Monsterguid
O velho Conde-Vigário sorriu após ouvir as palavras de seu amigo Prior. Talvez o velho reino de Portugal nunca tenha recebido tamanha inteligência quanto recebera na contemporaneidade, pois muitos eram os jovens com ideias significativas.
- Realmente, Jah é bondoso para com seus filhos, pois deu-me a oportunidade de o rever, caro Yochanan. E vê-lo bem, na plenitude da idade e nas funções que lhe são mais que merecidas. Deu-lhe dois leves tapas no ombro esquerdo. - Precisamos de um tempo maior para conversar, mesmo assim, coisa ou outra podemos adiantar ainda hoje, durante o jantar.
Assim que as belas damas o foram apresentadas, o clérigo fez nova vénia.
- É um prazer estar na presença de Vossas Senhorias! Dama Beatrix Algrave eu já tive o prazer de conhecer anteriormente, e posso afirmar que é sempre uma honra revê-la.
Ao distanciar-se um pouco - não sem antes pedir as devidas licenças -, o Vigário foi cumprimentar sua tia com um beijo em suas mãos.
- Tia, peço-vos perdão. Não saio muito de Aveiro, gosto de minha biblioteca e da vida simples que levo. Poucas vezes durante o ano visito meu Condado, pois é sempre necessário para dar notícia ao povo de que ainda continuo vivo. Ao ouvir a intervenção, o clérigo ficou curioso. - Titi, vais matar este clérigo de curiosidade! Precisamos conversar, realmente. Quando quiseres deixar a cerimónia, avisa-me.
Antes que pudesse se despedir de sua amada tia, foi interceptado por outra grande amizade.
- Minha querida Marih, há quanto tempo não a vejo. Disse, enquanto abria os braços para um abraço apertado. - Tenho de dizer que é muito bom que tenhas vindo. Reservo uma das danças para ti?
- Veja só quem aproxima-se Disse, em abrupto. - Talvez meus olhos me enganem, mas é a querida Amber! Outra dama que também não vejo há muito tempo. Hoje está a ser um dia realmente excelente.
Ao ver que parte dos convidados entravam para a residência de Óbidos, o clérigo convidou as damas amigas para que entrassem com ele. Ficar muito tempo em pé lhe era cansativo, o peso a mais lhe trouxe prejuízos. O peso acumulou-se com o tempo, e os problemas derivados dele também. De onde estavam - os jardins - já era possível ver a imponente entrada da residência. A distância era curta, e os passos foram fortes o suficientes para chegar até o portão antes mesmo que percebesse. Possivelmente a felicidade de rever os amigos e parentes lhe resgatou a juventude de outrora, que permanecia no sangue Albuquerque, mas que o corpo corruptível perdia as capacidades de o liberar em completude.
Já dentro do Castelo, o clérigo foi recebido por seu sobrinho. Não podia, por impedimento eclesiástico, ter filhos, mas Sylarnash sempre foi seu herdeiro e braço direito em todos os momentos.
Este momento, a inauguração da Ordem, lhe era o cume da primeira parte da vida, e acreditava que em breve ele alcançaria ainda mais. Bons homens eram necessários em todos os lugares, e Sylarnash era o mais bem preparado para receber as funções dotio no momento de sua reforma.
- Bons olhos o vejam também, Monsenhor! Vejo que a hospitalidade Albuquerque é realmente uma herança de nosso nobre sangue. O velho aproximou e sussurrou. - Tenho boas notícias para ti, vindas de Roma. Depois da curta frase, retornou à posição anterior. - Antes de qualquer coisa, agradeço à disponibilidade e, devo dizer, sinto-me honrado pela condecoração que me cedeste. O tempo é bom demais para alguns, e cruel em igual proporção para outros. Jah o abençoe pela acção.
- Vou andar um pouco pela residência e ver as tuas riquezas, Monsenhor. A sede de um governo próspero como este deve ter algum segredo físico e um metafísico, o físico desconheço, talvez seja a localização, mas o metafísico é evidente: Jah.
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- Sua Eminência, Dom Guido Henrique de Albuquerque
- Cardeal arcebispo de Braga
- Conde de Vilar Maior