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[RP]O Livro das Sombras

Johnrafael
Era interessante. Os três homens ali não eram todos da mesma religião. O velho seguia a Religião dos seus ancestrais, os seguidores da Deusa. O Rapaz, Aristotélico, mesmo não muito praticante, ia à missa sempre que podia. Dimas? Dimas era um mistério. Sua religião nunca fora bem definida. Era Spinozista, ou um desses pequenos cultos. As vezes ouvia ele falar em outra religião, mas nunca tivera a oportunidade de perguntar qual era, enquanto Dimas lhe dava aula das "nobres artes". Elas tinham pouca relação em si, mas assim mesmo as tomava. Esgrima, Heráldica, Mitologia e Poesia. Toda a família tomara, desde mais cedo. Teria que tomar também.

Logo ouviu falarem consigo: -Vejo que hoje estais um pouco mais animado, do que no outro dia à beira-rio.

-Sim, estou muito animado. Estou preparando os detalhes para o meu casamento. Será no primeiro dia do ano novo, quando os campos estiverem todos cobertos pelo belíssimo véu da neve. Desculpe-me, mas agora tenho que ir. Monte Córdova me espera. Nos vemos por aí.

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E se o chão desabar, que nos leve aos dois. Vou agarrado a ti.
Aodh


Passaram-se muitos dias. O solsticio de inverno trouxe a neve pesada e Aodh finalmente conseguira encontrar o velho Druida.

Vinha seguindo seus passos há muito tempo, à distância, procurando não ser notado, embora estivesse quase certo de que o velho percebia sua presença.
Todo esforço parecera ter sido em vão quando apanhara uma imensa bebedeira numa taverna ao Norte e não tinha bem certeza mas acreditava que tinha dormido por mais de dois dias. A partir daí tivera muita dificuldade em seguir a pista do Druida.

Perguntando aqui e ali conseguiu chegar à cidade do Porto, mas descobriu que depois de passar uma noite na hospedaria o ancião não havia sido visto em parte alguma. Perambulara pela cidade, entretido com o jogo, a bebida e as lindas moças, mas na noite mais longa e fria recordou seus objetivos. Contrito, seguiu para as margens do rio e caminhou, pensando em como era fácil perder-se na vida mundana e pedindo à Deusa que o auxiliasse no retorno de sua busca.

Quando deu por si estava na orla da floresta, de onde divisou três pequenas tochas e um casebre fracamente iluminado. Sentiu a presença da Deusa, e soube que o velho estava ali, ja instalado. A procura do velho terminara.
A de Aodh estava começando.

Passou ali a noite, aguardando que a claridade acordasse o velho mestre. Não sabia ao certo como faria para se aproximar, decidiu então que iria, a princípio, continuar observando.
Aodh


Todos os dias acostumara-se a passar boa parte do tempo nas proximidades do casebre. Nenhuma das vezes que lá estivera conseguira vislumbrar o Druida, mas observava sinais de atividade, lenha cortada, ervas postas a secar...

Talvez seja um teste de paciência, talvez não. Os caminhos da Deusa são misteriosos e revelam-se apenas quando ela permite, pensou.

Decidiu então continuar sua rotina, permanecendo nos arredores, até que tivesse a certeza de como proceder.
O_druida


Os rigores do inverno tinham deixado a sua marca no velho druida. Passara os dias acamado, saindo muito esporádicamente para cuidar das ervas que usava nas suas mezinhas.

Finalmente recuperado, vai até ao seu jardim para cuidar devidamente das suas plantas medicinais. As ervas daninhas haviam aproveitado a sua fraqueza para tentar conquistar o seu jardim medicinal, mas com algum trabalho, o velho conseguira expulsa-las.

Cansado, regressa a casa e começa a colocar tudo em ordem, para voltar à sua rotina diária.

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Aodh


Estava uma manhã fria, e Aodh chegara na hora do costume. Vinha despreocupado, preparando-se para mais um dia de vigília, entre estudos e pensamentos, quando vislumbrou por entre as árvores um movimento diferente na clareira.
Aproximou-se com cuidado e viu então o Druida. Parecia cansado e abatido, na certa estivera adoentado. Via a dificuldade que o ancião tinha para limpar seu canteiro de ervas, e quanta vitalidade aquele corpo idoso podia arrancar de seu espírito forte para cumprir a penosa tarefa.

Pensou em oferecer auxílio, mas o Druida dera a tarefa por terminada e se recolhera à casa. Então caminhou pela floresta, conseguindo recolher grande quantidade de lenha, que depositou no limiar da clareira, como um presente de despedida.

Entendera a mensagem da deusa, o Druida não aceitaria discípulos. Vê-lo entrando na casa era um sinal de que seu trabalho poderia necessitar da solidão.

Voltou à cidade, pensativo. Não desistiria da busca pelo Conhecimento Antigo, mas não seria ali que encontraria seu mestre.
O_druida


Faltava pouco tempo para a celebração do Imbolc e ainda faltavam alguns preparativos. Tinha de ir ao mercado da cidade comprar algumas coisas para fazer os pães do ritual e precisava ainda de ir à floresta.

Sem perda de tempo resolve começar pela cidade. A sua túnica branca e o seu estranho chapéu provocavam alguns olhares curiosos dos transeuntes, mas nada que ele já não estivesse habituado. Apesar disso sempre fora tratado com respeito, pois todos sabiam que não negava ajuda a quem lhe batesse à porta.

Dirige-se a uma banca onde se vendia farinha e compra 1 saco. Mais adiante, uma mulher vendia leite, ovos e manteiga. Depois de lhe comprar o que precisava, continua a percorrer o mercado onde uma senhora de idade já avançada vendia roupas e lãs. Escolhe 4 novelos de cores diversas e paga-lhe.

Depois de tanta correria decide descansar junto a uma fonte.

"As minhas pernas já não são o que eram.", pensa enquanto recupera as forças.

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O_druida


Depois de ter descansado, regressa a casa, onde pousa o que havia comprado sobre a mesa. Seguidamente sai de novo, desta vez em direcção à Floresta. Aproxima-se de uma aveleira e pousa a mão sobre um dos seus galhos.

"Oh Grande Árvore da Sabedoria e das Artes" - murmura - "deixa-me retirar um dos teus ramos e confere-lhe a tua energia, para que eu possa fazer um amuleto de protecção."

Nesse momento um pássaro pousa sobre a aveleira e chilreia alegremente. Pressentindo que a árvore dera-lhe a sua benção, o druida corta um dos seus ramos e deixa como oferenda um pouco de sal marinho.

De regresso a casa, corta o ramo de aveleira ao meio e começa a entrelaçar as lãs que havia comprado nos paus dispostos em cruz.



Depois disso pega nos restantes ingredientes que havia comprado e faz pequenos pães, para comer após a celebração.

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O_druida


Depois dospaezinhos prontos o druida dirige-se ao jardim das traseiras junto à orla da floresta.

Pegando em algumas pedras constroi um pequeno altar. sobre ele dispõe duas velas vermelhas,um recepiente para queimar ervas, com um pouco de manjericão, um cálice de água da chuva, um prato com areia e um ramo de sempre-vivas.

Com um pouco de pó de giz marca um círculo à volta do altar. Seguidamente tira um punhado de sal da bolsa que tinha à cintura, e espalha-o no interior do círculo. Desembainha a espada cerimonial e traça o círculo sagrado.

- Com o sal e a espada sagrada eu consagro-te e invoco-te. Oh círculo sagrado de Luz. No sagrado nome da Deusa e sob a sua protecção, este ritual agora começa.

Aproxima-se do altar e acende as duas velas.

-Oh, Deusa do Fogo e da Priavera, ofereço-Te este símbolo do Fogo. Que assim seja.

Em seguida queima as folhas de manjericão.

- Oh Deusa do Fogo e da Primavera, ofereço-Te este símbolo do Ar. Que assim seja.

Agarrando num punhal traça um pentáculo na areia que estava no prato sobre o altar.

- Oh Deusa do Fogo e da Primavera, ofereço-Te este símbolo da Terra. Que assim seja.

Mergulha a lâmina do punhal no cálice com água.

- Oh Deusa do Fogo e da Primavera, ofereço--Te este símbolo da Água. Que assim seja.

Pousando o punhal sobre o altar, queima o ramo de sempre-vivas. O fumo eleva-se no ar e com ele as trevas do Inverno vão dando lugar à luz da Primavera.

- Assim como este símbolo de Inverno é consumido pelo Fogo, da mesma forma a escuridão é consumida pela Luz. Que assim seja.

Por fim pegando numa vassoura de palha desmancha o círculo, varrendo-o, livrando-se do velho para dar lugar às nova vida que despontava. Terminado o ritual apaga as velas e senta-se num banco em frente à sua porta e come alguns paezinhos rituais.

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O_druida


O tempo estava cada vez mais frio, nem mesmo o sol, que por vezes despontava, conseguia aquecer. As manhãs despertavam com o orvalho quase gelado.
Na cabanao fumo subia pela chaminé da lareira que estava sempre acesa. Lá dentro, o velho sábio, preparava as suas poções. Era certo e sabido, que por esta altura as pessoas adoeciam com maior frequência, e convinha estar bem preparado.

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