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[RP] Laços corrompidos

--Arnold
Após a cena com Valjean, Arnold coloca a sua mão protectoramente nos ombros de Nicole, talvez na tentativa de a proteger ou a conter, ou talvez as duas coisas, sussurrou apenas para Nicole: Esteja quieta, apenas observe e guarde para si as suas palavras, território inimigo...

-Admirava me se fosse o contrário... . Murmurara Nicole ao entrarem no Bordel que Norman lhes indicara.

Instintivamente Arnold observara o local discretamente procurando possíveis rotas para a fuga quase algo corresse mal, e encontrara uma possível esperança...
--Norman.
O Casebre da Alice estava cheio àquela hora. As meretrizes meneavam-se por entre as mesas e não tardou para que algumas se aproximassem do grupo. Os olhares que lançaram não eram agradáveis, afinal estavam mal vestidos. O mercenário não despendeu muito tempo a observar aquelas mulheres, estava preocupado com o que se seguiria, pelo que se focou em encontrar o Rodrigues entre a clientela. E ali estava ele, a um canto da sala, distraído com duas rameiras e com uma caneca na mão, o típico boémio.

Uma sensação de nervoso miudinho apoderou-se de si, não sabia como agir. Qualquer palavra mal dita, qualquer acção errada e acabaria morto mais cedo que desejaria. Ainda tinha coisas para fazer, desejava profundamente matar uma daquelas rameiras da Travessa do Borras, atormentá-la numa morte lenta e dolorosa, os rituais de tortura eram apenas o aquecimento. Cada gota de sangue, cada grito sufocado, cada lágrima serviam apenas para lhe adensar as vontades. Quando por fim o último sopro lhe deixasse os lábios ele enterrar-se-ia nela, possuiria o corpo dela até ficar frio, cada estocada bruta um golpe de prazer.

Não havia espaço para falhas.

O Rodrigues estava demasiado absorto naquelas mulheres para prestar atenção ao grupo que acabara de chegar. Tentando manter a cabeça limpa, Norman passou as mãos pelos cabelos, na esperança de conjecturar uma manobra.


- Então? Estão a vê-lo? - inquiriu numa voz baixa, tentando não chamar a atenção da restante clientela.

Optara por fingir-se de desentendido.
Valjean.
-Pfft... - Aquela moça era gentil feito uma batedora de carteiras. Mas não se dobraria a ninguém, nem mesmo a uma riquinha mimada como aquela.

Seguiram para o Casebre da Alice, um dos mais bem (ou mal) frequentados bordeis da Travessa das Borras. Enquanto os homens olhavam em volta, Valjean sentou-se num banco e pediu uma cerveja. Já de caneca na mão, aproximou-se de Beatrix.

-Senhor, sugiro que ocupemos uma mesa. Qualquer um aqui pode ser capanga de Rodrigues. Vamos sentar e observar um pouco. Ao menos até que saibamos quem é que teremos que matar. Passem-se por comuns, bebam e escolham uma miúda. O que não podemos é gerar suspeitas... Mas é claro, é apenas uma sugestão.
Beatrix_algrave


Beatrix assentiu com a cabeça. Ficar ali parados feito árvores plantadas não era realmente uma boa ideia, então ela puxou uma cadeira, bateu na mesa e atirou algumas moedas sobre a mesa, apenas para mostrar que estava mal vestida mas tinha dinheiro. Ela sentou com a cadeira invertida, como via alguns homens fazendo. Ao ver as moedas uma mulher baixinha e de carnes fartas que mal cabiam dentro do corpete perguntou se o "moço" queria uma cerveja. Beatrix fez sinal que sim, e indicou Valjean também. A caneca não demorou a vir, e ela ficou observando atenta se alguém se destacava em meio a todos.

Olhou o homem com duas mulheres, bebendo e rindo descontraído. Ele não estava longe dali. Notou as roupas caras e espalhafatosas, como de alguém que tinha dinheiro mas definitivamente não tinha bom gosto e nem sabia gastá-lo com coisas finas. Apesar das risadas, um nome foi pronunciado por um sujeito que se aproximou da mesa. O homem chamou aquele sujeito de Rodrigues. A moça ouviu

Rodrigues chamou o homem para mais perto e ele cochichou-lhe algo ao ouvido. A expressão de Rodrigues se modificou, e isso Beatrix percebeu. Por um momento, ele olhou na direção de Beatrix, e os olhares de ambos se cruzaram.

Por um instante ela temeu que ele percebesse algo mas nada aconteceu, ele terminou um gole de cerveja e se levantou da mesa e estava se dirigindo às escadas.

- É ele.

Ela murmurou para Valjean e Norman que se aproximara e olhou para Nicole e Arnold. Se tinham que agir era agora. Algo parecia tê-lo alertado. Talvez ele já soubesse e os descobrira.

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--Norman.
Seguindo o conselho de Valjean, Norman sentou-se numa das cadeiras em torno da mesa que o grupo ocupava. Fingiu procurar o Rodrigues discretamente com o olhar, quando tudo o que fez foi evitar olhar para o local onde este se encontrava. A caneca de cerveja que pediu a uma daquelas mulheres não demorou a chegar e o mercenário bebeu sofregamente, tinha a boca e a garganta secas.

A ruiva à sua frente mostrou-se inquieta e Norman seguiu-lhe o olhar. Não precisava de o ter feito, pois sabia perfeitamente que ela acabara de o ver. O jogo ia começar e ele nem tivera tempo para aquecer o assento.


- É ele!

As palavras apenas vieram confirmar as suas suspeitas e o mercenário apressou-se a beber o resto da cerveja, antes de se aproximar do grupo.
--_narrador_



Na "Casa da Alice" tudo parecia comum e corriqueiro. Duas mulheres, uma loira e outra morena se aproximaram de Nicole e Arnold, sorridentes e fazendo propostas. Outras duas fizeram o mesmo com dois dos mercenários do grupo. Apenas o tipo medonho do Norman não atraiu nenhuma mulher. Parece que as mulheres dali tinham faro para sentir o cheiro da confusão e sabiam onde deviam ou não se meter.

Uma mulher morena de cabelos lisos se achegou a Beatrix atiçada pelas moedas que ela atirou à mesa. Ele usava um vestido azul, com detalhes em branco, e um corpete apertado que realçava suas formas.

- Paga-me uma cerveja, ruivinho? Garanto que sei retribuir muito melhor que teu companheiro.

Uma "amiga" desta, logo se atirou ao colo de Valjean. Essa ramenira também era morena, igualmente de cabelos lisos, mas trançados e tinha uma pinta no queixo. O vestido de tom lilás que vestia estava mal abotoado à altura do peito, mostrando que ela há pouco deixara um cliente, e mal tivera tempo de se recompor.

- Até por que, ele vai estar ocupado.

Ela disse entre sorrisos.

Quanto à Rodrigues, Beatrix não percebeu, mas na verdade não era para ela exatamente que Rodrigues estava olhando. Aquele rapazinho ruivo, imberbe e de profundos olhos verdes não despertou sua atenção, mas Norman sim. Ele viu e reconheceu o matador mercenário que estava ali entre o grupo, e lembrou-se dele e de sua fama. Não tinha ideia do que fazia ali, mas o procuraria em outro momento. Contudo, o que despertou-lhe a atenção de fato, foi uma mensagem de um de seus homens, que o levou a procurar um local mais reservado para sua orgia àquela noite. As notícias que ele esperava, no entanto eram outras. Onde estava afinal, Russel e onde estavam as "prendas" que ele deveria entregar?

Arnold ao perceber o que se passava, desvencilhou-se da loira meretriz insistente, e aproximou-se do homem que se dirigira a Rodrigues e o interpelou. Pelas cartas que recolheram com Russem, ele tinha uma ideia de que mensagem deveria levar e que a substituição dos homens talvez não fosse imediatamente notada. Apenas a ausência de Russel seria notada, mas para isso já teria a resposta perfeita.

- Tenho uma mensagem urgente para o Senhor Rodrigues, é sobre a missão. Infelizmente, o senhor Russel está morto, mas temos as provas de que cumprimos nossa parte.

O homem olhou para Arnold e ponderou um tempo, ainda preocupado com o sumiço de Pereira. Ele não era disso, mas vai saber o que se passa em uma noite como aquela. Devia estar na esbórnia, isso sim, e ele se preocupando à toa.

O homem depois de observar o tipo e a altura de Arnold, respondeu.

- Espere aqui que vou avisar o senhor Rodrigues. Essas são notícias ruins.

Depois disso, Arnold se aproximou de Nicole e dos outros que estavam ali na mesma mesa, indicando, apenas com o olhar, que deviam se preparar.
Lady_moon
Aquela situação deixava Nicole nervosa, toda a sua petulância desvanecera se quando vislumbrou o olhar de Arnold. "Aqui vamos nós...", pensou para si mesma.
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Beatrix_algrave


Beatrix indicara estar pronta, olhou para para Nicole e Arnold confirmando isso. Jogou mais algumas moedas sobre a mesa, indicando que trouxessem uma cerveja para a mulher que se aproximara.

- Vou tratar de trabalho. Tome uma por minha conta, enquanto isso.

Ela disse firmando a voz tornando-a mais grossa e encorpada. Qualquer variação pareceria à mulher que aquele era tão jovem que estava a trocar de voz.

Beatrix levantou-se e chamou com um olhar os mercenários presentes para que se aproximassem, pois aquele era o momento decisivo daquela noite.

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--_narrador_


Dentro de pouco mais de cinco minutos, o homem com quem Arnold tratara retornou e foi até ele. Nesse momento Norman, Nicole, Beatrix, Valjean e Astolfo estavam próximos a Arnold.

- Ele vai recebê-lo, mas terá que vir sozinho.

O homem de Rodrigues disse lançando um olhar rápido ao grupo, que supôs como os mercenários que receberiam pelo serviço.

- Você faz o pagamento a eles depois de tudo acertado. Espero que mereçam o pagamento e que tenham trazido as provas.

O homem disse, dessa vez encarando apenas Arnold.
Eleazar


O momento havia chegado, Eleazar podia sentir a mudança na atmosfera do lugar. O ar mesmo parecia ficar mais denso, sua mão fechou-se sobre o punho da espada que levava na cintura.

Com gestos rápidos, discretos e precisos, o Grigori colocou seus homens em alerta. Se o pior viesse a ocorrer eles deveriam agir rapidamente.

Ele caminhou devagar por baixo das galerias mantendo Arnold e o outro homem em seu campo de visão, pronto para atuar o mais rápido possível caso o momento chegasse.

O momento chegou. - pensou observando seus homens já em posição e prontos para agir a qualquer momento, claro, que como todo Grigori, tal fosse tão sutil que muitos poucos poderiam ter percebido qualquer mudança na posição deles. Por último dedicou um expressivo olhar em direção à Arnold, e sorriu em seu interior. Havia em seu olhar o mesmo brilho que aquela vez tantos anos antes.
Valjean.
Clic. Era Valjean soltando o botão que mantinha a espada presa na bainha, mas nisso ninguém reparou. Coçou a cabeça e passou a língua nos dentes. Estava ansioso pela carnificina. Não era muito diferente dos outros assassinos, afinal.
--Arnold
Arnold retorquira seriamente enquanto mostrava o saco com as provas.

-Cumprimos a nossa parte, aqui está.-Encarou-o.-Não o deixe à espera.
--_narrador_


O homem encarou Arnold, como se analisasse a sua expressão. Ele mesmo não sabia bem o que procurava. Algo ali não lhe agradava, "não cheirava bem". Ele olhou o saco e pareceu sentir o cheiro da carne em salmoura que emanava do pacote.

Não podia pedir que ele o abrisse ali em meio aquela gente. Aquilo era assunto para Rodrigues tratar e ele estava exagerando naquilo. Eles sabiam do serviço, sabiam de Russel e tinham a prova do serviço feito. O que mais ele podia querer. Ele fez sinal com a cabeça e chamou mais três homens, que subissem na frente.

- Que seja. Me acompanhem então. O chefe está lá em cima. Lá ele vai fazer o pagamento. Muito azar terem perdido o Russel. Rodrigues não vai gostar disso.

Ele fez sinal para que Arnold e os demais membros do grupo subissem pela escada. Após ele, mais três homens de Rodrigues subiram também.
--Arnold
Arnold acenou e seguiu com o tal homem, as vezes observava de solaio o comportamento de Nicole e de Beatrix enquanto apertava em sua esquerda o saco com os restos mortais do Russel.
Lady_moon
Nicole analisava o local enquanto esperava um sinal de Arnold que tomara as rédeas do quer que fosse aquela situação. Um olhar atraiu a sua atenção, o mesmo olhar que outrora a ordenava que preparar se para esconder se algures, naquele momento a obrigava a preparar se para o incerto...
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