Leticia
Letícia continuou observando Maria, e esta não parecia tão concentrada quanto ela gostaria.
Ela parecia atenta a tudo, a forma como Maria se posicionava, sua postura desde os pés até propriamente a forma de segurar a adaga.
- Neste ato não pode haver nenhuma dúvida, nenhum remorso. A hesitação conduz ao erro. Sua escolha do alvo é natural, mas errônea. Um centro tão importante é muito bem guardado. Esse pode ser o nosso alvo, claro, mas nunca de forma tão hesitante, ou tão abertamente perceptível.
Letícia pede a adaga. E ao toma-la, contorna o alvo e o trespassa em uma posição diferente, mas atingindo o mesmo algo, só que pelas costas de maneira transversal visando o coração.
- Essa aqui é interessante... Enchanté, Monsieur René.
Ela disse e tomou-lhe a mão, e com a outra atravessou o boneco sob o braço com o objetivo de perfurar o coração.
- Esse ponto embaixo do braço, normalmente não é protegido pela armadura. Mas há é claro a minha favorita.
Ela disse e com um golpe preciso perfurou a órbita ocular do boneco, atravessando a cabeça.
Todos esses golpes tinham uma sequência suave e precisa.
- Não se preocupe, você não foi tão mal, tens instinto e isso me agrada.
Encantada, Senhor René.
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"Sabe o medo que algumas pessoas tem da escuridão? Às vezes ele é verdadeiro. Nunca negue seus instintos, pois eles não mentem."