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Casa n.º 11 - Solar dos Espinheiros

Piedad
Piedad tinha ordens para ajudar a limpar o salão, onde tinha decorrido a festa. Já subira e descera as escadas dezenas de vezes, transportando alguns móveis e decorações para arrumar na arrecadação do piso superior.

Gilafonso fora peremptório. Não queria barulho no piso dos quartos (não fossem os senhores acordar) e a moça, assustada, fazia pézinhos de lã ao passar.

Desta vez, trazia consigo um enorme candelabro, praticamente do seu tamanho. Cansada e sem forças, tropeçou no último degrau e o enorme objecto foi embater num móvel de corredor, onde estavam algumas velas acesas, que iluminavam o ambiente.

Com o embate, as velas caíram e o fogo iniciou, franco, no reposteiro de uma das janelas. Piedad, aflita, largou o candelabro, que caiu pesadamente no chão.

- ¡Fuego! ¡Fuego! - gritou a plenos pulmões.
Dinis_de_camoes
- ¡Fuego! ¡Fuego!

Ouvindo os gritos da criada, Dinis levanta-se da cama.

- Deixa-te estar, meu amor. Vou ver o que se passa.

Abre a porta do quarto e corre até ao cimo das escadas, onde vê o fogo a consumir um dos reposteiros da entrada.
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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Criado_gilafonso
- ¡Fuego! ¡Fuego!

Vindo a correr da cozinha, já com um balde de água, Gil Afonso atira-o contra o fogo.

- O que estás a fazer aí? Vai imediatamente à cozinha e trás mais água. - grita Gil Afonso para a rapariga. - E depois teremos de ter uma conversa séria.
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"Um aristocrata sem criados tem tanto uso para o condado como um martelo de vidro."
Piedad
Piedad correu à cozinha e trouxe consigo dois cântaros de água. Chegada ao local onde a cortina ardia, atirou cheia de energia, um deles em direcção ao fogo, que acalmou de imediato.

Para ter a certeza que a chama se extinguia, atirou o conteúdo do segundo cântaro ao reposteiro, mas... a mão de suporte fugiu-lhe e a água foi toda parar em cima de Gilafonso.

Com o cabelo e as roupas a pingar, Gilafonso olhou-a com um ar ameaçador.
Criado_gilafonso
Gil Afonso estava completamente encharcado e vermelho de raiva. Deitou um olhar fulminante a Piedad...
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"Um aristocrata sem criados tem tanto uso para o condado como um martelo de vidro."
Dinis_de_camoes
Do cimo das escadas,Dinis observara toda a situação.

- AHAHAHAHAHAH! - e desata a rir. - Tem calma Gil Afonso. É apenas água. Além disso esses reposteiros eram horríveis. Assim já temos a desculpa perfeita para comprar uns novos. Piedad podes servir-nos o pequeno almoço na sala, por favor?

Dinis volta para o quarto e conta o que se passara a Lorena.
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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Lorena_davila
Lorena aguardava ansiosa o regresso de Dinis ao quarto. Estava curiosa em saber o que se passava, mas o quentinho dos lençóis e a preguiça impediram-na de sair do quarto.

Quando Dinis voltou e lhe contou o sucedido, Lorena riu-se a bandeiras despregadas.

- Hahaha! Que pena que não assisti! Coitada da Piedad! Parece boa moça!

Lorena estendeu a mão a Dinis:

- Anda para aqui mais um bocadinho, hoje o dia é nosso!
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Criado_gilafonso
- Tem calma Gil Afonso. É apenas água. Além disso esses reposteiros eram horríveis. Assim já temos a desculpa perfeita para comprar uns novos. Piedad podes servir-nos o pequeno almoço na sala, por favor?

Depois do amo se retirar, Gil Afonso ola para Piedade e aponta para o chão.

- Quero este chão bem limpo e os reposteiros jogados no lixo. Enquanto isso, EU sirvo o pequeno almoço.
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"Um aristocrata sem criados tem tanto uso para o condado como um martelo de vidro."
--Criada_maria
A anciã e fiel património da família e história dos Camões estava já há uma temporada no Porto entre pequenos passeios e a lida e gestão da casa que a esta altura já era bem capitaneada pelos meninos Dinis e Lorena e sua criadagem. Já não lhes apresentava grande desafio. Vivia indecisa entre voltar e ficar, entre ver o primeiro filho dos meninos a nascer ou abandonar as terras nortenhas.

Raiava o dia quando ao Solar dos Espinheiros, chega uma carta dirigida à criada Maria. Ela estranhou. Só recebia cartas de duas pessoas e geralmente eram semanais. Já havia recebido a habitual.


- Estranho.

Abriu a carta. Não tinha nem selo nem pomposo invólucro.

Quote:
Maria:

Chegamos dentro de dois dias. Guarda segredo.


Aquela letra. Aquela familiaridade. Nesse instante a cozinha ganhou mais luz, o dia raiou mais depressa, os passarinhos cantavam numa animação só sua.

- Viva! Viv...

De repente calou-se e esperou que a sua alegria não revelasse o segredo que tanto a fizera feliz.
Vega_adc
A viagem fora rápida, mais do que o previsto. Com o Marquês de Vila Real ao raiar do dia chegou a sua filha Violante e a ex-prefeita alcobacense Dinaman. Sabendo que Maria os esperava e guardara segredo sobre a comitiva alcobacense, Vega_adc de Camões foi até ao Solar dos Espinheiros falar com ela antes de que dessem pela sua chegada. Abraçou a sua velha criada, deixando as solenidades para outros momentos e olhando o seu sorriso, disse-lhe:

- Maria, trouxe a Violante comigo. Está uma pequena dama. Parece que nasceu ontem. Qualquer dia, tenho de casá-la. Ahahahah.

Maria sorriu deleitada e desejosa de ver a sua pequena Marquesinha. Depois de uma rápida despedida, Vega_adc foi então ter com o seu grupo para poderem visitar a cidade e conhecer melhor os seus novos habitantes e o tão famoso porto.
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Lorena_davila
O sol de verão já se espraiava nos jardins da casa, quando Lorena abriu os olhos. Tacteou o lençol frio ao seu lado e despertou do torpor que lhe tomava o corpo. Dinis deixara um bilhete na almofada: saíra para um passeio a cavalo, voltaria a tempo do almoço.
Vestiu-se lentamente em frente ao espelho. O corpo jovem e curvilíneo era realçado pelo vestido encarnado. Mirou as suas formas e sorriu. Depois apertou os cabelos, deixando algumas mechas soltas e empoou levemente o rosto.
Encaminhou-se para a cozinha, de onde emanava um cheirinho bom a pão acabado de cozer:

- Piedad, que delícia. Temos pão fresco!

- Es cierto, señora, voy ahora sacarlo del horno.

Lorena sorriu:

- Ai Piedad, quando é que aprendes a falar português?

A espanhola encolheu os ombros e dispôs-lhe o pequeno-almoço na mesa em silêncio. Lorena colocou um naco de queijo fresco no pão e viu-o luzir, derretido.

- Viu o sr. Dinis hoje?

- No, señora, se fue a toda prisa por la mañana.

Lorena torceu o nariz, às vezes custava-lhe entender a rapariga. Teria de ensinar-lhe português, pensou enquanto mordia o pão. Seria o próximo desafio.
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Dinis_de_camoes


Dinis partira muito cedo para recolher algumas ervas para as suas poções. Depois de passar pelo consultório, onde deixou a sacola cheia de ervas, chega a casa.

- Olá amor. - diz-lhe com um sorriso - Aproveitei as primeiras horas da manhã para ir recolher ervas frescas. Quase que trazia a floresta toda. Que cheiro bom a pão. Melhor do que chegar a casa e ter pão fresco, só mesmo uma esposa linda e maravilhosa, como tu.

Dinis beija Lorena e sorrateiramente rouba-lhe o naco de pão.

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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Lorena_davila


Lorena sorriu com as palavras de Dinis e não contava que ele lhe surripiasse o pão das mãos. Com os olhos muito abertos, lançou uma exclamação de incredulidade:

- Oh! Tiraste o doce a uma criança! Estava-me a saber tão bem.

Depois apontou para a cadeira ao seu lado:

- Senta aqui, precisamos de falar.

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Dinis_de_camoes


- Senta aqui, precisamos de falar.

Com um misto de ar sério e de menino travesso, Dinis senta-se obedientemente.

- O que se passa, amor?

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O Solar dos Espinheiros - Casa n.º 11 - Consultório
Lorena_davila


Lorena ajeitou as pregas do guardanapo sobre a mesa, como se estivesse infinitamente concentrada em deixá-las perfeitas. Não falou logo e escolheu cuidadosamente as palavras, mas quando se decidiu a abrir a boca, a voz soou confiante:

- Eu gostava de ir para a Universidade. Eu sei que não é o que se espera de uma senhora, que o lugar dela é na cozinha e a cuidar dos filhos. Mas Dinis, não temos filhos e a Piedad desenvencilha-se bem na cozinha até ver e eu não aguento mais passar os dias entre o quarto e a cozinha e o jardim e o mercado.

Depois calou-se, receosa com a reacção dele. Tinha dito tudo o que sentia, talvez de uma forma um pouco brusca, mas assim que abriu as comportas, não mais conseguiu esconder o que lhe ia no peito.

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