--Julia_campos
Júlia estava sentada numa das poltronas, aguardando pacientemente a chegada do homem que estaria com ela naquela noite.
Mantinha as costas direitas, o olhar firme e as mãos calmamente repousadas sobre o colo, treinara aquela pose semanas a fio, e nem agora, ante o nervosismo, vacilava. Pensava e repensava com cuidado todas as palavras que lhe haviam sido ditas, todas as lições e segredos acerca do corpo masculino que desconhecia, tinham-lhe afirmado que devia dar prazer àquele homem, que as vontades não eram suas, ela seria apenas um mero receptáculo, um meio para que ele se libertasse. A sua acepção daquelas palavras não era completa nem perfeita e, agora que o momento se aproximava, as dúvidas e os receios surgiam em fiadas, tornando a espera uma agoniante tortura.
O medalhão que lhe fora entregue naquela manhã estava guardado no seu quarto, escondido numa caixa que Júlia mantinha debaixo de uma tábua solta do soalho, o homem dissera-lhe que aquele medalhão lhe poderia salvar a vida, sentiu-se nua e desprotegida, devia levantar-se para o ir buscar. Os seus pensamentos quase ganharam forma, não fosse o leve movimento por trás da cortina vermelha e espessa que dava para as traseiras, e Júlia ter-se-ia levantado nesse mesmo momento. O coração dela pareceu parar e a cadência do tempo tornou-se ainda mais lenta.
Um homem alto, de tez alba e vivos olhos azuis saiu detrás da cortina, lançando-lhe um olhar inquisitivo.
- Vossa Graça - apressou-se a dizer ao adquirir uma posição erecta, os olhos timidamente fixos nos dele.
Júlia fez-lhe uma pequena indulgência, segurando delicadamente o vestido e erguendo-o com ligeireza apenas o suficiente para que a ponta dos sapatos ficasse visível. O movimento ensaiado vezes suficientes para que não se enganasse.
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Mantinha as costas direitas, o olhar firme e as mãos calmamente repousadas sobre o colo, treinara aquela pose semanas a fio, e nem agora, ante o nervosismo, vacilava. Pensava e repensava com cuidado todas as palavras que lhe haviam sido ditas, todas as lições e segredos acerca do corpo masculino que desconhecia, tinham-lhe afirmado que devia dar prazer àquele homem, que as vontades não eram suas, ela seria apenas um mero receptáculo, um meio para que ele se libertasse. A sua acepção daquelas palavras não era completa nem perfeita e, agora que o momento se aproximava, as dúvidas e os receios surgiam em fiadas, tornando a espera uma agoniante tortura.
O medalhão que lhe fora entregue naquela manhã estava guardado no seu quarto, escondido numa caixa que Júlia mantinha debaixo de uma tábua solta do soalho, o homem dissera-lhe que aquele medalhão lhe poderia salvar a vida, sentiu-se nua e desprotegida, devia levantar-se para o ir buscar. Os seus pensamentos quase ganharam forma, não fosse o leve movimento por trás da cortina vermelha e espessa que dava para as traseiras, e Júlia ter-se-ia levantado nesse mesmo momento. O coração dela pareceu parar e a cadência do tempo tornou-se ainda mais lenta.
Um homem alto, de tez alba e vivos olhos azuis saiu detrás da cortina, lançando-lhe um olhar inquisitivo.
- Vossa Graça - apressou-se a dizer ao adquirir uma posição erecta, os olhos timidamente fixos nos dele.
Júlia fez-lhe uma pequena indulgência, segurando delicadamente o vestido e erguendo-o com ligeireza apenas o suficiente para que a ponta dos sapatos ficasse visível. O movimento ensaiado vezes suficientes para que não se enganasse.
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