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Casa n.º 11 - Solar dos Espinheiros

Lorena_davila
Lorena arrepiou-se com o toque de Dinis e imaginou a cara da mulher de negro se visse aquilo. Examinava-lhe delicadamente o pé e ela corou um pouco. Ousadia, não fosse a situação.

Respirou de alívio, quando ele constatou que não estava partido, mas as dores eram insuportáveis.

- Eu levo-te ao colo.

Dinis não esperou por resposta e elevou-a facilmente no ar. Lorena rodeou com os braços o pescoço do rapaz e enterrou a cara no seu ombro.

- Dói tanto!

Dinis foi percorrendo o caminho até à vila com Lorena ao colo. A distância encurtava, mas a velocidade diminuía também. Ele estava cansado e Lorena gemia ocasionalmente com dores.
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Dinis_de_camoes
Á medida que avançavam pelas ruas de Alcobaça, os seus pés arrastavam-se cada vez mais. Ocasionalmente, uma ou outra pedra que ousava intrometer-se no seu caminho, fazia-o tropeçar. Cada vez que isso acontecia Lorena soltava um gemido de dor.

- Daqui a pouco chegaremos ao Templo da Deusa. Por certo a Morgaine terá qualquer coisa para tratarmos do teu tornozelo.

Mas ele sabia que ainda faltava um bom bocado.

"Se não arranjar, rapidamente um sitio para me sentar, ainda caímos os dois e eu torço também o tornozelo.", pensa o jovem.
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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
--Lucio_luz
Lucio_luz tinha pressa. Era tarde e ele tinha fome. Tinha também as crianças em casa esperando esperando por ele acordadas, não dormiam antes de ver o pai. Havia sido um bom dia, e ele trazia um naco de carne nos fundos da carroça como se fosse uma pepita de ouro. Estava ansioso para mostrar à família sua carga preciosa. Foi quando viu um vulto estranho se aproximando. Era alto e largo, mas com pernas finas. Lucio era homem de muita coragem, mas sentia medo do sobrenatural. Persignou-se três vezes e começou a rezar, pensando se seria melhor voltar pelo caminho... mas de novo pensou em como era tarde, e que não gostava de ceder ao medo. De repente, um raio no céu iluminou a figura que vinha ao longe e Lucio percebeu tratar-se de um homem carregando outra pessoa ao colo. Saiu andando, com rapidez, em direção ao homem. Enquanto corria, trazendo a carroça às costas, gritou:

- Que venha em paz! Alguém precisa de ajuda?
Lorena_davila
Anoiteceu depressa. Lorena agarrava-se com mais força ao pescoço de Dinis. Sentia-se escorregar nos seus braços. Sentia o seu cansaço. Cada irregularidade do caminho revelava-se em pontadas no pé ferido. Por momentos, duvidou do bom sucesso da jornada.

- Que venha em paz! Alguém precisa de ajuda?

Uma voz forte ecoou na noite. Era uma voz desconhecida, mas soou calorosa aos ouvidos da rapariga. Talvez fosse a luz que procuravam na escuridão.
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Dinis_de_camoes
- Que venha em paz! Alguém precisa de ajuda?

Dinis sorriu. Finalmente encontravam alguém.

- Meu bom senhor. Se nos pudesse ajudar ficaríamos gratos. Caímos ao rio e a corrente trouxe-nos até ao cais. Infelizmente a minha namorada torceu o pé e não consegue andar. - diz meio corado, recuperando o folego prossegue. - Eu queria leva-la ao Templo da Deusa para que lhe vissem e tratassem do pé. Seria possível levar-nos até lá ou perto? Não queremos de maneira alguma desvia-lo do seu caminho.

Ele dissera namorada. Tinha-lhe saído naturalmente, nem sequer hesitara. Será que ela iria ficar ofendida? Esperava bem que não pois era o seu desejo que ela fosse a namorada dele.
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--Lucio_luz
Lucio avaliou o estado lamentável do casal. Pareciam ser boas pessoas, apenas encontravam-se molhados e sujos. Pensou nas crianças em casa com alguma pena, mas teriam que esperar. Pulou para cima da carroça e arrumou as poucas tralhas que trazia e até estendeu um cobertor que usava para embrulhar as ferramentas. Cuidadosamente ajudou o rapaz a colocar a donzela sobre o pano e depois fê-lo sentar na beira do carro.

- Eu vos levo com prazer. A propósito, meu nome é Lucio. Lucio Luz, mineiro de Alcobaça.
Dinis_de_camoes
- Eu vos levo com prazer. A propósito, meu nome é Lucio. Lucio Luz, mineiro de Alcobaça.~

Dinis nem queria acreditar, depois de tantos contratempos finalmente algo corria bem.

- Muito obrigado sr Lúcio Luz. É um prazer conhecê-lo, chamo-me Dinis de Camões e a minha namorada - de novo saíra-lhe a palavra, e soava tão bem - chama-se Lorena D'Ávila. Espero que não fique fora do seu caminho.
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--Lucio_luz
Lucio estacou.

- Camões? Camões???

Voltou-se para o rapaz e fez uma breve mesura, abaixando a cabeça.

- Desculpe-me, senhor, eu não sabia... não tinha como saber. O meu caminho é o caminho que o senhor precisar.

Virou-se novamente e, com uma força extraordinária, saiu puxando a carroça, o mais rápido que podia, rumo ao centro da cidade.
Lorena_davila
Lorena encolhera-se no cobertor bafiento. Descobrira que quando ficava muito quietinha, o pé doía menos. Enquanto lhe chegava aos ouvidos a conversa de circunstância entre Dinis e Lúcio, ela pensava no que ouvira há pouco.

Ele apresentara-a como sua namorada. Sentira as faces quentes e o coração a bater depressa. Não tinha havido um pedido formal, mas ela também não tinha os pais próximos, de forma a fazer as coisas como era recomendado a uma menina de bem. Soubera-lhe bem ouvir.

Os acontecimentos das últimas horas tinham criado entre eles uma ligação muito mais forte do que a simples atracção inicial que tinham sentido. Lorena sorriu para si. Enterneciam-na os olhares de preocupação dele, a delicadeza com que a tocava, o respeito com que a tratava. Suspirou. Apesar do susto no pomar, dos perigos que tinham atravessado no rio e do pé torcido, a companhia de Dinis compensava tudo. Desejou ter a sua mão ali, para afagar entre as suas.

Levantou a cabeça do cobertor e, com voz trémula, perguntou:

- Ainda falta muito?

O pé latejava e os solavancos da carroça tornavam a dor mais forte.
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Dinis_de_camoes
- Não sei como agradecer-lhe. - diz a Lúcio

- Ainda falta muito?

- Já se vê a placa do Templo da Deusa. - diz-lhe enquanto lhe afaga o rosto.

Uns momentos depois e chegam diante da taverna de Morgaine. Dinis ajuda Lorena a descer e agradece a Lucio Luz.

- Mais uma vez agradeço-lhe imenso pela ajuda que nos deu. - e dá-lhe um valente aperto de mão. - Neste momento tudo o que tinha o rio levou, mas diga-me onde mora que irei lá pessoalmente para o recompensar devidamente.
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--Lucio_luz
Lucio fica ofendido com a oferta.

- No dia em que precisar de recompensa para fazer o bem, não poderei mais chamar-me a mim de Luz. Que Jah os proteja, e a toda a família.

E então Lucio deu meia volta com sua carrocinha, seguindo apressado ao encontro da família.
Lorena_davila
Lorena exalou de alívio quando a pequena carroça estacou. Dinis ajudou-a a descer e sentou-a à porta da taverna. A rapariga acenou em agradecimento a Lúcio, que já lá ia.

O jovem entrou à procura de auxílio no "Templo da Deusa" e Lorena apercebia-se dos olhares inquiridores dos transeuntes, enquanto esperava sozinha no exterior. Percebia que o vestido rasgado atraía olhares ousados e tentou tapar-se o mais que pode com as mãos. Quando Dinis apareceu novamente, ela parecia uma bola humana, toda enrolada sobre si mesma, vergada de vergonha e de dores.
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Morgaine
Morgaine sai do Templo logo atrás de Dinis e ajoelha-se junto de Lorena.

- Lorena! - exclama, vendo a rapariga toda encolhida e rasgada - Oh minha Deusa... Como vocês ficaram neste estado? Diz-me onde te dói exactamente... Prometo que tratamos disto num instante, sim?

Tira a capa e coloca-a sobre as costas de Lorena, resguardando-a um pouco mais dos olhares curiosos que passavam. Numa análise rápida, não encontra a fonte dos esgares de dor que assombram a cara da jovem e olha para Dinis, esperando que alguém lhe explique o que se passa.
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Lorena_davila
Lorena lança olhares de agradecimento a Morgaine pela capa. Reconfortada, aponta para o pé esquerdo:

- É o pé, o Dinis diz que o torci. - e num sussurro, acrescenta - caímos ao rio...
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Morgaine
Morgaine não entende como caíram ao rio, mas decide não fazer mais perguntas.

Assim que olha para o pé, percebe que está inchado, muito inchado. Era óbvio que iria doer para lá da conta assim que lhe tocasse.

- Confio no Dinis, ele tem experiência. Não vou massacrar-te a virar o pé dum lado para o outro ao examiná-lo novamente, já está inchado demais. Deves ter forçado... - estende a mão até junto da maleta que sempre a acompanha e retira um pequeno frasco, com um líquido esbranquiçado - Bebe um gole, e podes guardar o resto para quando precisares, ajuda a aliviar a dor. Mas não bebas mais que um gole por hora, ou corres o risco de adormecer! É feito com extracto de papoila, vais sentir-te bem melhor dentro de minutos... E assim podemos limpar e enfaixar o pé, sem te magoarmos tanto...

Olha para Dinis. O seu rosto estava desfigurado de preocupação. Sorri-lhe, numa tentativa de o tranquilizar.

- Vou buscar uma tina com água fresca para limparmos esta lama, e depois envolvemos o pé em tecido, para que cicatrize direito. Nunca se sabe se não lascou um pouco o osso, melhor prevenir... - baixa o tom de voz e sorri ao casal - E tenho umas roupas ali na loja que vos vão assentar que nem uma luva! Pelo menos vão servir para chegarem a casa sem grande alarido...

Enquanto aguarda que Lorena beba um pouco da poção e esta faça efeito, corre para o interior do Templo e pega numa tina e em alguns panos.

"Hmmm... Melhor levar mais, para tirar a sujidade toda dos dois!"
- pensa, enquanto pega em mais alguns trapos e corre novamente para o exterior.
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