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[RP] A Casa da Colina

Zeca, o Floresta, roleplayed by Maria_madalena
Até àquele instante Zeca não se apercebera de quão bela era a mulher. A jovem usava um vestido justo que lhe desvendava as graças femininas e os cabelos castanhos caiam em cascata, emoldurando-lhe a graciosa cintura. Os olhos, de um castanho mais claro que o cabelo, apesar de comuns, eram donos de uma vivacidade selvagem que aguçava a sua libido. Quando o seu olhar poisou sobre os lábios carnudos e definidos, arrependeu-se de a ter ameaçado. Tais divagações foram apenas interrompidas quando a mulher se voltou, julgava tê-la ouvido falar, mas não tinha certezas... Num impulso correu para ela, tentando alcançá-la.
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Maria_madalena
Ao vê-lo correr para si, Madalena redobra os esforços e impulsiona as pernas com mais alento. Não sabe em que sentido vai, muito menos onde irá chegar. Os arbustos espinhosos que encontra pelo caminho vão-lhe rasgando o vestido e a pele das pernas, mas nem isso a abranda. A meretriz corre por medo, medo do que lhe possa acontecer, medo do que aquele estranho homem lhe possa fazer.
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Zeca, o Floresta, roleplayed by Maria_madalena
Sem saber bem o que fazer, Zeca corre atrás dela, a mulher estava possuída e se continuasse a correr assim acabaria irremediavelmente perdida ou caída num dos inúmeros buracos e armadilhas de caçadores. A corrida era de tal forma desenfreada e descontrolada que já por várias vezes a ouvira vociferar impropérios devido à dor e ao esforço.

PARE! SENHORA! NÃO LHE FAÇO MAL! - gritou desesperado.

Se o ouviu, simplesmente ignorou o pedido e continuou a correr. Zeca bateu com as mãos nas pernas em frustração e correu com mais empenho, galgando em poucos passos a distância que os separava. Agarrou-lhe num braço, mas a mulher sacudiu-o e correu para o outro lado, fintando-o. Cansado daquela situação atirou-se para cima dela, deitando-a ao chão e imobilizando o corpo dela com o seu peso.
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Maria_madalena
Em pânico, Madalena estrebuchava. As suas pernas estavam em constante movimento, pontapeando o homem de todas as maneiras acessíveis, com as mãos agredia-lhe a face e procurava enfiar-lhe os dedos nos olhos. Se ele pensava que ela ia submeter-se facilmente, sem oferecer a mínima resistência, estava muito enganado. Madalena era uma lutadora e estava habituada a homens brutos. Só precisava de lhe acertar a virilidade, libertar-se do seu aperto e fugir. Mas o diabo do homem era forte.
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Zeca, o Floresta, roleplayed by Maria_madalena
A mulher debaixo de si debatia-se e grunhia que nem porco na matança, tal era o empenho com que o combatia. Zeca tentava em vão prender-lhe as mãos e imobilizar-lhe as pernas, mas o diabo da mulher contorcia-se de formas estranhas. Já sofrera alguns arranhões no rosto e certamente que, no final, seria detentor de gloriosas nódoas negras.

PARE! - gritou com a sua voz de trovão - QUIETA MULHER!

A guerreira não se silenciou. Por instantes julgou ver pânico naqueles olhos castanhos e o corpo da mulher afrouxou ligeiramente. No momento seguinte já só encontrou raiva e o combate recomeçou. Desesperado por terminar a contenda, Zeca impulsionou os lábios contra os dela, beijando-a com irascibilidade e fervor descontrolado.
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Maria_madalena
O beijo era tão violento e selvagem quanto aquele homem. Com o embate inicial os dentes chocaram, provocando dor. Madalena não deixou de se debater e tentava agora, desesperadamente, sair do abraço possante do homem. Para o distrair mordeu-lhe o lábio inferior com força até este sangrar, o sabor férreo cobriu-lhe a boca e atiçou-lhe a vontade, não iria desistir. Até que as mãos do homem deixaram de a empurrar violentamente contra o chão e se apoderaram dos seus cabelos, numa carícia delicada. O beijo tornou-se mais lento e cálido e o raio do homem fechou os olhos. Que diacho estava ele a fazer? A namorá-la? O rosto de Madalena conotava o mais profundo espanto. Rendida, a meretriz deixou de se debater: primeiro silenciou pernas, depois as mãos, e ficou apenas a beijá-lo.
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Zeca, o Floresta , roleplayed by Maria_madalena
Zeca prolonga o beijo com a mulher, apreciando o sabor férreo e doce da boca dela. A mulher tem um cheiro agradável e a pele dos lábios é extremamente suave, para seu deleite. Os dedos de Zeca agarram os cabelos com vivacidade e a respiração sai-lhe um lufadas descontroladas pelo nariz, tanto por culpa do beijo como da corrida.

Senhora... - murmura contra os lábios dela - Posso largá-la? Não vai fugir?

A mulher por baixo de si assente com a cabeça e sorri timidamente. Zeca levanta-se de cima dela e senta-se ao seu lado.

Não devia fugir assim, podia perder-se ou até mesmo cair numa armadilha de caçador. Não volte a fazer isso. - disse-lhe em jeito de reprimenda.
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Maria_madalena
Madalena permanece deitada por mais alguns momentos, as mãos pousadas sobre o ventre oscilam com as respirações desgovernadas. Não tem certezas sobre o que acabara de acontecer e está demasiado entorpecida e deslumbrada para tecer grandes comentários sobre aquele beijo inesperado. As palavras de repreensão inquietam-na ainda mais, ele está a tratá-la como a uma amante ou irmã, a expressar preocupação por si, a zelar pelo seu bem-estar. Será que não nota que não fazia sentido algum?

Ainda deitada, Madalena ergue o olhar até ele e diz:


Devo lembrar-lhe que começou por me ameaçar com uma espada?
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Zeca, o Floresta , roleplayed by Maria_madalena
Zeca sorri, a mulher tinha toda a razão. Tratara de forma rude, ameaçara-a, expulsara-a dali e depois, de um momento para o outro, acabara em cima dela a beijá-la com paixão. Não fora nada coerente. A falta de contacto com outras pessoas deixara-o embrutecido e as suas maneiras diminuíam a cada queda da folha. Mas a beleza da mulher despertara em si outro instinto, sentia falta do toque feminino, do calor de um beijo, do conforto de um abraço. Fora atrás disso que correra.

Desculpe, não soube como agir. - calou-se à procura das palavras que pareciam não chegar - Magoou as pernas? - perguntou na falta de melhor.
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Maria_madalena
A pergunta do homem despertou uma pequena sensação de desconforto. Até então Madalena não se apercebera dos cortes nas pernas nem do vestido desfiado. Novamente constrangida, a meretriz senta-se e destapa as pernas avaliando os ferimentos.

Não parece muito mau, pois não? - perguntou.

Pela expressão no rosto do homem pode depreender que estava prestes a ouvir um sermão.

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Zeca, o Floresta , roleplayed by Maria_madalena
Os olhos de Zeca vaguearam lentamente pelas pernas bem torneadas e alvas da mulher. Quando voltou a si, ela olhava inquisitivamente os ferimentos e mordiscava o lábio inferior, num sinal de total concentração. Aquela atitude e o vermelho róseo dos lábios da mulher deixaram-no ainda mais desconcentrado.

Vês? Vês o que acontece quando te isolas assim? Mal aparece um rabo de saias e perdes logo a compostura toda. Respira... Controla-te. Não a assustes de novo. - pensou, tentando acalmar os instintos.

Quando ela o olhou, Zeca tinha o semblante sério e a testa enrugada, pois tentava a todo o custo concentrar-se nos ferimentos da mulher.

Não têm bom aspecto... - comentou ao olhá-la de soslaio - É melhor limpar as feridas...

Num salto levantou-se e estendeu a mão para a mulher.

Vem, vou cuidar de ti.
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Maria_madalena
Após uma breve hesitação inicial, Madalena aceitou a mão daquele homem e soergueu-se, de imediato os cortes nas pernas arderam e a meretriz fez um breve esgar de dor que tentou disfarçar com um sorriso amarelo.

Hum... onde vamos? - interpelou a jovem meretriz.
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Zeca, o Floresta , roleplayed by Maria_madalena
Zeca passou a mão livre pelos longos cabelos cor de azeviche e ficou pensativo por momentos.

Hum... Pensei em voltarmos... à clareira... - confidenciou aos solavancos - Bem... não sei... julguei... achei... melhor tratar... - apontou para as pernas da mulher - ... os ferimentos...

Voltou a passar a mão pelos cabelos deixando-os ainda mais desalinhados.
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Maria_madalena
Madalena ficou a observá-lo por momentos, com a incerteza estampada no rosto e a desconfiança no olhar. Quase lhe largou a mão, quase voltou a correr, não conseguia compreender as razões que a levavam a confiar naquele homem, mas o calor da mão dele contra a sua foi suficiente para dissuadir de qualquer tipo de fuga ou pensamento irascível. Os gestos nervosos do rapaz provocaram-lhe um formigueiro na barriga e as palavras atenciosas que se seguiram reafirmaram a confiança da meretriz naquele belo estranho. Movida por um certeza sem fundamento, Madalena assentiu com a cabeça e sorriu.
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Maria_madalena
APAGAR
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