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[RP] Um Desastre de Natal

--Demetrio


Demétrio tentava desengasgar-se, enquanto recebia palmadas nas costas dadas por Madalena, e ordens de sua antiga comandante para que não morresse com sua torta.

Ele correu das duas, e agarrou um copo de vinho, e entornou garganta a dentro. Só assim ele verdadeiramente desentalou. Agora estava vermelho e sem fôlego, e aos poucos foi se recuperando.

- Ai! Que não estou com sorte. Isso não é jeito de um homem morrer. Bicado até a morte por um peru raivoso ou entalado de tanta comida. Ainda por cima apanho.
Beatrix_algrave


- Eu sinceramente estou estranhando você, Demétrio. Esse seu comportamento desastroso. Se isso fosse uma guerra você já estaria morto.

Beatrix comentou e foi pegar um copo d'água para Demétrio. Quando voltou, deu uma olhada no forno, onde o peru já estava assando.

- Gostam de jogar cartas? Podíamos jogar cartas para matar o tempo, enquanto o peru assa. E enquanto jogamos, para não nos embriagarmos logo, posso fazer um pouco de chá que eu trouxe da última viagem. O que acham?

Beatrix propôs e aguardou a resposta das amigas.

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Maria_madalena
- E enterrado. - acrescentou Madalena fazendo uma careta assustadora.

Madalena aproximou-se de Eduarda e passou-lhe as mãos carinhosamente pelos cabelos ruivos, alisando-os e afagando-os.

- Sim, vamos jogar às cartas, que jogo sugerem? - Madalena franziu o sobrolho e continuou - Não sei se concordo com a parte do chá, mas posso tentar.
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Lady_moon
Nicole revirou os olhos perante a conversa dos presentes.

-Prefiro fazer companhia aos meus guardas, enquanto espero pelo Arnold.-Nicole segurou entre as suas mãos a carta do seu avô.-Mas divirtam-se por mim.

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Eduarda_nunes
Eduarda encolhera se com o carinho de Madalena, ficara desanimada com a ausência de Nicole, queria divertir se com as suas irmãs e a sua prima.

-Eu quero chá, por favor.-Murmura para Beatrix.
Beatrix_algrave


- Isso desfalcaria a mesa, pensei em jogarmos truco em duplas com você, Eduarda, eu e Maria. Mas tudo bem, faremos diferente. Quer jogar Demétrio? Assim mantemos as duplas.

Beatrix propôs intrigada, notando que havia algo a perturbar Nicole. Talvez fosse melhor questioná-la depois, sem ser diante de Eduarda.

Ela foi até lá fora, encheu uma chaleira de água e levou-a ao lume para ferver e preparar o chá.

Enquanto isso, Beatrix volta e explica o jogo.

- É um jogo mouro, e usa baralho espanhol. Cada jogador recebe três cartas de um subconjunto do baralho constituído pelos números 1 a 7, o Valete, no valor de 9, a Dama ou o Cavalo, no valor de 8, e o Rei, no valor de 10.

Formamos duas equipes de dois jogadores, que se sentam em frente um ao outro. O jogo é jogado até que uma equipe termine o jogo com 2 jogos de 12 pontos. São 24 pontos dividido em duas metades, a metade inferior chamado ruins , e a metade superior chamada boas. A primeira equipe que fizer 12 pontos zera a pontuação e ela terá um ruins, se ela conseguir fazer 12 pontos de novo ela ganha as boas e ganha a queda, caso contrario a outra equipe também terá um ruins e quem vencer a próxima ganha a queda.



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Lady_moon
Nicole assentiu para Beatrix, e foi ter com os seus guardas, fora da casa da colina, Nicole encostara se a uma das árvores por ali perto.

Abriu a carta, quebrando o selo do seu clã, iniciou a sua leitura:

Quote:
Nicole,

Podes voltar para casa, o conselho decidiu em teu favor, a tua lealdade perante o clã foi aprovada, incluíndo o teu acordo com Adrian.
No entanto terás de fazer um último trabalho, nesse reino...
Conto contigo...

William Casterwill


Nicole sorrira apreensiva, em dois anos lutara contra a ameaça de Elisabeth, uma presença constante na sua vida, apesar de viver sob ameaça, encontrara uma forma de viver naquele reino abundante de politiquismo. No entanto, algo dizía a Nicole que votaram a seu favor porque a quererem por Bristol, e sim porque algo se passava.


-Aaron quero saber tudo sobre o estado do clã, TUDO.-Frisou para Aaron seriamente, e continuou a dar ordens aos seus guardas.-Zeke segue para Alcácer, reforça a segurança do Solar.
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Narrador..
23 de Dezembro de 1462

A comitiva conseguia avistar a cidade de Lamego, ironicamente fora a primeira cidade em que Nicole e Arnold se instalaram após fugirem de Inglaterra, supostamente Arnold iria proteger mercadorias enviadas de Inglaterra, desconfiava que seria esse o objetivo, por isso trouxera mais de 10 homens consigo, apesar de ser em menor número contra um ataque.

Seguiram para o porto da cidade, uma carraca de guerra era protegida por homens de má indole, mais conhecidos por Casterwills.Reconhecia quase todos aqueles homens, outrora trabalhara junto deles, no entanto a sua função era de espião para ordem e de proteger Nicole Casterwill, ambas funções trouxeram lhe desgraça, perdera Evelyn e Anne para a morte, e Nicole para os Casterwills.

Eric Casterwill o levara até uma das cabines, uma das mais afastadas, Arnold duvidava do seu estado, não tinha bebido mas achava que o homem à sua frente era uma miragem.


-Lorde Casterwill....-Murmurou com uma certa retulância.

-Arnold Nunes, membro da ordem de Azure, e filho do meu inimigo.-Arnold mantivera a sua postura apesar das palavras sarcásticas do patriarca.- Não seja retulante, ainda está vivo por causa da minha neta. Conseguiu sobreviver nas suas mãos, só por isso não será tratado da mesma forma que os restantes Nunes.

Arnold observou aquele homem a servir se de whiskey.

-Preciso de um último favor, quero te com a Nicole em Inglaterra...Lilith está em apuros, envolveu se na guerra que tem havidos entre os nossos vizinhos e Inglaterra, preciso de uma nova protetora do clã.

-Adrian serviria esse propósito.-Propôs a William, mas a reação de William não era esperada.

-Eu tenho consciência da cobiça de Adrian pela liderança e por Nicole, e desagrada me bastante, ele esqueceu o lugar dele no clã. Nicole está preparada para esse cargo, e minha consorte não poderá fazer nada contra ela.

-Porque Nicole?-Não seria a primeira vez que William lhe contava os seus pensamentos, de alguma forma William sempre soube que Arnold era seu inimigo.

-Preciso de uma mulher encantadora e ferina tal como é Lilith, Nicole tem tudo para tornar se a matriarca, mas antes disso o conselho precisa de ter provas da capacidade dela.



24 de Dezembro de 1462

A conversa entre Arnold e William fora longa e estranhamente civilizada, William enviara vários baús para Nicole, afirmara que Nicole saberia o que fazer com eles.

A viagem até ao Porto tornava se cada vez mais cansativa, Arnold questionava se porque Nicole decidira seguir com a ideia de celebrar o natal com uma ceia, ambos não gostavam de festejar aquele dia, traziam péssimas recordações, as lembranças de sua família tornavam se presentes, lembrando lhe como fora fraco por não ter as protegido da morte.

Avistara Nicole conversando com o segundo no comando da sua guarda, desmontou o cavalo e foi ao encontro de ambos.


-Precisamos de conversar Nicole...
Maria_madalena
Madalena não gostou da reacção de Nicole, parecia-lhe distante a irmã, preocupada com outros assuntos. Os seus palpites diziam-lhe que aquele mau-estar estava relacionado com a carta que a Casterwill tão cuidadosamente manuseava. Absteve-se de comentários, apesar de preocupada, Madalena sabia que Nicole era capaz de tomar conta de si mesma.

Beatrix entretanto ausentara-se para encher a chaleira com água. Parecia que realmente iria haver uma pausa do vinho, Madalena aproveitou o momento de ausência da ruiva para encher o um copo e bebê-lo num só trago. Natal, família, felicidade e união. Tinha mais do que alguma vez tivera, mas mesmo assim sentia que nem tudo estava certo.

Beatrix explicou as regras do jogo e Madalena ouviu atentamente, tentando acompanhar as explicações que eram dadas. Quando a prima se calou, comentou:


- Vamos jogar, não há melhor forma de aprender do que praticando.

Dando o exemplo, ocupou um lugar à mesa.
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--Demetrio


- Por mim tudo bem. Eu gosto de jogos de cartas. É bom para espantar o tédio de uma noite de vigília.

Demétrio comentou, puxando uma cadeira e sentando-se perto do lugar onde Beatrix sentaria, e em frente à Maria.
Beatrix_algrave


Beatrix trouxe um bule cheio de chá, e serviu as xícaras de todos.

- Creio que Demétrio será meu par, e Eduarda jogaria com Maria. Talvez fosse bom trocarmos de pares, pois você sabe jogar e elas ainda vão aprender.

Beatrix propôs e Demétrio aceitou de bom grado.

Eles iniciaram a partida. O chá era bom, e trouxe um pouco de calor àquela noite. Mas seu sabor não se comparava ao vinho. Eduarda parecia não gostar e ao beber fez uma careta, mas aos poucos pareceu se acostumar com o gosto e logo repetiu uma segunda xícara. O sabor era indefinível, havia algo de tília, ao menos em seu aroma adocicado. Mesmo assim, dava gosto bebê-lo e a vontade irresistível de provar mais.
A partida prosseguia.

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Maria_madalena
Madalena agradeceu a Beatrix quando esta lhe encheu a xícara de chá. Apesar do agradecimento, não era grande apreciadora daquele tipo de bebidas e temia que o sabor lhe fosse desagradável e não conseguisse beber o chá. Por enquanto estava quente demais para que ela ousasse sequer pegar na xícara.

À sugestão da prima para os pares se trocassem, Madalena concordou de imediato, uma equipa de inaptas contra uma equipa de jogadores experientes não era de todo justo. Demétrio sentou-se a seu lado e o jogo teve início. O chá soube-lhe melhor do que aquilo que Madalena esperara e a meretriz deu por si a encher a xícara novamente. Teria de pedir à prima um pouco daquelas ervas.

As partidas seguiam-se umas às outras. Três cartas eram distribuídas a cada jogador no início e Demétrio guiava discretamente nas suas escolhas. Madalena não conseguia conter os pensamentos que desfilavam pecaminosamente no seu entendimento. Não era incomum que os seus clientes lhe pedissem para jogar cartas, às vezes por pura diversão e conforto depois de um acto carnal exaustivo, outras vezes o jogo de cartas era apenas um prelúdio daquilo que iria acontecer. E as derrotas, propositadas ou não, levavam à sua submissão perante os desejos masculinos inflamados. Aqueles pensamentos, o calor agradável da sala e a presença masculina de Demétrio a seu lado foram o suficiente para que a meretriz perde-se o interesse no jogo.

Talvez pudesse tornar as coisas mais interessantes...

Discretamente, Madalena descalçou um sapato, manteve-se aparentemente concentrada no jogo e os seus olhos não a traíram, sustentando o olhar sério e reservado de quem apenas pensa em conquistar uma vitória. Cruzou a perna, Demétrio estava sentado à sua esquerda e aquela pareceu-lhe a melhor forma de o alcançar. Sentiu-se ansiosa e prestes a fazer algo errado, o coração retumbava-lhe nervosamente no peito, mas Madalena não conseguia conter o entusiasmo. Tocou-lhe com o pé um pouco abaixo do joelho, movimentando-o algumas vezes para cima e para baixo. Não o olhou, não sorriu, não pestanejou, embora regozijasse. Enquanto colocava uma das cartas na mesa, Madalena arrastou o pé para cima, afagando-lhe a coxa até atingir uma região mais privada. Nesse exacto momento sorriu.

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--Demetrio


Demétrio não se opôs a proposta de Beatrix e sentou-se ao lado de Madalena. Na primeira partida ele procurava orientar discretamente a parceira, indicando com o olhar as cartas que ela deveria jogar para formar o maior número de pontos. Às vezes ele se distraia, ora pelo perfume de Beatrix, ora pelo generoso decote de Madalena. Mas logo vinham a sua mente as ameaças de Nicole. Aquela louca era bem capaz de pôr aquele plano terrível em prática. Esse pensamento doloroso afastava as ideias libidinosas que voltavam a sua mente durante aquela partida. Era a luta entre dois instintos básicos, e era difícil saber qual era mais forte naquele momento, até que Demétrio sentiu às discretas investidas de Maria.

Ele quase derrubou a xícara quando sentiu aquele toque em sua perna, subindo por sua coxa e depois quase alcançando a região que Nicole ameaçara. Demétrio fez um esforço para controlar-se, mas seu rosto estava vermelho, e ele começava a suar no frio do inverno. Tomou um gole de chá, e por pouco não se engasgou de novo. Era difícil manter a calma naquela situação. Aquele contacto o atiçara, e aos poucos a mensagem de Nicole era esquecida. Recuperando o controle, ele mantinha a atenção no jogo, mas a sua mão discretamente começou a apalpar e apertar a coxa de Maria por debaixo da mesa. O fato de Demétrio ter braços compridos e mãos grandes ajudava-o a alcançar a área pretendida sem despertar a desconfiança das moças a sua frente. E logo Maria sentiria o toque atrevido de Demétrio por cima de sua saia em uma área tão sensível e desejada. Nesse jogo era evidente qual instinto era o vencedor.
Maria_madalena
Madalena conteve o riso quando Demétrio quase entornou a xícara de chá. Provoca-lo desta forma e vê-lo incomodado ante os seus ataques dava-lhe uma estranha sensação de prazer. Sentia que estava a corromper um bom rapaz, ainda mais quando a sua prima e meia-irmã estavam sentadas do outro lado da mesa, a meros centímetros de distância. O rosto de Demétrio estava corado e isso apenas levou a que Madalena intensifica-se os movimentos do seu pé. Pode discernir pequenas gotas de suor no rosto dele quando o encarou de viés e sorriu.

Perdeu o sorriso ao sentir a mão dele sobre a sua coxa. Não contara com aquela reacção, Demétrio era um rapaz tímido e envergonhado, não o julgara capaz... A mão grande dele envolvia-lhe a coxa e Madalena mordeu o lábio inferior e franziu a testa, controlava-se para não reagir sonoramente e tinha a certeza que para Beatrix e Eduarda aquilo não passaria de um esgar de concentração. Lançou uma carta e mal se apercebeu do seu naipe.


- Oh... - o som escapou-lhe por entre os lábios antes de conseguir conter-se, a mão de Demétrio por cima da sua saia um tormento agradável - Esta jogada... hum... muito boa.

Posicionou-se na cadeira, arrastando-a ligeiramente para se aproximar de Demétrio. Intensificou os movimentos com o pé e perguntou-se se Beatrix e Eduarda notariam caso a sua mão desaparecesse debaixo da mesa.
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Beatrix_algrave


- Maria, essa carta não faz ponto.

Beatrix disse e sorriu ao notar a combinação que Maria jogara sobre a mesa. A tecelã não atinara ainda sobre o que se passara ali sob a mesa, e tomou o erro de Maria como uma distração ou confusão sobre as regras.

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