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[RP] A Casa da Colina

Maria_madalena
Madalena arregalou os olhos e quase deixou cair a taça vazia de whisky sobre a mesa ao ouvir William falar sobre a sua violação. Cada uma das cicatrizes nas suas costas pareceu arder e a respiração ficou-lhe presa nos pulmões ao recordar como o homem a imobilizara e violentara. Pior do que isso era saber que a sua mãe assistira a parte do seu tormento e nada fizera para lhe pôr um fim. Lembrou-se também de Zeca e da sua inesgotável dedicação durante meses, mas não pôde esquecer a forma como um dia a abandonou, sem uma palavra ou um olhar. Teve dificuldades em recuperar a fala e quando o fez, tropeçou e voltou a silenciar-se. O tempo pareceu-lhe longo, tal era a intensidade daquelas memórias.

- Quando se é exposta à violência em tenra idade, ela deixa de nos ser estranha. - A voz de Madalena não mais do que um murmúrio triste. - O primo não saberá como é. - Abanou a cabeça em desalento. - E não o considero um intrometido, agradeço as vossas palavras e a vossa preocupação. É bom saber que não estamos sozinhos.

Levantou-se, percebendo que o primo desejava partir, sorriu-lhe e esperou que este a seguisse até à porta.
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William_algrave


William segue com Maria até a porta, onde se despede da prima com uma mesura.

- Que a natureza sempre a abençoe, senhorita Maria.

Ele diz e deixa a casa de Maria, seguindo em seu cavalo para longe dali.
Maria_madalena
Madalena sorriu ao primo.

- Será sempre bem-vindo. Até uma próxima, primo.

À falta de fé religiosa, não lhe desejou qualquer bênção ou graça. Encostada à porta, ficou a vê-lo partir.
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Narrador, roleplayed by Maria_madalena
Nessa mesma noite, depois de Madalena retornar da Casa da Babilónia, encontrou uma carta enfiada debaixo da porta. O envelope não apresentava qualquer sinal distintivo e não havia lacre de cera. Tratava-se de uma carta da sua mentora, marcando uma nova lição para o dia seguinte. Depois da tragédia que se abatera sobre o seu bordel, Madalena considerava os encontros com Letícia ainda mais importantes. Com a bela loira de olhos verdes, aprenderia as artes e segredos da espionagem e assassinato. Não tinha dúvidas quanto à utilidade daqueles conhecimentos para a protecção das suas mulheres.

Cansada como estava, fechou a porta e pousou a carta sobre um dos armários. Um brasume ténue provinha da lareira ainda parcialmente acesa e Madalena aqueceu-se um pouco às chamas, espantando o frio da noite do corpo e da alma. Quando o seu corpo formigava agradavelmente com o calor, deitou-se e adormeceu. Sonhou que mataria o homem responsável pela morte hedionda de Marilu, roubando-lhe a vida em lenta agonia. Talvez aquele sonho fosse o presságio de uma realidade prestes a acontecer.

No dia seguinte, Madalena visitou a Babilónia apenas por breves instantes, certificando-se que Rita estava capaz de assumir o comando e de que a equipa de mercenários que agora guardava o bordel era satisfeita com um chorudo pagamento. Apesar dos novos reforços na segurança, as moças estavam ainda inseguras e receosas de um novo ataque. Para além disso, eram mulheres experientes que conheciam perfeitamente os hábitos dos mercenários. A lealdade daqueles homens mudava tão rapidamente quanto o sentido do vento. Receavam que a bolsa de Madalena não fosse suficiente para comprar a fidelidade dos mercenários.

Pouco passava da meia-noite quando chegou ao Postigo do Carvão. Aquela não era uma típica noite de verão. O céu escuro era iluminado por uma brilhante lua cheia, mas soprava um vento gélido e severo. A capa negra de Madalena ondulava em torno do seu corpo delgado e o ar anormalmente frio gretava-lhe a pele exposta. Agradeceu a rápida chegada de Letícia que rasgou o silêncio ventoso daquela estranha noite.
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