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[RP] Laços corrompidos

Eleazar


Ele as estava observando há muito tempo, e de longe as vigiava com esmero, sem jamais intervir, apenas observando essas eram as suas ordens. Ele observou como as duas foram atacadas nas ruas lisboetas, e agora como aquele grupo de mercenários tentava emboscar-las.

Quando tudo começou, ainda oculto pela folhagem ele segurou com firmeza o punho da espada, apenas se a situação ficasse realmente desesperada é que ele tinha autorização de atuar, antes disso jamais. Assim, encarapitou-se com grande agilidade entre os galhos de uma árvore, cuja folhagem já provia de um local seguro para observar sem ser visto, e intervir com agilidade e surpresa, caso fosse necessário.

Mas foi com certo regojizo que viu que os mercenários foram habilmente subjugados pelo grupo delas e se permitiu esboçar um sorriso. O velho estaria feliz, se ele pudesse ver isso.

Ali em cima ele esperou, e observou.
Lady_moon
Nicole faz uma careta quando Arnold amarra o tecido no seu braço, sabia que as palavras dele estavam certas, Nicole só sabia o suficiente para sobreviver e para comandar outrem.

-Quantas baixas sofremos Bea?- Nicole perguntou enquanto observava Arnold e os mercenários.-Não é necessário cuidares da ferida...Se fosse algo de grave, Arnold já teria tido um ataque de fúria.
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Beatrix_algrave


Beatrix faz o que Nicole pede, uma vez que parece realmente que o ferimento foi superficial.

- Um mercenário dos nossos morreu no ataque surpresa. Todos os outros que caíram são inimigos. Vou pedir que o enterrem adequadamente.

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Lady_moon
-E que o façam rapidamente, não teremos muito tempo até ao por do sol e não sabemos se existem mais grupos de mercenários.


Nicole acaricia com o seu braço sã a crina do seu cavalo e de seguida guarda a sua adaga na sua bota.

-Teremos de ter ainda mais cuidado...eles sabem que nós estamos neste reino...

Nicole murmura rispidamente.
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Beatrix_algrave


- Será rápido, não se preocupe.

Beatrix disse e lançou um olhar de autoridade para os mercenários agirem o mais rapidamente possível e cumprirem suas ordens.

Quando eles se afastaram ela disse à Nicole.

- Isso veio mais rápido do que eu esperava. Não sei se tivemos sorte ou eles nos subestimaram. Creio que um pouco das duas coisas, mas não gosto de contar com sorte. Como não temos como chegar antes de anoitecer vamos ter que redobrar nossa vigilância.

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Lady_moon
-Espero que eles percebam que não haverá brincadeiras ou bebidas, teremos de o interrogar, se quiseres podes interrogá lo.-Nicole fica pensativa.-Imagino que terá de ser antes de chegarmos à proxima cidade, para não haver boatos.
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Beatrix_algrave


- Creio que depois do que houve eles não estão pensando mais nisso. A viagem se mostrou bem diferente do que eles esperavam, eu acho.

Diante do segundo comentário de Nicole, Beatrix respondeu nos seguintes termos.

- Diante da sua preocupação, creio que talvez seja melhor você interrogá-lo. Posso ajudar a matá-lo mais rápido se precisar. Não vou deixar ninguém agonizando desnecessariamente.

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Lady_moon
Os olhos de Nicole brilharam quando Beatrix propôs ser ela interrogá lo, procurou pelo mercenário Casterwill, este estava encostado à caravana.


-Vou tratar já do interrogatório. Arnold preciso de ti
.- Nicole sorriu para o mercenário que parecia assustado visto que Arnold agarrara o pescoço deste e o levara para trás de umas árvores.


Nicole seguiu com Arnold e abaixou se para ficando na mesma altura que o mercenário que estava sentado no chão.Este tentava esconder o seu rosto, Nicole reconhecia-o de algum lugar, agarrou lhe o rosto e analisou-o com mais afinco e percebeu quem ele era.

-O que faz aqui um Russel? Elisabeth enviou vos?- O mercenário apenas a olhava e continuava sem lhe responder.

Nicole mostrou lhe a sua adaga com sangue do mercenário que tirou a vida.

-Esta mesma adaga matou o seu companheiro e o seu amigo Derek Casterwill, aquele que você tinha como única função proteger e falhou...
-Nicole sorriu para o mercenário.- perdeu o seu protegido para uma criança,sendo que o seu pequeno Derek foi degolado deve ser frustrante não? Saber que o seu protegido sufocou no seu próprio sangue enquanto sua sobrinha observava os últimos minutos dele...

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Beatrix_algrave


Beatrix apesar de ceder à Nicole a atividade de interrogar o homem, ficou ali acompanhando o processo e observando a abordagem de Nicole e as reações do homem.

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--Russel
Ainda amarrado Russel foi arrastado pelo guarda-pessoal de Nicole até umas árvores. A vegetação de porte arbóreo permitia que ficassem fora do alcance visual dos restantes membros da comitiva. Pelo que vira até então, o mercenário depreendia que a senhora de cabelos ruivos não conhecia o passado de Nicole em toda a sua extensão. Beatrix, como lhe chamavam, estava ainda preocupada com o enterro dos mercenários inimigos e zelava por um trato minimamente digno durante o "interrogatório".

O combate valera-lhe uns bons golpes e as suas roupas estavam ensopadas em sangue. Com as mãos sobre o rosto, o mercenário tentava impedir que Nicole descobrisse a sua identidade. A sua resistência não durou muito mais tempo, uma vez que Russel estava impossibilitado de movimentos ágeis devido às cordas que o prendiam. Não tardou para que olhos curiosos o perscrutassem e mãos femininas delicadas lhe envolvessem o rosto. Durante todo aquele tempo, o mercenário manteve uma expressão serena, não seria traído pelas suas emoções.

As palavras azedas que se seguiram, deram-lhe voltas ao estômago. Até hoje não se perdoara por aquele fracasso. As noites de sono tornaram-se curtas e era constantemente invadido pelas gargalhadas de regozijo de Nicole. Naquele dia perdera a sua honra... Derek estava morto.

Russel gargalhou grosseiramente. Por momentos, julgou que a gargalhada fingida não tivesse sido convincente o suficiente, mas o rosto de Nicole ainda próximo do seu transpareceu incredulidade. Por dentro, o mercenário estava aterrorizado, pois sabia que não saíra dali vivo e nunca mais teria oportunidade de vingar a morte do seu companheiro.

Russel olhou para a ruiva e disse:


No vosso lugar eu fugiria. Não conheceis essa megera. - apontou com a cabeça para Nicole - Quando menos esperares irá esfolar-vos, degolar-vos, esquartejar-vos e tomar banho no vosso bonito sangue... Pergunte-lhe o que ela fez ao tio! Como o matou a sangue frio, o que sentiu quando o fez, o prazer que isso não lhe deu! Ela irá corromper-vos, fugi enquanto é tempo ou juntai-vos à crueldade.

O mercenário gargalhou de forma confiante mas as suas mãos, presas atrás das costas, estavam lavadas em suor e nervosismo. Por breves momentos continuou a olhar a ruiva, abatido pelo medo que lhe subia pelas pernas e já o levara a molhar as ceroulas. Quando recuperou um pouco da sua dignidade, continuou para Nicole:

Pensa que tenho receio desses vosso joguinhos? Criancinha patética! Ainda deverias mamar nas tetas da vossa mãe! - atirou numa voz áspera - As vossas palavras nada me dizem ou provocam, achais que tenho medo de uma moça com faca de cozinha? - inquiriu com a voz ligeiramente trémula - O vosso lugar era na alcova debaixo de mim, cabra! Morrerias a gritar o meu nome, estropiada na minha virilidade!

Num gesto ousado e já ciente do seu fim, Russel cuspiu na cara de Nicole, disfarçando o temor e dor que lhe iam na alma.
Eleazar


Ele ficou ali quieto, procurando não fazer um ruido. Elas e ele, haviam levado o assaltante que capturaram justo para aquela arvore onde ele estava. Não vá ser que o descubram caso resolvam olhar para cima.

Não. - pensou - elas estão muito entretidas com as palavras do Russel. Mas mesmo assim devo ter muito cuidado.

E ele ficou ali, quieto, escutando com atenção. Oculto pela folhagem e as sombras, poderia observar ali o desenlace do interrogatório.

Observe apenas, e cuide-as caso a situação saia do controle delas, mas apenas em última instancia se revele. Elas ainda não devem saber que as estamos cuidando. - lembrava de suas ordens, e assim seria feito.
--_narrador_


As palavras de Russel mostraram a Nicole uma coragem e uma ousadia que ela não esperaria vindas daquele homem. Ou ele enlouquecera ou estava guardando algum trunfo na manga.
Os coisas que ele disse a respeito de Nicole provocaram uma forte impressão em Beatrix, pois ele soubera habilmente ler no olhos da moça o ponto certo de seu ataque, buscando na sensibilidade de sua alma o terreno mais que propício para plantar as sementes da dúvida e do receio. Mesmo que ele morresse ali, o mal estava feito.

A moça ruiva evidentemente não guardaria nenhuma simpatia por ele, ainda mais depois do gesto de desprezo e da ameaça de violação, mas seu esforço estava em mostrar que se ele era podre e vil, Nicole não seria diferente.

O que ele fez deixou Arnold furioso. Munido de uma faca afiada, ele cravou-a bem na raiz ds "arma" com que ele ameaçara estropiar Nicole.

Isto fez o homem soltar um urro terrível de dor, e causou a pior impressão possivel em Beatrix.


Beatrix_algrave


Beatrix fez um esforço para não gritar e demonstrar o quanto estava horrorizada. Mas afinal o que ela esperava que fosse acontecer ali, um passeio no bosque? Pelas palavras que dissera, aquele homem não valia nada, realmente, mas Beatrix não tolerava crueldade, uma coisa era esmagar o crânio de um inimigo em combate justo, mas aquilo ali era bem diferente. Sua preocupação principal no entanto, era se podia ou não confia em Nicole e Arnold.

- Se vão mata-lo façam logo, não o quero ver agonizando por muito tempo...

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Lady_moon
Nicole ficara incrédula com as gargalhadas dele, sabia muito bem que os Russel eram capazes de tudo, e tinham sempre alguma carta na manga, sua avó não enviaria aquele homem se não quisesse verdadeiramente a sua cabeça.

Ficara reticente com as palavras do mercenário e com as reacções de Beatrix e Arnold, limpa o cuspe à sua camisola, bebe um gole de seu Whisky que sobrara do odre que escondera de Arnold, decidiu então usar as palavras dele a seu favor.

-Beatrix ele merece isto, se não quiseres assistir sugiro que vás ter ao encontro dos nossos companheiros.-Nicole murmurou séria.- Joguinhos?Parece um jogo a atitude do meu querido companheiro?
-Sorriu malevolamente para o mercenário.-Ups...Parece que o seu plano de colocar me debaixo de si na alcova não irá resultar, nem com a Elisabeth, mas não se preocupe, a megera já deve ter arranjado outro amante.

Nicole riu e com a sua adaga corta a pele do mercenário, desde o ombro até ao pulso. Deixou se levar por um monólogo.

-Talvez já tenha banhado com o sangue do meu amado tio, nunca pensei que fosse uma experiencia tão...gratificante e prazerosa-Nicole sorri amavelmente para o mercenário.-Será uma pena não estar cá para assistir à queda da sua amada amante Elisabeth e talvez experimente mais uma vez, mas só depois de encomendar umas violações para a Senhora Casterwill.

Voltou à sua postura séria e cravou a adaga na coxa do mercenário.

-Não tente usar o meu passado contra ela, não é melhor do que eu, afinal tudo o que sei foi graças aos Russel e aos Casterwilll...
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--Russel
O urro que lhe saiu da boca quando a faca de Arnold lhe penetrou a virilidade pareceu durar eternidades e desgastar-lhe completamente as cordas vocais. Russel ficou ensurdecido e cego, agoniado na sua própria dor encolheu o corpo o mais que pôde e mordeu os lábios com força espalhando o líquido férreo pela boca. As calças, outrora humedecidas apenas pela sua urina, eram agora um misto de fluídos corporais que emanavam um cheiro repugnante.

As palavras que Nicole falava não chegavam a fazer sentido na sua mente toldada pela dor. Por diversas vezes tentou encontrar a claridade de espírito para se concentrar no significado daqueles sons, mas era nessas alturas que a adaga se cravava novamente na sua pele, primeiro no braço, depois na perna. Os gritos redobraram-se, assim como o seu padecimento. Nada mais sentia além da dor. Os cheiros de podridão e medo que lhe assomavam ao nariz, deixaram-no agoniado e, sem qualquer tipo de controlo, Russel regurgitou os sucos ácidos do seu estômago, queimando a garganta no acto.


Cabra! - cuspiu por fim, um esforço que lhe podia custar a língua.

Custosamente, Russel endireitou-se contra uma árvore e com os olhos semicerrados encarou Nicole:


Quem sai aos seus não degenera! A maldade corre-vos no sangue... - voltou a cuspir no chão, manchando-o de vermelho - Sabeis que não irei falar! Não vos temo! Devíeis estar a sete palmos de terra de braços dados com a mamã e o papã, sua desgraçada!
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