Auren ficou a matutar nas palavras de John Rafael.
"Uma cesta?". A pequena estranhou inicialmente a ideia, afinal ela estava habituada a usar as cestas para transportar fruta, nunca animais... e muito menos arminhos. Mas pensando e imaginando bem a situação, até era capaz de ser curioso e fofinho guardar os arminhos numa cesta e transporta-los por aí como se não fossem os animais irrequietos e ariscos que são.
E enquanto John não chegava com a cesta para acomodar as crias elas teriam que ser vigiadas, não fosse Elfyn tentar fugir com elas novamente. Por outro lado ele pedira-lhe para lhe encontrar uma caravana que o levasse até Sintra. A pequena salaciense considerou logo o pedido um tanto específico de mais, se lhe conseguisse arranjar algum mercador que estivesse para partir para Montemor ou Santarém nesse dia já era uma sorte, quanto mais para Sintra... aquele vilarejo real tão frequentado por nobres emproados e com pouca fama de terra de negócio. Mas qualquer coisa se haveria de arranjar, senão fosse uma caravana de algum mercador de boa aparência e confiança seria uma carroça de um agricultor qualquer. A ideia de ver o jovem fidalgo portuense a partilhar a carroça com nabos e couves cheias de terra e caracóis colocou um sorrisinho trocista na cara de Auren, pagaria para ver isso acontecer!
Enquanto se perdia nestes pensamentos maliciosos ruídos de passos a pisarem a palha chegaram aos seus ouvidos apurados. A pequena retirou a capa dos ombros e estendeu-a no chão para colocar n'ela os arminhos até John chegar com a cesta.
"Terá que ser uma cesta bem grande", pensara momentos antes quando olhou para o tamanho de Elfyn.
- Quem está aí? - a pequena pegou o arminho adulto e encostou-o a si -
Ei! Quem é que está ai?! Eu ouvi passos! - questionou mais alto, ignorando as arranhadelas de Elfyn e a sua vontade de se libertar dos seus braços.
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