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[RP] O discípulo

Yochanan


Então virou-se para John que estava ali no centro daquele grupo, de cabeça raspada e usando uma alva túnica. Sobre seus ombros apenas a capa de verde e ouro o protegia um pouco do frio que fazia.

- O Sacramentum Hephaestum não é algo que deva ser tomado a ligeira. Aceitas portanto John Rafael Viana Lobo as consequências deste ato solene? Desejas cumprir com o Sacramentum ainda que isso lhe possa guardar um destino pior que a morte?

Fez-se o silêncio então enquanto os que ali estavam aguardavam a resposta de John.

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Johnrafael


Entrou na pequena forja, e diante dos nove mestres, ouviu as palavras de Yochanan e Adriano. Sua face exibia uma expressão serena, e seus olhos atentavam apenas para os sons. Ouviu a recomendação de Adriano, depois as palavras de Yochanan.

-Desejas cumprir com o Sacramentum ainda que isso lhe possa guardar um destino pior que a morte?

-Sim, eu desejo.
- disse. Não havia nada além de firmeza em sua voz. Não era alta, como a de quem quer impressionar, nem baixa como a de quem está com medo. Seus olhos permaneciam fixos nas chamas da pequena forja, curiosos e ansiosos pelo que se seguiria.

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Narrador do Sacramentum, roleplayed by Yochanan


O Prior então assentiu ante a resposta de John, e indicou aos demais mestres do conselho que se desse inicio ao Sacramentum Hephaestum.

- Despe-te e destrua seus bens que te atam neste mundo nas chamas purificadoras! - Orientou um dos Mestres do Conselho, um homem pouco mais velho que Yochanan, era o representante dos Altai. Tinha inicio o ritual do Sacramentum com o primeiro dos três momentos: Purificatio: onde o postulante deve purificar-se abrindo mão de todas as impurezas materiais.
Johnrafael


- Despe-te e destrua seus bens que te atam neste mundo nas chamas purificadoras!

Ao ouvir aquelas palavras, fixou os olhos em Adriano, e respirou longamente pelo nariz, enquanto seus lábios se arquearam num leve sorriso. Presenteara-lhe com um rico manto, seda fina bordada a fio de ouro, para ser atirado às chamas. Afinal o mestre tinha uma última lição.

Tirou o manto e atirou no fogo. Em seguida fez o mesmo com a túnica. Livre de qualquer pertence material, seja qual fosse, despido e com a cabeça raspada, em nada aparentava ser John Rafael de Viana Lobo, jovem fidalgo orgulhoso. Era apenas um jovem aprendiz.

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Narrador do Sacramentum, roleplayed by Yochanan


Despido e com as telas a arder nas chamas, um segundo Mestre do Conselho se adiantou. Seguia-lhe um aprendiz da Ordem em seu traje negro carregando um balde de água que parecia a ponto de gelar. Pequenos cristais de gelo já se formavam no borde do balde.

O mestre tomou então de uma vasilha e retirou a água do balde vertendo-a sobre a cabeça de John enquanto recitava

"Gelo e Fogo, ambos queimam a pele, ambos fortalecem o aço e ambos o podem debilitar. Apenas o equilíbrio importa."

Retirou então um pouco mais de água do balde e recitou

"A água é vida e morte, o fogo mudança e constância. No equilíbrio ambos purificam."

E assim o Mestre que representava aos Iquimas, finalizava o momento do Purificatio.

O corpo de John começava a tremer pelo frio quando o seguinte Mestre se adiantou, era o representante dos Fabri que reuniam a todos os artesãos e artífices da Ordem.

"John Rafael Viana Lobo, despido dos bens materiais, ungido pela água sacra, jurais o juramento de teu oficio e fazer?"
Johnrafael


A água gelada escorreu pelo seu corpo. John mantinha-se imóvel, ou tentava. A água tocava as dobras de seu corpo, onde o frio castigava mais, e o corpo tremia.

-Por Hefesto, patrono de meu oficio, e tendo a todos os deuses passados e futuros de testemunha, Sob a Luz dos Nove e diante de seus raios, Eu... John Rafael de Viana Lobo, juro pela minha honra e minha vida que apenas conhecerão os segredos de meu oficio aqueles que forem dignos de possuí-los. Juro que empregarei estes saberes apenas para aqueles que lutam pelo Equilibrio.

Uma gota de água gelada desceu por suas costas, causando um leve arrepio. Sem se incomodar com aquilo, seguiu o juramento.

-Juro pela cruz que agora tomo como minha, na paz e na guerra, como apoio e fardo, até que meu último aço tenha desaparecido da face deste mundo e do próximo, pois meu aço agora é minha vida.

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Yochanan


O Juramento fora proferido e os Mestres estavam satisfeitos, o Prior esboçou um sorriso que logo desapareceu quando disse:

- Em sua Luz os Nove tomam sua palavra, e te atam ao teu juramento. - disse com uma solenidade que fazia até mesmo o silêncio ter voz. Ele então fez um ademão a Adriano e disse: - Maese Adriano.

Adriano se adiantou com uma caixa em suas mãos, a Cruz Gladiata Vermelha gravada no tampo, ficou frente a John e abriu a tampa, dentro havia uma barra longa de aço da irmandade. - Esta é tua espada. Que seja equilibrada. - foi o único que Adriano lhe disse.

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Johnrafael


Pegou a barra de aço e lançou-a à forja. Sem roupa, sabia que seria atingido por fagulhas, brasas e toda a sorte de lascas de ferro quente que usualmente se projetassem contra seu corpo. Mas aquilo fazia parte do ritual. Assim como a espada é um prolongamento do corpo, cabe ao corpo aguentar tudo que a espada aguenta.

Alguns minutos depois, mais que o costume do aço comum, dada a resistência do aço produzido pelos Fabrii, o jovem Viana começou a martelar. a lâmina, o punho e a guarda deviam sair todas daquela barra. A noite seguia seu curso, o frio entrava para a pequena forja, enquanto isso o escudeiro seguia batendo a lâmina, sob o olhar atento dos anciães da Ordem de Azure.

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Narrador do Sacramentum, roleplayed by Yochanan


O tempo passava marcado pelos golpes do martelo sobre a lâmina que era forjada. John que momentos antes estava a tremer de frio agora tinha o torso suado pelo calor da forja e do esforço.

Todos os seus movimentos eram observados pelo Alto Conselho da Ordem da Cruz de Azure e por Adriano que foi seu mestre até aquele dia.

Lascas e fagulhas iam de encontro ao corpo de John. Durante o Sacramentum não se forjava apenas a espada mas também ao ferreiro.

Um último martelar ecoou pelo Paço dos Arcanjos. A lâmina já tinha sua forma, mas estaria pronta?
Johnrafael


Pegou a lâmina pelo cabo e a brandiu. Um ataque contra o tronco usado como mesa de trabalho.

-Precoce e desalinhada.

Voltou a atirar o metal na forja, e recomeçou o trabalho. A noite deu lugar ao dia e lá estava ele. Nu, faminto e queimado pelo fogo e pelas lascas do aço, batia o aço num movimento instintivo, quase natural (com um que de mecânico ou robótico, mas não é bem este o tempo da ação).

A lâmina reapareceu no aço por volta da hora nona. Repetiu o movimento de espada, seguido de um "hmpf", típico do velho Adriano.

-Tardia.

Os braços do jovem estavam inchados de tanta força que faziam, e a expressão em seu rosto fazia transparecer a dor. Quanto mais aguentaria?

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Johnrafael


Daquela vez não podia errar. Pegou a lâmina com as mãos nuas, já cheias de queimaduras e cortes, e apoiou sobre a bigorna. Golpeou uma, duas, três, quatro, dez, vinte, cem vezes. Todo o seu corpo era tensão.

"Conta a lenda que um nobre mouro
à noitinha ia namorar
co'as ninfas do rio Douro
ao Luar..."

O verso da têmpera escorreu de seus lábios como se não houvesse nenhum cansaço. Retirou a lâmina da água, e com um leve movimento do dedo sobre o fio, testou o corte. Estava perfeito, e o dedo pingava sangue.

-Esta é a única vez que derramas o meu sangue.

O martelo voltou ao aço para o cabo. Depois de encaixadas a guarda e o pomo, a espada finalmente estava completa. Poliu-a, e com um cinzel, ressaltou a figura de um arminho que adornava a empunhadura.

Entregou-a então a Yochanan.

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Yochanan


Yochanan recebeu a lâmina com ambas as mãos, as palmas abertas aos céus daquele novo dia. Não a empunhou, mas em lugar disso a mostrou aos outros membros do Alto Conselho, assim como estava, deitada em suas mãos, a lâmina refletindo a claridade que aumentava. E então a entregou a Adriano.

- Maese Adriano. O que tens a dizer da obra de vosso discípulo? - perguntou oferecendo-lhe o punho da arma recém forjada.

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Adriano


Adriano empunhou a espada e a avaliou detidamente. Apontou-a em direção a John, e observou o fio, reto e sem falhas. Girou o pulso em todas as direções humanamente possíveis. E então proferiu seu característico - Hmpf! - Mas havia algo de diferente neste, era mais suave, e havia algo de orgulho naquele som. Então Adriano fez uma vênia e estendeu o punho de volta ao Prior. - Nada mais tenho a ensinar-lhe.
Yochanan


O Viana recebeu novamente a lâmina, e esta vez a empunhou, mas apenas por um momento, pois no seguinte a estava embainhando quando um dos nove do conselho, o representante dos Fabri, lhe entregou uma bainha negra como as vestes da Ordem, com o encaixe e o chape de prata. No encaixe havia um arminho segurando a Crux Gladiata vermelha da Irmandade.

A lâmina correu sem dificuldade alguma para dentro da bainha, como aquele mestre havia preparado uma bainha perfeita para uma lâmina que ainda não havia sido feita era um dos grandes mistérios que aquele dia guardava. Agora Yochanan estava diante de John, e lhe disse apenas. - Ajoelha-te.

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Johnrafael


A expressão do velho não lhe causara medo. Pelo contrário. Sabia que o aço da irmandade era difícil, e que fizera tudo perfeito daquela vez. Adriano teria reagido de forma muito diferente se a arma não estivesse perfeita. Quando Yochanan embainhou a espada, soube que estava tudo terminado. Permitiu-se então sentir o cansaço de uma noite em claro. Fechou os olhos por um segundo, e respirou longamente, antes de ouvir de seu tio:

-Ajoelha-te

Assim o fez. De joelhos no chão da pequena forja, aguardou o prosseguimento do Sacramentum Hephaestum.

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