Baptismo de Anglys Carvalho Miranda Gonçalves da Silva

Dinaman cansada da grande jornada , havia dormitado num galho de uma árvore perto da capela. Sempre atenta , de olho aberto e outro fechado à espera que o padre chega-se . Ainda não perdera o hábito de dormitar assim, andava pálida e emagrecera um pouco.

Houve-se as trancas das portas a abrirem tclat tclat e logo de um salto se deslocou a uma moita para se vestir ................. no lago passou a cara pelas águas....... recompôs os cabelos .......ajeitou a faca na clote e viu o seu reflexo explendoroso .... E Dirige-se à igreja ...

A luz imensa da rua mal penetra na nave principal dando um ar mais mistico à Real importância da capela . Dinaman sente que ali é ela e Jah, ou melhor Jah e ela e ajoelha-se na pedra fria rezando:

Eu acredito em Jah, o Altíssimo Todo-poderoso,
Criador do Céu e da Terra
Do Inferno e do Paraíso,
Juiz da nossa alma na hora da morte.

E em Aristóteles, seu profeta,
O filho de Nicomaque e de Phaetis,
Enviado para ensinar a sabedoria
E leis divinas do universo aos homens perdidos.

Eu também acredito em Christos,
Nascido de Maria e de Giosep.
Que dedicou sua vida para nos mostrar o caminho do Paraíso.
Assim, depois de ter sofrido sob Pontius,
Ele morreu em martírio para nos salvar.
Entrou para o Sol onde O aguardava Aristóteles à direita do Altíssimo.

Eu acredito na acção divina;
Na Santa Igreja Aristotélica Romana, Una e Indivisível;
Na comunhão dos santos;
Na remissão dos pecados
Na vida eterna.

Ámen.

Perto da Capela Santa Galadrielle do Douro, alguns transeuntes observavam uma conversa animada e talvez fútil por duas belas mulheres provavelmente nascidas em berço de oiro, as suas roupas luxuosas comprovava tal observação incluindo os seus gestos, o único erro dos curiosos transeuntes era pensar que a jovem Casterwill e sua acompanhante travavam uma conversa atípica da nobreza.

-Devia evitar eventos sociais...-Nicole sussurrou enquanto observava o exterior da capela- ...não se esqueça que está em território inimigo.

-Eu sou uma Casterwill, não sou nem pretendo ser um rato, sweetheart.-Nicole revirou os olhos face à provocação.-Pretendo ficar por cá uns tempos, preciso de uma nova vítima enquanto permaneço neste tedioso reino...Não deixemos a "quem quer que seja" à espera, a cerimónia deve estar prestes a começar.

Sem vontade de discutir com a sua tia, conduziu-a até ao interior da capela.

-Como queira Lilith...Ela chama se Anglys...

Vestido

A atenção de Lilith voltara se para os poucos convidados, as suspeitas de que as encontraria naquele batizado confirmaram se quando as encontrara, uma num dos bancos da capela e a outra a conversar com uma ruiva, provavelmente a Anglys que Nicole mencionara. Nicole não desconfiava as verdadeiras razões para a sua vinda, se soubesse o verdadeiro motivo teria arranjado forma de não as encontrar como fizera nas últimas semanas com sucesso.
Focalizou a sua atenção para uma das jovens, reparara no comportamento da jovem de cabelos castanhos, o nervosismo era explícito.

-Come with me.* Lilith agarrara o braço de Nicole enquanto a levava para o mesmo banco da tal jovem, sendo o seu caminho interrompido por sua sobrinha

-Não se atreva a tramar algo contra elas...-Lilith riu com a ameaça de Nicole.

-Eu apenas a quero conhecer, talvez ela tenha salvação, tenho esperança que o nosso sangue que corre nas veias da pequena Madalena não esteja misturado com o sangue dos cobardes dos Nunes.

Empurrando de leve Nicole sentou se ao lado de Maria Madalena.

-Há quanto tempo desejo conhecer a bastarda...- Murmurou friamente para Madalena.

*Venha comigo.
Vestido


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Ao receber o convite da sua querida sobrinha Anglys, Maria tratou logo de se ir arranjar para o batisado.
Entrando na igreja e apos felicitar Anglys e cumprimentar os presentes com um leve aceno de cabeça, senta-se e reza aguardando a cerimonia.
-Jah te ilumine, querida!- diz entregando a seus pais uma pequena lembrança.

Aos poucos e poucos a Capela foi-se enchendo de vida. Madalena estava cada vez mais nervosa, o silêncio e o tempo vazio apenas serviram para a fazer pensar em coisas negativas e pouco agradáveis. O cheiro opressivo a incenso e a velas levavam-na a franzir o nariz de cada vez que ousava inspirar. Tentou focar a sua atenção nas pessoas que enchiam agora a capela. Juana estava sentada ao lado de David, madrinha e afilhado, ambos seus conhecidos. Os restantes convidados estavam espalhados pelos bancos da Capela, alguns acompanhados outros solitários, como ela.

Anglys acabara de entrar na Capela, estava simplesmente deslumbrante e Madalena não conseguiu conter um sorriso de admiração. Pensou em levantar-se para cumprimentar Anglys e Beatrix, mas as pernas vacilavam devido ao desconforto e nervosismo. Optou por acenar e sorrir às duas mulheres ruivas, dali mesmo, sentada e amparada pelo maciço banco.

Foi então que as viu, maravilhosas, confiantes e altivas. De imediato reconheceu a sua meia-irmã, elegante num vestido verde escuro, os cabelos negros entrançados. A mulher que a acompanhava não era nova, mas as parecenças entre as duas eram inegáveis. Madalena poderia ter-se sentido entusiasmada, provavelmente iria conhecer outra familiar, mas os olhares ferozes entre as duas disseram-lhe que devia frear o entusiasmo.

Vinham na sua direcção. Mais nervosa ainda, Madalena passou as mãos pelos cabelos e pelo vestido, prendendo a respiração em antecipação.

-Há quanto tempo desejo conhecer a bastarda... - murmurou friamente Lilith para Madalena.

A meretriz lançou um olhar de soslaio à sua meia-irmã, não tinha certezas quanto ao que deveria dizer a seguir e não ficara de todo agradada com aquela recepção. A palavra bastarda ressoava-lhe na cabeça vezes e vezes sem conta.

- E quem sois vós? - Madalena tinha azedume e repulsa na voz.

Anglys está nervosa, com burburinho que se ouve na Capela, espera que o primo Lfrvot entre logo para começar a cerimónia.

Lilith permanecera alguns segundos quieta enquanto a analisava, os traços de seu sobrinho estavam presentes no rosto da bastarda mesmo que não tão visiveis como a Nicole, ninguém podia negar que esta era sua filha, momentos depois sorrira ironicamente para Madalena.

-Eu posso ser o que quiseres, depende do contexto bastarda.Posso ser tua inimiga como posso ser a tua mentora, tudo depende de ti...-Lilith continuou o seu pequeno discurso inaudivelmente após uma pequena pausa.-Estou a ponderar ser inimiga, o meu sobrinho ser iludido por uma meretriz dos azures não é fácil de engolir, sempre foi uma criança estúpida e ignorante, tinha de engravidar uma bastarda dos Nunes na qual trabalhava para os Azure.Então bastarda que papel queres que eu desempenhe?
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Felyna chega ao batismo da sua mana juntamente com o seu marido. Ve que estava um pouco atrasada mas suspira ao ver que a cerimonia ainda nao tinha comecado.
Da um sorriso a mana que estava linda e senta-se ao pe do seu marido segurando na mao dele.

Madalena manteve o olhar fixo na mulher que a observava. Era uma Casterwill, não tinha qualquer dúvida acerca disso, cabelos negros, olhar gelado, pose nobre e altiva. No rosto dela a meretriz via desprezo e diversão. Sentia-se afectada pela presença dela e odiava a forma como ela a estava tratar. Não era de todo diferente ao modo como sempre fora tratada, por homens, mulheres e até mesmo pela sua própria mãe.

A meretriz ponderou durante alguns momentos sobre as palavras dela e, numa voz bem baixa, disse:

- Gosto de manter os meus inimigos por perto, julgo que a uma mulher astuta como você tenha a mesma atitude. Não vamos fingir falso companheirismo e mentoria, seremos apenas duas inimigas com uma causa comum... - Madalena sorriu de uma forma enigmática e continuou - Nestes jogos de sorte e de azar, mais cedo do que mais tarde o azar bate à porta, esteja atenta, ouvi dizer que se disfarça de aliado.

Jacatou chega no igreja e entra silenciosamente juntamente com Tatinha e procura lugares para se sentarem.

Mateus, muito emocionado, vai até o batismo de sua querida filha para entrega-la ao reino de Jáh

Ao receber o convite Jadhe se apressa em comparecer a cerimonia para prestigiar sua amiga.

Adentra a cerimonia cumprimentando a todos e inicia uma prece pedindo bençaos a linda que sera batizada.

Depois do seu habitual passeio pelos jardins da Capela, relembrando velhos tempos em que ali havia sido muito feliz, Micae dirige-se para a entrada da capela parando a alguns metros de distância para se ajeitar. Retira da bolsinha o pequeno espelho que lhe foi oferecido por um mercador italiando de visita a Lisboa, e coloca-o de forma a verificar se o travessão com pedras de ónix que usava a enfeitar seu cabelo ainda estava no seu lugar. Ajeita rapidamente os brincos e o colar ouro branco com pedras de ônix e sacode a saia do vestido para se certificar de que não trazia qualquer vestígio de pólen no tecido. Vendo entretanto entrar seu neto, respira fundo e levantando um pouco o vestido (preto debruado a fio de prata e de decote quadrado como mandava a tradição), sobe os degraus da capela, olhando ainda para trás buscando a cara que ansiava ver. Não a encontrando por perto, entra na Capela e dirige-se a seus familiares e amigos para os cumprimentar. Envolve Anglys num abraço apertado, especial entre ruibas, e regressa ao banco em que se sentava Mateus, ajoelhando de seguida para fazer suas orações antes do inicio da cerimónia.

Beatrix aguardava ali, próxima de Anglys, o início da cerimônia. Via que aos poucos a capela ia se enchendo com convidados, amigos e familiares de Anglys. O tempo avançava e em breve a cerimônia deveria começar. Beatrix voltou a fazer suas preces para que Jah abençoasse Anglys naquele dia tão especial.

A igreja estava com uma decoração bastante delicada de flores do campo e esse perfume igualmente delicado, tomava conta do ambiente, tornando-o doce e acolhedor.

O cheiro suave do incenso era outra nota aromática que se espalhava pela nave da igreja. Essa era a segunda vez que participava de uma cerimônia naquela mesma capela.

Ao ver a Dama Micae se aproximar, cumprimentou-a com uma vênia após ela ter abraçado a neta.

Naquele momento seus pensamentos tinham uma direção espiritual estava completamente alheia a outros problemas e intrigas que se passavam não muito longe dali.