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Info:
Residência dos Marqueses de Vila Real, na cidade do Porto

Casa n.º 11 - Solar dos Espinheiros

Dinis_de_camoes




Depois de muito tempo de ausência, Dinis regressa definitivamente ao Porto. A partir de agora esta será a sua nova morada.

No andar de baixo iria ser o seu consultório, na parte de cima os seus aposentos. Ainda tinha muito que comprar, por isso decidiu que estava na altura de dar uma volta pela cidade e ir ao mercado.

...

Depois de tudo bem arranjado, estava pronto para receber familiares amigos e visitas.

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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Dinis_de_camoes


Enquanto não terminava os seus estudos, Dinis junta as suas economias e volta à profissão dos tempos de Alcobaça, moleiro.

O pouco que juntara fora mesmo à justa para a construção do moinho, agora era só trabalhar mais alguns dias e começar a comprar o trigo para produzir farinha.

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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Dinis_de_camoes
Dinis_de_camoes


Já com o moinho em pleno funcionamento os sacos de farinha vão se acumulando no seu armazém.

"Bem! Se não me despacho ainda a farinha ganha bicho antes que eu chegue ao mercado." - pensa o moleiro.

Pega nos sacos e carrega-os para a carroça, onde o seu cavalo já estava atrelado.

- Vamos Aernus. - incitando o seu cavalo - Os clientes aguardam-nos.

No mercado reinava uma grande agitação. Mercadores para um lado fregueses para outro, um caos organizado. Descarregando a sua mercadoria num canto mais calmo, Dinis começa a apregoar.

- Olh' à farinha. É tão alva e baratinha.

Rapidamente se juntam alguns interessados, a perguntar pelo preço.

- Coisa pouca, ó freguês. - responde-lhes ele - Apenas 11,70czs a saca.

Aos poucos as sacas de farinha vão desaparecendo e a sua bolsa enchendo. No final do dia já não restava mais farinha.
Quando se preparava para subir para a carroça e regressar a casa, repara num homem sentado no chão a pedir. Sentindo-se culpado por ter a bolsa cheia e aquele pobre homem nada ter, deixa duas moedas na boina do mendigo.
Ia novamente a subir para a carroça, quando tem um novo rebate de consciencia. "Isto não está certo. Não é com um par de moedas que se resolvem os problemas."

- Como se chama? - pergunta-lhe.

O homem assustado por lhe dirigirem a palavra responde:
- Gil...afonso... Gilafonso, meu senhor.

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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Dinis_de_camoes


- Gil...afonso... Gilafonso, meu senhor.

- Gilafonso. Estou aqui no Porto à pouco tempo, mas vou precisar de ajuda. Já tenho um moinho e de futuro os campos e o consultório. Ou seja em breve não terei mãos a medir para o trabalho que terei. Por isso quero propor-lhe que trabalhe para mim. Terá um tecto, comida e um salário. O que me diz?

Nada habituado a estes gestos, Gilafonso nem sabia o que dizer. Abria e fechava a boca mas não saía qualquer som.

- Bem se não consegue dizer nada, - diz-lhe sorrindo - então suba para a carroça e sigamos para casa.

Dinis sobe para a carroça e quando já estava instalado e de rédeas na mão, Gilafonso salta para a parte de trás e senta-se. Com um estalar das rédeas seguem para casa.

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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Criado_gilafonso


Já o dia findava quando Gilafonso vê o seu amo regressar. Chegando junto de Dinis, pega nas rédeas do Aernus para leva-lo para o estábulo.

- Senhor, o que se passou? - pergunta-lhe.

- A rainha... No meio do protesto atiraram uma pedra a Sua Majestade. - responde meio apático - Correm rumores que foi mortalmente ferida.

Retirando as rédeas da mão de Dinis, gilafonso encaminha-se, cabisbaixo, para o estábulo.

- Senhor ide para dentro, já deixei na mesa o vosso jantar. Não vos preocupeis que tratarei do Aernus.

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"Um aristocrata sem criados tem tanto uso para o condado como um martelo de vidro."
Dinis_de_camoes


Dinis acorda. Ainda com as pernas doridas do dia anterior, dado o tempo que passara sentado no cavalo durante a manifestação, levanta-se e procura o seu criado.

- Bom dia Gilafonso! Quero que vás à cidade ver se há novas da saúde de SM.

Com isto o criado parte para o centro do Porto.

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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Criado_gilafonso


Junto à Ribeira, Gilafonso mistura-se com os transeuntes, de modo a saber das novas.

- Que Jah tenha a alma da nossa estimada Rainha em descanso.

- O corpo de Sua Majestade está na Capela Real do Palácio, segundo ouvi dizer. - comentam duas senhoras.

Sem mais demoras, o criado corre para casa a informar o amo.

Ao chegar, encontra-o a estudar, debruçado sobre uma pilha de livros de medicina.

- Senhor! Lamentavelmente trago-vos más notícias. - diz-lhe - Sua Majestade morreu. Pelo que soube o corpo encontra-se a ser velado na Capela Real.

Dito isto baixa a cabeça em sinal de respeito pela falecida rainha.

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"Um aristocrata sem criados tem tanto uso para o condado como um martelo de vidro."
Dinis_de_camoes


- Senhor! Lamentavelmente trago-vos más notícias. - diz-lhe - Sua Majestade morreu. Pelo que soube o corpo encontra-se a ser velado na Capela Real.

Depois de escutar as palavras do seu criado, fecha os livros e levanta-se.

- Prepara o Aernus. Vou imediatamente ao Paço.

Dinis retira-se para o seu quarto e veste uma indumentária mais apropriada para a solenidade da ocasião.
Entretanto Gilafonso prepara o seu cavalo. Já vestido a rigor Dinis vai ter com o criado que já o aguarda com o Aernus pronto.

- Aqui tem Senhor. - e entrega-lhe as rédeas.

A galope Dinis dirige-se ao Paço.

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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Dinis_de_camoes


Depois de ter atendido às exéquias de SM, Dinis chega à conclusão de que era hora de ir visitar os pais a Alcobaça.

- Gilafonso. Prepara a minha bagagem e atrela a carruagem ao Aernus. Vou passar uns dias a casa dos meus pais, mas não demorarei muito a regressar.

- Sim senhor. Irei tratar de tudo e prepararei um farnel para os primeiros dias da jornada. Quanto à casa, podeis ficar descansado que farei como se vós estivésseis por cá.

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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Criado_gilafonso


Entretanto tudo decorria tranquilamente na Casa dos Espinheiros.

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Lorena_davila


Lorena fora à imobiliária e encantara-se com a descrição de uma casinha bem no centro da cidade mas, à chegada ao bairro em questão, deparou-se com um problema: os números da porta estavam gastos, mal se viam.
Ela bem procurava pelo nº 12, mas ali a ruela terminava numa bifurcação e Lorena ficou confusa qual seria a casa certa. Decidiu arriscar um dos portões. Mal não faria.

Entrou pelo portão e subiu uma alameda. Era uma casa bem arranjada, com dois pisos. Um jardim cuidado embelezava a entrada e ao fundo do terreno via-se um moinho, para lá de um campo de cultivo. Percebeu de imediato que se enganara. Ia para dar meia volta quando foi interpelada:

- Senhorita, isto é um terreno privado. Ao que vem?

Quem lhe falava era provavelmente um criado, que de enxada na mão e com o suor a escorrer pelo rosto, a olhava inquisitoriamente. Lorena corou, muito atrapalhada.

- Desculpe, senhor. Procurava a casa nº 12 do bairro. Decerto me equivoquei.

O homem apoiou-se na enxada:

- A casa nº 12 é ao lado. Estes terrenos pertencem a D. Dinis de Camões.

- Perdão, senhor. - e Lorena baixou os olhos e foi a tropeçar pela alameda abaixo até ao portão.

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Capeside69


O Barão Capeside havia chegado de madrugada à cidade do Porto com o seu primo Dinis. Mas como estava curioso por ver a evolução da cidade e do porto, decidiu ir para o centro da cidade e deixar o seu primo ir andando para casa.
Depois de ter passado algum tempo a ver a vista que se podia apreciar ao passear pelo porto e de ter ido a taverna conversar com alguns moradores conversando sobre o passado decide ir para casa do seu primo.
Quando chega ao portão confirma o numero que o Dinis havia dado e toca um sino aguardando a chegada de algum empregado.

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Dinis_de_camoes
Dinis andava plo jardim quando ouve o sino. Como estava por perto decide ir ver quem era.

- Gil Afonso, deixa que eu abro. - grita ao criado que saía pela porta de serviço.

Ao aproximar-se vê o seu primo.

- Cape, deste com a casa? Entra e vamos comer qualquer coisa. - diz-lhe abrindo o portão.
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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Capeside69


Capeside vê o seu primo a chegar e a abrir-lhe o portão.

- Cape, deste com a casa? Entra e vamos comer qualquer coisa.

Entra e pelo caminho até a entrada da casa do primo vão conversando.

-Não foi difícil encontrar, pelo que vejo já és conhecido aqui em cima. Por falar em comer... Tens razão, já se comia qualquer coisa.
Não arranjas ai um bom vinho do Porto? Ouvi dizer que é excelente.


Sorridente segue o primo para dentro de casa.

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