com tanto carinho e entristecia-a saber que agora só lhe guardava rancor e ódio. A sua expressão tornou-se novamente sombria e afogou-se por breves instantes naqueles pensamentos. As palavras de William apenas lhe assombraram mais o espírito e a meretriz abanou o whisky na taça, observando a forma como o líquido reflectia a luz.

- Ela é capaz das maiores atrocidades. Não creio que nos tenha poupado por compaixão ou amor. Tenho a certeza que lhe seremos favoráveis noutra qualquer jogada de poder. Durante este tempo todo fomos joguetes às mãos dela.
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