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[RP] Um Desastre de Natal

Lady_moon
Nicole olhou cética para Beatrix, torceu o nariz e entrou na casa, pegou numa das suas garrafas de whisky, voltou para perto de Beatrix e com lamento entregou lhe a garrafa.
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Demetrio


Ao ouvir as palavras de Madalena Demétrio fica mais vermelho que um tomate, receoso que Maria vá espalhar sobre o encontro deles na Casa da Babilônia.

Ele abre a calça discretamente e sobre a roupa de baixo coloca a neve. O toque frio lhe dá uma sensação perturbadora e ele quer sair pulando dali, tentando acomodar a neve da forma menos dolorosa.

Aos poucos a sensação vai diminuindo assim como a dor, que vai cedendo e dando alivio enquanto a neve derrete.

- Obrigado, Maria. Ao menos alguém que se dispôs a cuidar de mim. Mas nessa situação eu teria vergonha até da minha mãe.

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"Quando cessa a vigilância e os esforços dos bons, os maus predominam."
Maria_madalena
Madalena lança um olhar discreto a Demétrio e diz-lhe:

- Ora essa, não tens que agradecer, afinal este tipo de assuntos são a minha especialidade.

Achando seguro, volta-se para ele e observa:

- Temo que vás ficar impossibilitado de viagens a cavalo nos próximos dias...
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Beatrix_algrave


De posse da garrafa, Beatrix encheu a caneca até a metade e segurando firme com uma mão o bico do peru, ela entornou ali um pouco da bebida.

O bicho fez um barulho esquisito ao sentir o líquido queimando sua garganta e fez glu-glus de protesto. Não podia sacudir as penas, pois estava amarrado. Assim, não foi difícil para Beatrix fazê-lo beber toda aquela caneca. Ela parou um momento, tomou um trago do whisky de Nicole para matar as saudades, e em seguida, deu um pouco da cerveja que restava ao peru.

Aquilo era alcool suficiente para nocautear facilmente uma ave daquele tamanho, e não demorou muito para que o peru desmaiasse de bêbado.

Então Beatrix desamarrou o bicho cuidadosamente, estendeu o corpo sobre o toco de madeira e preparou-se para executar a pena capital de David Jr, condenado a morte por ser um peru rebelde e rechonchudo em uma véspera de Natal.

- Pelos poderes a mim conferidos, eu executo hoje essa ave com propósitos culinários.

Beatrix disse solene, e deu a machadada fatal. Ela colheu o sangue em um balde onde deixou a cabeça de David Jr. Depois de dispos na desagradável tarefa de depenar a ave. O corpo do condenado foi colocado em uma tina cheia de água fervente para melhor soltar as penas. E depois de depenado, Beatrix o levou para dentro, para ser lavado e tratado, tendo seus miúdos retirados para que depois de temperados, servissem de recheio.

Depois disso o peru foi mergulhado em um balde com o restante da cerveja onde foi temperado com muito gosto. Após uma hora de molho, o suculento peru foi colocado em uma travessa e posto no forno onde a lenha já crepitava, graças ao esforço de Demétrio.

Beatrix estava cansada e suja de sangue, ervas e tempero, pela sua batalha com o peru. Os doces e acompanhamentos já estavam prontos e ela agora precisava de um banho e de trocar de roupa.

- Agora é com o forno. E o Demétrio, melhorou?

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Demetrio


Demétrio apenas ouvia em silêncio o que Madalena lhe dizia. A maneira com que ela o travava e as coisas que dizia o deixavam um pouco perturbado, um tipo de perturbação que ele não poderia ter no momento.

Aquilo seria uma tortura, ficar ali talvez por dias, e impossibilitado. E se ele nunca mais pudesse fazer nada com aquela região?

Esse pensamento era desesperador.

- Imagine, não lhe darei esse trabalho, sararei logo ou então vou a pé, em uma carroça, de qualquer jeito.


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Maria_madalena
Madalena encolheu os ombros.

- Devias ser cuidadoso. - apontou com o dedo para a região das calças de Demétrio que estava agora molhada pela neve derretida e disse - Tens que estima-lo, sei que te faz falta.

Piscou-lhe o olho e voltou-se para observar Beatrix nas tarefas culinárias. O peru já depenado permaneceu de molho uma hora mergulhado num balde com cerveja sendo que depois, já na travessa, foi ao forno. Madalena estava atenta, apesar de não ter qualquer ideia de se entregar a tarefas culinárias daquela envergadura.

Pelo final do trabalho, Beatrix estava suja e tinha um ar ligeiramente cansado. Era suposto Demétrio tê-la ajudado em algumas tarefas, mas o guerreiro havia tombado ante o peru. Pelo menos agora o prazer de comê-lo seria maior.


- Agora é com o forno. E o Demétrio, melhorou?

- O Demétrio está quase pronto para outra. - comentou Madalena e riu-se.
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Beatrix_algrave


- Pena que não posso dizer o mesmo do atacante dele. Talvez mais algumas bicadas dessem juízo ao Demétrio.

Ela disse e sorriu.

- Madalena, preciso urgente de um banho, pois não passei incólume por esse batalha. Por Jah, como estou cansada.


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Demetrio


Demétrio só ouviu as palavras de Madalena, acompanhando suas insinuações e piscadelas com sua timidez habitual. Mesmo se não houvesse o acidente, ele não poderia ter nenhuma intimidade novamente com Madalena, ainda mais com Beatrix e Nicole por perto.

Por outro lado ele lamentava que Beatrix não se insinuasse para ele como Maria...Se estivessem apenas as duas com ele ali...A ruiva e a morena...

Ele jamais proporia algo assim, mas imaginar não era proibido.

Ele fechou as calças e ficou perto do fogo para se secar, pois agora que ele estava repousando, sem o calor do esforço físico sentiu frio.

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"Quando cessa a vigilância e os esforços dos bons, os maus predominam."
Maria_madalena
Madalena sorriu para Beatrix.

- Anda comigo, vou mostrar-te a banheira.

Atravessou a divisão e entrou por uma porta estreita que dava para uma divisão extremamente pequena. No centro, uma banheira de madeira, do lado direito uma cadeira e um armário.

- Vamos precisar de enchê-la com água quente e depois temperar com fria. - disse ao apontar os baldes que estavam ao lado esquerdo - Não temos o Demétrio para nos ajudar nesta tarefa agora, mas acho que conseguimos sozinhas.

Mal acabou de falar, Madalena pegou num dos baldes e foi recolher água ao caldeirão que estava sobre as chamas na lareira.
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Beatrix_algrave


Beatrix fez o que Madalena disse, apesar de ter vontade de jogar um balde de água fria em Demétrio, por ele ter se comprometido a ajuda-la e agora estar ali sem nada fazer por conta do seu "ferimento de guerra". Mas o desejo de tomar um bom banho foi maior e ela com disposição e esforço levou os baldes para misturar água para um delicioso banho morno.

Demétrio ainda fez menção de levantar-se e ajudar Madalena com o balde, mas a dor ainda o incomodava e ele voltou a sentar-se.

Beatrix ainda aproveitou e fez troça dele.

- Não pode estar doendo tanto, já vi homens que a Nicole castrou terem ainda disposição para levantarem uma espada e lutarem. Isso não pode ser pior que um belo corte.

Madalena havia de perceber a agressividade de Beatrix com Demétrio, que se aproximava agora com a mesma "gentileza" devotada a ele por Nicole.

Depois de levar os baldes com a ajuda de Madalena, Beatrix foi até seu alforge de viagem, pegou um vestido limpo e foi tomar o seu banho.

Ela agradeceu a prima, fechou a porta e despiu-se, entrando na banheira. Ficou surpresa ao ver que havia pedaços de ervas e tempero até nos seus cabelos e por isso chamou Madalena para ajuda-la a lava-lo com um pedaço de sabão de óleo de amêndoas e laranjeira, um presente que o irmão William teria lhe enviado junto com um vidro de água de rosas, segundo ele, adquiridos em Veneza. O pedaço de sabão tinha um curioso tom amarelado.

- Madalena, pode me dar uma ajudinha?

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Maria_madalena
Após a tentativa fracassada de Demétrio em auxiliar Madalena com os baldes, a sua prima teceu um comentário em tom depreciativo. Estranhou aquele comportamento agressivo, mas pelo bem da estabilidade da ceia de natal absteve-se de fazer perguntas, limitando-se a carregar os baldes para o banho da prima.

Assim que tudo estava pronto, Beatrix fechou a porta e Madalena sentou-se numa das cadeiras disponíveis ao lado da lareira, aproveitando o momento para relaxar um pouco.


- Madalena, pode me dar uma ajudinha? - ouviu-se a voz de Beatrix através da porta.

Madalena sorriu e levantou-se, batendo à porta e depois entrando. O cómodo estava envolto em cheiros agradáveis, podia discernir o odor de rosas e flores de laranjeira.

- Hum, cheira tão bem... - comentou enquanto fechava a porta - Precisas de ajuda com os cabelos? - perguntou ao notar pedaços de ervas nos mesmos.

Aproximou-se e arregaçou as mangas, preparando-se para esfregar os cabelos cor-de-fogo da prima.

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Lady_moon
Beatrix tinha quase tudo preparado, e agora ocupava se em tomar o seu banho, e Madalena a ajudava de alguma forma, Eduarda estava no seu mundo imaginário, e Nicole estava aborrecida, decidida em atormentar o pupilo de Beatrix, sentou se ao lado de Demétrio, enquanto observava as chamas a crepitarem, e murmurou.

-No meu clã, o natal celebra se com uma tradição de gerações, uma caçada e um baile.O baile é fantástico mas aborrecido.-fez uma pausa.-No entanto a caçada é formidável, apesar de não poder caçar, adorava assistir de perto o olhar das vítimas, a forma como eram esquartejadas, ou como as lanças dos guardas atingiam a corpo da vítima.-Olhou nos olhos de Demétrio sadicamente.- O que aconteceu contigo, fez com que recordasse uma das caçadas, tinha eu 14 anos, um dos guardas cortara de tal forma a barriga de um jovem, as suas vísceras foram usadas para servir a ceia do clã do pobre coitado.-Sorriu ao relembrar aquele dia.- Na realidade, ele era bastante parecido contigo, estou a pensar seriamente em trazer a tradição da caça humana para Portugal, o que achas Demétrio?
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Beatrix_algrave


- Sim, parece que eu cai em um balde de temperos. Laurinda se estivesse aqui, riria de mim.

Ela comentou enquanto terminava de soltar os cabelos para que Madalena passasse um pouco de sabão neles.

- Gostou? Foi presente do meu irmão. Eu o vejo tão pouco, mas sempre que ele viaja ele dá um jeito de comprar uma lembrancinha e me enviar por algum mercador. Queria poder viajar tanto e conhecer tantos lugares quanto ele.

Ela disse enquanto esfregava em seu corpo um pouco da espuma que fez ao esfregar a barrinha perfumada em suas mãos. Ela lavou o pescoço o colo, e fez sua higiene com presteza, uma vez que a água quente do banho logo esfriaria. Embora fosse ótimo permanecer ali esse bem-estar duraria pouco.

O corpo de Beatrix não era assim tão sardento, mas havia várias manchas em locais específicos como na região do rosto e colo que eram mais visíveis e nos braços, talvez pela exposição ao sol. Mas de resto havia apenas um tom branco- rosado. Ela não era tão magra quanto parecia, pois tinha bastante busto e quadril, as pernas e os braços eram bem definidos graças aos exercícios militares. Não parecia haver marcas nem cicatrizes no corpo, mas no braço esquerdo havia uma cicatriz próxima ao ombro que era agora visível. Madalena divisou outra marca quando ela ergueu-se de costas, uma leve cicatriz no lado esquerdo, um pouco acima da cintura, talvez feita por uma espada ou punhal, talvez um acidente na infância. Era um corpo jovem, mas já tinha suas pequenas histórias.

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Beatrix_algrave
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Demetrio


- Caçada humana, em uma data sagrada como o Natal? Isso é coisa de demônios. Essa sua raça é de demônios do inferno que caíram na terra. E aposto que esses infelizes nem tinham como se defender, eram atirados aos cães como coelhos. É muita vileza reunida.

Demétrio disse com tanta revolta que quase ergueu-se novamente.

Ele pensou o quanto estaria ali indefesa com aquela megera, ferido e desarmado e sentou-se novamente.

- Não sei como pode ser parente de Dama Beatrix e de Dama Maria Madalena e daquela doce criança que trouxe consigo.

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"Quando cessa a vigilância e os esforços dos bons, os maus predominam."
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