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[RP] Cerimónia de Inauguração da Ordem da Bússola d'Ouro

Amelie.paix


O rosto de Irises iluminou-se quando avistou o irmão, Kalled, vindo até onde ela estava.
Belo e altivo, e como sempre, muito carinhoso com a caçula, parecia surpreso em encontra-la ali, ao que Irises esclareceu prontamente:
- Meu querido, estive em seu consultório algumas vezes para pedir permissão para vir, mas não o encontrei. Pedi a Alfredo que avisasse que precisava falar contigo, na certa ele esqueceu de transmitir isso, sonhando com as sereias do Sado...

A expressão de Kalled desanuviou, mas a ruguinha entre sobrancelhas, bem conhecida da moça, ainda era notável, pelo que continuou:
- A viagem correu muito bem, nem senti o tempo passar, ou cansaço. Já conheces o Prior e Dama Beatrix, não? Afastou-se um pouco para permitir os cumprimentos, e depois de um abraço carinhoso, durante o qual sussurrou a ele que sentira muitas saudades, viu que a ruguinha de preocupação desaparecera.

Ao receber o cumprimento gentil do Monsenhor Guido, Irises fez uma vênia. Nunca fora formalmente apresentada ao nobre clérigo, embora já tivesse assistido a algumas de suas belas cerimônias. Pensou se ele lembraria-se dela, mas depois concluiu que não, e foi com toda deferência que se apresentou:
- Grata pelas boas palavras, Monsenhor. Sou Maria Irises Ávila Guimarães, da cidade do Porto, a caçula da família de Kalled. É uma honra conhecê-lo, acredite.
Pede a bênçao ao Monsenhor, agradece com um sorriso.
Yochanan


A medida que os convidados chegavam foi cumprimentando um e outro, mas dedicou especial atenção a alguns que vieram a ter com eles e com os quais trocaram algumas palavras. Um destes foi Dom Kalled, irmão mais velho de Dama Irises e fundador do Instituto Hospitalar Português.

- Boa noite Dom Kalled. Espero que vossa viagem tenha sido aprazível. As terras de Óbidos são realmente belas não achas?

Mas foi o encontro com o distinguido Conde-Vigário que alegrou imensamente o coração do Prior, quem sabia das dificuldades que a idade impunham ao nobre homem nessas longas viagens e cerimônias.

Infelizmente os frequentes encontros entre ambos que o Viana tanto havia desfrutado em sua juventude passada em Aveiro haviam se distanciado cada vez mais, primeiro pela mudança para a cidade do Porto, e depois pela viagem a Bayt Ghyr Marwf e todas as consequências que derivaram dessa longa viagem.

Sempre pensava que devia fazer algum tempo para visitar ao bom amigo mas suas responsabilidades sempre se interpunham de uma forma ou outra, assim que foi com grande alegria que respondeu ao pároco após tocar levemente os lábios sobre a mão direita de Guido. - Os anos os tem sido clementes, Monsenhor. E a honra é toda minha, pois tenho certeza que não estaria onde estou hoje se não tivesse conhecido o senhor naqueles anos, tantos que já não me interessa contar-los mas que para sempre levarei em meu coração. - concluiu levando a mão esquerda sobre o peito e baixando ligeiramente a cabeça em resposta ao gesto de Monsenhor Guido.

Talvez tivessem a oportunidade de continuar as conversas de antanho em algum momento, mas naquele instante era outra a Ordem que merecia a atenção de todos.

Quando o Conde-Vigário se dirigiu às senhoritas Irises e Beatrix, Yochanan apresentou-as ou re-apresentou-as pois não tinha certeza se seus caminhos já se haveriam cruzado ou não, aproveitando o momento em que as senhoritas faziam as protocolares vênias ao clérigo.

- Monsenhor, permita-me apresentar-lhe tão formosas portuguesas, a senhorita Maria Irises Ávila Guimarães, cujo grande coração é comparável ao da mesmíssima Santa Luzia. E a senhorita Beatrix Algrave Nunes, um de nossos mais talentosos Arautos no Colégio.

Momentos depois o velho amigo já se dirigia a sua tia a renomada Dama Gwenhwyfar de Albuquerque e Monte Cristo, a Condessa de Seia, enquanto Beatrix se dirigia a uma janela próxima a observar os belos e bem cuidados jardins.

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Beatrix_algrave


Beatrix sentia-se muito bem ali entre tantos rostos conhecidos ainda que sentisse falta de alguns familiares que ainda não haviam chegado ao evento.

Seu rosto iluminou-se quando ela notou a chegada de Dom Guido de Albuquerque, pois fora ele que a batizara na Capela de São Miguel Arcanjo.

Essa presença fez com que ela novamente se aproximasse de Dama Irises e diante da ocasião aproveitou para cumprimentar também Dom Kalled com uma vênia.

Lembrava-se vivamente das palavras dele na inauguração do Instituto Hospitalar Português. Isso fez com que ela se recordasse do susto que um corvo provocara nela e na prima Maria Madalena durante o evento.

Ao aproximar-se do Monsenhor, Beatrix, assim como Dama Irises, recebeu também as lisonjeiras palavras do clérigo, e dedicou-lhe uma vênia profunda e respeitosa, beijando-lhe o anel eclesiástico.


- Prior Yochannan Viana, pois saiba que foi Dom Guido de Albuquerque quem fez o meu batismo diante de Jah. É sempre um prazer e uma honra revê-lo


Ela disse e depois pediu licença novamente para fica próxima à janela, apreciando o belo jardim da Ordem.

Aquele era um local agradável, em que ela poderia acompanhar com o olhar a chegada de outros amigos e ao mesmo tempo apreciar uma bela paisagem.

Notou que mais adiante, o clérigo se dirigiu à Gwenhwyfar de Albuquerque para cumprimentá-la.

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Kalled
Atento às explicações da irmã, o Visconde logo descansou. Ficara algo preocupado com a viagem por estradas perigosas, embora soubesse que Irises viaja sempre bem acompanhada. Questionado sobre o Prior e a Dama Beatrix, o Patriarca alegou: - Já conheço Dom Yochanan pela sua presença habitual nas tavernas do Porto. Quanto à Dama Beatrix, embora a sua cara não me seja estranha, creio que nunca fomos formalmente apresentados. Queres fazer as honras, maninha? - questionou Kalled.

Então, o Visconde de Margaride cumprimenta também Dom Monsterguid e, questionado pelo Prior, logo responde: - Sim, a viagem foi um pouco desgastante, mas acabou por correr bem e sempre me foi possível visitar certos lugares ao longo do caminho. - Instado a comentar a beleza de Óbidos, Kalled não teve dúvidas: - É realmente uma terra incomparável. É a primeira vez que cá estou, espero que o Conde tenha reservado umas horas para nos dar a conhecer os quatro cantos destas suas terras! Ouvi umas lendas acerca deste lugar e confesso que aguçou a minha curiosidade.

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Marih


Marih chega a cerimonia aceitando um convite do seu mano e de sua grande amiga ruiva..nota que tem muita gente e procura com os olhos fixados nos convidados, o seu mano, sua amiga e algum conhecido..Sorri ao ver seu querido amigo Guild..Nossa, faz tempo que não o vejo, foi mesmo muito bom ter saido de casa com o proposito de vir até aqui.. pensa Marih, enquanto caminha entre os convidados até onde se encontra o Monsenhor..

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Aka_amber
Amber sorriu ao receber o convite. No envelope o nome do querido Mons. Guido brilhava e foi o bastante para que a Condessa se animasse a ir ao evento. Vestira-se com cuidado, em um vestido bordô de inverno. O tecido chegava a disfarçar um pouco sua magreza, mas a mesma continuava evidente em suas faces esbeltas demais e mãos finas. Chegando à inauguração, olhou em volta a procura do amigo.
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Sylarnash
Rapidamente dezenas de convidados, vindos de todos os cantos do reino, chegavam à propriedade para assistir à inauguração. Ao longe era possível notar-se alguma azáfama por parte dos criados que mal traziam alguns dos convidados tinham que regressar ao exterior para acompanhar outros.

Poucos minutos depois Sylarnash era cumprimentado por um primeiro grupo de convidados, Yochanan, Beatrix_algrave e Irises.

- Dom Yochanan bem-vindo. - o Arauto proferiu umas doces palavras acerca da ordem, às quais Sylarnash prontamente respondeu - Obrigado, temos o mesmo em mente, também espero que este seja um grande dia para a Ordem e para reino. - Yochanan passou então a apresentar as duas senhoritas com quem veio - Não, ainda não tinha sido formalmente apresentado à senhorita Irises. - respondeu virando-se de seguida para a mesma - Bem-vinda senhorita Maria. - disse-o sorrindo - Fui seguindo de longe o seu trabalho no Condado do Porto e é um prazer conhecê-la finalmente. - o Grão-Mestre retribuiu a vénia da segunda senhorita que acompanhava Yochanan - Também é um prazer conhecê-la senhorita Beatrix.

Sylarnash apercebera-se da chegada da sua tia enquanto saudava Maria Irises e eventualmente a Condessa de Seia chegara até junto daquele aglomerado de pessoas. O Conde de Óbidos recebeu em seus braços a sua tia, esta parecia não vê-lo à meses, o que não era verdade, mas Sylarnash jamais negaria um saudoso abraço, muito menos da sua tia Gwenhwyfar. Antes de esta partir em direção a outros convidados Sylarnash deixou-lhe algumas palavras.

- Bem-vinda tia, obrigado por teres aparecido. - Sylarnash sabia bem o quão Gwenhwyfar adorava estar presente

A chegada que se seguira marcara ainda mais o Conde de Óbidos. O seu Velho Tio Monsenhor Guido tinha acabado de chegar e parecia bastante bem disposto, parecia que naquele final de tarde e início de noite a sua idade não pesaria e que seria uma noite para recordar.

- Meu tio bons olhos o vejam. - Sylarnash dedicou uma nova vénia, desta vez ao seu tio, e de seguida beijando-lhe o anel eclesiástico que parecia duas vezes maior que o seu - Caso precise de alguma coisa não hesite em pedir, sabe que nunca lhe neguei nada, e não será agora que o farei. - aquela frase soara estranha, mas o Conde sabia que o seu tio entendera o que ele quisera dizer, que apenas o tentava fazer sentir-se em casa.

O Grão-Mestre notara por fim a chegada do Visconde de Margaride à propriedade, rapidamente cruzaram olhares, mesmo que distantemente e Sylarnash cumprimentou-o com uma pequena vénia, apenas com a cabeça.

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|| CONDE DE ÓBIDOS || CÓNEGO & NÚNCIO APOSTÓLICO || TEÓLOGO || GRÃO-MESTRE OMBO || GUIA PARA UM BOM RP ||
Johnrafael
Um pouco atrasado, devido a uma acompanhante de última hora e à roda partida nos arredores de Alcobaça, John Rafael adentrou com alívio nas terras senhoriais de Óbidos. Vislumbrava os campos verdejantes daquele Condado, após léguas e mais léguas de bosques e planaltos.

A carruagem parou diante do imponente prédio, e o jovem Viana desceu, estendido em seguida a mão para sua acompanhante descer do veículo.

Os cabelos negros e a tez clara revelavam a beleza dos Viana, orgulhosos filhos do norte, o porte elegante e a discrição no andar demonstravam a elegância de uma Princesa. De mãos dadas ao arauto, sua prima Celestis Pallas reluzia sob o céu nebuloso.

Subiram os degraus que indicavam o caminho para a entrada do palacete do conde, e seguiram pelo breve corredor, até encontrarem-se às portas do Salão, onde os demais convivas já aguardavam o início da cerimônia.

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Celestis_pallas


Séria e confiante, a pequena Celestis Pallas - que talvez já não necessitasse mais do adjetivo, no auge de seus 15 anos - adentra no evento acompanhada de seu inseparável primo John. As brincadeirinhas entre eles, que muito lembravam as de irmãos, ainda eram constantes, a diferença é que agora Celly parecia pouco importar-se. Entretanto, o carinho era o mesmo. Depois de longa estadia em colégios internos, a estudar vorazmente para completar sua escolaridade, sem citar seus passeios por terras desconhecidas a fim de adquirir mais cultura, Celestis retornava em ocasião bem oportuna, justamente, na ocasião em que seu pai Yochanan e seu primo John Rafael receberiam as insígnias da Ordem da Bússola de Ouro.

Tão logo chega já avista a amiga Irises. Seu belo e simpático semblante era o mesmo. Estava em vias de abraçar-lhe quando deu-se conta de que talvez não fosse ainda o momento mais oportuno.

- Talvez realizem logo a entrega das insígnias...

Decidiu perguntar ao seu primo John. Sabia que ele também chegara naquele momento, mas talvez colhesse informações de alguém ligado diretamente à cerimônia. Seu vestido exalava feminilidade e, ainda que fosse muito discreto de modo a não relevar o interior daquele rubro invólucro, chamava a atenção pelos seus ricos adornos em forma de rosas abertas e vermelhas. Estava radiante, mas pensava nas saudades que tinha do pai, há muito não o via.


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Yochanan


O Viana reparou na jovem que acompanhava seu sobrinho, e quando a viu seu coração pareceu pular uma batida. A jovem de cabelos negros como o ébano polido e a pele clara como o marfim das terras mouras era a viva imagem da mãe que há tantos anos havia deixado este mundo para estar na paz do outro que a todos nos espera.

Roçando gentilmente a mão no braço de Irises para indicar-lhe que o acompanhara caminhou a passo seguro a receber a filha e cumprimentar o sobrinho.

- Filha minha que alegria ver-la por aqui. Uma grata surpresa realmente pois não a esperava antes do novo ano! Mas porque não enviastes uma carta avisando? - falou Yochanan enquanto abraçava a filha e depois lhe depositava um beijo na testa. - Tens que me contar depois sobre as tuas viagens! E eu também tenho gratas noticias para lhe contar. - concluiu indicando a Irises com um movimento dos olhos antes de virar-se ao sobrinho.

- Meu bom rapaz, chegastes bem a tempo, vamos vamos entremos que já não deve demorar muito para o nosso anfitrião começar as festividades da noite. - Disse recuperando sua seriedade costumeira.

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Maria_madalena
Era a primeira vez que viajava para aquela região e viagens tão longas quanto aquela deixavam-na extenuada, não estava na sua natureza o enclausuramento a que uma deslocação destas obrigava. As horas passadas na carruagem teimaram em arrastar-se infinitamente e nem a mudança de paisagem fora suficiente para abstrai-la dos pensamentos que aquele silêncio obscuro lhe trazia. Ainda a viagem não ia a meio e já Madalena tinha experimentado todas as posições anatomicamente possíveis que aquele espaço confinado lhe permitia, o vestido que levava, verde e justo, estava já todo engelhado e os cabelos, briosamente arranjados naquela madrugada, em total desalinho.

Assim que o movimento cessou, levou as mãos ao rosto, suspirando de alívio, acabou por passa-las também pelo cabelo prendendo as mechas que lhe caiam sobre os olhos atrás das orelhas. Quando a porta abriu foi bafejada pelo ar frio e encolheu o corpo instintivamente palpando pela capa a seu lado, cobriu-se com ela e saiu apressada, ignorando a mão estendida do cocheiro, olhou em torno, estava envolta pela penumbra, respirou fundo algumas vezes e esticou o corpo, sentia-se agora mais liberta. De olhos fechados, deixou-se tocar pelo frio nocturno, nada a fazia sentir tão viva quanto aquilo. Um pigarreio discreto interrompeu-lhe o ritual, Madalena abriu ligeiramente os olhos para ver o homem que a observava, impaciente, provavelmente desejoso de se recolher para um local mais aconchegante. Suspirou e encaminhou-se para a carruagem remexendo por alguns momentos até encontrar a maleta que trouxera consigo.


- Levo as minhas coisas.disse-lhe antes que o homem se oferecesse para a ajudarSó voltarei a precisar de si amanhã ao início da tarde.

Ele apressou-se a sair dali e Madalena não se incomodou minimamente, com a maleta segura na mão direita adentrou na estalagem, pedindo apenas por um quarto e um banho quente, não tinha fome. O quarto era simples, mas confortável o suficiente para uma estadia tão breve quanto aquela. O banho foi preparado com rapidez e não podia ter passado mais de uma hora desde a sua chegada quando a meretriz se deitou e se entregou ao mundo dos sonhos.

Foi desperta com a luz matutina, mas permaneceu durante mais algum tempo na cama, adorava o conforto ameno e o prazer que aquele acto lhe transmitiam. A meio da manhã abandonou o leito, iniciando os preparativos para a cerimónia de Inauguração da Ordem da Bússola d'Ouro.


Madalena escolheu para a ocasião um vestido vermelho, que lhe fora oferecido pela sua meia-irmã havia algum tempo e até ao dia de hoje a meretriz não tivera uma cerimónia onde fosse digno usá-lo, mas parecia-lhe que este seria o momento oportuno. Os laços que a uniam a Nicole vincavam-se por uma relação em ténue equilíbrio, não fossem os Casterwill tão traiçoeiros.

Ao início da tarde, estava pronta, assim como o cocheiro que não se atrasara. A viagem até à sede da Ordem da Bússola d'Ouro decorreu sem sobressaltos e Madalena manteve-se imóvel o suficiente para não amarrotar o vestido nem estragar o penteado, contudo foi com agrado que avistou o imponente edifício da Ordem.

Foi recebida por serviçais e por eles guiada até ao interior, não obstante teve tempo para se maravilhar com a decoração cuidada dos jardins e todo o aprumo da cerimónia, apenas para se surpreender mais assim que os seus olhos contemplaram o salão principal.

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Amelie.paix


Após ser gentilmente recepcionada pelo anfitrião, Irises observava o movimento. Não tinha por hábito frequentar grandes festas, preferindo sempre resguardar-se num círculo mais íntimo, tudo o que acontecia tinha para ela um sabor de novidade.

Avistou a amiga Marih chegando, mas antes que pudesse ir ter com ela ou mesmo avisar Yochanan da chegada da irmã, viu que a loira já se encaminhava para ir ter com o Monsenhor Guido. Irises sorriu e pensou que o carinho e a atenção que todos dedicavam ao clérigo era mesmo merecida, uma pessoa encantadora.

Estava distraída com esse pensamento quando sentiu um leve toque no braço, olhou para Yochanan, que sinalizou discretamente para que o acompanhasse. O motivo do brilho nos olhos e dos passos largos com que se encaminhou para a entrada foi logo percebido: A querida amiga Celestis, que Irises não encontrava há tanto tempo, tinha acabado de chegar em companhia do primo, John Rafael. Se ela, Irises, estava tão contente em rever a amiga, imaginou o quanto Yochanan estaria! Ele sentia saudades da pequena, e mesmo apesar das noticias frequentes, tinha a natural preocupação paterna.

Esperou que ele se dirigisse ao sobrinho para abraçar carinhosamente a Celestis, estava muito feliz em revê-la.
Beatrix_algrave


A luz do entardecer dava uma tom peculiar àquele jardim que teimosamente enfrentava o frio. Beatrix podia imaginar que mesmo com o inverno mais rigoroso, ele conservaria ainda uma certa beleza. Ela imaginou como tudo ficaria coberto de neve sem os tons suaves que agora contrastavam entre si.

Assim, ela admirou um belo pôr do sol ali da sua janela, ignorando os encontros e reencontros que ocorriam no salão.

Como apreciava essa solidão não podia dizer que se sentia isolada ali. Eram rostos conhecidos, mas apenas isso. Algumas amizades, mas quase todas distantes e todos estavam entretidos com seus familiares e amigos mais chegados.

Sentada ali, por alguns instantes seus olhos se cerraram. O cansaço da cerimônia de coroação não fora totalmente esquecido e a viagem também havia sido bastante cansativa. Mas aquela não era hora de dormir.

Beatrix pensou e serviu-se de mais um cálice de vinho. Ela sorriu quando avistou a prima Madalena chegando ao salão e acenou para ela, alegremente. Finalmente alguém de sua família chegara à festa.

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Maria_madalena
O salão onde as festividades decorreriam era amplo e imponente. Uma estrutura rectangular e em madeira ocupava o centro do salão, sendo que à sua frente estavam dispostas algumas mesas e cadeiras. Madalena caminhou calmamente, atenta aos rostos que iam surgindo à sua frente, cumprimentando quem conhecia. A luz do entardecer entrava pelas janelas, embelezando ainda mais as telas que adornavam as paredes.

Um sorriso surgiu-lhe no rosto assim que avistou a sua prima, Beatrix, sentada ao pé de uma das janelas. Madalena retribuiu-lhe o aceno e dirigiu-se a ela, não se esquecendo de todas as formalidades que eram exigidas numa cerimónia assim.


- Beatrix, estás deslumbrante nesse vestido! - disse-lhe enquanto dava um passo atrás para a observar melhor.
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Beatrix_algrave


Beatrix dirigiu-se a Madalena e abraçou a prima. Tratou logo de elogiar o vestido que esta vestia. O desenho d0 vestido era da prima Nicole, mas o corte, a costura e todo o processo de confecção do vestido era seu e de suas amigas do ateliê. O tecido e as peles de arminho eram excelentes e muito caras. Nicole de certo tinha muito bom gosto.

- E você Madalena, está simplesmente linda neste vestido. O vermelho definitivamente é a sua cor.

Ela disse sorrindo e estendeu a prima uma taça de vinho tinto que recolheu de uma bandeja que um criado que passava por ali estava carregando .

- Esse lugar é estupendo e o vinho é delicioso. Que bom que veio, prima.

Ela estava ali para a cerimônia da qual participariam os seus colegas da heráldica, e viera prestigiá-los, mas não podia deixar de apreciar as boas coisas da vida, e era fato que certos nobres do reino davam ótimas festas e a fartura destas era algo que muito lhe agradava.

Ao pensar em colegas da heráldica, notou a chegada de John Rafael, acompanhado da jovem prima Cellestis Pallas, que era filha de Yochannan Viana. Lembrava de tê-la conhecido no Baile do Equinócio, quando ela esqueceu a bolsa.

Em outro momento talvez fosse cumprimentá-los, pois não estragaria o que parecia ser um encontro de família.

Ficou ali ao lado de Madalena e aproveitou para perguntar-lhe sobre a prima Nicole.

- E sabe se a Nicole virá à cerimônia?

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