Afficher le menu
Information and comments (0)
<<   <   1, 2, 3, 4, ..., 7, 8, 9   >   >>

Casa n.º 11 - Solar dos Espinheiros

Lorena_davila
Quando Lorena se apercebeu do ocorrido, não conseguiu evitar um grito. Instintivamente levou as mãos à boca, para tentar abafá-lo, mas a sua vozinha aguda ecoou na noite. Levantou-se de um salto e pôs o pé no local para onde Dinis apontava. Calcou várias vezes num pânico quase irascível.
Apercebendo-se do ridículo, corou muito.

- Desculpa - disse envergonhada - tenho horror a esses bichos.

Ia sentar-se novamente, quando vê o asqueroso insecto, que ela pensava morto, numa aba do seu vestido. Ficou tão aflita, que começou a andar em círculos, dando pequenos guinchos que nem uma criancinha.
Quando pensou ter-se livrado do aranhiço, desequilibrou-se e sentiu-se cair, para trás, completamente desamparada. Nunca mais parava. O embate na água fria e negra do rio chocou-a, mas a adrenalina obrigou-a a reagir, chapinhando desesperadamente e clamando pelo auxílio de Dinis.
_________________
Dinis_de_camoes
Sem perder tempo, Dinis salta para a água. Estava fria. O choque de temperatura quase que o impedia de nadar até Lorena, e a corrente afastava-a cada vez mais de si.
Recorrendo a todas as suas energias Dinis, braceja vigorosamente e alcança Lorena.

- Não te preocupes. Vai tudo correr bem. Apoia-te em mim e regressamos à margem ao sabor da corrente. - agarramdo-a com um braço e nadando com o outro, tenta chegar à margem.
_________________

O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
--O_rio
Mas o que o rio tem de belo tem igualmente de cruel. Não tinha vontade alguma de os deixar escapar. Eles seriam seus. Seus para todo o sempre...
Lorena_davila
O vestido encharcara e puxava-a para o fundo. Estava pesado e desconfortável, colara-se-lhe ao corpo. Dinis alcançara-a. Sentiu-se segura por breves momentos, mas depressa entendeu que estavam a ser levados pela corrente.
Os braços fortes dele não a largavam, mas ela sentia o corpo enregelado, começava a ficar com dores nas articulações e a água parecia feita de pequenas agulhas a picar-lhe cada centímetro de pele. Não resistiria por muito mais tempo, mas não podia deixar-se vencer pelo desespero.
Sem saber o que fazer, abraçou-se a Dinis e deixou-se levar.
_________________
--O_rio
O rio fustigava-os e brincava com eles. Ora os aproximava de uma margem ora da outra, mas quando eles achavam que a salvação estava perto, o rio empurrava-os para o lado contrário. Sim era muito divertido sentir a aflição deles.

Mas... o que era aquilo... não podia ser... logo agora que faltava tão pouco...
Dinis_de_camoes
Quase exausto, Dinis sente-se a ir ao fundo. Esforçou-se um pouco mais para se manter à tona de água, nessa altura algo lhe bateu no braço. Olhou e viu um tronco, de tamanho suficiente para aguentar com o peso de ambos. Dinis agarrou-se como pôde e içou Lorena.

Aos poucos foram deixando a corrente principal do rio, onde as águas eram mais calmas. Um pouco mais à frente surgia o porto de Alcobaça e lentamente iam aproximando-se dele.

- Estamos salvos. - murmurou quase sem forças.
_________________

O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Lorena_davila
Lorena já não sentia o corpo. Engolira muita água e estava exausta. Sentia os braços de Dinis ceder e teve medo, mas nem isso a obrigou a reagir.

Ouviu-o murmurar:

- Estamos salvos.

Não soube se acreditava. Sentiu Dinis puxá-la para uma superfície dura e, no momento seguinte, perdeu os sentidos.
_________________
Dinis_de_camoes
Por fim o tronco bate no cais do porto. Com mais um pouco de esforço Dinis consegue que se aproximem dos degraus que conduzem ao pontão.

- Chegamos. - diz-lhe.

Mas ela não lhe responde. A custo pega nela e sobe a escadaria. Deita-a no cimo das escadas, completamente esgotado. Os seus últimos esforços apenas lhe permitem verificar que ela tinha desmaiado, ele sentia-se fraco. Tudo andava à roda, e uma névoa negra cobria os seus olhos... e desmaiou a seu lado.
_________________

O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
--Mulher_misterio
Uma carruagem negra para junto ao cais. Dela desce uma figura vestida de preto e de formas indefenidas. Percorre o caminho que separava a carruagem, dos dois corpos que jaziam no cais. Á sua volta o ar tornava-se denso e gelado. Aproximou-se dos jovens e olhou-os.

- Ai que pouca vergonha no meio da rua. Noutros tempos a situação resolvia-se facilmente. - diz numa voz profunda e cavernosa.

Um balde de água materializa-se e a figura despeja-o sem piedade sobre os jovens.
Lorena_davila
Num momento, estava tudo escuro. Uns braços rudes e fortes apertavam-lhe o peito. Queria respirar, não conseguia. Os braços apertavam-na cada vez mais. Queria gritar, mas a boca não abria, o ar não circulava. Pensou que ia morrer. Dinis aparecia-lhe como uma figura branca e brilhante que lhe sorria e se afastava, mais, cada vez mais. Lorena estendia os braços, mas não o alcançava.

E de repente, cubos de gelo, mil agulhas caíram-lhe sobre o rosto e Lorena acordou. Não via nada. Só queria respirar. Tossiu e baforadas de água saíram-lhe dos pulmões.
O primeiro ar que conseguiu aspirar livremente oxigenou-lhe o corpo. A paisagem à sua volta começou a tomar forma. Dinis jazia inerte a seu lado e uma mulher vestida de negro, a quem não distinguiu o rosto que aparecia em contra-luz, trazia um balde na mão.
_________________
Dinis_de_camoes
Dinis desperta a tossir. Olha para o lado e vê Lorena a olhar para algo atrás de si. Segue o seu olhar e sobressalta-se com a figura alta e vestida de negro que se encontrava diante de si. Ela sorri e afasta-se em direcção à carruagem negra.

- Lorena estás bem? - pergunta-lhe - Quem era aquela mulher?
_________________

O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Lorena_davila
Lorena encolhe os ombros confusa:

- Não sei.

A rapariga estava a tremer como varas verdes. Tinha a roupa colada ao corpo, o vestido rasgado e alguns arranhões nos braços. Mas não sabia se tremia de frio. Estava apavorada.

Caiu nos braços de Dinis e abraçou-o com força. As lágrimas rolaram-lhe pela face, quentes.

- Onde estamos? Que aconteceu?
_________________
Dinis_de_camoes
- Onde estamos? Que aconteceu?

Dinis abraça-a.

- Pronto. Tem calma, já passou. Estamos no cais do porto de Alcobaça. Estás bem? Estás ferida?
_________________

O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Lorena_davila
O abraço de Dinis reconfortou-a.

- No porto? Ai, estamos tão longe do centro da cidade! O que faremos?

Olhou para os braços. Tinham alguns arranhões, mas nada preocupante, pareceu-lhe. Estava gelada e mal sentia o corpo.

- Não, nada de mais.

Tentou levantar-se, mas uma dor lancinante atingiu-lhe o pé esquerdo e ela lançou um pequeno grito. Caiu no chão desamparada.

- Acho que torci o pé. - disse num sopro. As dores enevoavam-lhe o pensamento.
_________________
Dinis_de_camoes
- Acho que torci o pé.

Dinis ajoelha-se diante de Lorena e pega-lhe no pé para o examinar. O seu pé era delicado e alvo, embora, agora estivesse um pouco enlameado e com algumas algas do rio.

- Posso? - pergunta-lhe timidamente, enquanto os seus dedos percorrem o pé e o tornozelo - Felizmente não está partido. Eu levo-te ao colo.
_________________

O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
See the RP information <<   <   1, 2, 3, 4, ..., 7, 8, 9   >   >>
Copyright © JDWorks, Corbeaunoir & Elissa Ka | Update notes | Support us | 2008 - 2024
Special thanks to our amazing translators : Dunpeal (EN, PT), Eriti (IT), Azureus (FI)